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sábado, 5 de agosto de 2017

   

Qual a origem da raça negra? Deus teria criado o homem de qual cor?
Postado por Biblia e a Ciência às 20:21
A discussão da origem da raça negra, corre por séculos com muitas teorias ou hipóteses diferentes. E não se encontra com facilidade material para pesquisa, que tenha profundidade e coerência, sem tomar partido racista. Vamos apresentar aqui, o que encontramos e que julgamos ter muita coerência e precisão.
Antes de responder Biblicamente como surgiu, vamos conhecer algumas poucas das muitas teorias que correm por aí, que são erradas, sobre a origem da raça negra, e também o nosso parecer:
1ª Teoria - A raça negra se originou num local que possuía um clima especial ou alimentação diferente. ERRADO. Esta é uma tese evolucionista, que não tem fundamento bíblico, e nem científico, pois hoje notamos que pessoas de cor branca ou negra, vivem perfeitamente em lugares quentes ou frios, sem mudar a cor fundamental de sua pele. Nem os japoneses que formam suas colônias no Brasil, deixam de ter suas características de sua raça. Perde-se as características quando se cruzam as raças, mas não quando se muda de um lugar frio para um lugar quente, ou vice-versa. Nem a alimentação tem a ver com esta variação da cor da pele. Pode haver doenças causadas pela deficiência alimentar, pode haver manchas, e levar até a morte, mas não alterar a cor fundamental da pele, passando ainda isto para outras gerações.
Portanto, a raça negra, não tem origem por causas climáticas ou de nutrição.
2ª Teoria - A raça negra surgiu com Caim, como um sinal de Deus. ERRADO. Não têm nenhuma confirmação bíblica. O sinal que Deus deu para Caim, também para Jonas, que após passar pelo ventre da Baleia, pregou em Nínive e as pessoas notavam um sinal que ele possuía, ou qualquer outra aplicação que caracterize castigo ou sinal especial, é mera especulação, e não tem nenhum fundamento Bíblico. Não é nestes contextos que encontramos alguma prova.
3ª Teoria - A raça negra surgiu após a torre de Babel, quando todos se espalharam, cada um para um canto, e formaram cada povo do mesmo idioma, seu clã, e assim formaram suas características. ERRADO. A torre de Babel é a origem dos idiomas e línguas diferentes, mas não tem nada haver com a cor da pele. Se formaram povos e sociedades diferentes caracterizados pelo idioma de cada um, mas como já vimos na primeira hipótese, o clima ou o ambiente, não tem nada haver com a cor da pele.
Assim poderíamos enumerar outras tantas teorias e hipóteses que correm por aí, mas vamos agora tentar achar na Bíblia a origem das raças diferentes. Estas colocações que faço a seguir, são fundamentadas em uma tese de Mestrado, de um amigo, o Pr. Natanael Morais, que abordou exatamente este tema da origem das raças, que se formou com a nota máxima, e agora está concluindo o Doutorado. Vejamos então:
Em Gênesis capítulo 10, encontramos os descendentes de Noé, que iniciaram o povoamento da Terra. Sem, Cão e Jafé. Há consenso entre os eruditos, que estes três deram origens aos seguintes povos:
Sem - Origem aos Árabes e Israelitas - Morenos;
Cão - Que logo depois gerou a Cuse ou Cuxe, deu origem a raças coloridas, amarelas e escuras, os povos da África, Egito, Etiópia. Um texto Bíblico que os eruditos afirmam concordar com esta idéia está em Jeremias 13:23, onde diz "Pode o etíope mudar a sua pele?,..."
Jafé - Origem aos brancos, Europeus.
Em Gênesis 10:6, lemos que os filhos de Cão são Cuse, Mizraim, Pute e Canaã.
De Cuse vem a cor negra, de Mizraim os egípcios, de Pute os líbios. A esposa de Moisés, Zípora, era cusita. No verso 17 de Gênesis, capítulo 10, um dos descendentes de Cão, é o sineu, que os eruditos em consenso, propõem ser a origem dos chineses. Documentos arqueológicos encontrados no Egito, confirmam estas origens, apresentando os jafeitas que tinham a pele de cor branca, cabelos lisos, e olhos azuis.
Relembrando rapidamente, de Sem vieram os morenos, de Cuse o Cuxe vieram os de cor negra, e de Jafé vieram os mais claros.
A explicação para a origem desta variedade de cores, que ainda ao cruzar as raças formam outras tantas cores e tipos diferentes, é a carga genética. Deus não criou tudo uniforme. As montanhas não deixam que o visual seja tudo plano. A variedade de cores das plantas fazem a beleza dos jardins, a própria cor verde das plantas, quantos tons e variedades trazem uma beleza sem igual. Assim também com a raça humana, Adão e Eva, criados por Deus, do barro, tinham uma cor rosada, rubra, pois vieram da argila, mas Deus carregou sua carga genética, para que ao se proliferarem gerações, variedades fossem surgindo para haver mais beleza e não uma uniformidade única.
Concluímos assim, que a variedade de cor da pele, de raças, é também plano de Deus. Não tendo nenhum privilégios ou castigos, mas todas tem origem no próprio plano de Deus, na carga genética do homem, que ao longo dos séculos, tem dado um colorido diferente e agradável a população humana. Somos todos irmãos, filhos de Adão e Eva, e todos criados a Imagem de Deus, com um colorido de variedade especial.

Desejo a todos parentes, amigos e seus familiares um excelente SHAVUA TOV com muita paz, saúde, amor, luz, bênção, pra nossa, harmonia, muitas alegrias, sustento, felicidades e otima semana


De frente para a casa grande e de costa para a Senzalas...




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Os 500 anos do desafio de Lutero ao Vaticano

por Peter Stanford — publicado 27/05/2017 00h30, última modificação 25/05/2017 23h04
Publicadas meio milênio atrás, as 95 teses do líder da Reforma Protestante ainda se mostram atuais

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A “festa conjunta para Jesus Cristo”, organizada pela Federação Luterana Mundial e pelo Vaticano, é um ato notável de união depois de meio milênio de inimizade e derramamento de sangue. Ela estava em preparativos na Páscoa em toda a Europa continental, mas a festa não aconteceu. De modo geral, as comemorações neste ano do 500º aniversário da publicação, por Martinho Lutero, de suas 95 teses – o texto-chave em seu ataque ao abuso do poder e das Escrituras pelo papa – deverão passar despercebidas. O que é muito injusto com Lutero.

Quando o novo protestantismo – palavra inventada pelos inimigos de Lutero na Dieta de Speyer em 1529 – chegou à Inglaterra, depois que Henrique VIII isolou Roma, talvez não fosse especificamente luterano, mas não teria existido se não fosse por Lutero, ao afirmar que era possível adorar a Deus seguindo as Escrituras e não o papa. O rei explorou a brecha que Lutero havia criado nas defesas de Roma para lançar uma igreja nacional, embora, de início, ajudado e incentivado por Thomas More, tenha atirado farpas contra “essa serpente venenosa” que desafiava o domínio da Igreja Católica na Europa.

Vivemos hoje em um tempo secular, cético, científico, quando a religião é habitualmente considerada irrelevante. Por isso, Lutero tende a ser desprezado como austero, distante e bidimensional, mais adequado às páginas empoeiradas dos livros de história do que ao século XXI. Tanto que ele é muitas vezes confundido com Martin Luther King, cuja importância é compreendida muito mais facilmente.

Como um dos formadores da Europa contemporânea, porém, e um populista que ganhou proeminência em uma onda de descontentamento com o establishment entre os que se sentiam isolados e esquecidos (parece familiar?), sua história nunca teve uma ressonância mais imediata.

Em sua Alemanha natal, pelo menos, ainda se aprecia isso. Cerca de 30% da população continua luterana, incluindo a chanceler Angela Merkel, que é filha de um pastor luterano. Recentemente, um modelo de Playmobil do frade agostiniano segurando a sua pena e a Bíblia, tornou-se o brinquedo de vendagem mais rápida que seu fabricante já colocou no mercado local, com 34 mil vendidos nas primeiras 72 horas de comercialização.

Um caso de celebração de um herói local? Faz parte, mas é pouco. A relevância contemporânea de Lutero para todos nós está em compreender como e por que um monge obscuro de uma universidade do interior, a anos-luz dos corredores do poder na Roma renascentista, orquestrou uma revolução tão intensa que pôs de joelhos o catolicismo até então todo-poderoso.

Certamente, não foi por causa da originalidade de seus argumentos teológicos. Nenhum deles era novo. Tudo tinha sido aventado antes, alguns por santos, muitos pelos chamados de heréticos por Roma por sua inconveniência, que tiveram suas vidas extintas em fogueiras nas praças de maneira tão fortuita quanto as velas em seus altares dourados.

O que Lutero fez nas 95 teses – que, incidentalmente, foram enviadas ao arcebispo local, e não pregadas a uma porta, um exagero imaginoso proposto por seus seguidores após sua morte – foi aproveitar uma profunda veia de alienação entre os pobres em uma Alemanha fragmentada. Eles estavam decepcionados não só com os excessos e a corrupção do papa e de sua Igreja, mas também com seus governantes no quebra-cabeça de Estados que formavam seu país.

Lutero tocou um acorde em uma congregação que se sentia explorada e ignorada: de um lado, forçada a pagar por basílicas luxuosas em Roma, pela venda de peças inúteis de pergaminho conhecidas como indulgências, que “garantiam” um lugar no céu aos entes queridos (ou a si próprios), e, de outro, no mundo secular, ao ver os velhos meios de que dependia sua subsistência derrubados pela ascensão de uma economia monetária.

As 95 teses – e grande parte do que Lutero disse posteriormente em público conforme sua mensagem se espalhava pelo continente, até sua excomunhão em 1521 – foram obra de um revolucionário clássico, que, nos termos atuais, queria secar o “pântano do Vaticano”.

Fluente na língua das ruas, o inegavelmente carismático Lutero escreveu a maioria de seus textos mais conhecidos e inflamatórios não no latim da Igreja, mas em alemão, chegando a produzir, em 1522, a primeira tradução do Novo Testamento em alemão coloquial e, em 1534, uma tradução de toda a Bíblia.

Os que se sentavam nos bancos não precisavam mais confiar na palavra dos padres e bispos, em vez da palavra de Deus. Ele percebeu a força de apelar acima dos “especialistas” muito antes de Michael Gove descobrir isso no movimento pelo Brexit.

Ao trabalhar com os donos de novíssimas imprensas, Lutero foi um dos primeiros a identificar o potencial do que era a rede social de sua época como um meio alternativo de disseminar seu novo Evangelho anti-establishment. Panfletos de versões editadas de seus textos se espalharam como marolas pela Alemanha, depois a Europa, Roma e até a Inglaterra. Em uma era de analfabetismo generalizado, ele garantiu o envolvimento dos que não sabiam ler incluindo ilustrações, usando xilogravuras cruas, muitas vezes satíricas, do ateliê de seu amigo e colega de Wittenberg Lucas Cranach, o Velho.

Assim, quando ele se postou diante do sacro imperador romano-germânico e dos príncipes e prelados da Alemanha na Dieta de Worms, em 1521, defendendo seus textos sob risco de morte, Lutero tinha multidões nas ruas movidas em sua defesa, instigadas por panfletos e cartazes que enchiam a cidade.

Por mais que quisesse se livrar daquele “monge insignificante”, como o rotulou o papa Alexandre VI, a sociedade estabelecida não podia entregá-lo a seu destino por medo de incendiar uma revolta. Assim, ao contrário de possíveis reformistas anteriores, Lutero viveu para pôr em prática suas teorias.

Todos os que atraem o apoio popular, entretanto, inevitavelmente o perdem um dia. Para Lutero, esse momento foi em 1525, quando a insatisfação que havia muito fermentava entre os pobres da Alemanha ferveu na Guerra dos Camponeses. Lutero foi obrigado a escolher um lado e apostou sua sorte com os príncipes que haviam abraçado seu protestantismo (e alguns que não o haviam).

Não foi uma questão de autopreservação. Sua doutrina dos “dois reinos” – deixar ao Estado as questões terrenas e à Igreja as buscas espirituais, que eram o sangue vital de Lutero – era sinceramente postulada, mas sua aplicação foi considerada uma cruel traição por muitos entre os rebeldes que tinham depositado suas esperanças nele como salvador.

As consequências da rebelião de Lutero, entretanto, não se limitaram a um período particular, à Alemanha ou mesmo a uma religião organizada. Sua mensagem essencial era que, no fim da vida, cada fiel se postava nu diante de Deus para aguardar o julgamento eterno, tendo somente a Bíblia e a fé a protegê-lo. As “boas obras” que o catolicismo encorajava – ganhar pontos por ir à missa, fazer peregrinações, rezar para relíquias e contribuir para os cofres da Igreja – eram irrelevantes na salvação.

Ele estava assim desafiando toda a maneira medieval de fazer as coisas e o resultado foi notavelmente moderno. Pois Lutero defendia a consciência informada pela leitura das Escrituras, mais que os ditames das regras da Igreja. Leia a Escritura e tome a sua decisão. Isso, por sua vez, abriu a porta nos séculos XVII e XVIII às ideias iluministas de liberdade humana, livre expressão e até de direitos humanos, as quais moldam a Europa atual. Nossa capacidade de ler a palavra de Deus e rejeitá-la vem de Lutero – um resultado que ele não poderia ter previsto e que certamente o teria horrorizado.

Se isso soa abstrato demais, entretanto, há um último aspecto de Martinho Lutero que lhe dá uma relevância e um apelo tridimensionais. Quanto à coragem pura e altruísta, é impossível superá-lo. Ele pode ser lembrado como um frade rechonchudo da história, mas durante mil anos, antes do surgimento de Lutero, a Igreja Católica tinha sido uma das maiores potências da Terra, tão poderosa que definiu o calendário que o mundo usa até hoje, tomando como seu eixo o nascimento de Jesus Cristo.

Ele teve a coragem de enfrentar uma Igreja monolítica, na plena expectativa de que lhe custaria a vida, mas o fez assim mesmo, enfrentando o poderio da primeira religião realmente universal, em pessoa e muitas vezes sozinho, com uma paixão, intensidade e energia extraordinárias. O mais notável de tudo é que Lutero não apenas sobreviveu, como também triunfou, e somos todos melhores por causa dele.

registrado em: Lutero protestantismo Política revolução Religião

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Gravura da época registrou os horrores da 'Noite de São Bartolomeu'
Na Noite de São Bartolomeu de 1572, os católicos massacraram os huguenotes na França. Somente em Paris, três mil protestantes foram exterminados nessa noite. A violência estava espalhada por todo o país, o número de huguenotes mortos foi de dezenas de milhares.
Poucos dias antes, era calmo o ambiente na capital. Celebrara-se um matrimônio real, que deveria encerrar um terrível decênio de lutas religiosas entre católicos e huguenotes. Os noivos eram Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes, e Margarida Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique 2º e de Catarina de Médici.
Margarida era irmã do rei Carlos 9º. Alguns milhares de huguenotes de todo o país – a nata da nobreza francesa – foram convidados a participar das festas de casamento em Paris. Uma armadilha sangrenta, como se constataria mais tarde.
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A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. E agora, um casamento deveria fazer com que tudo fosse esquecido?
O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar na Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta, se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política.
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Os Guise – a linhagem predominante na França – observavam com profunda desconfiança a cerimônia ao lado da Notre Dame. O casamento foi realizado por determinação da poderosa rainha-mãe Catarina de Médici – uma mulher fria, detentora de um marcante instinto de poder.
Poucos dias depois da cerimônia, almirante Coligny sofreu um atentado em rua aberta. O líder huguenote teve apenas ferimentos leves. Ainda assim, os huguenotes pressentiram uma conspiração. Estava em perigo a trégua frágil, lograda através do casamento. Por trás do atentado, estavam os Guise e Catarina de Médici.
O casamento era parte de um plano preparado a longo prazo. Carlos, o rei com olhar de louco, ficou furioso ao saber do atentado a Coligny, que era seu conselheiro e confidente. Os católicos espalharam então o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vingar-se do atentado.
Começa o plano diabólico
O rei Carlos foi pressionado por sua mãe, Catarina. Carlos vacilou, ficou inseguro. Mas cedeu, finalmente, e ordenou a execução de Coligny. E exigiu, de repente, um trabalho completo: não deveria sobrar nenhum huguenote que pudesse acusá-lo posteriormente do crime.
Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na noite de São Bartolomeu. Com ele, milhares de pessoas que professavam a mesma fé.
Henrique de Navarra sobreviveu à noite de São Bartolomeu nos aposentos do rei, que tinha dado a ordem para o massacre. Henrique teve de renegar a sua fé e foi encarcerado no Louvre. Quatro anos mais tarde, ele conseguiu fugir. Retornou ao seu reino na Espanha e, anos depois, subiu ao trono francês.
Henrique, que permaneceu católico, mas irmão espiritual dos huguenotes, concedeu-lhes a igualdade de direitos políticos através do Édito da Tolerância de Nantes. Uma compensação tardia para os huguenotes. Henrique defendia a coesão do país: "A França não se dividirá em dois países, um huguenote e outro católico. Se não forem suficientes a razão e a Justiça, o rei jogará na balança o peso da sua autoridade."
Autoria Oliver Ramme (am)
Assuntos relacionados Salafismo, Reforma Protestante, Criacionismo, Massacre em Orlando, Leonardo Boff , Corpus Christi
Palavras-chave Noite de São Bartolomeu, 23/08/1572, huguenotes, católicos, religião, Henrique, Margarida, Catarina de Médici, Carlos IX, massacre
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Culto missionário venha conosco e participe trazendo mais um se gostar fique com a gente.Ass.de Deus Min. do Belém Embu guaçu setor 46 SP.



O massacre de São Bartolomeu


Hoje falaremos de mais um triste episódio da história da humanidade, onde novamente a religião esteve envolvida em atos abomináveis. Falaremos de um evento conhecido como "O massacre de São Bartolomeu", ou "O massacre da noite de São Bartolomeu" ou ainda "Noite de São Bartolomeu". Esse foi um episódio sangrento na repressão aos protestantes na França pelos reis franceses, que eram católicos.

Na Noite de São Bartolomeu de 1572, os católicos massacraram os protestantes chamados huguenotes na França. Somente em Paris, cerca de três mil protestantes foram exterminados nessa noite (algumas fontes históricas ligadas a grupos católicos afirmam houveram cerca de 2 mil vítimas, enquanto historiadores protestantes chegam a afirmar que as mortes cegaram ao exorbitante número de 70 mil, em toda a França). Os atos de selvageria começaram em Paris, mas logo se espalhou por todo o país, resultando na morte de um número absurdo de huguenotes.

A matança foi iniciada no dia 24 de agosto de 1572, dia de São Bartolomeu, e se estendeu ao longo até meados do mês de outubro.


Poucos dias antes, era calmo o ambiente na capital. Celebrara-se um matrimônio real, que deveria encerrar um terrível decênio de lutas religiosas entre católicos e huguenotes. Os noivos eram Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes, e Margarida Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique 2º e de Catarina de Médici.

Margarida Valois
Henrique de Navarra
Margarida era irmã do rei Carlos IX. Alguns milhares de huguenotes de todo o país – a nata da nobreza francesa – foram convidados a participar das festas de casamento em Paris. Uma armadilha sangrenta, como se constataria mais tarde.

Casamento sobre o Sena

A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. E agora, um casamento deveria fazer com que tudo fosse esquecido, ou ao menos o casamento serviria como uma tentativa de apaziguar o conflito.

O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar na Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta, se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política.

No século 16, o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E ela estava inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma do clero significaria, ao mesmo tempo, o tolhimento do poder dos príncipes. Assim, a nobreza – tendo à frente os Guise – buscava a preservação do status.

Casamento forçado seguido de atentado

Os Guise – a linhagem predominante na França – observavam com profunda desconfiança a cerimônia ao lado da Notre Dame. O casamento foi realizado por determinação da poderosa rainha-mãe Catarina de Médici – uma mulher fria, detentora de um marcante instinto de poder.

Poucos dias depois da cerimônia, o almirante Coligny sofreu um atentado em rua aberta. O líder huguenote teve apenas ferimentos leves. Ainda assim, os huguenotes pressentiram uma conspiração. Estava em perigo a trégua frágil, lograda através do casamento. Por trás do atentado, estavam os Guise e Catarina de Médici.

Gaspard de Coligny
O casamento era parte de um plano preparado a longo prazo. Carlos, o rei com olhar de louco, ficou furioso ao saber do atentado a Coligny, que era seu conselheiro e confidente. Os católicos espalharam então o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vingar-se do atentado, que teria sido forjado pelos protestantes para servir de desculpa para o reinicio das disputas.

Carlos IX

Começa o plano diabólico

O rei Carlos foi pressionado, ou manipulado, por sua mãe, Catarina e contra sua vontade ordenou a execução de Coligny. Na verdade Carlos, que na época tinha 22 anos, era apenas um fantoche, na verdade quem governava a França era sua mãe.

Catarina de Médici
Sabendo que os protestantes não iriam aceitar a morte de Coligny, a coroa francesa exigiu um trabalho completo: não deveria sobrar nenhum huguenote que pudesse acusá-lo posteriormente do crime.

Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na noite de São Bartolomeu, sua cabeça decepada e  teria sido enviada ao Papa Gregório XIII.

Assim como Coligny, milhares de pessoas que professavam a mesma fé acabaram mortos nas semanas seguintes. Até Outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em doze cidades francesas, sendo que as principais foram: Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Ruão, e Orleães.

Relatos da quantidade de cadáveres arremessados nos rios afirmam uma visível contaminação, de modo que ninguém comia peixe, pelas condições insalubres do local.

Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses, outros ataques ocorreriam. Embora não o único, "foi o pior dos massacres religiosos do século". Por toda a Europa, "imprimiu nas mentes protestantes a indelével convicção que o catolicismo era uma religião sanguinária e traiçoeira."

Massacre de São Bartolomeu, de François Dubois
Henrique de Navarra sobreviveu à noite de São Bartolomeu nos aposentos do rei, que tinha dado a ordem para o massacre. Henrique teve de renegar a sua fé e foi encarcerado no Louvre. Quatro anos mais tarde, ele conseguiu fugir. Retornou ao seu reino na Espanha e, anos depois, em  1594, subiu ao trono francês.

Henrique, agora católico, permaneceu irmão espiritual dos huguenotes, concedeu-lhes a igualdade de direitos políticos através do Édito da Tolerância de Nantes. Uma compensação tardia para os huguenotes. Henrique defendia a coesão do país: "A França não se dividirá em dois países, um huguenote e outro católico. Se não forem suficientes a razão e a Justiça, o rei jogará na balança o peso da sua autoridade."

Fontes: Wikipédia e DW Notícias

A SEMENTE DO EVANGELHO NO BRASIL FOI REGADA COM SANGUE FRANCES
Há 460 anos atrás, no dia 7 de março de 1557, chegaram ao Brasil os primeiros missionários protestantes. Eram eles huguenotes franceses enviados por João Calvino à « França Antártica ». Esta antiga colônia francesa (155-1567) situava-se na baía de Guanabara, RJ - cidade onde nasci.
O grupo missionário era dirigido pelos reverendos Pierre Richier e Guillaume Chartier. No dia 10 de março eles celebraram o primeiro culto protestante das Américas e no dia 21 a primeira Ceia do Senhor foi realizada.
Um pouco depois (1558) a história destes homens encontraria ainda mais afinidade com a dos fundadores do cristianismo – Jesus e seus apóstolos. Os pioneiros do evangelho no Brasil também sofreram perseguição e martírio. Eles assinaram sua sentença de morte ao redigirem a Confissão de Fé da Guanabara (a primeira confissão protestante da América) diante das autoridades católicas. Em consequência eles foram enforcados e lançados do alto das colinas.
A supressão católica não prevaleceu contra o evangelho - segundo Tertuliano, « o sangue dos mártires é a semente da igreja ». Hoje, o protestantismo no Brasil atinge 25% da população, cerca de 50.1 milhões. Na condição de missionário brasileiro na França, sinto uma enorme gratidão a Deus e sou motivado a retribuir de alguma maneira o alto preço pago por estes irmãos em minha terra natal.
Sempre que cruzo a « Place de la Concorde », me lembro do massacre de São Bartolomeu. Uma quantidade muito maior de huguenotes foram mortos ali em 1572. Seus remanescentes partiram forçosamente de sua pátria espalhando ainda mais o evangelho pelo globo. Contudo, a presença protestante na França permanece inferior aos 2% da população.
Massacre de São Bartolomeu
Felizmente, as sementes regadas pelo sangue huguenote certamente já prosperaram no Brasil. Porém, em sua nação, o sangue destes mártires ainda « clama da terra a Deus » (Gn.4 :10). Oro e anseio por testemunhar o desabrochar do evangelho na própria terra destes irmãos.
Oração :
- Que a memória da origem do evangelho no Brasil mova sua Igreja à ser mais comprometida com as missões sem que uma perseguição seja necessária para tal.
- Que os poucos cristãos em território francês tenham ainda mais integridade espiritual e fibra missionária para testemunhar em tempos de paz, do que a que estes irmãos tiveram em tempos de perseguição.
- Que Deus produza um avivamento de salvação sobre o povo francês.
Postado há 8th March por David Romer