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quarta-feira, 30 de março de 2011

Entendendo o enxerto da igreja gentílica na “oliveira” que é Israel (Romanos 11)
Escrito por Marcelo M. Guimarães   

Há crentes que ainda tem uma grande dificuldade de entender o significado profético de Romanos capítulo 11, escrito por Paulo. Alguns pontos deveriam ser aqui ressaltados:
Primeiro, D´us não rejeitou o povo hebreu e a nação de Israel (Rm 11:1-2);
Segundo, existiu, existe e existirá um remanescente segundo a eleição da graça, ou seja, aqueles judeus que creram em Yeshua (Jesus), como os apóstolos no primeiro século, aqueles judeus que se converteram ao longo da história até os dias de hoje e, aqueles que, ainda reconhecerão o Messias Yeshua como o Messias de Israel;
Terceiro, precisamos entender que, excetuando estes judeus messiânicos que hoje estão na graça, o próprio D´us deu aos judeus um espírito de entorpecimento, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem (o Messias), até o dia de hoje (Rm 11:5). Em seguida, Paulo pergunta: “...Por ventura tropeçaram para que caíssem ? de maneira nenhuma, antes, pelo tropeço veio a salvação dos gentios, para os incitar à emulação.” (Rm11:11). Vejam, tudo está no controle e no plano de D´us. Fico imaginando comigo, o que aconteceria se todos os judeus da época de Jesus tivessem o reconhecido como o Messias de Israel? Imaginem se eles guardassem este segredo na arca a sete chaves e não repassassem para as nações a bênção da salvação e da vida eterna?Afinal, ter nossos pecados perdoados pela graça, pela misericórdia e pela obra da cruz seria algo demasiadamente grande e inacreditável para aquela época em que os mesmos esperavam um Messias que reinassem em glória sobre todas as nações. Mas, D´us conhecia seus corações. E, Paulo, no versículo seguinte nos dá uma tremenda revelação: “Se o tropeço deles (não reconhecer Jesus, como o Messias) foi riqueza para o mundo, e a sua diminuição a riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude?” (Rm11:12). Ou seja, se eles errando foram bênçãos para o mundo, imaginem se eles tivessem reconhecido o Messias? No verso 15, o pensamento de Paulo torna-se mais claro: “ Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual seria a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?”
Ou seja, a humanidade estava no paganismo, na idolatria, separada do D´us de Israel, e agora, eles (gentios) poderiam receber o Messias Yeshua e tornarem-se participantes da família de D´us. Mas, Paulo nos dá aqui uma tremenda revelação: Se os judeus admitirem que Jesus seja realmente o Messias, então, haverá a vida entre os mortos, ou seja, a ressurreição dos mortos. Pela Palavra sabemos que a ressurreição dos mortos acontecerá quando Jesus retornar (ITe 4:16). Eu não creio que este versículo se refere ao novo nascimento daquela pessoa que aceita Jesus como seu Salvador, como interpretam alguns teólogos. Para mim, o contexto é muito claro que quando os judeus aceitam Jesus como o Messias esperado, o final dos tempos está próximo e a redenção universal se aproxima e se consolida nesta terra.
A humanidade, como já dito, estava sem esperança, separada da casa de Israel (Ef.2: 12). Mas, Yeshua veio para o seu povo e parte dele não o reconheceu como o Messias (Jo 1:12). Que fêz D´us, então?
Fez com que aqueles galhos (judeus que não reconhecerão Jesus como o Messias) cedessem lugar aos crentes gentílicos de qualquer outra nação. Assim, a oliveira, o Israel salvo de D´us, é uma “árvore” que só têm crentes, tanto judeus como gentios.
A raiz da “oliveira” está constituída pelos nossos pais da fé, Abraão, Isaac e Jacó, de quem descendem as doze tribos, os reis de Israel, os profetas e, finalmente, Yeshua, o Messias. Quando este morreu na cruz, ressuscitou, desceu ao Sheol (lugar dos mortos), trouxe consigo todos aqueles que Nele creram e foram salvos. Por isso, eu disse, que nesta “oliveira” agora há muitos ramos que são crentes, tantos gentios como judeus. No lugar dos galhos quebrados foi enxertado o povo gentio que Paulo o chama de zambujeiro, ou seja, mato, árvore sem qualidade de fruto. Pois, somente na pessoa do Messias se produz frutos (do Espírito) claro! (Gálatas 5:22).
Assim, juntos com os judeus crentes, os zambujeiros (gentios), agora enxertados na oliveira, começam a participar da mesma seiva (nutrientes, bênçãos, promessas), formando assim, o Israel de D´us, segundo os profetas do Antigo Testamento, segundo os apóstolos e segundo a pedra Angular que é o próprio Messias Yeshua (Efésios 2:20).
É tremendamente profundo entender o significado desta oliveira, não é mesmo? Agora, você crente entende que mesmo não sendo judeu, ramo natural da oliveira, pode ser beneficiado através de muitas leis dadas por D´us aos filhos de Israel, como as inúmeras bênçãos da Torá, dentre elas as leis morais, éticas, de saúde e de qualidade de vida em geral.  O dízimo é um estatuto judaico dado para o povo de Israel. Não encontramos este estatuto no Novo Testamento ordenado à Igreja gentílica. Mas, pode ou não pode a igreja se beneficiar da bênção do dízimo? A resposta é:- sim, pode. A igreja não judaica (gentílica) só pode se beneficiar dos dízimos em suas igrejas porque ela em Cristo Jesus foi enxertada na oliveira que é o Israel de D´us. Então, ela tem direito de participar da mesma seiva que vem da mesma raiz. Imagine agora quantas bênçãos a Igreja poderia tomar posse seguindo esse princípio? Por que a Igreja se concentrou tanto na bênção do dízimo e prosperidade (ambas encontradas somente no AT) ignorando centenas de outras bênçãos dadas ao povo judeu? Em Gálatas 3:29 que diz:...” E. se sois de Cristo, então sois da descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” Hermeneuticamente, aqui está referindo a promessa da fé de Abraão, que por meio de Cristo  os gentios se tornam também herdeiros. Mas, será que aqui só recebemos a fé como herança ou temos direito pelo enxerto as todas as promessas desde Abraão? Lembremo-nos que Abraão antecedeu a Lei de Moisés. Segundo minha opinião, um gentio crente em Cristo, enxertado nesta oliveira maravilhosa, tem acesso às promessas, ou seja, as bênçãos ou heranças constantes no Antigo Testamento, como por exemplo, a bênção da prosperidade, das festas bíblicas, das leis alimentares aplicadas à saúde, do descanso (o shabat) e muitas outras. Elas são bênçãos e foram dadas sob a forma de mandamentos, estatutos ou ordenanças para os judeus, mas se um gentio crente que se encontra enxertado na oliveira, ele está livre para receber todas estas bênçãos da Casa de Israel. Excetuando as leis específicas para os judeus, como a circuncisão, por exemplo, o gentio está livre para obedecer as leis da Torá e receber delas as devidas bênçãos. Grande parte dessas leis está relacionada com a qualidade de vida e não, necessariamente, com a salvação em Yeshua. Oro ao Senhor neste momento para que os olhos e os ouvidos dos meus irmãos em Yeshua se apropriem destas grandes bênçãos e revelações advindas pelo simples fato de estarem enxertados na “Oliveira” que é Israel.
Os teólogos afirmam haver mais de 5.000 bênçãos só no Antigo Testamento. E se este número for verdadeiro, posso afirmar a você que qualquer crente, judeu ou não, que está enxertado através de Cristo nesta Oliveira, torna-se automaticamente participante da mesma seiva, podendo receber desta toda sorte (sortimento) de bênçãos que o Eterno quer que esteja disponível para todos os salvos. Aliás, até mesmo os não salvos podem se beneficiar se guardarem ou observarem alguma destas leis dadas ao povo judeu. Por exemplo, qualquer pessoa que guardar a lei de honrar pai e mãe, com certeza terá seus dias de vida prolongados. O que muitos cristãos não entendem é que as leis universais estão disponíveis para todos. Elas não têm o propósito de salvar, necessariamente, ou de trazer a eternidade, as quais recebemos só através da graça e da fé em Jesus, mas estas leis nos trazem qualidade de vida, preserva a graça que está em nós, mostrando nossos limites, além de revelar-nos o caráter do D´us Pai e de seu Filho Yeshua.
A pergunta que faço agora é: - Por que não apropriamos de toda sorte de bênçãos que temos direito? Sê tu uma bênção disse o Eterno a Abraão. Será que não é a hora da Igreja SER a seiva e não só TER a seiva (Bênçãos)?

UMA ADVERTÊNCIA DE PAULO AOS CRENTES ENXERTADOS

Paulo exorta aos crentes gentios no versículo 21 dizendo: ...”Não te ensoberbeças, mas teme; porque Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti. Considera, pois a bondade e a severidade de Deus; para com os caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; do contrário, também tu serás cortado.”
Em outras palavras, a igreja gentílica de hoje é muito ensoberbecida da graça de D´us. Para ela tudo é graça! Quase tudo pode se fazer  em nome da graça; compra tudo em nome da graça; até se contamina também com o mundo em nome da graça, mas se esquece que a graça não é de graça. Há um preço a ser pago. O texto acima diz que D´us é bondoso, mas é também severo e justo. Se você permanecer obediente à Sua Palavra e à Sua lei (muitos acham que pelo fato de terem sido enxertados pela graça, estão totalmente isentos do compromisso com os princípios das leis do Antigo Testamento), então, a bondade Dele se manifestará em nós. Mas, se não permanecer nessa bondade e obediência, Ele será severo e cortará você deste enxerto. Da mesma forma, aquele judeu que crer em Yeshua será enxertado, porque poderoso é D´us para enxertá-lo novamente. O versículo 24, Paulo continua: ...” pois, se tu foste cortado do natural zambujeiro, e contra a natureza enxertado em oliveira legítima, quanto mais não serão enxertados na própria oliveira os ramos naturais! Por que não quero que ignoreis este mistério...que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios... e assim todo o Israel será salvo, como está escrito..” Pelo menos, temos que considerar aqui três pontos importantes: O gentio pode ser cortado da oliveira, da família de D´us, não participando mais da seiva de bênçãos da oliveira; segundo, D´us não esconde uma predileção (não no sentido de acepção, mas no sentido de alegria, prazer pelo povo escolhido) por seus ramos naturais; terceiro, trata-se de um mistério, que vamos entender só mais tarde, pois quando houver entrado a plenitude dos gentios Israel será salvo (Rm 11:26) O que é plenitude, o sentido aqui é de algo completo, um número, uma quantidade? Creio que não só quantidade, pois plenitude fala de algo que é completo, pleno, então, fala também de qualidade. A palavra no grego é “Plerosai” (pleroma) significa aquilo que está equilibrado, balanceado, completo, pleno, satisfeito. Lembremo-nos que nossa fé e maturidade serão alcançadas por meio da nossa semelhança com Yeshua, nosso noivo. Lembremo-nos também que o maior propósito de D´us é ter filhos semelhantes a Jesus, o Messias (Rm 8:29). Eu , pessoalmente, creio que temos que considerar os dois aspectos. Tanto o quantitativo, pregando este evangelho da salvação a toda a criatura até aos confins da terra, como também o aspecto qualitativo, ou seja, alcançar a qualidade da fé, a maturidade espiritual, a semelhança com o varão perfeito, produzindo frutos, pois do contrário poderemos ser cortados desta Oliveira. Neste propósito de Romanos 11 a Igreja deve estar conectada ao Israel de D´us, não só com os judeus messiânicos, mas também com o Israel físico, natural, intercedendo por ele, amando-o e profetizando sobre ele. Mas, como poderá Israel ser salvo? Aqui temos duas importantes interpretações. Alguns rabinos messiânicos e teólogos acham que este tempo chegará sozinho e será algo mais ou menos simultâneo, a igreja gentílica alcança a plenitude e Israel é salvo. Outros pensam que a Igreja deve “comprar” esta briga no campo espiritual e interceder por Israel sem cessar, reconectar-se a ele, estar com ele como nosso irmão mais velho que ainda não foi salvo, que está nas promessas, mas precisa ser ainda alcançado e salvo. Eu, pessoalmente, creio que se a igreja de Jesus deixar suas atitudes de soberba e até mesmo anti-semitas, em alguns casos, e começar a restaurar suas raízes, aproximando de Israel pelo testemunho verdadeiramente fundamentado na pessoa do Messias, levando a sério sua missão em unidade, vivendo em amor longe de divisões e contendas denominacionais, então, o mundo e Israel saberão que somos um só Corpo e ele, Israel, motivado pelos sinais sobrenaturais de D´us será conduzido a ser um com a Igreja, conforme diz Efésios cap. 2, uma só família de D´us, judeus e gentios na pessoa de Yeshua Há Mashiach.
Assim, podemos concluir que há uma promessa de salvação para todo o Israel de Deus. Não há uma promessa de salvação para o Brasil, Estados unidos, nem mesmo para algum país da Europa. Mas, há uma promessa para Israel e para o povo judeu. Por isso, a igreja gentílica de Jesus precisa ajudar Israel e trabalhar arduamente para a salvação dele.
Creio que o movimento de viagens de turismo a Israel tem aumentado nos últimos vinte anos e ainda aumentará ainda mais. Imaginem todos os crentes tendo esta consciência do enxerto, profetizando, orando, gemendo e ajudando Israel a entrar nas “dores de parto”, para dar a luz os filhos de Israel convertidos ao senhorio de Yeshua? Este é o ministério de misericórdia que a Igreja gentílica precisa ter pela terra de Israel e pelo seu povo. Os gentios crentes vieram deles, galhos que foram quebrados para que você gentio na carne fosse enxertado, para que voce judeu fosse re-enxertado, ambos em Cristo, formando uma só família, a família de D´us Pai (Ef2:19) pela qual virá o grande Tikkun Olam, a Redenção Universal. Baruch HaShem!
 
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Quem é o Novo Israel?

O Conceito de Israel no Novo Testamento

O material abaixo foi extraído de outro artigo do Dr. Bacchiocchi mais completo e profundo sobre a campanha do “Deixados Para Trás”, abaixo anunciado. Trata em maior detalhe sobre um importante aspecto nessa discussão, o papel de Israel nas profecias. Contudo, eis algumas reflexões sobre esta questão do papel de Israel nas profecias:

Avaliação do Ponto de Vista dos “Dois Povos”

É o conceito de uma distinção radical entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja um ensino bíblico válido ou um pressuposto infundado? Acaso o ponto de vista neotestamentário para a Igreja é o de um povo diferente e separado do povo do “Israel natural”? A resposta é abundantemente clara. O Novo Testamento considera a Igreja, não como uma “intercalação” temporária, mas como continuação do verdadeiro Israel de Deus. Para verificar esta última posição, breve alusão será feita a algumas sigificativas declarações de Cristo, Pedro e Paulo.

O Ajuntamento do Verdadeiro Israel por Cristo

Ao chamar e ordenar doze discípulos como Seus apóstolos, Cristo manifestou a intenção de reunir o remanescente messiânico das doze tribos de Israel num novo organismo, chamado a Igreja (Mat. 16:18-19). Este não é um organismo independente designado a repor Israel temporariamente mas um rebanho que reúne tanto as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mat. 10:6; cf. 15:24; Atos 1:8) como as ovelhas perdidas do mundo gentílico.

Referindo-se à profecia de Isaías com respeito à reunião dos gentios, Cristo anunciou: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16; cf. Isa. 56:6-8). Como pastor messiânico, Cristo veio reunir o remanescente de Israel e gentios, não em dois rebanhos separados, mas num só rebanho.

Quando elogiando a fé do centurião, Jesus disse: “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas”. (Mat. 8:11-12). É digno de nota que Cristo não promete o Reino de Deus a uma futura geração de judeus, como alguns dispensacionalistas mantêm, mas a crentes de todas as nações, “do Oriente e do Ocidente”.

Uma Realidade Presente

O reino messiânico prometido no Velho Testamento é visto por Cristo não como um evento futuro envolvendo a restauração territorial e política de Israel, mas como uma realidade presente que raiou mediante Seu ministério vitorioso sobre o pecado, Satanás e a morte.

“Se, porém, Eu expulso demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mat. 12:28). O reino de Cristo é composto, não por dois povos separados, Israel e a Igreja, mas por um povo, o “Novo Israel”, consistindo de judeus e gentios crentes.

Aos discípulos Jesus declarou: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai Se agradou em dar-vos o Seu reino” (Lucas 12:32). Notem que o prometido Reino messiânico é dado não a uma futura geração de judeus (Mat. 11:29; 13:38; 8:11-12).

F. F. Bruce comenta adequadamente: “O chamado de Jesus por discípulos para estarem junto a Si a fim de formarem o ‘pequenino rebanho’ que receberia o Reino (Lucas 12:32; cf. Dan 7:22, 27) O assinala com o fundador do Novo Israel”.

Os profetas falam de Israel como rebanho ou ovelha de Deus (Isa. 40:11; Jer. 31:10; Ezeq. 34:12-14). Ao chamar Seus discípulos de “pequenino rebanho” ao qual Deus estava dando o Reino, está inegavelmente identificando Seus discípulos quanto ao verdadeiro remanescente de Israel.

Ademais, ao comissionar Seus apóstolos para “fazer discípulos de todas as nações” (Mat. 28:19), Cristo revelou que a missão profética do Israel nacional (Isa. 49:6; 60:3) estava sendo cumprida por Seu rebanho messiânico, a Igreja, que consiste de discípulos procedentes de todas as nações. Israel prossegue existindo, não à parte da Igreja, mas como parte dela.

A Descrição do Novo Israel por Pedro

Pedro, à semelhança de Cristo, via a Igreja como cumprimento das promessas feitas ao antigo Israel. No dia de Pentecoste, Pedro declarou que a profecia de Joel concernente à restauração messiânica de Israel (Joel 2:28-32) se estava cumprindo através do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:16-21).

Para Pedro, a Igreja não é uma entidade não-predita no Velho Testamento, nem uma interrupção temporária do plano divino para Israel; antes, é o cumprimento do remanescente escatológico de Israel.

Se o início da Igreja é visto por Pedro como cumprimento de uma profecia concernente a Israel, temos razões em crer que os eventos finais da Igreja devem também representar o cumprimento de certas profecias do Velho Testamento relativas a Israel.

A Igreja é o Novo Israel

É digno de nota que Pedro aplica à Igreja aqueles títulos do Velho Testamento que designam a Israel: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1 Ped. 2:9-10).

Esta descrição da Igreja é uma combinação de três passagens veterotestamentárias (Êxo. 19:6; Isa. 43:20-21; Osé. 1:6, 9; 2:1) que caracterizam o povo de Deus. Pedro reúne a visão de Israel do Velho Testamento e proclama seu cumprimento na Igreja.

Em palavras bastante claras, Pedro demonstra que a “raça escolhida” não é mais exclusivamente os judeus étnicos, mas tanto crentes judeus quanto gentios. A Igreja é o novo Israel que cumpre as promessas feitas ao Israel do Velho Testamento.

A Visão de Paulo do “Israel de Deus”

À semelhança de Cristo e Pedro, Paulo também via a Igreja como o verdadeiro Israel. Falando aos judeus reunidos na sinagoga em Antioquia da Pisídia, Paulo afirmou: “Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus” (Atos 13:32-33).

Neste discurso Paulo explica que as promessas de Deus aos pais foram cumpridas na ressurreição de Cristo. O cumprimento não resulta no estabelecimento de um reino judaico durante o milênio, mas no “perdão dos pecados” concedido mediante Cristo a “todo o que crer” (Atos 13:38-39).

As promessas feitas a Israel são, portanto, cumpridas na Igreja do Novo Testamento, não mediante uma restauração política dos judeus étnicos, mas através de uma redenção espiritual de todos os crentes.
Na epístola aos gálatas Paulo emprega a frase “o Israel de Deus” inclusive tanto de judeus quanto de gentios: “Nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircucisão, mas o ser nova criatura. E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gal. 6:15-16).

Alguns dispensacionalistas mantêm que a frase “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos judeus crentes. Eles traduzem a palavra grega kai como “e”, significando “adicionalmente a”. Destarte, “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos cristãos judeus que Paulo supostamente distingue da igreja como um todo, porque deixaram o legalismo para seguirem a regra de Cristo.

Unidade de Judeus e Gentios

Esta interpretação, contudo, ignora tanto o contexto imediato de Gálatas quanto a ênfase teológica mais ampla. O contexto imediato fala de “quantos andarem de conformidade com esta regra”. Isso deve incluir os crentes judeus e gentios, uma vez que é dito que tanto a circuncisão quanto a incircuncisão nada representam.

Assim, o “Israel de Deus” é uma descrição adicional de ambos os grupos que andam “de conformidade com esta regra”. O contexto mais amplo realça a unidade que ambos os grupos compartilham em Cristo: “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (Gál. 3:28-29).

À luz do contexto imediato e mais amplo, o “Israel de Deus” não pode ser um grupo distinto de judeus crentes, à parte dos gentios crentes. Alegar assim representa destruir a própria unidade que Paulo se empenha em estabelecer.

Antes, a frase “Israel de Deus” foi empregada por Paulo como uma maneira explicativa para qualificar adicionalmente “quantos andarem em conformidade com esta regra”. Ou seja, pessoas crentes judeus e gentios.

A Integração dos Gentios no Israel, por Paulo.

Paulo ensina repetidamente a integração de gentios em Israel como herdeiros das promessas de Deus. Em Efésios ele claramente explica que os gentios que noutro tempo estavam “sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa” (Efé. 2:12), não mais são “estranhos às alianças da promessa . . . mas . . . não mais estrangeiros e peregrinos, mesmo concidadãos dos santos”, como membros da “família de Deus” (Efé. 2:19).

Essa integração de gentios à “comunidade de Israel” e “às alianças da promessa” tiveram lugar mediante Jesus Cristo que uniu tanto os judeus quanto os gentios “para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Efé. 2:15-16).

O pensamento de um propósito separado para crentes judeus na presente era ou num futuro milênio é aqui totalmente excluído por Paulo. De fato, tal pensamento destruiria a própria unidade de judeus e gentios que Cristo realizou.

Paulo explica aos efésios que foi pela revelação de Deus que se tornou conhecida a ele este “mistério” de como “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Efé. 3:5-6).

Três vezes Paulo ressalta aqui que os gentios compartilham com Israel a promessa da aliança. Qualquer sistema teológico que divida o que Deus ajuntou está operando contra o propósito divino.

A Imagem Paulina da Oliveira

Em Romanos 9-11 Paulo descreve a integração de gentios em Israel utilizando a imagem efetiva do enxerto de ramos bravos de oliveira (gentios) à única oliveira do Israel de Deus (Rom. 11:17-24). Observem que para Paulo a salvação dos gentios não resulta no brotar de uma nova oliveira, mas em enxertar os gentios na mesma oliveira.

A árvore de Israel não é arrancada por causa de descrença, mas é podada, ou seja, reestruturada mediante o enxerto de ramos gentios. A Igreja vive da raiz e tronco do Israel do Velho Testamento (Rom. 11:17-18). Por meio dessa expressiva imagem, Paulo descreve a unidade e continuidade que existe no plano redentor de Deus para Israel e a Igreja.

Interrelação Entre Israel e a Igreja

Os dispensacionalistas apelam a Romanos 11:25-26 para argumentar em favor de uma futura conversão da nação de Israel, independentemente da Igreja. A passagem assim reza: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais presumidos em vós mesmos, que veio endurecimento em parte a Israel até que haja entrado a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo” (Rom. 11:25-26).

Os dispensacionalistas explicam esta passagem como ensinando uma conversão em larga escala da nação de Israel após a reunião da plenitude dos gentios estar completa, pouco antes do tempo do Retorno de Cristo.

Essa interpretação ignora quatro importantes observações:

Primeiro, a frase “todo Israel será salvo” dificilmente se refere apenas à última geração de judeus, uma vez que esta seria apenas uma fração de todos os judeus que viveram.

Em segundo lugar, o texto não está discutindo a sucessão temporal, mas a maneira pela qual Israel será salvo. O texto não diz “e então [após a reunião dos gentios] todo Israel será salvo”. Antes, declara: “E assim [desse modo, pelo fato de os israelitas serem movidos por ciúmes pela salvação dos gentios] todo Israel será salvo”.

Em terceiro lugar, os judeus estão sendo salvos por serem reenxertados na mesma oliveira em que os gentios também estão. Assim, a salvação dos judeus não ocorre independentemente da dos gentios, mas concomitantemente a isso.

Por fim, se a reunião de um número pleno de gentios tem lugar ao longo da história, há razão para duvidar que o mesmo também seja verdadeiro quanto à reunião dos judeus. De fato, no vs. 31 Paulo especificamente declara que os judeus “agora foram desobedientes, para que igualmente eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida”.

Essas observações claramente indicam que Paulo aqui não está apresentando uma ordem de dispensações sucessivas, mas uma promessa de inter-relação dinâmica entre a salvação de Israel e a da Igreja.

O equivocado pressuposto de dois povos com dois destinos em grande medida deriva de uma teologia de desprezo para com os judeus, antes que do ensino bíblico de um rebanho, um pastor, e um destino. O Novo Testamento freqüentemente fala dos judeus em cotejo com os gentios, mas nunca ensina ou deixa implícito que Deus tenha em mente um futuro separado para Israel, distinto daquele planejado para os gentios.

Há uma unidade existente entre Israel e a Igreja. Na Nova Jerusalém estão inscritos tanto os nomes das doze tribos de Israel quanto os nomes dos doze apóstolos, os primeiros nas doze portas e os últimos nos doze fundamentos (Apo. 21:12, 14).

A Igreja e Israel assim compartilham não só da mesma salvação presente, mas também da mesma glorificação e restauração finais. O futuro de Israel é visto no Novo Testamento, não em termos de um reino milenial político na Palestina, mas em termos de bênção eterna compartilhada com os remidos de todas as eras numa nova terra restaurada.

Conclusão

À luz das considerações precedentes concluímos que o ensino popular promovido por Left Behind [deixados para trás, um popular filme religioso e série de livros de ficção escatológica] de um desaparecimento súbito de milhões de cristãos, deixando para trás uma massa de judeus descrentes e pessoas inconversas, é uma ficção enganosa e não uma verdade bíblica. A popularidade desse engano pode ser atribuída à falsa premissa de que os crentes serão poupados de sofrer a tribulação final.

Numa época em que as pessoas engolem toda sorte de analgésicos para evitar ou aliviar a dor, não surpreende que muitos estejam dispostos a engolir também o engano de um Arrebatamento pré-tribulacional--um ensino que promete às pessoas isenção do sofrimento da tribulação final.

Tal ensino atraente, contudo, não carece apenas de suporte bíblico, mas é também incriminatório do caráter de Deus. Retrata a Deus como um Ser discriminador que dá tratamento preferencial à Igreja removendo-a de sobre a Terra, antes de despejar a tribulação final sobre os que são deixados para trás.

Left Behind [deixados para trás] posiciona a conversão de muitos descrentes durante a tribulação--um ensino alheio à Bíblia. Repetidamente o Apocalipse afirma que aqueles que experimentam as pragas finais “não se arrependeram de sua obras” (Apo. 16:11; 16:9).

Ademais, destrói a unidade e finalidade da Vinda de Cristo, apresentada nas Escrituras como um evento único que ocorre após a Grande Tribulação. Nessa ocasião os santos adormecidos serão ressuscitados, os santos vivos serão transformados, os crentes de todas as eras se reunirão com o Senhor, e aqueles que são deixados para trás “sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor” (2 Tess 1:9).

Não haverá uma segunda chance para os que são deixados para trás quando do Advento, porque o fogo purificador da presença de Cristo consumirá todos os pecadores e todo o vestígio do pecado: “Virá, entretanto, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Ped. 3:10). Nossa bendita esperança repousa não sobre a ficção de desaparecer subitamente no espaço, mas na promessa do retorno de Cristo para criar “novos céus e uma nova terra nos quais habita a justiça” (2 Ped. 3:13).
__________

Autor: Prof. Samuele Bacchiocchi – atuou como professor de História Eclesiástica e Teologia na Universidade Andrews até jubilar-se. Ele é conferencista internacional e autor de vários livros de sua área de especialidade, tendo sido o primeiro não-católico a doutorar-se pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, ligada diretamente ao Vaticano. Pela qualidade de seu trabalho acadêmico ali recebeu até medalha de ouro concedida pelo Papa Paulo VI e um de seus livros foi editado pela gráfica daquela instituição com o imprimatur da Igreja Católica.

Colaboração: Prof. Azenilto Brito

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que a Bíblia diz sobre as Tatuagens

Prezado amigo leitor (a), ficamos gratos em poder partilhar consigo algumas informações sobre este assunto:
A tatuagem nunca esteve tão na moda.
É impossível ir a praia, sair pelas ruas e não encontrar um desenho, estampada no corpo das pessoas, uma tattoo.
Para muitos, a tatuagem é um modismo, ou seja, logo passa e assim virá outra febre. Contudo, a tatuagem tem se tornado uma mania mundial e que traz dados interessantes.
Nos Estados Unidos, existem mais de 40 milhões de pessoas adeptas do tal feitiche.
Na Europa, o aumento da demanda de origem a uma nova disciplina acadêmica, a Psicologia da Tatuagem, ensinada nas Universidades de Milão e Roma.
O que leva uma pessoa a fazer de sua pele uma moldura para um desenho eterno?
É licito ao cristão marcar o seu corpo? O que a Bíblia diz sobre isso?
Podemos encontrar na Bíblia o seguinte texto: "Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos;nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor." - Levíticos 19:28.
O texto acima é claro e indica a posição divina quanto a essa prática.
Apesar do modismo, a tatuagem não sai do corpo, ou seja, é impossível removê-la, e ao contrário de um modismo, não pode ser trocada a cada estação.
Um dos métodos mais avançados para se remover a tatuagem é o chamado PHOTODERM, uma máquina a laser que remove a tinta.
Segundo, o cirurgião Cláudio Roncai: "É um tratamento demorado e caro e o aparelho não representa a solução definitiva, pois normalmente sobram vestígios de pigmentos na pele".
Analisemos os seguintes pontos sobre esse assunto:
DISCRIMINAÇÕES SOFRIDAS POR QUEM FAZ TATUAGEM
Lizete Araújo, vice-presidente da CATHO, uma firma de consultoria em recursos humanos especializada na recolocação de executivos, afirma: "Normalmente, as empresas adotam os valores da sociedade, que, de maneira geral, ainda rejeitam esses adereços".
Desde a década de 1950, os cirurgiões tentam amenizar a angústia de quem um dia desobedeceu um princípio social e familiar, afirmando que "o corpo é meu", (I Coríntios 6.19-20) e sofreu o preconceito e agora se encontra arrependido.
A tatuagem pode ser um peso que a pessoa vai carregar para toda a vida e que pode prejudicá-la de três formas distintas:
Socialmente - pois ela vai sofrer discriminação e preconceito.
Emocionalmente - porque a tatuagem é uma marca permanente e, mesmo que a pessoa sinta arrependimento, não conseguirá removê-la totalmente.
Espiritualmente - Quando a pessoa descobrir a origem das tatuagens e verificar por si mesma que ela éinstrumento relacionado com deuses e práticas ocultas e pagãs.
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ANALISANDO O ASSUNTO PELA BÍBLIA:
"Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor." - Levíticos 19:28.
Pelo contexto de Levítico 19:28 e Deuteronômio 14:1,2 podemos compreender que os golpes e marcas no corpo tinham relações com rituais pagãos que envolviam a memória de mortos, faziam parte da identificação e vinculação da pessoa com crenças em deuses e rituais pagãos e eram uma violência praticada contra o prórpio corpo.
Assim, não é recomendável que o ser humano marque seu corpo com tatuagens, pois o seu corpo é o templo do Espírito Santo. I Coríntios 6:19,20.
"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus."
Na tatuagem, o dragão, preferência absoluta entre os jovens, testemunha o desejo de auto afirmação.
Porém, o dragão na Bíblia simboliza Satanás. Veja Apocalipse 12:9; 20:2
"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele."
"E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos."
Os cristãos devem portanto ouvir as recomendações divinas que estão registradas na Bíblia e procurar em tudo obedecer a Cristo e seguir o Seu exemplo, desligando-se de tudo no mundo que não é edificante.
Paulo, homem experiente escreve o seguinte texto inspirado: "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." - I Coríntios 10:23
"Rogo-vos, pois, irmãos, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." - Romanos 12:1,2
"Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus." - I Coríntios 10:32
"Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado." - II Coríntios 6:3
Embora não seja o ideal, muitas pessoas hoje em dia estão se tatuando. E, de forma alguma, devemos generalizar e dizer que toda a pessoa tatuada está distante do Senhor Jesus.
Se você possui uma tatuagem não pense que não pode aproximar-se de Deus por causa disto. Deus é um PAI misericordioso. Ele ama você independentemente do seu passado. E não leva em conta o tempo de seu desconhecimento sobre esse assunto (Atos 17:30).O que importa é o seu presente e o que será no futuro.
Também não devemos concluir que por uma pessoa ter uma tatuagem ela não possa receber os favores de Deus de amor, perdão e direção. Como diz outro texto: "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." II Pedro 3:9
Sempre existe esperança de salvação para todos os que antes não conheciam a Verdade e o Caminho. Cristo, em seu ato de amor, morreu e pagou pelos pecados de todos. Assim, uma pessoa que era assassina antes, mas conheceu a Cristo, se arrependeu e mudou de caminho, está salva, pois Cristo já pagou o preço de todos os assassinatos que esta pessoa cometeu. Na Bíblia temos várias histórias assim, sendo uma das principais a história do rei Manassés, que foi um dos piores reis de Israel e que só se arrependeu quando perdeu tudo que tinha. Até seus filhos ele queimou no fogo. Imagina! Você acha que teria salvação pra alguém assim? Mas teve! Deus o perdoou quando ele reconheceu que estava errado e se arrependeu.
Deus se importa com a nossa saúde física e aparência. Mas Ele Se importa muita mais com o nosso coração. Veja o que Deus disse a Samuel por ocasião da escolha do rei Davi para substituir Saul.
“Mas o SENHOR disse: —Não se impressione com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.” 1 Samuel 16:7 NTLH
Se você fez uma tatuagem motivado pela ligação com algum ídolo, alguma pessoa ou falso deus, peça perdão, renuncie ao seu pacto anterior e decida servir ao verdadeiro Deus. O Criador não rejeita nenhum dos seus filhos que vêm à Ele com sinceridade.
“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37 RA
O importante é você decidir daqui para frente ser fiel ao único Deus verdadeiro e fazer a Sua vontade.
“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” Josué 24:15
Se você se arrependeu de ter colocado uma tatuagem, não se desespere. Tenha a certeza de que Deus lhe ama de igual forma e não é uma tatuagem que vai fazer com que Deus olhe você de outra maneira. O fato de você ter uma tatuagem não irá impedir a sua entrada no reino de Deus.
Jesus nos prometeu uma nova vida e um novo corpo, de carne e osso, só que eterno! Assim, alguém que perdeu um braço ou uma perna, ou não teve visão nesta vida, terá um corpo perfeito na Nova Terra. Isso também resolverá o problema de quem tem tatuagem, entende? De qualquer modo, sempre haverá a esperança de salvação.
Jesus quer mudar o interior de todos nós antes de Sua volta. Depois tudo que for exterior será facilmente mudado por ELE!
Que Deus nos ajude a compreender a Sua vontade para cada um de nós!
 
Por .Hipolito Cesar, complementos Douglas
 

terça-feira, 29 de março de 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

A Relevância da Escola Dominical Para a Igreja na Pós-modernidade
INTRODUÇÃO

A fusão dos “mundos” contemporâneo e moderno, deu origem ao que os sociólogos chamam de pós-modernidade. Apesar do título dessa nossa reflexão ser uma obviedade, as tendências mundiais “valorativas” da pós-modernidade têm nos surpreendido, e muitas vezes, não temos fundamentação teórico-bíblica para refutarmos os modismos e separarmos o “joio do trigo”, ou seja, nos tornamos extremamente “modernos” para algumas áreas minimalistas e periféricas, e nos esquecemos de questões arteriais de primeira grandeza.

Em todas as épocas e em qualquer organização ou civilização, o ensino jamais foi desprezado e esquecido, essa regra se deve ao fato de que, o sucesso ou insucesso de qualquer uma delas, depende diretamente da educação dos seus membros ou povos.

A educação para os judeus era uma das questões basilares, mesmo porque ela foi instituída por Deus: “Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos esses estatutos e dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente” (Dt 4.6).

No versículo supra, observa-se a “preocupação” de Deus em atrair outras nações através dos princípios educacionais que visavam regimentar e comportamentalizar a vida do seu povo, nas esferas: espiritual, religiosa, social, moral, afetiva etc.

É importante frisar que a educação desde aquela época se dividia em dois principais momentos: Informal (Dt 6.6-9, 20-25) e formal (Dt 1.5; 30.10; 31. 11-13).

    *
      Educação informal ― Surgiu primeiro, ocorre espontaneamente, é a que mais nos ensina, pois é “onipresente”. Aqui entra a nossa preocupação, ou seja, informalmente nós, nossa família e a igreja, somos “educados” nas conversas, no colégio, na faculdade, nos relacionamentos diários (com crentes e “não crentes”), através do rádio, televisão e internet, nas leituras de jornais, revistas, livros etc. Enfim, o meio ambiente nos é apresentado com uma grande “sala de aula”, e se não soubermos (permita-me a repetição) separar o “joio do trigo”, com certeza os nossos padrões religiosos e familiares serão (se é que já não estão) degenerados.
    *
      Educação formal ― Compreende o ensino laico e o religioso. No nosso caso, estamos nos referindo a Educação Cristã e seus principais locais de difusão: Seminários, faculdades teológicas e a Escola Dominical. Sendo esta última o objeto do nosso estudo, visto que é o local onde todos ― crentes e “não crentes” ―, sem distinção de idade ou nível escolar, encontram o ensino da Palavra de Deus acessível ao seu entendimento.

Nessa oportunidade enfocaremos somente (possui muito mais) oito relevantes dimensões de atuação da Escola Dominical dentro do contexto de algumas das principais tendências mundiais da pós-modernidade.1

I – RELEVANTE PORQUE É UM DECRETO DE DEUS

Relevante é tudo aquilo que se destaca dentro de um mesmo as, ou seja, um tema é importante mas existe uma de suas partes que se sobressai, que é “saliente”, dizemos então que esta parte é relevante.

Dentro da Educação Cristã, segundo a nossa visão, a Escola Dominical é relevante porque cumpre cabalmente o decreto do Senhor e seu principal ideal, conjugando as duas maiores ordenanças dadas por Jesus Cristo, as quais são: evangelizar e ensinar (cf. Mt 28.19,20; Mc 15.15,16). E nesse aspecto, nenhuma instituição de ensino religioso da face da terra está mais habilitada do que a Escola Dominical, ela é a principal agência de Educação Cristã que a Igreja dispõe, contemplando todas as pessoas indistintamente.

 Alguém poderá dizer: “Mas a Escola Dominical não possui mais de 224 anos, e como pode ser um decreto de Deus?”

A resposta é simples. Pastor Antonio Gilberto diz que a Escola Dominical, como a temos atualmente, é uma instituição moderna, mas tem suas raízes aprofundadas na antiguidade do Antigo Testamento, nas prescrições dadas por Deus aos patriarcas e ao povo de Israel. Portanto, a Escola Dominical nos moldes que a possuímos hoje não havia mesmo, mas havia o princípio fundamental ― o do ensino bíblico determinado por Deus aos fiéis e aos povos ao seu redor. “Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a lei divina”.

Dessa forma, a Escola Dominical é simplesmente a “fase atual da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo de Deus” (Antonio Gilberto, 1999).

A ordem de Jesus Cristo foi obedecida e praticada pela Igreja primitiva: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42, grifo meu).

Todo o sucesso da Igreja primitiva estava consignado na obediência a ordem do Senhor, pois nada é melhor do que seguir “a risca” o plano do Mestre.

No último trimestre do ano 2000, abordamos esse assunto em um artigo publicado na revista Ensinador Cristão (CPAD) Nº4, e transcrevemos um trecho para a nossa reflexão:

    Depois do mandato do nosso Senhor Jesus Cristo à Grande Comissão (da qual eu e você fazemos parte): “Portanto, ide ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém!” Mt 28.19,20, ficou subentendido que os discípulos são ensinadores.

    Independentemente dos diferentes dons concedidos pelo Supremo Mestre (Ef 4.11), a Grande Comissão deve ser homogênea na tríplice tarefa de evangelizar, discipular (ensinar) e batizar. Este tripé não é para a Igreja algo opcional, é uma ordem imperativa e compulsória.

    (...) A parte “a” do versículo 20 diz “ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho mandado...” As “coisas” às quais o Senhor Jesus se refere, tratam de Doutrinas da Salvação, que são as mais fáceis de se entender (Glória a Deus por isso).

    Porém, há algumas coisas que merecem ser analisadas antes de sairmos a discipular. Dentro dessa linha de doutrina, existem outras ramificações que formam a Soteriologia (estudo sistemático das verdades bíblicas que tratam da salvação, regeneração, justificação, adoção e santificação do ser humano com base na obra vicária de Cristo). Na atual realidade, é inviável o comissionado sair para sua missão, sem antes se preparar e obter o devido conhecimento do plano de salvação estipulado por Deus desde a queda do homem (2000, p.12).

II – RELEVANTE PORQUE PROMOVE A COESÃO DOUTRINÁRIA

Este é um assunto de quinta-essência, pois dele depende não só a subsistência da comunidade evangélica, mas também a sua própria salvação.

A igreja de Corinto vivia dissensões de níveis e proporções diferentes, no entanto, a de maior intensidade estava relacionada a questões doutrinárias, ou seja, cada um via as coisas de seu jeito (1 Co 1.17-31; 2.1-16; 3.18-20 e 4.5).

O mesmo assunto é inferido em outros dois versículos que se encontram na segunda epístola aos Coríntios. O curioso é que a mesma palavra de recomendação que o apóstolo dá no início da primeira epístola, é reiterado no antepenúltimo versículo da segunda carta, isso indica a importância do assunto: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo sentido e em um mesmo parecer” (1 Co 1.10, grifo meu).

“Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (2 Co 13.11, grifo meu).

Ninguém aqui está sugerindo que todos devam ser iguais, o próprio apóstolo Paulo reconhecia que deveria haver diversidade entre os irmãos (1 Co 12.12-27), não obstante, após exemplificar o valor dos membros do “corpo místico”, assevera; “para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros” (1 Co 12.25).

A única forma de sermos todos de um mesmo parecer é nos reunir e aplanarmos as arestas das nossas diferenças doutrinárias, e isso só se consegue quando estudamos a Bíblia paulatinamente, isto é, toda a igreja discutindo concomitantemente na mesma hora o mesmo assunto.

Um dos grandes problemas enfrentado atualmente, refere-se aos mega-eventos. Pregadores que na empolgação, emitem determinada palavra no afã de ver o povo vibrar, e após receberem seus vultuosos “cachês”, vão embora deixando o rastro de seus aleijões doutrinários. A posição de liderança ocupada por um pregador é de extrema importância, e como tal, ele passa a ser um formador de opiniões que nortearão a vida de muitas pessoas.

Desnecessário seria dizer, que nem sempre o pregador avivalista deixa de conjecturar, o que para o membro menos avisado (principalmente se ele admira o pregador) pode soar como verdade bíblica, causando não poucos prejuízos a sã doutrina.

Com esse exemplo, queremos dizer que a questão em apreço só pode ser resolvida com muito amor e paciência, mas, ao mesmo tempo, com determinação e rigorosidade (Ef 4.14).

No plano bíblico jamais devemos aceitar pluralidade doutrinária acerca de um mesmo assunto. Se abrirmos mão dessa peculiaridade especial, logo nos descaracterizaremos, transformando-se em “Babel” indecifrável, onde ninguém mais se entenderá.

Em nota explicativa da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), Donald Stamps comenta sobre o seguinte texto: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3); escreve o teólogo: “Nenhuma comunhão genuína pode existir entre duas pessoas, no terreno espiritual, a não ser que ambas concordem entre si quanto as verdades fundamentais. Não podemos, portanto, ter qualquer relacionamento autêntico com Deus, senão aceitarmos a sua palavra, e concordarmos com ela. É impossível alguém se dizer crente, e ao mesmo tempo, não crer na Palavra de Deus” (1999, p.1300).

III – RELEVANTE PORQUE HABILITA O CRENTE PARA O SERVIÇO CRISTÃO

A Escola Dominical, ao contrário do que muita gente pensa, é uma instituição dinâmica, onde o crente é incentivado a fazer missões.

Quando o apóstolo Paulo fala de cinco ministérios dados por Deus à Igreja (Ef 4.11), ele nos esclarece que esses são necessários não apenas para servir, mas principalmente para formar o povo de Deus para um propósito especial (Ef 4.12). O último ministério (doutores ou mestres) está diretamente relacionado com a Escola Dominical e têm em vista um objetivo nobre que é o “aperfeiçoamento dos santos”. Para quê? Só para sermos perfeitos? Não, mas “para [efetuarmos] a obra do ministério”; e “para edificação do corpo [Igreja] de Cristo”, pois “crente que não trabalha só dá trabalho!”

Através da Escola Dominical podemos fazer um amplo trabalho de missões, para isto, basta obedecermos a ordem expressa do Senhor Jesus (Mt 28.19,20). Ele mesmo nos deu exemplo e foi o primeiro a acreditar na idéia de um ensino universal que abarcasse todas as nações. É de bom alvitre, ressaltar que o texto sugerido para leitura, deixa implícita uma “grade curricular” extensa e continuada tal qual possuímos na Escola Dominical, pois afinal de contas, devemos ensinar não apenas algumas partes da Bíblia, mas “todas as coisas”.

Não seria exagero afirmar que o segredo do crescimento exponencial experimentado pela Igreja primitiva, se deu pelo fato dos primeiros crentes serem não só amantes, mas estudiosos e professores da Palavra de Deus (At 5.42), vemos claramente isso em textos como o de Atos 6.7: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande partes dos sacerdotes obedecia a fé” (grifos meus).

Observamos nesse texto sagrado que “crescia a Palavra de Deus”, ou seja, a cada dia Ela tinha mais prioridade na didática vivencial dos apóstolos. Outro fator importante que destacamos, é que diferentemente do “valor” que atualmente atribuímos ao ensino, os cristãos primitivos sabiam que o ministério do ensino, não é um ministério da mediocridade e nem da simples adição, mas de transformação e multiplicação (cf. At 12.24 e 19.20).

Isso significa que se a Escola Dominical tiver primazia para trabalhar a Palavra de Deus com os alunos, com certeza a conscientização acerca da obra missionária se dará naturalmente, e como em qualquer outra escola que forma pessoas, não será diferente, pois esse é o grande objetivo do ensino.

O apóstolo Paulo sabia que o ensino é um ministério da multiplicação, tanto que ao enviar sua segunda carta a Timóteo, uma de suas recomendações foi que, o conhecimento que o jovem pastor havia adquirido do apóstolo, fosse então ensinado a outros, que por sua vez deveriam ser fiéis, ou seja, não retentores, para também ensinar a outros, e assim sucessivamente num interminável “efeito dominó” (2 Tm 2.2).

No livro Manual de Ensino para o Educador Cristão (CPAD), o grande professor e catedrático, Howard Hendricks, diz: “Nenhum ser humano está completamente cônscio do poder residente no ensino. Toda a vez que alguém ensina, desencadeia um processo que, idealmente, nunca acaba” (1999, p.6).

IV – RELEVANTE PORQUE A MULTIPLICIDADE RELIGIOSA NÃO É MAIS UM DADO

A afirmação de que a multiplicidade religiosa não é mais dado, e sim um fato, é comprovada pelas estatísticas que neste ano3 indicaram os cristãos evangélicos como o segundo maior grupo religioso do país, com mais de 26 milhões de adeptos, e o que mais cresce. A informação é do IBGE, e foi divulgada em 8 de maio de 2002, por ocasião da publicação da Tabulação Avançada do Censo Demográfico 2000.

Isso muito nos agradou, tanto que nos mobilizamos no intuito de eleger o presidente da República que pertence ao nosso grupo. Apesar da boa vontade, nosso intento foi frustrado e despertou-nos para novamente lembrar que essa cifra considerável de “evangélicos” está dividida entre pentecostais, tradicionais e até seitas que agem dissimuladamente sob o manto do evangelicalismo. Todas essas estão arroladas no levantamento, até porque as pessoas que fazem o censo, em sua maioria não são evangélicas e entendem do assunto tanto quanto “sabem de física nuclear” ― em outras palavras não entendem nada! Para eles quem usa terno é pastor e quem não é católico ou espírita, e carrega um livro preto é evangélico. Lembre-se que os mórmons e as testemunhas de Jeová andam com um livro preto, e estão entre os 26 milhões.

 Outro fator que confirma a multiplicidade religiosa, é a realidade que hoje presenciamos e que era totalmente diferente há apenas uma década. Cidades de 25 mil habitantes possuía cerca de uma igreja para cada 5 mil. Atualmente, existem, para cidades desse porte, cerca de 20 igrejas, ou seja, uma para cada 1.250 habitantes.4

O que é isso? A descoberta de um mercado alternativo? Falta de conhecimento bíblico? Obsessão por liderar? Megalomania?

De fato podemos dizer que todas essas questões e mais algumas que fogem do nosso conhecimento.

Muitos cristãos estão sendo apanhados por chavões do tipo: “Todos os caminhos levam a Deus”; “Placa de igreja não salva ninguém”, e com isso cresce a cada dia mais a “cachoeira de igrejolas” desprovidas de compromissos com a Palavra de Deus.

A idéia de que “igreja não importa, o que importa é o coração”, está fazendo diferença na hora das pessoas optar por membrar em alguma (O termo “membrar”, substituiu o correto que é conversão, palavra esta que está relacionada a renúncia). Por exemplo, a pessoa que quer sair do catolicismo, mas não quer deixar algumas práticas ritualísticas, encontrará, sem problemas, igrejas que possuem liturgias sincréticas. Outra pessoa gosta de igreja onde o cântico tenha prioridade, com certeza não só encontrará igrejas assim, como poderá, até pelo seu gosto musical, optar pelo ritmo que mais lhe agrada!

Estamos vivendo uma verdadeira confusão, onde o principal critério para se fundar uma igreja, é atender o gosto de determinado grupo e com isso “cultuarem” à sua maneira.

Um certo pastor, pioneiro da obra no estado dizia: “O que segura ovelha não é a cerca, mas o pasto!”

Dessa afirmação depreendemos que a maneira mais correta e segura de defendermos os nossos membros do fator opcional, é assegurar o estudo metódico da Palavra de Deus através da maior agência de Educação Cristã que a Igreja possui: A Escola Dominical.

V – RELEVANTE PORQUE O RELATIVISMO E A BANALIZAÇÃO DA SALVAÇÃO E DO PECADO AMEAÇAM NOSSOS PADRÕES

O relativismo e a banalização do pecado e da salvação são tendências seculares que na pós-modernidade encontraram terreno fértil para crescer e se propagar.

O mais nocivo de toda essa problemática é a questão da descaracterização do povo de Deus. Estamos perdendo nossos padrões porque existe uma cultura altamente relativista que apregoa que não existem verdades absolutas, e enfatiza somente assuntos de interesses fechados.

Na cultura relativista cada um é “dono do seu nariz”, e mais ninguém tem obrigação de prestar contas à outrem.

Com essa atitude procura-se ridicularizar o que determina a Igreja, bem como as orientações das lideranças.

As pessoas dizem que ninguém manda em suas vidas, e alegam que “pagam” o dízimo e isso deve ser o bastante para a Igreja. Mas, vejam que “devolver” o dízimo não é nenhuma virtude, e sim obrigação do crente (Mt 23.23 e Lc 11.42)!

Uma das tendências mundiais que contribui para o aumento do relativismo e para a banalização do pecado e da salvação, é o secularismo.

O secularismo é o que em linguagem acadêmica conhecemos por humanismo, isto é, a valorização do homem como a “medida de todas as coisas”, como centro de todo o Universo. Secularismo também seria tudo que se refere ao plano material, ao mundanismo.

Diante dos perigos desses discursos secularistas, é fato que não mudaremos essa realidade, mas temos que, ao menos, advertir a comunidade cristã que está sob a nossa responsabilidade.

É bom lembrar, que a maneira dissimulada como essas idéias valorativas nos chegam aos sentidos, não são facilmente perceptíveis, por isso, temos que nos cuidar para não começar a achar “comum” o pecado, e acabar aceitando-o não mais como uma atitude de rebeldia, mas como uma “oportunidade de aprender” (essa é atualmente a desculpa para quem peca).

Os conceitos doutrinários, e demais preceitos, tradições e autoridade, foram banidos da visão cultural pós-moderna, as pessoas adquiriram uma postura autônoma, ou seja, tornaram-se autodeterminadas e acham que possuem poder para dar a si mesmas, as normas, regras etc. Tudo em contraposição a postura cristã heterônoma, que recebe de Deus os princípios, normas, regras e leis.

Dessa forma, fica fácil entender porque cristãos ao serem contestados por qualquer conduta ou postura não-recomendável, respondem com argumentações “privativas” do tipo: “Cada um tem seu jeito”; “a minha fé não alcança”; “isso é coisa do passado”; “hoje as coisas mudaram, os tempos são outros”.

Outra característica do secularismo pós-moderno, é a banalização do pecado. Só para se ter uma idéia, dia desses, diversas revistas estampavam como manchete central: “Como tirar proveito do pecado”; “O sucesso está em pecar”.

Não é difícil encontrarmos crentes que vivem a questionar (evidentemente influenciado): “Se Deus sabia que o homem iria pecar, então porque o criou?” Esse tipo de interrogação é uma tentativa de justificar seu pecado, pois tudo que é proibido é “desejado”.

A banalização da salvação, ou em outras palavras, o minimalismo que a reduz à trivialidade, a barateação e sucateação as custas do sacrifício alheio. Isso pode ser visto em mensagens positivistas, que dizem sem o menor ressentimento, que nós não precisamos fazer mais nada, que “Jesus já fez tudo”, e que quem estiver nos planos de Deus para ser salvo será, pois o profeta Jonas gritou do inferno (Jn 2.2), e Deus ainda o salvou não é mesmo?

VI – RELEVANTE PORQUE NOS ADVERTE SOBRE OS MALEFÍCIOS DO EXTREMISMO

Uma outra tendência que tem atingido o evangelicalismo, não só no Brasil, mas também em escala mundial, é o extremismo exacerbado, o que fatalmente tem provocado uma polarização. Em outras palavras, os cristãos dividiram-se em dois grupos causando rupturas, julgamentos prematuros e acusações entre si, que não se justificam por nada.

Um dos dons que precisamos pedir ao Senhor com veemência é o de discernimento, pois ouvimos muitas vozes e mensagens de todas as formas, e é claro que não podemos seguir todas elas. Não obstante, na era pós-moderna em que vivemos, as mudanças acontecem em uma velocidade sem igual. Você deve se lembrar de obreiros que pregavam contra determinadas coisas, chegando a excluir pessoas que se foram da Igreja, e nesse ínterim passaram para a eternidade sem Deus. No entanto, hoje esses “zelosos” incidem naquilo que tanto condenavam. E agora? E as pessoas que foram excluídas e partiram sem Cristo?

Por essa causa, o dom de discernimento ― que é a capacidade de julgar as coisas corretamente ― deve ser buscado com fervor, só assim saberemos quando as mudanças são determinadas por Deus (Hb 8.7,13), e quando são levadas a efeito pelos homens afim de benefício próprio (Rm 1.25).

Sabemos que existem pessoas simpatizantes de ambos os grupos extremistas, os quais são: “Fanáticos legalistas” e “Liberais inconseqüentes”.

Logicamente que haverá pessoas interessadas em “abrir” uma igreja para atender a demanda e os gostos dos dois grupos, porém o que deve prevalecer é o que a Palavra de Deus institui como Ética Cristã.

A Ética Cristã são valores absolutos que valem “para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares”, e como as duas formas de extremismo traz em seu bojo uma lista de “pecadinhos” e “pecadões” , devemos ficar atentos e com nossas lentes cristãs de observação (cosmovisão) para não confundirmos verdades bíblicas com verdades culturais e/ou específicas.

Gosto muito de um epigrama citado por Jonh Stott5: “Em coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade; em todas as coisas, caridade”.

Finalizo dizendo que precisamos do Dom de discernimento para identificar os males do extremismo, e uma das maneiras é o estudo da Palavra de Deus, na principal agência de Educação Cristã que a Igreja possui:


Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.

Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.

Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.

Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal (Hb 5.11-14, grifos meus).


VII – RELEVANTE PORQUE FUNCIONA COMO “APARELHO IDEOLÓGICO DA IGREJA”

Em tempos controvertidos como esse da pós-modernidade, um dos principais benefícios da Escola Dominical, é que ela pode funcionar como “Aparelho Ideológico” , e assim, estar alinhavando a Igreja para toda e qualquer eventualidade.

No meio educacional do ensino laico, a escola é pejorativamente chamada de “Aparelho Ideológico do Estado”. Com isso, os cientistas da Educação estão dizendo, que a escola serve para a preservação do status quo, e para manter os políticos capitalistas no poder.

Entretanto, para nós, a Escola Dominical deve ser usada como um aparelho ideológico a fim de manter os bons princípios bíblicos, coesão doutrinária, a manutenção da koiononia, para equacionamento dos muitos problemas que surgem e que venham a surgir etc.

E isso não é para nós algo ruim, pois a Igreja primitiva vivia sob a orientação ideológica dos apóstolos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42).7

O Dicionário Teológico (CPAD), de autoria do pastor Claudionor de Andrade, diz, que doutrina vem “do latim doctrina, do verbo docio, ensinar, instruir, educar” (1998, p.128).

A Igreja primitiva “perseverava” no conteúdo ensinado pelos apóstolos, que é fator primordial para o bom funcionamento da obra.

Evidente que nesse ensino pode ser repassado bons costumes que devemos preservar, isso é bíblico (Ef 2.10), e devemos até ter cuidado em achar que os costumes são conceitos adiáforos, isto é, assuntos não essenciais à fé cristã, pois, no cômputo geral o acúmulo pode resultar em muita coisa. Inicia-se com “um pouquinho disso não faz mal”, “um pouquinho daquilo outro também não”, e quando nos dermos conta ― em sua totalidade ― essas “coisinhas” já atingiram o núcleo doutrinal do Cristianismo.

Por isso, não esqueçamos que “não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14).

VIII – RELEVANTE PORQUE PROPICIA O AUTÊNTICO E GENUÍNO AVIVAMENTO

Todos os grandes avivamentos, ou reavivamentos, registrados na Bíblia e até mesmo na História, são resultado direto de uma renovada proclamação da Palavra de Deus e da obediência a Ela.

Basta uma “olhadela” na Bíblia e na História, e constataremos que “barulho” sempre foi efeito e não causa.

Leia Neemias, capítulo 8, versículos 1 a 12.

CONCLUSÃO

Para fazer valer a relevância da Escola Dominical na Igreja, precisamos ter, pelo menos, três requisitos:

    * Professores qualificados;
    * Ensino de qualidade;
    * Lugar apropriado para estudar.

E sobre tudo isso dedicação, é o que nos diz a Palavra de Deus, “(...) se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b, grifo meu), que inclui estudo, oração, zelo etc. De outra forma jamais os membros sentirão vontade de ir a Escola Dominical, e o prejuízo com certeza será coletivo.

NOTAS
1. Esse texto parte do pressuposto de que a sua Escola Dominical possui qualidade, ele visa somente o despertamento de todos sobre a importância da ED. Para outros assuntos temos palestras específicas em nosso curso intitulado SEED (Seminário de Escola Dominical). Contatos (44) 9105 – 0690.
2. Estamos falando de “Multiplicidade Religiosa” sem a abrangência heterogênea que contempla as seitas. Restringimo-nos a abordar somente o Evangelicalismo e grupos dissidentes.
3. Novembro de 2002.
4. Dados estatísticos do município de Goioerê (550 quilômetros de Curitiba), cidade interiorana que possui um perfil bem ameno em comparação com pequenas cidades de Estados como São Paulo e Rio de Janeiro onde a realidade é bem pior.
5. Rupert Meldenius, citado por Richard Baxter e reproduzido por Jonh R. W. Stott in Cristianismo Equilibrado, CPAD. Rio de Janeiro, 1.ed., 1982, p.15.
6. O texto integral desse aspecto da Escola Dominical, está em nosso livro Marketing para a Escola Dominical, a ser lançado pela CPAD.
7. Aqui cabe uma breve explicação da diferença entre “doutrina” e “costume”: “Doutrina bíblica é o “conteúdo da fé cristã”. Ao contrário dos costumes, concebidos ao gosto de cada povo de acordo com sua etnia, a doutrina é uniforme, a mesma em todos os lugares, para todas as pessoas, em todos os tempos. É o ensino bíblico normativo, terminante, final, derivado das Sagradas Escrituras, como regra de fé e prática de vida, para a Igreja através de seus membros. É o ensino sistematizado de um assunto bíblico, de fé e prática. A sistematização de uma doutrina bíblica inclui a devida referenciação bíblica e conceituação continuada do ensino em vista” (Obreiro, 1995).
8. Para maiores esclarecimentos sobre esse assunto leia na Revista Ensinador Cristão (nº 9, jan/março 2002; pp. 44 a 47) o nosso artigo Conhecimento precede avivamento.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD,.1998.
AYRES, Antônio Tadeu. Reflexos da Globalização sobre a Igreja. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
CARVALHO, César Moisés. Revista Ensinador Cristão. Artigo: Ensino/Aprendizagem – Responsabilidade Recíproca. Ano 1. Nº 4. Rio de Janeiro: CPAD, Out/Nov/Dez, 2000.
BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. Editora FTD S. A., São Paulo, 1996.
GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical. CPAD, Rio de Janeiro. Edição Atualizada e Ampliada, 1999.
Revista Obreiro. Artigo: O que é doutrina?, ano 16, nº 65, Rio de Janeiro: CPAD, Abril/Maio de 1995.
STOTT, Jonh R. W. Cristianismo Equilibrado. CPAD, Rio de Janeiro. 1ª ed., 1982.
__________________, Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
__________________, Apostila da 3ª Conferência de Escola Dominical da CPAD. 06 a 08 de Setembro de 2001, Curitiba – PR.
__________________, Apostila do 1º Seminário de Escritores Evangélicos. Rio de Janeiro: CPAD, 30 de Junho a 02 de Julho de 1999.





Esse texto foi produzido para um Seminário de Obreiros, ocorrido nos dias 9 e 10 de novembro de 2002, na cidade de Campo Mourão (PR). O evento foi promovido pela Quinta Região Eclesiástica da CIEADEP  (Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado do Paraná), e não está de acordo com a Nova Ortografia e nem sofreu nenhuma revisão, mantendo até mesmo o contato que possuía no Estado do Paraná. Sua finalidade é instrumentalizar os internautas amantes da Escola Dominical que por aqui passam.

Igreja Adventista da Promessa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Igreja Adventista da Promessa é a denominação adventista que aceita manifestações pentecostais.


Índice

[esconder]

[editar] Histórico

Fundada pelo pastor João Augusto da Silveira (que era da Igreja Adventista do Sétimo Dia), no dia 24 de janeiro de 1932 em Paulista (Pernambuco). Silveira manifestou o dom de línguas como acreditado pelas igrejas pentecostais.[1]
Em linhas gerais têm discordância em relação à Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre o Dom Profético (não acreditam que Ellen White era a "mensageira do Senhor" como a maioria dos adventistas do setimo cre) e ao entendimento sobre os dons do Espírito Santo, particularmente na manifestacao de linguas estranhas (Revista Adventista).
A Igreja Adventista da Promessa é reconhecida como a primeira Igreja Pentecostal genuinamente brasileira, isto é, fundada por um brasileiro, conforme a citação abaixo: "Fazendo alusão à chegada em nosso país, desses missionários batistas pentecostais, Duncan A.Reily junta a seguinte observação: "…Luigi Francescon narra como este fundou a Congregação Cristã no Brasil (1910), enquanto escritos de Daniel Berg e Gunnar Vingren relatam a implantação da Assembleia de Deus em 1911 (documento 3.6.3.). Entretanto, ao lado do pentecostalismo clássico, oriundo dos Estados Unidos, surgiu em 1932 dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no Recife, a Igreja Adventista da Promessa (1932)” [2].

[editar] Dados Atuais

A Igreja Adventisata da Promessa está presente na Argentina, Bolivia, Brasil, Camarões, Chile, Colômbia, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, Índia, Moçambique, Nigéria, Paraguai, Peru, Portugal, Quenia e Uruguai, totalizando 77.302 adventistas da promessa nos 18 países onde se encontra estabelecida.


[editar] Os Pontos de Fé da Igreja Adventista da Promessa são:

1) A BÍBLIA SAGRADA – A PALAVRA DE DEUS Conforme Isaías 34.16, cremos que a Bíblia Sagrada é o livro do Senhor. Inspirada, Revelada e Iluminada pelo Espírito Santo, foi produzida por homens santos, II Tm. 3.15-17, II Pd. 1.20-21, Rm. 15.4.

a. É verbal: Provenientes de Deus: O Testemunho de Jesus: Mt 5.17-18; Jo 10.34-35; Mt 22.43-45. Os textos são inspirados: 2 Tm 3.16, Ex 24.4, Is 30.8, 2; Sm 23.2, Mt 4.4,7; Lc 24.27,44; I Co 2.13; Ap 22.19. A Bíblia diz que suas palavras vieram da parte de Deus.
b. É plena: Todas suas partes são inspiradas. 2 Tm. 3.16; Rm. 15.4.
c. É autoritativa: Sua inspiração lhe concede autoridade. Jo. 10.35; Mt. 4,7,10-15, 22.29; Lc. 16.17. Sua autoridade é divina.
d. É inerrante: Não contém erros. Hb. 6.18; Jo. 17.17.

2. A Criação e a Triunidade Divina Cremos que a criação de todas as coisas inclusive do homem como ser humano, foi obra das mãos de Deus, Gn 1.1, 26, revelado, nessa ação, pela Divindade Jo. 1.3; Hb 1.2; Jó 33.4; Sl 104.30. Cremos na Triunidade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo. O Deus único, revelado nas três pessoas da Santíssima Trintade, Jo 1.18; 15.26; Mt 28.19; 2 Co. 13.13.

3. Criação, Queda e Restauração do Homem O homem saiu perfeito das mãos de Deus, mas, pelo livre arbítrio, pecou pela transgressão da ordem divina, no Éden, Gn 1.26-27; 2.16-17; 3.1-6, 17-19. Ali mesmo, Deus deu ao homem a promessa da redenção, Gn 3:15. Essa Promessa divina cumpriu-se em Jesus, o Redentor prometido e enviado ao mundo, para remissão do pecador, Lc 19.10; At 5.30-31.

4. Jesus: "Mediador e Salvador" Cremos que Jesus, o Filho de Deus, foi enviado ao mundo para cumprir a divina promessa da redenção. Morrendo na cruz pelos nossos pecados, como Cordeiro de Deus, Jo 1.29, tornou-se nosso único Mediador e salvador, Jo 14.6; 1Tm 2.5; Lc 2.11; Jo 4.44.

5. Arrependimento e Conversão São os dois passos decisivos para o Pecador que aceita Jesus como Salvador e Senhor de sua vida.

Em virtude de a pregação de Jesus ser um chamado ao arrependimento, Mc 1.15, Pedro no Pentecostes, começou o seu diálogo com a multidão falando da necessidade desse arrependimento, At 2.38, cujo resultado é a conversão que é fruto do Espírito Santo, capaz de levar o arrependido a mudar a direção de sua vida, do caminho da morte para o caminho da vida eterna, At 3.19; 26.18-20; 1Ts 1.9.

6. O Batismo do Arrependimento Cremos que o batismo é a porta de entrada à comunhão da igreja. Deve ser realizado na forma de imersão, para cumprir o seu simbolismo, Mt 3.6, 16; Rm 6.3; Cl 2. 12, e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Mt 28:19.

7. Batismo no Espírito Santo Cremos no batismo no Espírito Santo, como promessa anunciada, Is 44.3; JI 2.28-30, como promessa confirmada, Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.5, como promessa cumprida, At 2.1, 33. Essa bênção divina não se limitou ao Cenáculo, mas acompanhou a Igreja de Deus e chegou até nós, At 2.39, 10.44-46, 19. 1-6. Cremos, também, que as línguas estranhas são o sinal do batismo no Espírito Santo, como referidas nos testos acima, 1Co 14.2.

8. Dons Espirituais Cremos nos dons espirituais como dádiva divina á igreja de Deus. Cremos que eles operam para aquilo que for útil quando o Espírito Santo quer, I Co 12.7, 11. Conforme a relação de 1 Coríntios 12. 8-10, são 9 os dons espirituais: 1) Palavra da sabedoria, 2) Palavra do Conhecimento, 3) A Fé, 4) Dons de Curar, 5) Milagres, 6)Profecia, 7 ) Discernimento de Espíritos, 8) Variedades de Línguas e 9)Interpretação de Línguas. Esses dons são, portanto, obra exclusiva do Espírito Santo, 1 Co 12.11, e se manifestam para a edificação da igreja, 1ICo14.12.

9. Ordenanças Instituídas por Cristo Cremos nas ordenanças como cerimônias religioas-espirituais, dados por Cristo à sua igreja. São elas: O Batismo por imersão, Mt 3.1, 6; Jo 3.23, e a ceia do Senhor, Lc 22:19-20; 1Co 11.23-25; 10.16. Deve fazer parte da cerimônia da ceia, o Lava-Pés, como instituído por Jesus, Jo 13:4-17.

10. Reverência ás Coisas Santas A reverência é uma atitude de profundo respeito do ser humano às coisas santas. O crente deve reverenciar: a Deus, Ec 5.1; 1Tm 3.15. Tudo deve ser feito em respeito à palavra de Deus, Lv 27. 28-32.

11. A Sã Doutrina Denomina-se sã doutrina o conjunto de doutrinas bíblicas. Há muitos ensinos religiosos que configuram heresias e doutrinas estranhas; por isso, a sã doutrina deve ser a prova da verdade. Com base nisso, o próprio Jesus citou doutrinas de homens, Mc 7.7, e o autor da carta aos hebreus lembra que há doutrinas estranhas, Hb 13.9. Nesse sentido a sã doutrina existe para colocar a verdade eterna na sua real posição, Tt 1.9; 1 Tm 1.10.

12. Santificação no Porte e na Conduta Cristã Cremos que o crente em Jesus torna-se "nova criatura”. A partir daí, sua maneira de viver, referente ao porte cristão e à conduta do caráter, deve refletir Cristo na vida da pessoa. As formas velhas do procedimento mundano não se coadunam mais com a mente renovada pelo santo evangelho. Em todas as circunstâncias da vida, o crente deve ser luz para não produzir escândalos, Fp 2.15; 1Co 10.321; 1Pe 3.2-4.

13. Abstinência e Temperança Cremos na lei que regula o direito aos alimentos permitidos e declarados limpos, especialmente no que se refere às carnes, conforme o capitulo 11 de Levíticos. As referências às coisas imundas passam por toda a Bíblia, para orientar os fiéis na obediência à palavra soberana de Deus. Jó 14.4; Is 65.4; 66.17; 2 Co 6.17 e Ap 18.2.

14. A Oração e sua Eficácia Cremos que a oração é o meio de o crente falar com Deus. É na oração que ele agradece, louva e suplica ao senhor, que lhe responde, o que é maravilhoso e benéfico ao crente que ora com fé naquele que tudo pode, Sl 69.13; Is 59.7; 1Rs 18.36-38. Embora a oração possa acontecer em várias circunstâncias e em momentos diferentes, Is 38. 2-5; Jn 2. 1, adotamos, para os trabalhos regulares e oficiais, a oração de joelhos, como forma de adoração e reverência, e em conjunto, Fp 2.10; Rm 14.11; At 20.35-36; At 1.14; 12.5.

15. Cura Divina Cremos que Jesus pode curar as enfermidades, pois é promessa de sua palavra, Mc 16.18; At 4.30; Tg 5.16. A cura divina pode ser alcançada pela imposição das mãos, Mc 16.18, pela oração confiante, Tg 5.16, e pela unção com óleo, Tg 5.14, ministrada pelo pastor ou pelo presbítero. Há casos em que se manifesta os dons de curar 1Co 12:9.

16. Os Dez Mandamentos Cremos que a lei moral, contida nos dez mandamentos, deve ser observada pelo crente em Cristo Jesus, Ec 12.13; Rm 2.13. Cremos que a Lei é eterna e não findou na cruz do Calvário, Mt 5.17; Sl 7-8. Ao contrário do que muitos ensinam, a morte de Jesus na cruz não anula a obediência aos seus ensinamentos. Dessa forma, a guarda aos dez mandamentos é a prova de que amamos a Deus, Jo 14.21; 15.10; 1Jo 2.4; 3.24.

17. Sábado, dia de Repouso Cremos que o sábado é o dia de repouso cristão, que foi abençoado e santificado por Deus, na criação, Gn 2.2. Na entrega da lei, no monte Sinai, o sétimo dia, denominado sábado, aparece como o dia abençoado e separado para o repouso do povo de Deus, Ex 20:8-11. A semana permanece, portanto, como formada na criação, composta por sete dias; logo, o sétimo continua sendo o dia de repouso. Em toda a Bíblia, não há nenhuma menção de mudança do dia de sábado para outro qualquer. Jesus confirmou a bênção da criação, dizendo: O Sábado foi feito por causa do homem, Mc 2.27, o que equivale a dizer: enquanto o homem existir sobre a face da terra , o sábado lhe será o dia de repouso.

18. Distinção das leis Moral e Cerimonial Cremos que há distinção entre a lei moral e a lei cerimonial. A lei moral é composta por dez mandamentos, Dt 4.13, e foi escrita pelo próprio Deus, em duas tábuas de pedra, Ex 31.18. É chamada de lei perfeita, Sl 19.7, lei da liberdade, Tg 2.12, lei de Deus, Rm 7:22 e 25, a verdade, Sl 119.142; não é sombra, porque é chamada lâmpada e luz, Pv 6:23; foi guardada dentro da arca, que por sua vez, estava no lugar santíssimo do Tabernáculo, Ex 25.10-22; Lv 16.2. A lei cerimonial contem todas as instruções referentes ao trabalho do santuário, e, por ordem de Deus, foi escrita por Moisés em um livro, Dt 31.24, guardada fora da arca, ao seu lado, 25-26.Todos os regulamentos religiosos e festivos de Israel estavam nessa lei, que, por isso, é chamada lei de ordenanças, Ef 2.15; Cl 2.14-16. Era considerada sombra das coisas futuras, Cl 2.17; Hb 10.1; portanto, não se confunde com a lei moral. As duas aparecem nitidamente separadas, em I Co 7.19.

19. Manutenção da Obra: "Dízimos e Ofertas" Cremos que o dízimo é uma determinação legal a todos filhos de Deus. Foi instituído para a manutenção do ministério eclesiástico, Num 18.21, como ordena a Bíblia: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, Ml 3.10. O dízimo representa a décima parte dos proventos da pessoa. Dessa forma, o crente que é fiel entrega o dízimo em obediência à Palavra e numa forma de louvor e agradecimento a Deus. Já as ofertas são voluntárias, uma vez que o crente contribui segundo suas condições e o seu coração, 2 Co 9:7.

20. Submissão às Autoridades e Liberdade de Consciência A Bíblia determina que haja submissão, por parte dos crentes, às autoridades seculares, Rm 13. 1-7, e às autoridades religiosas, Hb 13.7 e 17. A liberdade de consciência é um direito garantido a todo cidadão, pela Constituição Nacional. Isso garante ao Crente exercer a sua fé, sem constrangimentos ou censuras. A consciência cristã deve ser, também, praticada e respeitada, Dn 3.12-18; At 21.37-40; 22.25-29.

21. O Casamento, o Lar e a Família Cremos que o casamento entre um homem e uma mulher é a base e a segurança da família, pois um lar não é feito de pedras frias da casa (o edifício), mas , essencialmente, de amor, compreensão, respeito, comunhão e submissão, o que só se pode conseguir numa família legitimamente constituída sob as bases legais e sobre a benção do Deus eterno. Por isso Paulo aconselha que todo casamento seja realizado no Senhor, isto é, conforme a vontade de Deus, 1 Co 7.39.

22. O Ministério Eclesiástico Cremos que o ministério eclesiástico começou em Cristo, na escolha dos doze discípulos e, depois, dos setenta, Mt 10.1-6; Lc 10. 1-2. A escolha e a ordenação passou pelo ministério apostólico, seguindo, através da historia da igreja, até nossos dias, At 13.1-3; 1Tm 4.14; Tt 1.5.Cremos que há na Bíblia, dois graus de consagração: diaconato e presbítero, At 6.1-6; 1Tm 3.1,2 e 8-11; 1 Pd 5.1). Os títulos-pastor, missionário, evangelista e obreiro - dizem respeito à função e não ao oficio.

23. Imortalidade condicional Cremos que o homem é mortal por natureza. Na morte, ele permanece em estado de inconsciência, Ec 9.5, 10; IS 38.18-19; Sl 146.3 e 4, e só voltará à vida pela ressurreição, Jo 5.28-29; 1Co 15.51-54; 1Ts 4.15-16, quando, então, os justos herdarão a recompensa e receberão a coroa da vida, Lc 14:14; 2 Tm 4.6-8. Só quem possui a imortalidade inerente é Deus, 1Tm 1.17; 6.15-16.

24. O Axioma da ressurreição Cremos que Jesus morreu em uma quarta-feira e ressuscitou três dias e três noites depois, período que terminou no sábado, ao pôr-do-sol, exatamente 72 horas depois que fora deposto na sepultura, Mt 12.40; 28.1-6. Esse assunto é bastante extenso; por isso damos aqui apenas o resumo do que ele encerra.

25. A Segunda Vinda de Cristo Cremos no advento de Cristo; por isso, somos adventistas. Jesus cumpriu seu ministério terreno, Jo 17.4, morreu e ressuscitou, subindo ao céu, de onde viera, At 2.23-24; Mc 16.9 At 1.9. Voltará, em sua segunda vinda, para buscar os redimidos, salvos por ele, Jo 14.3; Fp 3.20; Hb 9.28, e essa vinda será visível e pessoal, At 1.10-11.

26. A Ressurreição dos Mortos Cremos na ressurreição dos mortos, como declara Paulo, em Atos 24.14: “Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos”. A ressurreição dos justos dar-se-á por ocasião da volta de Jesus, Lc 14.14; a dos ímpios, após o milênio, Ap 20.5. A morte, para o justo, é chamada de sono, pois ele acordará ao som da última trombeta, 1ITs 4.14-16.

27. O Milênio Cremos que haverá um período de mil anos, chamado milênio, que acontecerá exatamente entre as duas ressurreições: começará com a ressurreição dos justos e terminará com a dos injustos, Ap 20.4-6. Durante esse período, a terra estará vazia e assolada, como o abismo, Jr 4.23-26; Ap 20.1-3. Os justos salvos estarão nos céus, Jo 14.1-3; Fp 3.20, ali realizarão o juízo dos ímpios e dos anjos maus, Sl 149.7-9; 1Co 6.2-3; Ap 20.4. Findo o Milênio, os ímpios ressuscitarão, Ap 20.7, e logo, empreenderão, sob o comando se satanás, a última batalha deles contra o povo de Deus; mas serão destruídos pelo fogo eterno e se tornarão cinza sobre a terra, Ml 4.3; Ap 20.9-10. Jerusalém, a cidade eterna, será colocada na terra renovada, para todo o sempre, Ap 21.1-7.

28. O Juízo Final Cremos que todo ser humano passará pelo juízo divino, Sl 9.8; Ec 12.14, que será feito com base na santa e imutável lei de Deus, Ec 12.13; Tg 2.8-12. e esse processo determinará qual seja a recompensa de cada um, Rm 2.5-8; 2 Co 5.10.

29. A Extinção do Mal Cremos que o mal entrou no mundo através da transgressão de nossos pais, Gn 3.17-18, e que o pecado e a morte passaram para toda a humanidade, Rm 5.12. Com a Volta de Jesus, tudo se acabará neste mundo. Assim, a causa do mal será eliminada e os seus efeitos serão cessados, Ap 21.4; 20.1-15

30. A Nossa Terra: ‘‘Lar dos Remidos” Cremos que a nova terra será o lar eterno dos remidos do Senhor: promessa há, através da Bíblia, garantindo aos salvos esse lar de paz e vida eterna, Is 65.17-19; Is 35.1-10; 2 Pd 3.13; Ap 21.1; 22.1-5.
Por ser uma igreja totalmente baseada na Biblia pode ser chamada de a igreja sem mácula.

Referências

  1. [1]
  2. História Documental do Protestantismo no Brasil, ASTE, 1984, p. 379

[editar] Ligações externas