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quarta-feira, 16 de março de 2011

Há esperança para o povo japonês?
Japão uma das maiores potências econômicas mundiais do século XXI. Um país admirável, com um povo muito determinado, que em algumas décadas conseguiu ressurgir das cinzas decorrentes da 2a. Guerra Mundial.

Uma nação que conseguiu uma prosperidade material invejável. Na área sócio-econômica, o Japão é um dos poucos países do mundo onde a expectativa de vida supera 80 anos. Eles têm uma das menores taxas de mortalidade infantil (3,30 mortes/1000 nascimentos vivos). O PIB per capita (paridade do poder de compra) chega a U$ 28.000 (2002). No Brasil este índice era de U$ 7.600.

Porém, apesar de toda esta riqueza, vemos problemas dentro da sociedade japonesa que testificam uma pobreza espiritual grave. Em julho de 2004, foi veiculado pela mídia que o número de suicídios no Japão aumentou 7,1% em relação ao ano anterior, alcançando o recorde de quase 35 mil pessoas num ano.

Uma constatação inquietante foi que o suicídio entre os alunos do ensino básico aumentou 60% (foram 93 casos), enquanto entre os alunos do ensino médio houve um salto de 30% (foram 225 casos). Mais recentemente tomamos conhecimento de outra maneira terrível de se tirar a vida no Japão, o suicídio coletivo de pessoas. Entre janeiro de 2003 e junho de 2004, 45 suicidas combinaram suas mortes pela Internet. E só no 1º semestre de 2005, foram registrados 77 suicídios entre adultos que não conseguiram encontrar trabalho. O aumento eleva a taxa de suicídio do Japão para 27 em cada 100 mil pessoas - uma das mais altas do mundo. O número de suicidas japoneses é praticamente igual ao dos norte-americanos, mas os Estados Unidos têm mais do que o dobro da população do Japão. No Brasil, há uns quatro anos atrás este índice era de 4,9 em cada 100 mil habitantes.

Fora este dado assustador, o povo japonês vem se perdendo nos seus valores morais e éticos. A cada ano o índice de criminalidade, especialmente entre os jovens cresce. Num site especializado no combate à pornografia infanto-juvenil, há um artigo que comenta que antes das alterações recentes da legislação japonesa no que se refere a esse assunto entrar em vigor, estimava-se que 80% de toda pornografia infantil distribuída no mundo era produzida no Japão. Pesquisas recentes atestam que após a aprovação do Law for Publishing Acts Related to Child Prostitution and Child Pornography em 1999, os números relativos à pornografia infantil decresceram drasticamente, porém, é quase certo que este mal continua de forma camuflada, pois a posse deste tipo de material para o uso pessoal não é ilegal e a disseminação de pornografia por meio de “mangá” (gibis) e “animê” (desenho animado) é liberada.

Outro dado que revela o estado espiritual da vida dos japoneses é com relação a sua posição religiosa. O japonês vai ao santuário (“jinjya”, onde são venerados os deuses do Xintoísmo) para celebrar o nascimento da criança ou o casamento, para pedir proteção no Ano Novo ou sucesso nos vestibulares, entre outros. Cada santuário tem seu próprio festival que atrai multidões. Esse mesmo japonês também vai ao templo (“oterá”, onde estão as imagens de Buda e são praticados os cultos budistas) por ocasião dos funerais. Os mortos são encomendados de acordo com rituais budistas e, recebem nomes budistas póstumos. E, por influência muito forte dos costumes ocidentais que os Estados Unidos da América vem passando, é muito comum ver jovens que celebram a cerimônia de casamento fazendo questão de alugar uma catedral ou templo e um sacerdote cristão (padre ou pastor) para realizarem o seu matrimônio também.

Religiosamente falando, o Japão é xintoísta e budista ao mesmo tempo. O xintoísmo é uma religião originária do Japão, desde a antiguidade. O deus do Xintoísmo chama-se Kami-sama. A deusa Amaterasu Oomikami, a deusa do sol, é a primeira filha do deus do Xintoísmo que é descendente do primeiro imperador do Japão. O xintoísmo é a religião que vem do naturalismo e do animismo dominantes entre os japoneses primitivos que viam a divindade em todos os fenômenos impressionantes da natureza bem como nos espíritos dos mortos. "Xinto" significa "o caminho das divindades" e tornou-se uma religião da comunidade com seus santuários e deuses guardiões locais.

O povo japonês, até hoje, costuma ter na sua casa um altar com nomes dos seus antepassados que são cultuados diariamente, oferecendo alimentos simbólicos e o culto propriamente dito com rezas para purificar os espíritos que já se foram e aos que ainda estão vivos. A tradição e cultura japonesa estão profundamente imbuídas dessa influência xintoísta, que são notoriamente vistas nos festivais populares, nas celebrações de bodas, nos rituais na construção de edifícios, nas festas de ano novo, na nostalgia pela natureza, etc...

O mito da origem divina da família imperial tornou-se base da religião de Xinto. Por isso o imperador também foi considerado Deus do povo japonês até o término da Segunda guerra mundial em 1945. Atualmente, de acordo com a nova Constituição pós-guerra, o imperador é o símbolo da nação e da unidade do povo, derivando sua posição da vontade do povo, no qual reside o poder soberano, mas o imperador não tem poder relacionado ao governo.

Por outro lado, a religião budista é originária da Índia, chegando ao Japão através da China e da Coréia em 593 d.C., no século 6, na época do regente Shoutaku Taishi. O deus da religião budista chama-se Hotoke-sama. Após receber o apoio da casa imperial, o budismo foi se propagando pelas autoridades por todo o Japão. No início do século 9, o budismo japonês começou uma nova era, atraindo principalmente os aristocratas da corte, contribuindo para o desenvolvimento da cultura. O período Kamakura, entre 1192 a 1333, século 12, foi uma era de grande conflito político e social. O budismo era uma esperança para salvação entre os guerreiros e os camponeses.

O japonês comum não sente contradição em aceitar outra religião, como o budismo, pois este se identificou muito bem com a tradição cultural-religiosa japonesa. Existe uma quantidade enorme de religiões no Japão. Segundo especialistas, somente na segunda metade do século passado foram fundadas mais de 2.000 pequenas seitas religiosas.

Diante deste quadro terrível do povo japonês, que é tão pouco noticiado, será que ainda há esperança para eles?

Será que podemos considerar o Japão como um país já alcançado pelo evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo?

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