Adultério
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[Este artigo foi tirado do nosso livro “Sex and Scripture: A Biblical Study of Proper Sexual Behavior
(Inglês)”.]
A palavra grega usada no Novo Testamento para
“adúltero” é moichos (“adultério” é mocheia) e refere-se a alguém que está
casado mas tem relações sexuais com alguém que não é o seu cônjuge.
No Antigo Testamento, e no mundo secular grego como
no romano, a definição de adultério era diferente. No Antigo Testamento,
"adultério" referia-se concretamente a uma mulher casada ou comprometida que
tinha relações sexuais com alguém diferente do seu esposo. O conceito grego,
romano e hebreu do adultério era substancialmente o mesmo: "A infidelidade do
marido não constituía adultério."
James Hastings escreve:
William Smith agrega:
Alguns teólogos dizem que como Deus criou Adão e
Eva um para o outro, estava implícito na Lei que o adultério era o mesmo tanto
no Novo Testamento como no Antigo Testamento. Embora não haja nenhuma dúvida de
que Deus originalmente desenhou o matrimónio para ser uma relação de dois,
também não há duvida nenhuma de que a poligamia começou cedo, apenas sete
gerações depois de Adão (Gn. 4:19), e foi regulamentada na Lei Mosaica (Êx.
21:10; Lv. 18:18; Dt. 21:15). É bem conhecido que as 12 tribos de Israel existem
porque Jacob teve duas esposas e duas concubinas, e teve filhos com todas elas.
Muitos "grandes nomes" do Antigo Testamento tiveram múltiplas esposas e
concubinas, e fizeram isto sem desobedecer ao mandamento de Deus. Mas este
simplesmente não é o caso na era cristã.
Deus não explica por que Ele regulamentou a
possibilidade de ter múltiplas esposas no Antigo Testamento. Obviamente não era
Seu plano original para o matrimónio, porque Ele estabeleceu que "dois" "se
tornarão uma só carne". A necessidade de se relacionar e de “se sentir especial"
é fundamental em qualquer relação matrimonial, e isto salienta-se poderosamente
no Cântico dos Cânticos, escrito por Salomão. É difícil imaginar que uma mulher
possa compartilhar o afecto do "amor da sua vida" (Ct. 3:1-5) com outra mulher.
Além disso, a poligamia nunca teve muito bons resultados. Nas escrituras não
existem "trios felizmente casados". É bem conhecida a tensão existente entre
Raquel e Lia, e em 1 Samuel 1:6, Penina é chamada a "rival" de Ana. O pictograma
chinês para "briga" é o símbolo de duas mulheres debaixo do mesmo telhado, e as
intrigas e lutas internas nos haréns são lendárias.
Foi sugerido que, ao permitir a poligamia, Deus
estava a fazer concessões à cultura, mas esta explicação não é satisfatória. Ele
não fez concessões quanto à comida, à adoração, à higiene, aos delitos, à
autoridade da liderança ou em outras áreas do comportamento sexual tais como o
adultério, o matrimónio entre parentes, a prostituição, a homossexualidade,
etc., de tal modo que a ideia de que Ele "cedeu" perante o tema das múltiplas
esposas seguramente não está correcto. A melhor explicação que a nosso entender
se tem postulado é a de que a poligamia deu à mulher uma maneira de entrar num
grupo familiar com o poder e influência necessárias para manter-se e proteger-se
a si mesma e às suas crianças.
Na actualidade, o ponto central é o seguinte: o
Novo Testamento ordena especificamente que cada homem e cada mulher tenham o seu
"próprio" cônjuge e, por tanto, a definição de adultério no Novo Testamento é
mais estreita do que a definição no Antigo Testamento já que se incluí toda
pessoa casada que tem relações sexuais com alguém diferente do seu cônjuge. O
mundo e as suas forças malignas querem atenuar o mal intrínseco que habita no
adultério, e assim que chamam-lhe "aventura", "engano" ou "indiscrição", como se
não fosse algo de grave. Mas é realmente de grave e Deus sempre ordenou ao seu
povo com grande firmeza que não cometesse adultério. Os versículos que o proíbem
estão no Antigo Testamento (Êxodo 20:14, etc.), nos evangelhos (Marcos 10:19,
etc.) e nas epístolas pastorais (Romano 13:9, etc.).
O adultério é um pecado muito mais sério do que o
sexo pré-marital porque há pactos, compromissos, promessas e expectativas
envolvidas. Um pacto matrimonial é um assunto muito sério aos olhos de Deus. Não
levar em conta os pactos celebrados perante os homens e perante Deus e destruir
o desígnio de Deus de "uma só carne" quando "homem e mulher os criou" é um
pecado muito grave, pecado que com frequência leva à destruição da família e que
no Antigo Testamento foi castigado com a pena de morte (Lv.20: 10,11; Dt.
22:22). Os casados deveriam levar muito seriamente as palavras da Escritura
concernentes ao adultério: " O casamento deve ser honrado por todos; o leito
conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros. (Hebreus
13:4)."
O adultério era considerado claramente como um
pecado, e por isso era o exemplo perfeito e "tangível" do frequentemente menos
tangível pecado de idolatria. Por essa razão, no Antigo Testamento, palavras
como "adultério", "imoralidade sexual", "prostituta" e "infidelidade", podem ter
um significado literal ou um significado espiritual. O adultério ocorria quando
uma mulher era infiel a seu marido e violava o pacto matrimonial. Quando Deus
desejava comunicar a penosa natureza do pecado de idolatria, descreveu-o como
adultério, e a Israel como uma esposa adúltera ou uma prostituta. Também, Israel
tinha feito pactos e compromissos com Deus e tinha prometido que obedeceria aos
Seus mandamentos (Êxodo 24:7; Deuteronômio 5:27; Josué 24:14-25) e esses pactos
foram violados quando Israel adorou a outros deuses.
Existe outra razão pela qual "adultério" era uma
boa palavra para descrever a adoração a deuses pagãos: muito da adoração pagã
incluía sexo. Isto vê-se no inicio da Bíblia quando Israel estava no Sinai e
construiu o bezerro de ouro, um deus egípcio da fertilidade, e então
“levantaram-se para se divertirem”, uma referência aos actos sexuais envolvidos
na adoração daquele deus pagão (Êxodo 32:6 OL). A conexão entre adultério e
fornicação, e a adoração pagã, fornece interessantes duplos significados na
Bíblia. Por exemplo, em Jeremias 13:27, Deus disse a Israel que tinha visto
"seus adultérios, os seus relinchos, a sua prostituição desavergonhada, sobre as
colinas e nos campos", e o contexto torna claro indubitavelmente que está a
falar tanto de adultério espiritual como de adultério físico.
Há pessoas (que geralmente estão envolvidas no
adultério e tentam justificá-lo) que dizem que o adultério na Bíblia é sempre
adultério espiritual, mas essa afirmação torna-se falsa apenas pela leitura de
algumas escrituras. Por exemplo, Levítico 20:10 diz: "Se um homem cometer
adultério com a mulher de outro homem...", o qual é uma indicação clara de que o
adultério era a relação física entre um homem e uma mulher. Existem outros
versículos semelhantes. A introdução ao Salmo 51:1 fala do adultério de David e
Bate-Seba. Jeremias 29:23 menciona que o povo Judeu cometeu adultério com as
mulheres do seu próximo e, claro que, há o bem conhecido registo da mulher que
foi surpreendida no mesmo acto de adultério e levada ante Jesus. O adultério é
um pecado grave aos olhos de Deus e os cristãos devem ser honestos acerca disto
e ter a certeza de que as suas vidas são puras aos olhos de Deus.
(Tradução Daniel De Oliveira)
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domingo, 17 de fevereiro de 2013
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