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quinta-feira, 25 de abril de 2013


A fiel provisão de Deus

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Por  Hudson Taylor


Conhecendo Deus através das dificuldades

Nosso Deus, não raramente, permite que seu povo passe por dificuldades com o propósito de levá-los a conhecê-lo de uma forma que seria impossível sem aquela experiência. Em seguida, ele se lhes revela como “socorro bem presente na angústia” e traz verdadeira alegria aos corações a cada nova manifestação da fidelidade do Pai. Mesmo conseguindo enxergar uma parte tão pequena dos doces frutos da tribulação, já podemos sentir muitas vezes que não nos privaríamos deles por nada neste mundo. Quanto mais haveremos de bendizer e engrandecer seu Nome quando todas as coisas invisíveis e imperceptíveis forem trazidas à luz!

No outono de 1857, apenas um ano depois de me estabelecer em Ningpo, na China, um pequeno incidente ocorreu que contribuiu muito para fortalecer nossa fé na bondade e no atencioso e vigilante cuidado de Deus para conosco.

Um irmão em Cristo, o pastor John Quarterman, da Missão Presbiteriana do Norte, foi acometido por um caso virulento de varíola, e foi meu doloroso privilégio cuidar dele durante o sofrimento da sua doença até seu funesto final. Quando tudo acabou, era necessário que eu descartasse todas as roupas que havia usado durante o período de contato com o paciente, para evitar a transmissão da infecção a outros. Contudo, sem o dinheiro necessário para comprar outras no lugar daquelas, meu único recurso era a oração.

O Senhor me respondeu por meio da chegada de uma caixa, há muito extraviada, contendo roupas enviadas de Swatow (em outra região da China), no verão do ano anterior. A chegada desta encomenda naquele exato momento tanto foi apropriada como surpreendente, e causou uma doce percepção da provisão soberana do Pai.

Um Canal de Ajuda a Outros

Muitos parecem achar que sou muito pobre. Isto realmente é verdade, num sentido, mas dou graças a Deus porque sou “pobre, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo” (2 Co 6.10). E o meu Deus há de suprir cada uma das minhas necessidades, a ele seja toda a glória! Eu não estaria, mesmo se pudesse escolher, em situação diferente daquela em que estou – totalmente dependente do Senhor e usado como canal de ajuda a outros.

No sábado passado, chegou o correio normal da nossa terra natal. Naquele dia, como sempre, havíamos oferecido um café da manhã aos pobres e necessitados, que compareceram num total de setenta pessoas. Às vezes, este número não chega a 40, outras vezes, passa de 80. Oferecemos todos os dias, com exceção do dia do Senhor, pois então não conseguiríamos atender às pessoas e ainda cumprir todas as outras obrigações antes do culto.

Bem, naquele sábado de manhã, pagamos todas as nossas despesas e fizemos a compra para o dia seguinte, o que nos deixou sem um dólar no bolso, nem no meu, nem no bolso do meu companheiro, o Sr. Jones. Como o Senhor haveria de prover para a segunda-feira, não imaginávamos, mas acima da nossa lareira tínhamos pendurado dois pergaminhos escritos em chinês: Ebenézer: Até aqui nos ajudou o Senhor; e: Jeová-Jiré: o Senhor proverá. Assim, permanecemos firmes na confiança e Deus nos guardou de duvidar dele, por um instante sequer.

Naquele mesmo dia chegou uma carta, uma semana antes do que o tempo normal, com um valor de duzentos e quatorze dólares. Agradecemos a Deus e tomamos coragem. O cheque foi levado a um comerciante e, apesar de geralmente levar vários dias para se fazer o câmbio, desta vez ele disse:“Mande buscar na segunda”.

Apesar dele não ter tido condições ainda de comprar todo o valor do cheque, recebemos um crédito de setenta dólares na nossa conta e, assim, tudo deu certo. Como é maravilhoso viver assim, dependendo diretamente do Senhor, que nunca nos falhou!

Na segunda-feira, pudemos dar o café da manhã aos pobres, como era nosso costume, pois não lhes tínhamos avisado para não virem, estando confiantes que era obra do Senhor e que ele proveria. Não pudemos evitar que nossos olhos se enchessem de lágrimas de gratidão, quando vimos o Senhor suprir, não só as nossas necessidades, mas também aquelas da viúva, do órfão, do cego, do coxo, do abandonado e do destituído, através da abundância daquele que alimenta os corvos.

"Engrandecei o Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome... Oh! provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia. Temei o Senhor, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará" (Sl 34.3,8-10) – e se não é bom, por que o desejaríamos?

Outra Crise

Mas até duzentos dólares não duram para sempre e, lá pelo Ano Novo, os suprimentos estavam acabando outra vez. Finalmente, no dia 6 de janeiro, 1858, só uma moeda restou, a vigésima parte de um centavo, para mim e para o Sr. Jones juntos. Embora provados, olhamos mais uma vez para Deus, para que ele manifestasse seu gracioso cuidado. Encontramos suficiente provisão em casa para prover um magro café da manhã, depois do qual não tínhamos mais nada para o resto do dia e nem dinheiro para comprar alimento algum. Só podíamos recorrer àquele que podia suprir todas nossas necessidades através da petição: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.

Depois de oração e deliberação, pensamos que talvez devêssemos dispor de alguma coisa que possuíamos, a fim de suprir nossas necessidades mais imediatas. Porém, examinando tudo, achamos pouca coisa supérflua ou desnecessária e menos ainda aquilo que os chineses teriam probabilidade de adquirir prontamente. Teríamos direito a crédito, se assim quiséssemos nos valer dele, mas o achávamos contrário aos princípios da Palavra, como também incoerente com a posição em que estávamos.

Tínhamos, de fato, um item que os chineses poderiam ter comprado facilmente: um fogão de ferro. Entretanto, ficamos muito tristes diante da possibilidade de ficar sem ele.

Finalmente, decidimos oferecê-lo e saímos para falar com o fundidor. Depois de andar uma boa distância, chegamos ao rio, que pretendíamos atravessar por meio de uma ponte flutuante de barcos. O Senhor, porém, havia fechado nosso caminho. Na noite anterior, uma tempestade levou a ponte embora e o único jeito de atravessar, agora, era através de uma balsa, que custava duas moedas por pessoa. Como só tínhamos uma moeda, nosso caminho era claramente voltar e esperar a própria intervenção de Deus em nosso favor.

Ao chegar em casa, descobrimos que a Sra. Jones havia saído com as crianças para almoçar na casa de um amigo, um convite feito alguns dias antes. O Sr. Jones, embora convidado também, se recusou agora a ir e deixar-me em jejum sozinho. Então, fizemos mais uma busca cuidadosa em todos os armários; embora nada houvesse para comer, encontramos um pequeno pacote de chocolate em pó, que, dissolvido em água quente, ajudou a nos reavivar um pouco.

Em seguida, clamamos novamente a Deus na nossa angústia, e o Senhor ouviu e nos salvou de todas as nossas tribulações. Pois enquanto ainda estávamos de joelhos, uma carta chegou da Inglaterra contendo uma oferta.

Confiança Abundantemente Recompensada

Esta provisão oportuna não só supriu a necessidade urgente e imediata daquele dia, mas também nos deu confiança para ir em frente com o meu casamento, que estava marcado para duas semanas depois desta ocasião, na confiança segura de que o Deus a quem pertencíamos não nos deixaria envergonhados. E esta expectativa não foi desapontada, pois ainda que nossa fé fosse muitas vezes exercitada, por vezes severamente, nos anos posteriores, ele sempre se provou fiel às promessas e nunca permitiu que nos faltasse bem algum.

Nunca, talvez, existiu uma união que cumprisse mais plenamente a bendita verdade: “O que acha uma esposa acha o bem, e alcançou a benevolência do Senhor” (Pv 18.22). Minha querida esposa não foi apenas uma preciosa dádiva para mim; Deus a usou grandemente durante os doze significativos anos que lhe deu para servir numerosas pessoas neste país para onde nos enviou.

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Fonte: Jornal Arauto, ano 22, nº4
Quem foi Hudson Taylor: veja aqui!
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0Não ouse acrescentar nada!

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Por C. H. Spurgeon



A lei do Senhor é perfeita;  (Salmos 19.7) - A referência não é somente à lei de Moisés mas à doutrina de Deus, a todo o conjunto de instruções da Sagrada Escritura. A doutrina revelada por Deus é declarada perfeita, e observe-se que Davi tinha apenas uma pequena parte das Escrituras. Se um fragmento da porção mais obscura e histórica já é perfeito, o que dizer do volume inteiro? Muito mais do que perfeito é o livro que contém a demonstração mais evidente do amor divino, e nos abre a visão da graça redentora. O evangelho é um plano completo ou lei da salvação pela graça; ele apresenta ao pecador tudo o que este precisa para suprir suas terríveis necessidades. Na Palavra de Deus e no plano da graça não há redundâncias nem omissões; por que, então, pintar os lírios que já têm sua cor e dourar o ouro que já foi refinado? O evangelho é perfeito em todas as suas partes, e perfeito como um todo: é crime acrescentar, traição alterar e perfídia retirar algo dele.

E restaura a alma. Ela faz o homem retornar ou ser recuperado para o lugar de onde o pecado o expulsara. O efeito prático da Palavra de Deus é fazer o homem voltar-se para si mes¬mo, para Deus e para a santidade, e a volta ou conversão não é apenas exterior; a alma é tocada e renovada. O maior agente da conversão do pecador é a Palavra de Deus, e quanto mais próximos nos conservamos dela em nosso ministério, tanto maior a possibilidade de sucesso. E a palavra de Deus, e não a interpretação humana dela, que exerce poder sobre as almas. A lei e o evangelho agem diferentemente, mas o resultado é o mesmo, pois pela ação do Espírito de Deus a alma cede e suplica: "Converte-me, e serei convertido." Tente convencer a natureza corrupta do homem com filosofias e raciocínios; ele sorrirá dos seus esforços, mas a Palavra de Deus logo opera uma transformação.

O testemunho do Senhor é fiel. Deus dá testemunho contra o pecado e em favor da retidão; ele testifica a nossa queda e restauração; seu testemunho é claro, decidido e infalível, e deve ser aceito como correto. O testemunho de Deus em sua Palavra é tão exato que nele encontramos sólido conforto, tanto para o presente como para a eternidade, e nenhum golpe contra ele desferido, por mais violento e sutil que seja, poderá diminuir sua força. Que bênção saber que num mundo de incertezas temos algo tão seguro onde nos apoiar! Libertamo-nos, assim, das areias movediças da especulação humana para a terra firme da Revelação Divina.

E dá sabedoria aos símplices. Mentes humildes, puras e ensináveis recebem a Palavra e com ela a sabedoria para a salvação. Coisas ocultas aos sábios e prudentes são reveladas a criancinhas. Os que se deixam persuadir ficam sábios, mas os sofistas permanecem tolos. Como lei ou plano, a Palavra de Deus converte e, a seguir, como testemunha, instrui. Todavia, a conversão é insuficiente; precisamos dar continuidade sendo discípulos. E se temos sentido o poder da verdade, havemos de provar sua autenticidade através da experiência. A perfeição do evangelho converte, mas a certeza a respeito dele edifica; para sermos edificados, não podemos vacilar incrédulos diante da promessa, pois um evangelho de que duvidamos não poderia nos dar sabedoria. Somente uma verdade da qual podemos ter certeza pode nos servir de esteio.

Os preceitos do Senhor são retos. Os estatutos e os decretos divinos estão fundamentados na justiça e são compreensíveis para a razão humana. Como um médico prescreve o medicamente correto, e um conselheiro o parecer adequado, assim é a Palavra de Deus. E alegram o coração. Observemos o progresso: o convertido ganha primeiramente sabedoria, e a seguir felicidade; a verdade que torna reto o coração, também lhe concede alegria. A graça traz júbilo ao coração. A alegria que procede deste mundo reside nos lábios e excita as forças do corpo; os prazeres celestiais, porém, satisfazem a natureza interior e preenchem as faculdades mentais até transbordarem. Não há refresco mais agradável do que este, derramado do cântaro das Escrituras. "Para ser feliz, refugie-se e leia a Bíblia."

O mandamento do Senhor é puro. Não há enganos infiltrados que o contaminam, nenhuma nódoa de pecado o polui; ele é o leite não-adulterado, o vinho não-diluído. E ilumina os olhos, ou seja, limpa com sua própria pureza a obtusidade humana que interfere no discernimento intelectual: para os olhos obscurecidos por tristeza ou pecado, a Escritura é um oculista habilidoso que os torna claros e radiantes. Olhe para sol e ele lhe cegará os olhos; olhe para a luz maior da Revelação e ela os abrirá. A pureza da neve provoca uma cegueira no viajante dos Alpes, mas a pureza da verdade divina exerce o efeito contrário e cura a cegueira natural da alma. Convém novamente observarmos a gradação: o convertido tornou-se um discípulo e a seguir uma alma jubilosa; agora ele obtém olhos perspicazes e, como pessoa espiritual, discerne todas as coisas, embora ele mesmo não seja perscrutado pelos outros.

O temor do Senhor é límpido. A doutrina da verdade é aqui descrita pelo seu efeito espiritual, ou seja, a consagração interior ou temor ao Senhor; ela é límpida em si mesma e limpa do amor ao pecado o coração onde reina, santificando-o. O Sr. Temente a Deus não se satisfaz enquanto cada rua, estrada e viela, sim, cada casa e cada esquina da cidade de Alma-Humana não esteja varrida da sujeira diabólica que a infesta. E permanece para sempre. A imundície gera decadência, mas a limpeza é o grande inimigo da corrupção. O princípio puro da graça de Deus habitando no coração do homem é permanente e incorruptível; pode ser suprimido por algum tempo, mas não pode ser destruído. Tanto na Palavra como no coração, quando o Senhor escreve, ele repete as palavras de Pilatos: "O que escrevi, escrevi." Deus não faz rasuras, nem permitirá que outros façam. A vontade revelada de Deus é imutável, até mesmo Jesus veio não para destruir mas para cumprir, e até a lei cerimonial foi mudada somente na sua sombra, a substância que nela reside é eterna. Enquanto os governos das nações são abalados por revoluções e antigas constituições são rejeitadas, é confortador saber que o trono de Deus é Inabalável.

Os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. Conjunta e separadamente as palavras do Senhor são verdadeiras; aquela que é boa no detalhe é ótima no conjunto; não há nenhuma exceção para uma frase isolada nem para o livro como um todo. Os juízos de Deus, em conjunto ou em separado, são manifestamente justos, e não precisam de explanações trabalhosas para se justificarem. As decisões judiciais de Jeová, reveladas na lei ou ilustradas na história de sua providência, são a própria verdade e óbvias para toda mente sincera; não apenas seu poder é invencível: sua justiça é inquestionável.

São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado. A verdade bíblica enriquece a alma ao mais elevado grau: a metáfora vai ganhando força: ouro - ouro depurado - muito ouro depurado. Ela é boa, melhor, ótima, e merece ser desejada com voracidade maior que a de um faminto. Uma vez que o tesouro espiritual é mais nobre do que a mera riqueza material, ele deve ser desejado e procurado com um ardor cada vez maior. Fala-se sobre a solidez do ouro, mas o que é mais sólido do que uma verdade sólida? Por amor ao ouro as pessoas abrem mão do prazer, renunciam à tranqüilidade e põe a vida em perigo; não devemos estar prontos para fazer o mesmo por amor à verdade? E são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Segundo Trapp: "Aos mais velhos interessa o lucro, aos jovens o prazer; àqueles está reservado o ouro, sim, o ouro depurado em grande quantidade e a estes, o mel, sim, o mel puro que escorre dos favos." Os prazeres resultantes de uma compreensão correta dos testemunhos divinos são da mais preciosa ordem. As alegrias terrenas são totalmente desprezíveis se comparadas a eles. Os deleites mais doces, sim, o mais doce de todos são a parte de quem tem a verdade de Deus por herança.
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0Moisés escreveu o Pentateuco

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por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Não há no Pentateuco uma declaração objetiva de que Moisés tenha escrito o Pentateuco. Todavia, há testemunho suficiente, que apóia a sua autoria. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo Testamento em particular, e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologias tradicionais, conforme já foi observado.

A Teoria Documentária

A Teoria Documentária declara que Moisés nunca foi o autor do Pentateuco, mas que ele foi o resultado de séculos de tradição, em que escribas registraram e compilaram diferentes porções, de autores desconhecidos, e realizaram a formação de um texto final. Devemos considerar algumas implicações da Teoria Documentária em afirmar a formação final do Pentateuco num período pós-exílico (entre 500-400 a.C.), quando a religião de Israel já estava bem desenvolvida.

1. A Teoria Documentária não prova a não autoria de Moisés. Falando francamente, esta teoria nem sequer conseguiu provar a sua própria veracidade científica, para tirar de sobre si o estigma de “teoria” a que está vinculada durante todos esses séculos.

2. Mesmo entre os adeptos desta teoria não há concordância acerca da identificação e classificação dos textos e dos grupos documentais a que eles supostamente pertencem.

3. Aceitar a teoria JEDP anula a credibilidade do Pentateuco. Segundo a Teoria Documentária a história bíblica é forjada. O Dt foi inventado pelos profetas para reforçar a idéia da centralização. O uso do nome de Moisés no Pentateuco, era simplesmente para dar autoridade ao texto, mas ele nada tinha a ver com a composição histórica do mesmo. O documento P, composto para assegurar a aceitação do sistema sacerdotal por parte do povo, fora baseado em lendas e crendices folclóricas. Como observa Stanley A. Ellisen “rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto da Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um ‘mosaico’ de diferentes”.[1]

4. Retira todo o caráter normativo do Pentateuco.[2] Não teria qualquer valor para o povo da época, já que nada acrescentaria ao judaísmo. Se o Pentateuco fosse apenas um produto de uma religião tardiamente desenvolvida, e não o princípio regulador, não faria sentido chamá-lo de “a Lei”. Se ele não foi o princípio regulador para os primeiros leitores, não teria valor algum para os crentes de outras épocas, uma vez que os conceitos humanos mudam e o que não foi normativo para um povo, pode não ser para outro.

5. Invalida o esforço de composição. O relato do Pentateuco é rico em detalhes e informações. Possui informações das origens e desenvolvimento dos povos, em especial do povo de Israel. Os supostos autores teriam se dado a um imenso trabalho de imaginação para simplesmente manter uma ordem que já estava estabelecida.

6. Devemos considerar a ausência de evidências histórica, ou manuscritológicas, de que estes supostos documentos (JEDP) tenham circulado em algum período soltos uns dos outros.[3]

7. Considera o autor mal intencionado. A Teoria Documentária implica que um autor (ou autores), com um sentimento profundamente religioso e com o intuito de conduzir o povo diante de Deus, tenha se rebaixado a abandonar valores que quer ensinar e redigir uma mentira, colocando na boca de Deus, o que Ele não disse, inventando “estórias” e fazendo com que todos a considerassem como verdadeiras!

8. Impossibilidade do sobrenatural no AT. Conseqüentemente a intervenção divina é negada: revelação, inspiração, encarnação, milagres, etc.

9. Negação da revelação especial. A Bíblia torna-se meramente uma referência literária semítica. Um livro antigo como outro qualquer, deixando de ser a auto-revelação proposicional de Deus.

Alguns críticos liberais adeptos da Teoria Documentária questionam não somente a autoria de Moisés, mas inclusive até mesmo a sua historicidade. Acham inconcebível como tamanhos desastres puderam atingir um povo tão desenvolvido e organizado, como eram os egípcios, e ainda assim não existir nenhum registro desses fatos? Respondemos mencionando a contribuição do arqueólogo Alan Millard que declara “os faraós, e isso não é surpresa, não apresentam descrições das derrotas sofridas diante dos seus vassalos ou sucessores. Se os monumentos reais não podem ajudar, os distúrbios vividos pelo Egito com as pragas e a perda da mão-de-obra poderiam ter gerado mudanças administrativas. Como qualquer estado centralizado, o governo do Egito consumia grandes quantidades de papel (papiro), e boa parte da documentação era arquivada para consulta. Mas isso também não ajuda, pois, como já vimos, praticamente todos os documentos pereceram, e a probabilidade de recuperar algum que mencione Moisés ou as atividades dos israelitas no Egito é risível.”[4]

Moisés é reconhecido como o homem erudito na antigüidade bíblica. Nos dias de Moisés o Egito era a maior civilização do mundo, tanto em domínio, construções e conhecimento. Moisés teve a oportunidade de ter sido educado na corte real egípcia, recebendo a instrução de disciplinas acadêmicas que no Egito já eram tão desenvolvidas. Incluindo a arte da escrita, que há muito tempo era usada, de comum uso dos egípcios, inclusive entre os próprios escravos.

Como historiador, soube coletar as informações da rica tradição oral de seu povo. Mas além da tradição oral, Moisés dispôs, enquanto esteve no palácio real egípcio, do seu acervo literário. Era possuidor de um vasto e detalhado conhecimento geográfico. O clima, vegetação, a topografia, o deserto tanto do Egito como do Sinai, e os povos circunvizinhos lhe eram familiares.

O modo como o autor do Pentateuco descreve os eventos e lugares, indica que ele não era palestino. Alguns fatos contribuem para esta conclusão 1) conhecia lugares pelos nomes egípcios, 2)usa uma porcentagem maior de palavras egípcias do qualquer outra parte do AT, 3) as estações e tempo que se mencionam nas narrativas são geralmente egípcias e não palestinas, 4)a flora e a fauna descritas são egípcias, 5)os usos e costumes relatados que o autor conhecia e eram comuns em seus dias.[5]

Moisés como fundador da comunidade de Israel, também exerceu o papel de legislador, educador, juiz, mediador, profeta, libertador, sacerdote, pastor, historiador, entre outros. Possuía vários motivos, segundo as funções que exerceu, para prover ao seu povo alicerces morais concretos e religiosos, e era preciso registrar e distribuir a Lei entre o povo, de modo que ela fosse acessível a todos.

Como escritor teve tempo mais que suficiente. O Êxodo durou quarenta árduos e longos anos de peregrinação pelo deserto do Sinai. Apesar de sua ocupação ativista, este seria um tempo mais do suficiente para que pudesse escrever todo o Pentateuco, e ainda se necessário alfabetizar todo o povo.[6] Ele mesmo reivindicou escrever sob orientação de Deus (Êx 17:14; 34:27; Dt 31:9, 24). Nenhum outro autor da antiguidade foi assim identificado.

O Que se entende por autoria Mosaica? [7]

1. Não significa que Moisés tenha pessoalmente escrito originalmente cada palavra do Pentateuco. Certamente ele lançou mão da “tradição oral”;[8]

2. É possível que ele tenha empregado porções de documentos previamente existentes;

3. Talvez, tenha usado escribas ou amanuenses para escrever;

4. Moisés foi o autor fundamental ou real do Pentateuco;

5. Sob a orientação divina, talvez, tenha havido pequenas adições secundárias posteriores, ou mesmo revisões (Dt 34);

6. Substancial e essencialmente o Pentateuco é obra de Moisés. O Dr Wilson comenta “que o Pentateuco, conforme se encontra, é histórico e data do tempo de Moisés; e que Moisés foi seu autor real, ainda que talvez tenha sido revisado e editado por redatores posteriores, adições essas tão inspiradas e tão verazes como o restante, não existe dúvida.”[9];

7. Todo o Pentateuco possui unidade literária. Pequenas adições e mudanças no Pentateuco podem ser admitidas sem que se negue a unidade literária, e autoria mosaica da obra. Não há nenhuma evidência história ou manuscritológica que vários redatores tenham “costurado” os livros do Pentateuco. Não existe nenhuma evidência que em algum período da história, o Pentateuco tenha circulado como “pedaços” (fontes JEDP), e que algum redator, ou redatores, tenha compilado e dado sua formação final, como propõe a teoria documentária. Os rabinos judeus desconhecem tal coisa.

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Notas:
[1] Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida, 1996), p. 13
[2] O.T. Allis, The Five Books of Moses (New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1964), p. 10
[3] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of the Old Testament(Chicago, Moody Press, 1967), p. 50
[4] Alan Millard, Descobertas dos Tempos Bíblicos (São Paulo, Ed. Vida, 1999), p. 80
[5] G.L. Archer,Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, pp. 499-507
[6] Martinho Lutero, por exemplo, apesar de possuir uma vida tão atribulada pode escrever (e em alguns casos reescrever) uma verdadeira biblioteca. A obra completa da edição de Weimar possuí um acervo de 100 volumes.
[7] Edward J. Young, Introdução ao Antigo Testamento (São Paulo, Editora Vida Nova, 1963), p. 52
[8] O.T. Allis, The Five Books of Moses, pp. 12-14
[9] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of Old Testament, p.11

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0A Forma Bíblica de Governo Civil

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Por Gary DeMar


Uma breve análise da Bíblia e seus princípios mostrarão que ela tem diretrizes para todas as áreas da vida. Isso inclui o governo civil? Deus está preocupado com a estrutura e os princípios dos sistemas políticos, assim como está com as famílias? Ou, Deus deixou a área do sistema político para o homem desenvolver de acordo com as necessidades de uma era particular, para satisfazer os desejos de um povo particular? Ou, a Bíblia reivindica “neutralidade” em certas áreas da vida, deixando o homem criar suas próprias diretrizes?

Por exemplo, existe um sistema econômico cristão? Ou, o estudo da economia é um empreendimento neutro? A Bíblia estabelece diretrizes na área da ciência? Existem certas leis na criação que Deus estabeleceu para ordenar o universo? É possível desenvolver um sistema educacional a partir da Escritura? Os fatos educacionais têm algum significado se não estiverem relacionados com Deus e Sua Palavra? Pode alguém ser realmente “educado” se Cristo não está no centro de sua vida, dando significado a todos os fatos e experiências? Existem mandamentos que concernem às questões de negócios?

A Bíblia ensina claramente que Jesus é Senhor e que Seu senhorio se estende sobre todas as instituições da sociedade, incluindo a família, economia, ciência, educação, e para esse tudo, o governo civil. Não existe nenhuma esfera da sociedade onde o senhorio de Jesus Cristo possa ser ignorado. Quando os sistemas políticos governam, eles o fazem de acordo com um sistema de lei. Isso é inevitável. Não pode existir um sistema de lei neutro. “Deve ser reconhecido que em qualquer cultura, a fonte da lei é o deus dessa sociedade” (R. J. Rushdoony, Institutes of Biblical Law, p. 4). Se o homem é a fonte das leis da sociedade, então o homem é o deus dessa sociedade. Se a sociedade ignora os princípios governamentais que Deus estabelece em Sua Palavra, então esta sociedade está competindo com o Senhor de toda a criação. Mas a Escritura é clara: Deus não compete com a sua criação: “E reconhecerão que só tu, cujo nome é SENHOR, és o Altíssimo sobre toda a terra” (Sl. 83:18). Deus não compartilha Sua glória com nenhum homem, sociedade ou sistema político. “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8; 48:11).

Existem muitos que diriam que a Bíblia não tem nada a ver com a assim chamada esfera secular. A Bíblia é útil para questões espirituais, mas não para questões independentes de governo civil, lei, economia, política e ciência. Os tempos mudaram e a Bíblia é um livro antiquado. Assim dizem muitos em nossos dias. Mas o cristão tem o dever de seguir o único Rei verdadeiro e os mandamentos do Seu reino. Quando Seus mandamentos falam sobre governo civil, devemos obedecer. A. A. Hodge, o grande teólogo de Princeton do século XIX, disse o seguinte sobre o dever cristão de obedecer a Jesus Cristo em todas as áreas da vida, incluindo o governo civil:

Um cristão tem obrigação de obedecer a vontade de Deus no mais secular de seus negócios diários, tanto quanto em seu quarto [em oração], ou na mesa de comunhão. Ele não tem direito de separar sua vida em duas esferas, e reconhecer códigos morais diferentes em cada uma respectivamente – dizer que a Bíblia é uma boa regra para o Domingo, mas essa é uma questão do dia-a-dia semanal; ou que as Escrituras são a regra correta em questões de religião, mas essa é uma questão de negócios ou política. Deus reina sobre tudo, em todo lugar. Sua vontade é a lei suprema em todas as relações e ações. Sua Palavra inspirada, fielmente lida, nos informará de sua vontade em toda relação e ato da vida secular, bem como religiosa; e o homem é um traidor que recusa andar nisso com cuidado meticuloso. O reino de Deus inclui todos os lados da vida humana, e é um reino de justiça absoluta. Ou você será um súdito leal ou um traidor. Quando o Rei chegar, como te encontrará? (A. A. Hodge, Evangelical Theology, pp. 280-281).

Negar que existe um sistema bíblico de governo civil é dizer que Deus não tem nenhum padrão de retidão e justiça nessa área crucial. Se homens e nações podem selecionar o sistema de governo civil que desejam, o homem se torna supremo e Deus se torna subordinado aos desejos do homem. Como um sistema de governo civil poderia ser avaliado, se o sistema é arbitrário desde o princípio? Se um grupo de cidadãos desiludidos desejasse derrubar o primeiro governo arbitrário, que padrão de justiça os proibiria de fazê-lo? Se um sistema de governo criado pelo homem é legítimo, então se segue que todos os sistemas governamentais criados pelo homem também o são. Aqueles que têm os meios, o poder e a influência são os que dominam. Porque tudo da vida deve refletir o caráter de Deus, devemos esperar que o governo civil reflita o Seu caráter também. Dois sistemas de governo civil opostos não podem ser corretos. Somente a Bíblia pode ser o nosso guia em determinar o que é correto. As experiências da história e os desejos dos homens são de pouca conseqüência, se não têm o apoio ou não refletem o sistema de governo civil delineado na Escritura. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:19-20)


A principal praga do fundamentalismo teológico

Por Gutierres Fernandes Siqueira

Como cristão eu creio nos fundamentos do cristianismo histórico. Não posso negar a divindade de Cristo, a supremacia das Escrituras, a justificação pela fé, a doutrina do pecado, a vinda do Nosso Senhor etc. Mas, ainda assim, não me defino como fundamentalista. Sim, eu creio nos fundamentos, mas sem o espírito fundamentalista.

Neste blog há inúmeras críticas ao modernismo teológico contemporâneo disfarçado sob uma nova linguagem relativista e pós-moderna. Agora, como quero distância da teologia modernista não quer dizer que eu abrace o fundamentalismo. O motivo? Ora, a principal praga do fundamentalismo teológico é tornar primária questões secundárias.

Exemplo disso é a paixão com que os fundamentalistas defendem determinada tradução como superior e chegam ao ponto de chamar outras de heréticas. A tradução bíblica preferida é a Almeida Revista Fiel (ARF), que é de fato muito boa. Alguns sites fundamentalistas vivem a demonizar todas as demais traduções, especialmente a Almeida Revista Atualizada (ARA) e a Nova Versão Internacional (NVI). Ora, é possível defender uma tradução como melhor ou predileta sem demonizar outras. As traduções são complementares e nenhuma é perfeita. Eu, por exemplo, gosto bastante da NVI e da Tradução Brasileira (TB), mas nada tenho contra as demais traduções (ARC, ARA, BJ, ARF, A21, AC, etc.) ou paráfrases (NTLH, BV, A Mensagem). 
Quer outro exemplo? O criacionismo. Ora, se o cristão não professar o Criacionismo da Terra Jovem é tido como um liberal pelo fundamentalista clássico. Mesmo se creia no Design Inteligente, no Criacionismo da Terra Antiga ou, ainda pior, se defenda o Evolucionismo Teísta. Ora, o teólogo B. B. Warfield, que foi pastor da conservadoríssima Igreja Presbiteriana Ortodoxa, teria sido um “liberal” dos mais perigosos para esses sites fundamentalistas.
Os fundamentalistas interpretam tudo literalmente, pensam alguns. Na verdade, não. Alguns textos são interpretados simbolicamente. Mas será que tais textos devem ser assim interpretados? Ora, o fundamentalismo muitas vezes é igual ao exegeta modernista, pois sem explicar muito bem o critério sobre algum ponto diz que tal texto é literal e outro simbólico. Exemplo disso são alguns cessacionistas fundamentalistas que dizem ser os dons espirituais figuras dos dons naturais para o trabalho no Evangelho. Não parece a mesma forçação de barra de um modernista? A questão não é tanto branco versus preto. O cenário é mais cinza. Ora, isso em parte acontece porque muitas passagens bíblicas são interpretadas segunda a conveniências teológicas ou ideológicas, mas não textuais. 

Quando um modernista interpreta o dar a outra face como literal para defender o utópico pacifismo, logo esse sujeito lembra o fundamentalista que enxerga simbologia no mesmo texto para defender o militarismo. Qual dos dois grupos é mais fiel segundo uma exegese e hermenêutica séria? Ou será que tal dilema se resolveria com o clichê que a “verdade está no meio”? O modernista pacifista que interpreta a expressão de Jesus literalmente é o mesmo que interpreta simbolicamente os milagres do mesmo Jesus. Ora, o nosso desafio hermenêutico e exegético é ler como o autor quis dizer, ou seja, ler simbologia onde o autógrafo escreveu como simbologia e ler literalmente onde o autor escreveu relato factual. 
A fidelidade à Palavra de Deus não depende do fundamentalismo. O fundamentalismo é apenas uma lente que pode distorcer as Escrituras assim como um teólogo modernista. É evidente que numa escala o modernismo teológico é bem pior que o fundamentalismo. Mas, isso não isenta o fundamentalismo dos erros crassos.


Pastor-Consultor Doutrinário da CPAD contesta ordenação de pastoras


“Ordenação de mulheres ao ministério pastoral não tem respaldo bíblico”

(postagem comentada)



O pastor Antônio Gilberto é Consultor doutrinário da CPAD e em entrevista ao site Seara News fala sobre a ordenação de mulheres como pastoras, referindo-se e questionando estaprática nas extensões da Igreja Assembléia de Deus

A unção de mulheres como pastoras nas extensões da igreja Assembleia de Deus foi questionada pelo pastor Antônio Gilberto, um dos nomes mais respeitados do ministério Belém. Para ele não há base bíblica que justifique tal unção.

Ao comentar usando versículos bíblicos, o pastor chega a conclusão de que a Igreja é a culpada por estar fugindo da verdade da Bíblia. “É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres”, disse ele para o site Seara News.

Gilberto é consultor doutrinário da Casa Publicadora das Assembleias de Deus e membro da Casa de Letras Emílio Conde. Em seu currículotambém encontramos o mestrado em Teologia e graduação em Psicologia, Pedagogia e Letras.

Autor de diversos livros religiosos, o ex-cientista da NASA tem grande bagagem para comentar este e outros temas que foram abordados pelo site, mas sobre a ordenação de mulheres especificamente ele mostra seus estudos teológicos para divergir daqueles ministérios que aceitam não só pastoras como também diaconisas.

Em sua explicação, a ordenação de mulheres como diaconisas não é uma regra e que Paulo aceitou Febe, como está no livro de Romanos, por faltar homens habilitados. O pastor Antônio Gilberto também comenta que nos textos originais que falam sobre o serviço dos diáconos o gênero usado é o masculino.
“Em resumo, não tem base na Escritura, nem no Antigo, nem no Novo Testamento. Deus quer a mulher no ministério, quanto mais, melhor, para muitas tarefas. Mas ordenação para cuidar do rebanho Deus reservou para o homem”, encerra.

Confira a parte da entrevista em que o pastor Antônio Gilberto responde a questão da ordenação de mulheres para ministério pastoral e diaconato. No final do post confira a entrevista na integra com vários os temas da Bíblia abordado pelo pastor na entrevista ao site Seara News.

Seara News - Um assunto polêmico, cujo debate já dura por décadas, é o ministério pastoral feminino. Hoje algumas Assembleias de Deus já reconhecem a ordenação de mulheres. Existe respaldo bíblico-doutrinário para isso?
Pr. Antônio Gilberto  - Não, não e outra vez não! Não existe! Ordenação… Mulheres no Santo Ministério, tanto venham. Inclusive muitas vezes elas fazem o trabalho melhor do que os homens. Mas ordenar para o Santo Ministério, não tem base nas Escrituras. E como é que isso está acontecendo? É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres. O apóstolo Paulo que é um paradigma, não separou, nunca ordenou mulheres. Agora, mulheres trabalharem no Santo Ministério, tanto venham. Cantoras, professoras de escola dominical e etc. Mas irmão Gilberto, e diaconisa? Lá no livro de Romanos o apóstolo Paulo disse que aquela irmã era diaconisa na igreja de Cencréia. Onde está isso no original? Não existe! Sim, mas o comentário que eu li diz que era diaconisa. Conversa! No grego está na forma masculina, ou seja, Paulo deixou aquela mulher ali provisoriamente, ou então o trabalho era novinho e não tinha homem nenhum para exercer o diaconato, ele disse vem cá “fulana” (Febe), faz o trabalho aqui, a obra de Deus não pode parar por causa de problema humano. Está no masculino.
Uma vez um pastor presidente de uma grande e renomada convenção, nós estávamos juntos em Goiânia ministrando, e ele no hotel conversando comigo, disse: “estou agora na presidência, vou incentivar, irmão Gilberto, o diaconato das mulheres que está praticamente parado. O que o irmão diz?”
- Eu prefiro primeiro que o senhor que é o chefe, me dê alguma coisa.
Ele disse: “eu me baseio lá em Rm 16, Febe, aquela irmã que era um tesouro na igreja de Cencréia(inclusive quando os irmãos forem a Grécia visitem as ruínas de Cencréia. Eu fui lá visitar, só tem ruínas, e eu fiquei pensando onde é que ficaria aqui a casa dela, porque tudo indica que era uma mulher de muito dinheiro. Paulo disse: “ela me hospedou muitas vezes, e hospedou a muitos”), que era diaconisa, a Bíblia em português diz: que serve ao Senhor na igreja de Cencréia, outra versão que eu tenho diz que ela servia como diaconisa”. Eu me calei, e ele disse: “uma segunda passagem, irmão Gilberto, que eu tenho em mente é lá em Timóteo quando a Bíblia diz: e as mulheres…”
Eu disse: Pastor, a passagem de Romanos no original está no masculino, pode pegar qualquer manuscrito bíblico. Ou seja, ou o trabalho era novinho e não tinha homens habilitados, e o apóstolo Paulo um homem cheio do Espírito Santo, a obra de Deus não ia parar por causa de problema humano. Vem cá, Febe, exerce aqui enquanto não se prepara um homem, ou então não sei a razão, a Bíblia não explica, mas está no masculino.
“E lá em Timóteo?”
Pode pegar o termo original que a oração no grego pára, e quando diz as mulheres, são as esposas dos obreiros. Ele parou, e parou até hoje.
Voltando a pergunta, o que o irmão diz disso? É anti-bíblico. E o que fazer? Quem estiver fazendo vai prestar conta a Deus. Mas infelizmente não é só ordenação de mulheres, é muita coisa que a igreja decide por ela. Eu podia fazer menção aqui, não vou, não há necessidade. Para ninguém pensar que é só esse fato: São várias coisas que a igreja faz sem ter… Por exemplo, há igrejas que só separam (consagram) obreiros para o diaconato se forem casados, não estou criticando a igreja local, há igreja que só separa (consagra) casados, porque o escândalo está sendo grande de obreiros solteiros. Enfim, a igreja que tomou a decisão, não é a Bíblia.

Batismo em águas: tem igreja que a pessoa se entregou pra Jesus, foi perdoada ali mesmo, foi convertida, batiza na água. Tem igreja que diz: “Não, aqui pra ser batizado tem que fazer um cursinho”. Lá na minha igreja, por exemplo, tem um cursinho de três meses, onde está isso na Bíblia? Lugar nenhum. É a igreja que decide!

Realização de matrimônio, esse caso é mais um, só que este é grave.
Então, em resumo, não tem base na Escritura, nem no Antigo, nem no Novo Testamento. Deus quer a mulher no ministério, quanto mais, melhor, para muita tarefa. Mas ordenação para cuidar do rebanho Deus reservou para o homem. De modo que esse negócio está dando problema. E os que estão na Assembleia de Deus? Vão prestar conta a Deus! Vamos brigar com eles? Deixa pra lá, vão prestar conta a Deus! Esse é que é o problema, a Bíblia diz cada um de nós. Eu vou dar conta e os irmãos vão dar conta também. Se o Tribunal de Cristo fosse coletivo…, mas a Bíblia diz cada um. Então nós temos que pensar nisso.
Veja entrevista completa no Seara News
Confira estudo feito pelo site O Bereano publicado em 20/03/12 aqui
(inforgospel.com.br – Seara News – GospelPrime - odiario)





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Mulheres no cargo pastoral?

Em Gênesis vemos Deus punindo Eva pela queda espiritual, colocando-a no terceiro escalão da autoridade natural. Essa ordenança subordinou a mulher à obediência a Deus e ao marido. 

Cristo veio respeitando a milenar ordem divina. Por isso, Ele -Jesus- ordenou doze homens para o ministério do apostolado e nenhuma mulher. Vemos que Ele absteve-se de ordenar um mulher em respeito e obediência à ordenação divina dada em Gênesis: