Visitantes

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

05 março 2011

O CARNAVAL À LUZ DA BÍBLIA - IPB – João Dourado / Bahia


Até na próxima quarta feira de cinzas só se fala nele. É Band folia, SBT folia, globeleza. Desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo. Carnaval em Salvador ao som dos trios elétricos com seus blocos tradicionais, Recife com seus conhecidos bonecos e o frevo. Assim, o Brasil pára para ver a grande festa. Nossa nação  é conhecido no mundo todo como o país do carnaval. O carnaval é o carro chefe do turismo nacional atraindo turistas do mundo todo gerando grandes lucros para a economia nacional.

Mas a final, o que é mesmo o carnaval?Qual a origem desta festa e o que está por trás dela? Responder estas questões à luz da Palavra de Deus é de extrema importância para quem tem teme ao Deus verdadeiro e zela pela para que Sua verdade prevaleça. 

Carnaval, como o próprio nome diz é festa, uma mostra, uma celebração da carne – “CARNE VALE"carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.” -. É um período em que a população, principalmente nas grandes cidades do Brasil festeja e se de dedica aos prazeres. Para quem gosta mesmo, é tempo de extravasar, se entregar à festa, às danças, à cobiça. Numa linguagem froidiana é tempo de liberar O IDE (instintos, impulsos sexuais, não frear a busca pelo prazer imediatista) Seria  ainda deixar fluir o “O INSTINTO DE VIDA”, A LIBIDO, ou mesmo o O THANATOS (agressão, morte), ou seja, vale tudo que for bom para a satisfazer o apetite carnal. Só não vale reprimir desejos.
Nesta época aqui no Brasil, geralmente antes da abertura da festa do carnaval, os prefeitos das cidades, num cerimonial simbólico entrega uma grande chave  ao rei do carnaval, chamado de Rei Momo – “filho do sol e da noite”. Este personagem originário da mitologia grega “é conhecido como o deus da sátira, do sarcasmo, do culto ao prazer e ao entretenimento, do riso, da pilhéria, das críticas maliciosas, etc. Segundo a história, ele tinha o costume de criticar os feitos de outros deuses. Uma vez, solicitado para opinar sobre obras de Zeus, Atena e Prometeu, fez-lhes severas críticas. Irados, os deuses o expulsaram do Paraíso, vindo ele cair no planeta Terra. Dizem que veio para tirar o sossego dos homens. Será?”. Neste particular há uma “Grande coincidência” com o que diz a Bíblia. Está registrado em Apocalipse 12 que numa grande peleja que aconteceu no céu entre o anjo Miguel e um ser chamado de Dragão, este ser que se levantou contra o Deus Altíssimo, foi expulso da presença de Deus para a terra junto com os seus anjos e por causa disso a terra sofreria terrivelmente com a sua presença, visto que ele está carregado de ira e malignidade e no pouco tempo que resta ele perturbaria toda a terra. Este ser é chamado de “O Grande Dragão, A antiga serpente, diabo, satanás e o sedutor de todo o mundo (Veja Apocalipse 12:7-12). Já na Roma antiga, o Momo tinha que ser obeso. Eles elegiam o mais belo soldado da tropa para ser coroado rei Momo. O escolhido no seu curto período de tempo podia brincar, comer, beber, fazer o que tivesse vontade. No final da festa este rei seria sacrificado no altar do deus Saturno. Em apocalipse falando do Grande Dragão, o seu fim será de sacrifício no lago de fogo e enxofre, onde sofrera o castigo da justa ira do Deus Todo Poderoso – “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontra não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Ap.2:10).
NOTÍCIAS BAHIA - Jornalismo e Opinião
 
Vamos direto ao assunto. O Brasil, país gigante e glorioso, durante a semana do carnaval, praticamente cinco dias úteis se põe de joelhos diante do deus Mamon (riqueza, materialismo), do “rei Momo”, símbolo do sarcasmo, sátira, prazer e insulto ao Deus santíssimo. Discute-se a relevância do carnaval do ponto de vista cultural, econômico, turístico... Mas não há espaço para discutir e refletir os malefícios do carnaval numa perspectiva bíblica da verdadeira espiritualidade. Dentro de uma visão espiritual, o carnaval é um culto a satanás recheado do que ele mais gosta, do que mais lhe sacia e lhe dá prazer: As obras da carne. O Apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas faz um contraste entre as obras da carne e o Fruto do Espírito, em outras palavras, entre o que agrada a carne, o mundo e o diabo e o que agrada e dá prazer ao Deus Triuno. Assim diz a Palavra de Deus: “As obras da carne são conhecidas e são: Prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já outrora vos preveni, que não herdarão o reino de Deus, os que tais coisas praticam” (Gl.5:19-20). Eu desafio a quem quer que seja a apontar um só item deste catálogo das obras da carne que não aumenta de forma volumosa a sua prática durante o carnaval!  Tanto é assim que o governo gasta milhões em campanhas publicitárias para o uso de camisinhas e na distribuição delas, ou seja, faça sexo com quem e como quiser, mas use a camisinha para não prevenir as DSTs. Então quem é que se alegra quando as pessoas vão às ruas se embriagarem, brigarem, despirem-se,  prostituirem-se, venderem os seus corpos, enfeitiçarem-se  com os prazeres do pecado? A quem as pessoas estão cultuando com tais práticas? Não é só o rei momo que tinha que ser obeso. O diabo também engorda nestes dias com os pratos apetitosos do “carne vale”. Entregar as chaves da cidade ao rei momo parece insignificante do ponto de vista da cultura, do folclore, do mito da festa, mas do ponto de vista espiritual, é entregar as chaves da cidade ao diabo para cirandar e usar as pessoas para insultar, desfazer, ridicularizar não a Zeus, o principal deus do panteão grego, mas a Deus, o Criador do universo, o Senhor absoluto das nossas vidas. Deus criou o homem e a mulher de forma extraordinariamente sábia, mas o espírito de momo usa a figura da mulher para vender a imagem do Brasil ao turismo internacional como sendo um país libertino e imoral. O turismo sexual enriquece os insanos e insensatos de coração à custa maculação da dignidade da mulher brasileira, das crianças e adolescentes que são exploradas sexualmente nesta época e vendidos como escravos dos mercadores da ganância.
 
Atentemos para o que diz o texto: “... Os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus”. Na seqüência do texto sagrado o Apóstolo Paulo escreve sobre o Fruto que produz àquele que tem um caráter semelhante ao de Cristo. Em essência Cristo era e praticava tudo isso: “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl.5:22). Quem é de Deus renuncia os prazeres da carne, porque não vive mais para agradar a si mesmo e sim a Ele – “Os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências”. Fico estarrecido e lamentando quando vejo artistas, figuras famosos do meio artístico brasileiro que vão a programas de televisão dizendo-se evangélico(as) saindo em defesa do nudismo artístico, da sensualidade e da pornografia. Ainda dizem que Deus não se preocupa com isso. Parafraseando um professor de seminário quando estudava em Recife diria que estas pessoas devem ter se convertido ao “pornoevangelho”, e não ao verdadeiro evangelho de Cristo. Propagam as boas novas de deuses mitológicos, sujos, impuros. Estas pessoas precisam das boas novas de Salvação exclusivamente em Cristo Jesus.


Segundo o calendário católico a quaresma (período de quarenta dias que antecede à páscoa dedicada a jejuns, penitência e práticas piedosas como esmolas, orações, etc.) tem início na quarta-feira de cinzas, o dia da ressaca do carnaval. A idéia implícita é que antes de chegar o tempo de jejuns e abstinências dos prazeres da carne, faz-se uma grande festa para pecar, ocasião onde as pessoas queimam todas as suas energias nos prazeres da carne até o dia das cinzas. O carnaval começa com o rei momo recebendo a chave das cidades e termina na quarta feira de cinzas. O tal rei momo no pouco tempo que tem para agir quebra tudo, ou melhor, queima tudo, deixando pelas ruas das grandes metrópoles brasileiras rastros de cinza e destruição.


Fica a reflexão e alerta aos verdadeiros seguidores de Cristo que não querem contaminar-se com o carnaval. Não nos convém assentar-se com nossa família à frente da televisão para assistir a folia dos liberais a seduzir a nação a blasfemar contra Deus. A Palavra de Deus diz que não devemos ser cúmplices nas obras infrutuosas das trevas. Nosso fruto é o Fruto do Espírito – “Retirai-vos dela povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participantes dos seus flagelos” (Ap.18:4).


Oremos pelas autoridades constituídas para que vivamos tranqüila e mansa com toda piedade e respeito (I Tm.2:1-5). Se os governantes do Brasil amassem mais as pessoas do que as coisas, se vissem o ser humano com dignidade e respeito, se entendêssemos que uma vida vale mais que uma festa de carnaval inteira em todos os estados da nação, não teríamos tantas vítimas de catástrofes naturais como a que tivemos recentemente no Rio de Janeiro. O país gasta milhões com festas para incentivar turismo, entretenimento e em conseqüência aumenta as filas dos SUS nos hospitais e postos de saúde abarrotados de adolescentes grávidas, filhos sem pai, mulheres vítimas de abortos; agressões, doenças sexualmente transmissíveis, acidentados no trânsito, alcoólatras, drogados e incontáveis vítimas dos que se deixam seduzir pelo Grande Dragão, o destruidor. Á luz da Bíblia o carnaval é o que sempre foi desde a sua origem: anarquia, sarcasmo, culto ao prazer, libertinagem, extravagância e blasfêmia contra o verdadeiro Deus.


Rev. Cloves Azevedo de Oliveira

IGREJA PRESBITERIANA MÃE DE JOÃO DOURADO - BAHIA (105 anos)

Ficar com homem recém-separado é um perigo?

Meredith Grey e Derek Shepherd, os protagonistas da série Grey's Anatomy: o romance dos médicos engasgou por ele ser recém-separado
Ah, meninas. É.
É sim!
Homem separado há fresquíssimo tempo, ele é todo um calendário maia de péssimas previsões. Homem que é ex faz pouco é um 2012 de barbas, tristezas e insensibilidades.
Nada contra ele, mas nada muito a favor também.
Moças, curto e grosso: separação é uma dor. Machuca. Demora pra curar. Requer tempo. Pede paciência.

O NASCIMENTO DE UM INOCENTE CANALHA
Olha o perigo! Você encararia um flerte com Ashton Kutcher?
Nos homens (e em muitas mulheres também), uma boa parte dessa cicatrização se dá na autoenganação. Ou seja, picando o drible na causa do problema. Ou seja mais ainda: para esquecer a antiga companheira, só lotando a cuca com muita curtição.
O cara que deixou um casório olha no dia seguinte o espelho. Ali, ele vê o reflexo de um guerreiro. Um soldado que voltou da guerra. Um veterano arranhado mas cheio de orgulho. Um gladiador brasileirinho, que não desiste nunca, que vai dar a volta por cima, com muito orgulho, com muito amor.
Nesse lindo processo de voltar ao combate, o homem é um especialista sem igual em fingir. Finge que não é dor a dor que deveras sente.
Viverá, então, dias de canalha.
Vai passar o rodo.
Daí que se você, garota, está a fim de uma aventura, se você está em busca só de tesão, ousadia e um pouquinho assim de drama, esse cara é o cara. Ficar com ele é uma beleza.
QUANDO VOCÊ ESTÁ DISPOSTA AO AMOR
O problema de tudo é que a gente, você e eu, somos uma raça complicada. Mulheres e homens estão fadados ao amor. É nosso destino. O amor taí, provando que não vale nada, que dá quase sempre em zebra. E ainda assim, se há uma fé inquebrantável da espécie humana, essa fé tem um santo chamado amor, um anjo chamado paixão.
Por mais que você entre num caso desses com o coração blindado e treinado, controlar a escola de samba que a gente leva debaixo do peito é coisa que ninguém sabe, ninguém consegue. E aí, meninas, a desgraça é que sempre, sempre mesmo, a gente corre o risco de se apaixonar.
Você pode se apaixonar…
OS PERIGOS DE SE APAIXONAR
Arriscar ou não arriscar: eis a questão com os recém-separados
O risco de sofrer com um cara assim é gordo, é obeso. Ele provavelmente será frio. Ele provavelmente será esquivo, arredio e insensível. Acima de tudo, ele será tudo isso com todas as desculpas internas do mundo pra ser assim.
Porque um cara nessa fase de dor diz a si mesmo que tudo é justificável. Quando encontra uma nova mulher, ele se sente leve. Sente que não há nenhuma pressão da parte dele. Ele pode sumir, ele pode não ligar, ele pode enrolar, ele pode nunca te assumir, ele pode aparecer só quando quer. E tudo isso estará certo, tudo isso será justo.
Se a nova garota reclamar, por dentro ele dirá: “mas, diabos, ela sabe que eu estou numa fase assim. Sabe que não estou preparado pra nada sério. Ela tá sofrendo porque quer. Não prometi nada…”.
Alguém lerá isso e, então, dirá: “Absurdo, João! Machismo, João! Não entendi nada, João! E ele? Ele não pode se apaixonar de novo? Por que fugir de um cara de quem estou a fim só porque ele terminou um romance? Nem todo cara é assim! Você generaliza”
Se alguém disser, eu direi de volta: calma, cocadinha. Calma. Como não generalizar? Como escrever um texto para cada humano. Seis bilhões de posts? Não posso. Preciso fazer vista grosíssima para o individual. Preciso ir pela média. E a média é assim.
Moças, não digo pra fugir de um cara assim. Digo para ter cuidado. Ter carinho. Ter doçura e pé atrás. Digo para ter paciência. Digo para fazer o que achar que deve fazer. Mas digo, acima de tudo, que voltar a amar é um processo. Que leva tempo. A quantidade de tempo, eu não sei dizer. Mas sei que leva tempo.
Ficar com um cara recém-separado é mesmo um perigo. Ele pode se apaixonar por você. Ele pode não se apaixonar por você. Mas, bem pensando, tudo é meio assim, não é?
Love hurts. Amor é um troço complicado. E sou a favor dos riscos. Quer arriscar, vai nessa.
Vai com um band-aid.
       AH  não deixa de ser uma roleta russa,vale apenas usar seu raciocinio....

As razões de casamento e divórcio entre cristãos

Publicado: 02/04/2012 em AmorCasamentoEspiritualidadeFelicidadeFruto do Espírito,HipocrisiaIgreja dos nossos diasPecadoRelacionamentoSofrimentoSolidão
Conversando com irmãos em Cristo sobre as razões de haver tantos casamentos desfeitos ou infelizes entre cristãos, chegamos à conclusão de que muitos tanto dos que têm fé em Jesus quanto dos que não têm estão se casando pelas razões erradas. Pelas estatísticas do IBGE, a porcentagem de divórcios entre cristãos e não cristãos no Brasil é igual.  No passado, os casamentos eram negociações entre famílias, em que os pais arranjavam a união de seu filhos visando à manutenção de riquezas ou a ampliação de fortunas, os maridos arranjavam amantes, as esposas cuidavam dos filhos e tudo seguia como mandava o figurino da época. Era uma relacionamento utilitário em sua grande maioria. Mas do século passado para cá os indivíduos se emanciparam, o sexo feminino foi para o mercado de trabalho, elas se tornaram e consumidora e eleitoras e tudo mudou. O que passou a ditar a escolha do marido ou da esposa passou a ser, em teoria, mas essencialmente, o sentimento. Homens passaram a se casar não mais com a filha do homem mais rico da região, mas sim com aquela que fazia seu coração acelerar. Já elas passaram a votar, trabalhar, consumir e dispensaram o dote, tomando como razão de seus relacionamentos o sentimento.
Ou não?
Por que não? Bem, até aqui falamos da sociedade como um todo. Mas agora pensemos somente na igreja, que tem valores e práticas diferentes do mundo. Ou… deveria ter.  Porque nem todas as servas e os servos de Deus estão baseando seu relacionamento naquela que biblicamente é a motivação maior do casamento: o amor. Semana passada, durante três dias, lancei uma enquete aqui no APENAS com duas perguntas: “Qual deve ser a grande motivação de um cristão para se casar?” e “Se o cristão não encontrar uma pessoa que preencha o quesito que você apontou ele deve aguardar solteiro pelo tempo necessário ou deve casar-se assim mesmo?”. Naturalmente eu sei que essa está longe de ser uma pesquisa feita com metodologias cientificas, mas ao mesmo tempo o anonimato dos votantes garantiu que entre os 3.910 irmaos e irmãs que votaram houve sinceridade nas respostas. Ou seja: não clicaram na opção politicamente correta (a versão oficial, aquilo que falam para a família, a igreja e a sociedade), mas sim o que de fato as (os) motiva a se unir a alguém em matrimônio. Lembre-se: estamos falando de crentes. E aí voltamos ao “por que não?”. Porque,  ao contrário do que um irmão do twitter, por exemplo, comentou, que “é lógico que todos vão votar na opção amor“, houve surpresas que valem a pena analisar.
Eu confesso que esperava que mais cristãos soubessem que o amor é o grande alicerce e a grande razão de um casamento. No entanto, só  81.1% assinalaram essa resposta. A meu ver, uma porcentagem baixíssima. Veja: Deus é amor. 1 João 4.16 diz: “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”.  O maior mandamento de todos tem como essência também o amor:  “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22.37-40).  Além disso, nosso relacionamento com Jesus tem como maior valor o amor: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (João 14.21). O que une as pessoas da Trindade é… adivinha? “O Pai ama ao Filho” (João 2.35a). O fruto do Espírito de Gálatas 5.22,23 traz entre suas virtudes o amor.  A Bíblia é amor de Gênesis a Apocalipse. Mesmo a ira e a justiça de Deus são expressões de seu amor.
Ou seja, amor é a essência de Deus, é o que determina  nossa relação com Ele e com nosso próximo, é o fundamento de nosso relacionamento com Jesus e é o que une as pessoas da Trindade. Ou seja: o amor é o cerne de tudo.
Tá, mas… o que é amor? Não vamos entrar aqui pelos caminhos da interpretação do grego, eros, ágape, phileo, storges etc, vamos falar apenas da essência. E a essência está no conhecidíssimo João 3.16:  “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Isso é amor. É sentimento e ação. Começa no sentimento e não em um aspecto racional. Foi o afeto, o carinho, o cuidado, a preocupação, o ciúme, o zelo de Deus por seu povo (o coração do Senhor) que o levou à ação de enviar o Filho. Já ouvi pregadores dizerem que “amor é decisão”. Discordo. Perdão é decisão. Amor? Não se escolhe. Não escolho quem amo ou deixo de amar. Apenas amo e a partir daí ajo segundo esse sentimento, esse bem-querer, esse afeto. É algo que começa dentro, no abstrato,  e se torna atitude, concreta. Do mesmo modo que é bobagem um pregador dizer “sinta a presença de Deus” (isso não é coisa que se sente porque alguém mandou), diga a uma mãe: “Decida parar de amar seu filho hoje” e depois pergunte a ela se parou. Não funciona assim. Pois amor não nasce na razão. Não se constrói: para erguer um prédio é preciso haver tijolos.
E aí chegamos ao amor daqueles que foram feitos à imagem e semelhança de Deus; que devem ser imitadores de Cristo; que não vivem mais eles, mas Cristo vive neles; dos que foram transformados para viver em novidade de vida segundo Cristo. É evidente que, se o amor é o que norteia a essência e as ações do Criador, também deve ser a nossa bússola. Paulo diz em Efésios 5.1,2:  “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e ANDAI EM AMOR, como também Cristo nos AMOU e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. Logo: Exortar? Em amor. Evangelizar? Em amor. Discipular? Em amor. Perdoar? Em amor. Consolar? Em amor.  Liderar? Em amor. Obedecer? Em amor. Edificar? Em amor. Relacionar-se? Em amor. Viver? Em amor. Casar?
Adivinha…
Veja o que o apóstolo Paulo diz em Efésios sobre o casamento: “Maridos, AMAI vossa mulher, como também Cristo AMOU a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Sim, aqui fica claro o que deve levar um homem a unir-se a uma mulher: a mesma virtude que fez Cristo se entregar por nós. E essa não é uma prerrogativa somente masculina. O mesmo principio aplicado aos homens aplica-se à mulheres. Veja o que as Escrituras dizem em Tito 2: “Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a AMAREM ao marido”. Sim, novamente, o amor.
Gênesis 29 mostra que Jacó queria se casar com Raquel, mas o pai dela,  Labão, só a daria a ele se por 7 anos trabalhasse para o futuro sogro. E veja  o que diz o texto: “Assim , por AMOR a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a AMAVA”
A Bíblia é clara: a grande motivação de um cristão para se casar é o amor. O resto vem depois. Leve-se o tempo que se levar até encontrá-lo ou poder concretizá-lo. Como Jacó amava, 7 anos foram como poucos dias. E assim deve ser conosco.
Resumo da ópera: se não for por amor, o casamento é antibíblico.
E aí chegamos aos resultados da enquete. Cerca de 19% dos cristãos votantes deram razões diferentes do amor para se casar. Quando se vê que a taxa estimada de divórcios entre casais cristãos é de 24%, dá para desconfiar que os que se casam pelas razões erradas estão estatisticamente a um passo da infelicidade e, logo, da separação. Os itens incluídos na pesquisa foram selecionados com base naquilo que os internautas e as pessoas a quem dou aconselhamento justificam como tendo sido o motivo para se casar. A opção “outros” foi a segunda mais votada, com8,9% dos votos. Isso deixa claro que esses quase 9% dos irmãos não creem no amor como a causa principal da únião de um casal, embora não possamos saber exatamente as razões que alegariam aqui.
Já a terceira causa apontada foi, para o meu espanto, “profecia ou revelação de Deus”: 3,42% acreditam que quem vai apontar seus futuros cônjuges será um profeta, um “vaso”. Ou seja: ainda que não haja amor, se um “homem usado” ou uma “varoa de fogo” disserem que fulano ou fulana é “sua bênção”, uma expressiva parcela da Igreja vai seguir vozes humanas de terceiros na escolha de seus cônjuges. Detalhe: isso é antibíblico. Em momento algum do Novo Testamento vemos o dom de profecias sendo apontado como “dom casamenteiro”. Mas muitos ainda estão presos a essa antiga crença pentecostal (e falo como pentecostal que sou) de que “Deus usou o vaso e disse que fulano era minha bênção”. O problema não está no dom em si nem em seu uso: está na total ausência de autorização bíblica para que o dom de profecia ou o de palavra de conhecimento (a popular “revelação”) sejam usados na escolha do cônjuge. Casar por profecia é simplesmente má cultura popular pentecostal, não é teologia bíblica.
Em quarto lugar na enquete ficou um fator bíblico que influencia a resposta: o “não abrasar-se”. Foram 3,08% dos votos. A base dessa resposta está em 1 Coríntios 7: “E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.  Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado”. A leitura desses dois versículos podem passar a impressão que Paulo está pondo o sexo como a causa central para um casamento. Como se ele dissesse “Segura as pontas, mas se a tua libido estiver te deixando doido é melhor se casar,  para ter um corpo humano à sua disposição e, assim, poder desfrutar dele sem viver com vontade de fazer sexo”. Além de ser algo animalesco, unir-se a alguém só para poder saciar os  desejos sexuais é um erro hermenêutico. Tomar esses dois versículo isolados do resto da Bíblia é fazer violência às Escrituras. Esse versículos devem ser vistos à luz do todo, como a hermenêutica bem nos ensina. Aqui, a questão do sexo é indissociável do amor. Qualquer pessoa que teve uma conversão após ter sido iniciado sexualmente sabe o horror que é sexo sem amor: consumado o ato, a vontade é sumir e não olhar mais para a cara da pessoa. Com amor é totalmente diferente. Então aqueles que pensam no sexo, no “não abrasar-se”, como a causa principal do matrimônio, estão errando por interpretar mal as Escrituras, por construir uma “doutrina” a partir de versículos isolados do restante das Sagradas Letras. No contexto da Bíblia, o que Paulo está dizendo é: “Você ama seu (sua) noivo (a) e está difícil conter os impulsos sexuais? Então não demore a se casar”.
Quinto fator mais votado, com 1,03% dos votos é o “receio de ficar só”. Aqui fica clara a confusão que existe na mente das pessoas sobre as funções e as motivações que devem levar alguém a se casar. O medo da solidão é compreensível e humano. Mas novamente o problema é a falta de base bíblica para essa justificativa. “Não é bom que o homem viva só”, disse Deus, e deu a Adão alguém para fazer-lhe  companhia, certo? Errado. Deu-lhe alguém para amar. Contra a solidão Deus inventou um santo remédio: amigos. Amizades, irmãos da igreja, parentes de sangue, muitas são as opções. Mas usar o casamento para aplacar a solidão é – expressão que ouvi recentemente – usar uma máquina de café para fazer pipoca. Uma coisa tem finalidades totalmente diferentes da outra. E se você jogar milho na cafeteira… prepare-se para o desastre. Então partir para um matrimônio com medo de ficar só demonstra falta de entendimento de que com Deus nunca estamos sós, em primeiro lugar. Mas aí entra o fator humano, ok, sejamos carinhosos. Se mesmo tendo Jesus em sua vida você sente falta de companhia humana, envolva-se em grupos de comunhão da igreja, faça amigos, busque contato com pessoas. Mas casar-se para  isso? É anticristão.
Carência afetiva, pressão da igreja e desejo de ter filhos empataram em sexto lugar, com 0,68% dos votos. Analisemos cada item. Carência afetiva demonstra pessoas que não se bastam a si mesmas. Precisam de alguém que as elogiem, que lhes digam que são importantes, que exaltem-nas. Em geral isso tem origem em problemas da infância que geraram uma baixa autoestima. Novamente não há na Bíblia base para tratar essa questão por meio do casamento. É muito mais um problema a ser tratado em gabinete pastoral ou em consultório psicológico (e não há demérito algum em buscar auxílio psicológico) do que numa noite de núpcias. A pessoa precisa aprender a se amar sem precisar de um cônjuge que a ame por ela.
No caso da pressão da igreja isso é o absurdo dos absurdos. Decidir casar-se é uma opção individual que virá quando a pessoa certa chegar e não na hora em que a congregação quiser. Tive uma aluna de seminário que tinha decidido não se casar (uma opção de vida bíblica). A pobre era metralhada com piadinhas e gente tentando empurrar namorados para ela dia após dia. O cristão tem que perder esse péssimo hábito de cobrar dos irmãos o casamento. É uma fixação incômoda da Igreja e precisa parar, pois isso cria ansiedades e tomadas de decisão erradas. Se você conhece um solteiro na sua igreja não fique perguntando “e aí, quando sai o casório?!”. Você pode estar colaborando para um futuro adultério, divórcio ou coisa pior. Deixe cada um decidir sua vida, não ponha jugo sobre o pescoço de ninguém. Conduzir os irmãos a um caminho errado é pecado. A vida não é sua, não será você a arcar com as consequências então…não force a barra.
A enquete indicou ainda os 0,68% que veem como causa principal do casamento ter filhos. Isso é um erro gravíssimo do ponto de vista bíblico. Escute bem: filhos são a consequência e não a causa de um casamento. Quem casa para ter um doador doméstico de sêmen age de modo torpe. Engana o marido, faz votos mentirosos no altar, põe o carro na frente dos bois e subverte a ordem natural que Deus criou para a humanidade. Primeiro houve a Trindade. Depois Cristo nos fez filhos. E a Trindade não existe em função de seus filhos. Do mesmo modo, primeiro vem o casal, unido em amor, e depois os filhos – o resultado desse amor. Primeiro cresce a árvore, depois nascem os frutos.  2 Coríntios 12.14 diz “Além disso, os filhos não devem ajuntar riquezas para os pais, mas os pais para os filhos”. Veja que essa passagem fala de herança, de legado, de uma ordem lógica. Os pais vêm primeiro, depois os filhos. Essa é a sequüência bíblica. Pensar nos filhos antes do pai ou da mãe é pura subversão dos propósitos de Deus em se tratando de motivações para o casamento. Logo, é pecado.
Penúltimo mais votado: “Pressão da família”, com 0,34% dos votos. Pobre de quem se casa por pressão da família. Une-se a quem não ama por insistência de quem ama. Por amor vive o desamor. Por esses só nos resta orar. E, por fim, com zero voto, “idade”. Aqui eu vejo a imperfeição da minha própria pesquisa, a famosa “margem de erro” em ação. Certamente são muitos, em especial mulheres, que se casam para “não ficar para titia”. Outro dia ouvi de uma irmã “Deus me livre de chegar aos 40 solteira e sem filhos!”. Sim, aqui a enquete falhou. Pois certamente há as que se casam porque todas as amigas já se casaram e elas ficaram por último. “Sobraram”. Querem viver o sonho da Cinderela. Querem entrar de branco na igreja. E o primeiro que passar pela frente disposto a topar a parada será a vítima.
A segunda pergunta
A segunda pergunta da enquete era “Se o cristão não encontrar uma pessoa que preencha o quesito que você apontou ele deve aguardar solteiro pelo tempo necessário ou deve casar-se assim mesmo?”. Aqui suspirei aliviado. A esmagadora maioria demonstrou o entendimento que Jacó demonstrou ao esperar o tempo que fosse pela amada. O entendimento de que não existe tempo certo, mas a pessoa certa: 94,95% afirmaram que é melhor permanecer solteiro pelo tempo necessário do que se casar pelas razões erradas. E, lamentavelmente, 5,05% disseram que seja qual for a razão que leve alguém ao altar, o melhor é se casar do que viver solteiro. Sinto pena por esses 5,05%, pois estão pondo como indispensável algo que o próprio Paulo disse que não era. Acredite: a Bíblia não considera o casamento imprescindível.
Veja que interessantes as palavras do apóstolo em 1 Coríntios 7.36-40:  “Entretanto, se alguém julga que trata sem decoro a sua filha, estando já a passar-lhe a flor da idade, e as circunstâncias o exigem, faça o que quiser. Não peca; que se casem. Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas domínio sobre o seu próprio arbítrio, e isto bem firmado no seu ânimo, para conservar virgem a sua filha, bem fará. E, assim, quem casa a sua filha virgem faz bem; quem não a casa faz melhor. A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor. Todavia, será mais feliz se permanecer viúva, segundo a minha opinião; e penso que também eu tenho o Espírito de Deus”. Ou seja: Paulo diz que o casamento não é obrigação e não há idade para ele: o mesmo se aplica a virgens e viúvas. E, pela enquete, 95% da a Igreja estão conscientes de que é melhor permanecer solteiro pelo tempo que for do que se casar errado. Mesmo que essa consciência não se reflita da prática, pois embora saibam disso muitos se casam por razões esdrúxulas como “profecias” e “para ter filhos”.
Conclusão
Há muitos e muitos cristãos infelizes no casamento. Cerca de 1/4 dos casais cristãos acaba se divorciando e, pelo que mostra a enquete, isso ocorre porque se casaram por qualquer outra razão que não o amor, que é a motivação bíblica. Está você solteiro? Não tenha pressa. Não ceda a pressões. Não use cônjuges para realizar sonhos. Respeite aquele com quem você vai se casar. E, biblicamente, esse respeito se traduz em chegar até ele e dizer-lhe na cara, sem um pingo de dor na consciência pelo que está dizendo: “Meu amor, estou me casando com você porque te amo tanto que daria minha vida por você, como Cristo amou a Igreja”". Essa é a afirmação bíblica. Qualquer outra razão que tornasse essa frase uma mentira é puro mundanismo travestido de Cristianismo.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício
.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


O Tabernáculo - O lugar da morada de Deus (Êxodo 35:8 - 39:43)


A importância dos capítulos de Êxodo que tratam do Tabernáculo é bem expressa por Witsius: "Deus criou o mundo inteiro em seis dias, mas Ele usou 40 dias para instruir Moisés sobre o Tabernáculo. Pouco mais de um capítulo foi necessário para descrever a estrutura do mundo, mas seis foram usados para o Tabernáculo."
Embora a maioria dos evangélicos reconheça prontamente a importância do Tabernáculo, ao longo da história da igreja há pouca concordância a respeito de sua interpretação. Recomendaria que o leitor fizesse um esforço para pesquisar a história da interpretação do tabernáculo, o qual é objeto de nosso estudo. Ao longo dos séculos muitas pessoas têm procurado encontrar o significado do tabernáculo de seu ponto de vista simbólico.
Já no período helênico... eram feitas tentativas para entender a função do tabernáculo do Velho Testamento como algo basicamente simbólico. Pela linguagem bíblica fica evidente a razão pela qual esta interpretação parecia algo tão natural. Primeiro, a dimensão do tabernáculo e todas as suas partes refletem um projeto cuidadosamente planejado e um conjunto harmonioso. Os números 3, 4 e 10 predominam com cubos e retângulos proporcionais. As diversas partes o santo lugar separado, a tenda, o átrio todos têm numa relação numérica exata. O uso dos metais ouro, prata e cobre é cuidadosamente selecionado de acordo com sua proximidade do Santo dos Santos. Da mesma forma, cores específicas mostram ter uma relação íntima com sua finalidade, quer branco, azul ou carmesim. Há igualmente uma gradação na qualidade dos tecidos usados. Finalmente, muita ênfase é colocada na posição e na orientação adequadas, com o lado oriental recebendo o lugar de honra.
Os primeiros intérpretes não tinham dúvida de que a importância do tabernáculo repousava em seu simbolismo oculto, e a questão em jogo era justamente decifrar seu significado. ... Para Philo o tabernáculo era uma representação do universo, a tenda significando o mundo espiritual, e o átrio o material. Além disso, as quatro cores significavam os quatro elementos, o candelabro com suas sete lâmpadas, os sete planetas, e os doze pães da proposição os doze signos do Zodíaco e os doze meses do ano.
Orígenes, em sua nona Homilia de Êxodo, faz referência à abordagem de Philo, mas depois toma outro rumo. Ele viu o tabernáculo como indicação do mistério de Cristo e sua igreja. Suas analogias morais em termos das virtudes da vida cristã - a fé comparada ao ouro, a pregação da palavra à prata, a paciência ao bronze (9:3) foram estudadas e aperfeiçoadas ao longo dos anos da Idade Média...
O problema com as tentativas de se interpretar o tabernáculo simbolicamente é que não há linhas de direção de aceitação universal ou padrões que determinem qualquer tipo de correspondência espiritual entre as partes do tabernáculo e alguma outra coisa. Por isso os "significados espirituais" nunca tiveram consenso entre os diversos intérpretes.
Em meu estudo inicial do tabernáculo, era minha intenção interpretar e aplicar os textos referentes a ele de forma um tanto direta. Uma vez que ambos, o edifício do tabernáculo e o edifício da igreja, possam ser pensados como lugares de reunião dos santos, acho que poderíamos aprender muito sobre os edifícios das igrejas do Novo Testamento pelo estudo do edifício do tabernáculo do Velho Testamento. Creio que o tabernáculo poderia nos dar alguns princípios que poderiam nortear nosso entendimento do projeto e da finalidade do edifício das igrejas. Vi que esta abordagem também tem sérios problemas.
Isto quer dizer que todo este material no livro de Êxodo, tratando do tabernáculo, não tem nenhuma aplicação clara para nós? Acho que não. Deus sempre teve um lugar de morada em meio a Seu povo. Primeiro foi no tabernáculo, e mais tarde, ainda no período de Velho Testamento, no templo. Nos evangelhos, Deus habitava (literalmente "tabernaculava") entre Seu povo na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Agora, na era da igreja, Deus habita na igreja.
É meu entendimento que existem certos elementos comuns em todas essas maneiras pelas quais Deus habitou (ou habita) entre os homens. Assim, a descrição do tabernáculo nos dá a primeira revelação bíblica de como Deus habita entre os homens, e o que isto requer ou sugere à igreja hoje, na qual Deus habita.
Nossa abordagem consistirá primeiramente em estudar algumas das características do tabernáculo, como descritas em Êxodo. Em seguida, analisaremos brevemente os textos que descrevem a construção do(s) templo(s), enfocando aqueles aspectos nos quais o templo é similar ou distinto do tabernáculo. Finalmente, passaremos ao Novo Testamento, para relacionar as características comuns do tabernáculo e do templo com a morada de Deus entre os homens através de "Seu Corpo". Creio que encontraremos uma correspondência muito próxima entre todos os meios que Deus usa para habitar entre Seu povo.
Características do Tabernáculo
(1) O tabernáculo era um aparato muito funcional. O tabernáculo servia como lugar de encontro entre Deus e os homens, e desta forma ficou conhecido como a "tenda da congregação"133 (cf. 35:21). Esta não era uma tarefa fácil, pois ter Deus tão próximo era uma coisa muito perigosa. Quando Moisés suplicou a Deus para habitar em meio a Seu povo, Deus o avisou que isto poderia ser fatal para um povo tão pecaminoso: "Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento eu subir no meio de ti, te consumirei." (Ex. 33:5a)
. O tabernáculo servia como lugar de encontro entre Deus e os homens, e desta forma ficou conhecido como a "tenda da congregação"133 (cf. 35:21). Esta não era uma tarefa fácil, pois ter Deus tão próximo era uma coisa muito perigosa. Quando Moisés suplicou a Deus para habitar em meio a Seu povo, Deus o avisou que isto poderia ser fatal para um povo tão pecaminoso: "Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento eu subir no meio de ti, te consumirei." (Ex. 33:5a)
O tabernáculo resolveu o problema de se ter um Deus santo habitando em meio a um povo pecaminoso. A solução inclui duas medidas.
O tabernáculo resolveu um dos problemas por ser portátil. Deus tinha Se revelado a Seu povo de cima do Monte Sinai. Quando o povo deixasse o Sinai em direção à terra prometida de Canaã, precisariam de algum lugar portátil para a presença de Deus ser manifestada. Como o tabernáculo era um tenda, o problema foi solucionado.
. Deus tinha Se revelado a Seu povo de cima do Monte Sinai. Quando o povo deixasse o Sinai em direção à terra prometida de Canaã, precisariam de algum lugar portátil para a presença de Deus ser manifestada. Como o tabernáculo era um tenda, o problema foi solucionado.
O tabernáculo também resolveu o problema de um Deus santo habitando em meio a um povo pecaminoso. As cortinas da tenda, e especialmente o espesso véu do Santo dos Santos, serviam como separadores, uma barreira divisória, entre Deus e o povo. Além disso, o tabernáculo era santificado e separado como um lugar santo. Isto poupava o povo de uma explosão de Deus que os teria destruído. O tabernáculo também era um lugar de sacrifício, para que os pecados dos israelitas pudessem ser expiados. Ainda que a solução não fosse permanente, realmente facilitava a comunhão entre Deus e Seu povo.
. As cortinas da tenda, e especialmente o espesso véu do Santo dos Santos, serviam como separadores, uma barreira divisória, entre Deus e o povo. Além disso, o tabernáculo era santificado e separado como um lugar santo. Isto poupava o povo de uma explosão de Deus que os teria destruído. O tabernáculo também era um lugar de sacrifício, para que os pecados dos israelitas pudessem ser expiados. Ainda que a solução não fosse permanente, realmente facilitava a comunhão entre Deus e Seu povo.
(2) O tabernáculo foi um aparato que revelava fabulosa riqueza e beleza. Não é preciso mais que uma leitura casual do texto para aprender que o tabernáculo foi um projeto muito caro.
. Não é preciso mais que uma leitura casual do texto para aprender que o tabernáculo foi um projeto muito caro.
Os estudos mais recentes das medidas hebraicas feitos por R. B. Y. Scott (Peake4s Commentary on the Bible, Londres e Nova Iorque 1962, sec. 35) calculam o talento em torno de 64 libras (29 kg) e o siclo do santuário em 1/3 de uma onça, ou 9,7 gr. De acordo com estes cálculos haveria algo em torno de 1.900 libras de ouro (862 kg), 6.437 libras de prata (2.923 kg), e 4.522 libras de bronze (2.053 kg).
O projeto envolvia não apenas materiais muito caros, mas estes materiais foram trabalhados de tal forma a criar grandes obras de arte: "... Deus... ordenou a Moisés que construísse um tabernáculo de uma forma que envolveria quase todas as formas de arte representativa que os homens conheciam." O tabernáculo e seus utensílios foram concedidos aos israelitas tanto para "glória" quanto para "beleza" (cf. 28:2, 40).
(3) A construção do tabernáculo envolveu todo o povo. Todo o povo se beneficiaria do tabernáculo, e assim a todos foi permitido participar de sua construção, ou pela doação dos materiais, ou pela habilidade no trabalho, ou por ambos.
. Todo o povo se beneficiaria do tabernáculo, e assim a todos foi permitido participar de sua construção, ou pela doação dos materiais, ou pela habilidade no trabalho, ou por ambos.
(4) O tabernáculo testemunhava o caráter de Deus. A excelência do tabernáculo, tanto em seus materiais como em sua mão de obra, era um reflexo da excelência de Deus. O tabernáculo também foi um lugar santo, porque habitando nele estava um Deus santo (cf. 30:37, 38).
A excelência do tabernáculo, tanto em seus materiais como em sua mão de obra, era um reflexo da excelência de Deus. O tabernáculo também foi um lugar santo, porque habitando nele estava um Deus santo (cf. 30:37, 38).
O tabernáculo testifica em sua estrutura e finalidade a santidade de Deus. Arão usava gravado no diadema "Santidade ao Senhor" (28:36). Os sacerdotes são alertados na própria administração de seu ofício "para que não morram" (30:21), e a morte de Nadabe e Abiú (Lv. 10:1) deixou clara a seriedade de uma ofensa que foi considerada ultrajante por Deus.
(5) O tabernáculo era composto de vários elementos, mas em tudo foi ressaltada a unidade, no projeto, na função e no propósito. "Fizeram cinqüenta colchetes de ouro, com os quais prenderam as cortinas uma à outra; e o tabernáculo passou a ser um todo." (Ex. 36:13). "Fizeram também cinqüenta colchetes de bronze para ajuntar a tenda, para que viesse a ser um todo." (Ex. 36:18).
. "Fizeram cinqüenta colchetes de ouro, com os quais prenderam as cortinas uma à outra; e o tabernáculo passou a ser um todo." (Ex. 36:13). "Fizeram também cinqüenta colchetes de bronze para ajuntar a tenda, para que viesse a ser um todo." (Ex. 36:18).
O que Schaeffer escreveu acerca to templo também pode ser dito a respeito do tabernáculo:
"Devemos reparar que, com relação ao templo, toda a arte foi trabalhada para formar uma unidade. O templo inteiro foi um trabalho singular de arquitetura, um todo unificado com colunas livres, estátuas, baixo relevo, música e poesia, pedras gigantescas e belas madeiras trazidas de muito longe. Tudo está lá. Um trabalho de arte completamente unificado para o louvor de Deus."
Não havia apenas unidade na arquitetura e na estrutura, mas havia também unidade na finalidade do tabernáculo. O propósito do tabernáculo foi prover um lugar onde Deus pudesse habitar em meio aos homens. Todos os seus utensílios facilitavam as ministrações e cerimônias que contribuíam para que este lugar único fosse a "tenda da congregação".
(6) O tabernáculo foi projetado como um aparato permanente. Repetidamente encontramos expressões tais como: "perpétuo" e "pelas gerações" (cf. 30:8, 16, 21, 31). A tenda foi usada diariamente por muito mais de 40 anos, parecia como se Deus o tivesse projetado para ser usado ao longo da história de Israel. Plagiando a afirmação dos construtores de automóveis, o tabernáculo não foi somente "construído para durar", mas foi projetado para durar.
. Repetidamente encontramos expressões tais como: "perpétuo" e "pelas gerações" (cf. 30:8, 16, 21, 31). A tenda foi usada diariamente por muito mais de 40 anos, parecia como se Deus o tivesse projetado para ser usado ao longo da história de Israel. Plagiando a afirmação dos construtores de automóveis, o tabernáculo não foi somente "construído para durar", mas foi projetado para durar.
(7) O tabernáculo foi idéia de Deus, iniciativa de Deus, projeto de Deus.
De onde veio o modelo? Veio de Deus... Deus foi o arquiteto, não o homem. No relato de como o tabernáculo foi feito repetidamente aparece esta frase: "E farás..." Isto é, Deus disse a Moisés o que fazer, em detalhes. Estas foram ordens, ordens do mesmo Deus que deu os 10 Mandamentos.
O tabernáculo foi feito depois do modelo divino ser mostrado a Moisés (25:9). As... instruções enfatizavam que cada detalhe do projeto foi feito de acordo com a explícita ordem de Deus (35:1, 4, 10, etc). Bezalel e Aoliabe foram dotados com o espírito de Deus e com o conhecimento da habilidade para executar a tarefa (21:2 e ss). Para o escritor do Velho Testamento a forma concreta do tabernáculo é inseparável de seu significado espiritual. Cada detalhe da estrutura reflete a vontade divina e nada fica para decisões "ad hoc" dos construtores humanos. ... Além do mais, o tabernáculo não foi concebido como medida temporária para um tempo limitado, mas algo no qual o sacerdócio permanente de Arão servisse ao longo de todas as gerações. (27:20 s).
O Templo como Lugar da Morada de Deus
Uma vez que Israel tomou posse da terra de Canaã, não havia necessidade de um aparato portátil para guardar a arca da aliança e os outros utensílios do tabernáculo. A arca, você se recordará, tinha sido usada pelos israelitas como uma espécie de "pé de coelho" gigante, que eles levaram consigo quando lutaram contra os filisteus, sob a liderança do rei Saul, e seu filho Jônatas. Os israelitas perderam esta batalha e a arca foi capturada pelos filisteus. Depois de repetidas dificuldades diretamente relacionadas com a arca, os filisteus a mandaram de volta à Israel. O retorno da arca e o fato de Davi residir numa casa suntuosa parecem ter propiciado a ele o propósito para a construção de um lugar diferente para guardar a arca: "Sucedeu que, habitando Davi em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedro, mas a arca da aliança do Senhor se acha numa tenda." (I Cr. 17:1)
Natã rapidamente (e aparentemente sem consultar a Deus) encorajou Davi a construir um templo (I Cr. 17:2). No entanto, Deus tinha planos diferentes, pois Davi era um homem de guerra e derramara muito sangue. Deus de fato permitiria a construção de um templo, mas seria construído por Salomão, filho de Davi, um homem de paz. Enquanto Davi queria construir uma casa para Deus, Deus prometeu dar a Davi uma casa; portanto, é neste contexto do pedido de Davi para a construção do templo que Deus proclama o que se tornou conhecido como a Aliança Davídica, a promessa de que o descendente de Davi governará para sempre, e assim se tornou conhecido que o Messias de Israel seria o "Filho de Davi" (I Cr. 17:4-15).
Da mesma forma que a vitória de Deus sobre os egípcios, as vitórias militares de Davi contra as nações (hostis) em derredor forneceram muitos dos materiais necessários à construção do templo (cf. I Crônicas 18-21). Apesar de não ser permitido a Davi construir o templo, ele fez extensos preparativos para isso. No capítulo 22 de I Crônicas Davi começou a reunir os materiais necessários para o templo. As instruções referentes à construção do templo foram dadas a Salomão. O povo foi encorajado a ajudar neste projeto. Também foram designados aqueles que ministrariam no templo (capítulos 24-26). Os planos que Davi deu a Salomão foram inspirados por Deus (I Cr. 28:11-12, 19), e desta forma divinamente providenciados, como o foram os planos para o tabernáculo.
Davi generosamente cedeu os materiais necessários à construção do templo, como o povo o fez quando foi solicitado (I Cr. 29:1-9). Para celebrar, foram oferecidos sacrifícios e todo o povo comeu e bebeu na presença de Deus (I Cr. 29:21-22) de modo a recordar a ratificação da aliança Mosaica (Ex. 24:5-11). Salomão reinou sobre Israel (II Cr. 1) após a morte de Davi (I Cr. 29:28) e construiu o templo (II Cr. 2-4). Era elegante em material e mão-de-obra, exatamente como o foi o tabernáculo (II Cr. 2:7; 3:8-17, etc). Quando ficou pronto a nação foi congregada e a arca trazida para dentro do templo (II Cr. 5:2-10). Como no tabernáculo (Ex. 40:34 e ss), uma nuvem desceu sobre o templo e a glória de Deus encheu o lugar (II Cr. 5:11-14). O templo foi dedicado, e Israel foi instruído sobre o propósito do lugar, superior entre todos aqueles que deviam ser um lugar de oração (II Cr. 6). Depois que Salomão terminara de falar, Deus falou ao povo, prometendo bênçãos e maldições, dependendo da fidelidade de Israel à aliança que Deus fizera com eles (II Cr. 7). Se Israel não fosse fiel à aliança, o templo seria destruído, e o povo disperso. No entanto, se o povo se arrependesse e orasse (em direção ao templo), Deus os ouviria e os restauraria.
A história de Israel confirma a veracidade das palavras de Deus. O povo não foi fiel a Deus e eles foram levados da terra e o templo deixado em ruínas. Os livros de Esdras e Neemias descrevem o retorno do cativeiro do remanescente fiel à terra de Canaã, onde reconstruíram o templo e a cidade de Jerusalém, guiados e encorajados pelos profetas menores Ageu, Zacarias e Malaquias. Quando o templo foi reconstruído, ele não tinha o esplendor do primeiro templo, e assim alguns "veteranos" choraram à sua vista (Ed. 3:12). O profeta Ageu, no entanto, fala uma palavra de encorajamento, assegurando ao povo que o templo é glorioso porque Deus está com eles, que Seu Espírito está habitando em seu meio (Ag. 2:4-5), e que no futuro Deus encherá Sua casa com muito maior glória e esplendor (Ag. 2:7-9).
O profeta Ezequiel também falou do templo no tempo futuro (capítulo 40 e ss). A promessa do futuro retorno da nação de Israel à terra de Canaã e sua restauração espiritual são assegurados com a descrição de um templo milenar que é considerado e descrito em detalhes por Ezequiel.
O lugar da Habitação de Deus no Novo Testamento
No Evangelho de João o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o Filho de Deus que habitou entre os homens (Jo. 1:14). O Senhor Jesus foi desta forma o lugar da morada de Deus entre os homens durante Sua jornada na terra. Assim Ele pôde dizer à mulher samaritana que estava chegando a época em que o lugar de adoração não é a preocupação principal (Jo. 4:20-21). Da época da vinda de Cristo até o presente o lugar da morada de Deus entre os homens não é concebido em termos de edifícios.
Num ligeiro aparte: o edifício físico (o templo) tornara-se uma espécie de ídolo para muitos legalistas, judeus descrentes da época de Jesus. Para eles a presença do templo era prova de que Deus estava com eles e de que eles eram agradáveis à Sua vista. Mesmo os discípulos ficaram impressionados com a beleza da estrutura do templo, ainda que Jesus os prevenisse sobre tal entusiasmo, sabendo que o templo seria brevemente destruído (Mt. 24:1-2). Você pode muito bem imaginar como os escribas e fariseus ficaram transtornados quando Nosso Senhor falou sobre a destruição do templo (não sabendo, é claro, que Ele era esse templo). A destruição do templo em 70 d.C. foi o cumprimento dos avisos das Escrituras do Velho Testamento, prova da desobediência de Israel e do peso da mão de Deus sobre a nação, mais uma vez.
Após a crucificação, sepultamento e ressurreição de Nosso Senhor, Estêvão foi levado a julgamento por aqueles que colocaram o Senhor na cruz. Uma das acusações contra ele era de que falara contra o templo (At. 6:13). A resposta de Estêvão, em sua defesa, deixou claro, como as Escrituras do Velho Testamento já tinham feito, que Deus não habita em lugares feitos por mãos humanas (At. 7:47-50; cf. II Cr. 2:5-6; 6:18, 30).
As epístolas do Novo Testamento continuam a nos ensinar que o lugar da morada de Deus agora é na igreja, não o edifício igreja, mas o povo que compõe o corpo de Cristo:
"Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito." (Ef. 2:19-22)
"Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. ... Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz." (I Pe. 2:4-5, 9).
Conclusão
Há uma porção de maneiras pelas quais a construção do tabernáculo é aplicável às nossas vidas, mesmo que estejamos separados dos israelitas da época de Moisés por muitos séculos e pelo menos uma dispensação.
Primeiro, creio que podemos legitimamente aprender o valor da arte pelas tremendas contribuições artísticas desta estrutura. São muitos aqueles que apontam para as diversas formas de arte que podem ser encontradas em relação direta com o tabernáculo. É bem verdade que nos tornamos utilitários demais, vendo apenas tais coisas como importantes se tiverem uma grande utilidade. A arte tem um valor claro em nossa adoração e na expressão de nossa devoção a Deus. Este tema tem sido bem desenvolvido por vários artistas cristãos e é digno de nossas sérias considerações. No entanto, não acho que este seja o objetivo principal de nosso texto.
. São muitos aqueles que apontam para as diversas formas de arte que podem ser encontradas em relação direta com o tabernáculo. É bem verdade que nos tornamos utilitários demais, vendo apenas tais coisas como importantes se tiverem uma grande utilidade. A arte tem um valor claro em nossa adoração e na expressão de nossa devoção a Deus. Este tema tem sido bem desenvolvido por vários artistas cristãos e é digno de nossas sérias considerações. No entanto, não acho que este seja o objetivo principal de nosso texto.
Segundo, devemos aprender que não devemos pensar em Deus como habitando em edifícios feitos por mãos humanas, mas sim habitando dentro da igreja, dentro do corpo daqueles que verdadeiramente crêem em Jesus Cristo. Estamos errados ao dizer a nossos filhos "silêncio" quando entram na igreja porque é "a casa de Deus", o que sugere a eles que Deus mora num edifício, e que O visitamos uma vez por semana.
Estamos errados ao dizer a nossos filhos "silêncio" quando entram na igreja porque é "a casa de Deus", o que sugere a eles que Deus mora num edifício, e que O visitamos uma vez por semana.
Se Deus ocupa a igreja como corpo, como as Escrituras ensinam, então a maneira como nos conduzimos como membros da igreja é extremamente importante. Se Deus é santo, então Sua igreja também deve ser santa (cf. I Pe. 1:16). Isto nos dá razões muito fortes para exercer a disciplina na igreja (cf. Mt. 18, I Co. 5, 11), pois a igreja deve ser santa se Deus habita nela.
Mais ainda, se Deus habita na igreja como corpo e Se manifesta dentro e através da igreja, então a maneira pela qual conduzimos a igreja é extremamente importante para uma representação adequada de Deus. É por essa razão que o apóstolo Paulo escreveu: "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade." (I Tm. 3:14-15).
É nesta primeira epístola a Timóteo que Paulo fala sobre a pureza doutrinária na igreja (capítulo 1), sobre o ministério público (capítulo 2), sobre os líderes da igreja (capítulo 3), sobre a falsa e a verdadeira santidade (capítulo 4), sobre a responsabilidade da igreja pelas viúvas e outros (capítulo 5), e sobre a busca pela prosperidade à guisa de procurar maior piedade (capítulo 6). Como nos conduzimos na igreja é extremamente importante, meu amigo, pois o próprio Deus habita na igreja hoje.
Sejamos tão cautelosos na maneira de edificar a igreja como o foram os antigos israelitas na construção do tabernáculo, para que a glória de Deus possa ser manifesta aos homens.

Tradução: Mariza Regina de Souza