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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013









                                                                















Qual a verdadeira localização do Jardim do Éden?
por Prof. Paulo Cristiano da Silva - sex set 14, 11:35 pm
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AUTOR
Prof. Paulo Cristiano da Silva
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O Jardim do Éden ou Paraíso tem sido considerado por muitos um mito. Por alguns um ideal. E ainda por outros uma figura de linguagem de uma vida de deleite. Também tem sido alvo de muitos estudos teológicos, pois ali está a gênese da humanidade, o nicho do egoísmo, da rebelião e do pecado. Mas, acima de tudo, ali houve a promessa de um Redentor que não apenas restauraria o caminho, mas seria o próprio caminho, a verdade que liberta e a vida tão almejada (Jo 14.6).
Logo no início do relato bíblico encontramos detalhadamente informações sobre o Jardim do Éden. A Palavra de Deus nos diz: “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom; ali há obdélio, e a pedra sardônica. E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe. E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates (Gn 2.10-14; grifo do autor).
A Palavra de Deus tem-se mostrado verdadeira em todos os níveis, seja no âmbito arqueológico, antropológico ou histórico. Ainda assim, alguns têm perguntado sobre a existência dos primeiros dois rios e sua união fluvial com os outros dois. Pois temos a comprovação da existência dos dois: Tigre e Eufrates, enquanto Pison e Giom não foram encontrados. Podemos ter alguma idéia sobre esses rios pelos nomes que lhes são aplicados. O rio Tigre, provavelmente, tinha outro nome (Hidequel) ou ele era chamado por esse nome somente pelos hebreus. Entre o rio Tigre e o rio Eufrates ficava a região conhecida como Mesopotâmia, palavra que significa “entre rios”.
A Bíblia diz que do Éden saía um rio que se dividia em quatro cabeceiras. Isso demonstra que o Jardim deveria compor uma extensão considerável, talvez abrangendo dezenas de quilômetros, não era apenas um “quintal”. Dentro desse hábitat, Adão pôde desempenhar sua primeira missão, dar nomes a todos os animais (Gn 2.19). Esse lugar de deleite (Éden) não excluía o trabalho, antes, o trabalho era edificante e trazia seus frutos. É interessante notar que alguns estudiosos têm afirmado que a palavra “éden” teria sua origem do acádico edinu, que significa “campo aberto”. Contudo, o consenso geral é de que a palavra tem sua origem no hebraico eden, isto é “deleite”. Se onde há fumaça pode haver uma clareira, então talvez o reflexo acadiano compartilha a idéia de um lugar amplo e de verdadeiro deleite.
O catedrático Antonio Neves de Mesquita, em sua obra “Povos e Nações do Mundo Antigo”, descreve a possível localização do Éden confirmando a etimologia de seu nome: “A região norte da Mesopotâmia é realmente interessante, tanto na flora, como na fauna e no clima. Em volta da montanha onde o Eufrates tem a sua nascente, há um verdadeiro jardim. Os vales são ricos e produzem abundantemente uvas, tâmaras, morangos, pêras, figos e uma infinita variedade de outras frutas. As flores são lindas e de aroma particularmente inebriante. A parte oriental do lago Van é composta de pomares verdejantes e jardins, onde, ao lado da riqueza e abundância, a variedade de plantas odoríferas é de tal modo abundante, que embalsama o ar. O clima da região é um misto de tropical e temperado; o céu é sempre límpido e a brisa, refrescante; nos períodos de calor, torna-se encantadora a região. Se o jardim era como diz a narrativa bíblica, um encanto para o homem, e nós aceitamos o fato sem qualquer dúvida, e se houver um recanto na face da terra onde se possam encontrar vestígios desse encanto, só temos de aceitar a região da alta Mesopotâmia”.

Rio – Características

Tigre/ Hidequel
Ao leste do contemporâneo Iraque; extensão de 1 900 quilômetros e largura não superior a duzentos metros.
Eufrates
Sua extensão alcança 2 760 quilômetros.
Pison
Leito desconhecido
Giom
Leito desconhecido
A questão levantada aqui diz respeito aos dois rios “perdidos”. Alguns estudiosos procuram aplicar o nome desses dois rios aos distantes Nilo e Indo. Contudo, somente com muito esforço poderíamos aceitar tais hipóteses.
Devemos procurar esclarecimentos no próprio livro de Gênesis. Uma leitura mais precisa do texto nos traz alguns esclarecimentos. Estamos acostumados a nos referir ao Dilúvio como “chuva intensa durante quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7.12). E isso é verdade! Mas, além disso, lemos nas Escrituras: “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7.11,12; grifo do autor).
Notemos que houve uma mudança continental. Romperam todas as fontes do grande abismo. Ou romperam todas as fontes do grande oceano. Maremotos, terremotos… Um verdadeiro cataclismo sobreveio à terra. Toda essa fúria provavelmente cooperou para que houvesse o soterramento de rios e a abertura de outros. Evidentemente, o autor, inspirado, tinha a compreensão da diferença topográfica de seus dias ao fazer sua declaração. Entretanto, ainda assim foi fiel à revelação do Espírito de Deus.
Podemos concluir que as seguintes mudanças ocorreram da seguinte forma: Primeiro, o rio principal que alimentava as cabeceiras foi provavelmente dividido em duas cabeceiras independentes. Segundo, provavelmente Pison e Giom tiveram as seguintes interferências: 1. Foram soterrados. 2. Tiveram seu curso fluvial reduzido e perderam seu leito original. 3. A arqueologia poderá ainda trazer mais luz ao assunto, corroborando com a primeira idéia.
Talvez poderíamos mencionar o apóstolo Paulo, que diz: “Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual” (1Co 15.46). Deus, em sua soberania e providência, não permitiu que o homem tivesse absoluta certeza da localização específica do Jardim, devido às tendências supersticiosas e idólatras. Fazendo isso, enfoca agora o espiritual. Cristo, o segundo Adão, vivificado no espírito (1Pe 3.18), chama toda a humanidade, por meio do evangelho, ao Caminho que um dia Adão e Eva abandonaram pela desobediência; à Verdade que um dia trocaram pela mentira; e à Vida em comunhão que perderam. Talvez nunca saberemos o lugar exato do Jardim do Éden, contudo, já temos em Cristo o deleite da paz com Deus (Rm 5.1).
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