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domingo, 10 de fevereiro de 2013

A verdade sobre o Exército Israelense

by Guest Author - 27/09/2012
Como brasileira, posso dizer que nunca vi armas de perto antes de chegar a Israel. Talvez algumas relíquias em museus, à distância nas mãos dos policiais e em filmes, mas nunca havia tocado em uma arma.
Quando vim a Israel pela primeira vez, já como imigrante, conhecia muito pouco sobre o exército de Israel, sobre os conflitos e sobre a rotina de segurança daqui. O pouco que eu sabia era através das distorcidas notícias da TV, que sempre mostravam um Israel vilão e massacrante, e todo um país como um ativo campo de guerra. Confesso que tinha as minhas dúvidas.
Da mesma maneira em que ouvia opiniões muito enviezadas sobre o Brasil e a vida lá quando viajava para outros países, causada muitas vezes pelo jornalismo sensacionalista e questionável, decidi dar uma chance real a Israel e vir para cá, ver com os meus próprios olhos o que se passava por aqui.
Embora Israel não se pareça nada com um campo de guerra, o exército está mesmo em toda parte. E, ao invés de assustar, oferece uma sensação de proteção e segurança. Isso foi para a mim uma surpresa, sendo eu brasileira, onde a polícia e o exército hostis e corruptos sempre intimidam e despertam insegurança.
Em um primeiro momento, os soldados parecem tão distantes de nós… Mas logo se percebe a humanidade deles, são jovens, que andam pelas ruas do país, comendo fast-food, falando no celular e rindo, como jovens do mundo todo fazem. A única diferença: esses jovens com os mesmo planos e desejos de qualquer outro, estão aqui para protejer todo um país.
Um dia, durante um jantar na casa de um casal israelense, perguntei à mulher, mãe de um filho que estava um pouco antes de alistar-se ao exército, se ela não temia por seu filho e se preferia que ele não servisse. E ela instantaneamente respondeu-me que não. Disse que o medo sempre existia, mas que sentia orgulho de seu filho por estar indo defender o nosso país.
Eu, brasileira então com 28 anos, me alistei no exército de Israel em 2009. Em uma unidade de combate, como membro da equipe médica. Deixando as aventuras para uma outra história, o dia a dia no exército me fez perceber e entender muito além do que eu tinha visto dariamente aqui.
A humanidade do exército fica ainda mais nítida para quem a vê de dentro. O cuidado com cada um dos soldados que são números, mas também são as nossas crianças. É inesquecível quando se vê pela primeira vez um soldado, armado e treinado, derramar lágrimas porque um amigo se feriu. Nestes momentos, nos esquecemos de tudo e única coisa que importa é a vida e os laços que se criaram entre eles, que após tanto tempo juntos, formam uma grande e única família.
Essa grande família que é o exército levamos conosco por toda a vida. São soldados que, em nome de um objetivo comum, estão dispostas a morrer por cada um de seus companheiros. São jovens que depois de noites sem dormir, vão continuar suas guardas para não ter que despertar um amigo doente. São pessoas que mesmo famintas vão partilhar com todos o último pão que sobrou.
E não é só de dentro que se nota humanidade no exército. Quando em áreas de conflito, os cuidados médicos são dados a todos, sem distinção e sem preconceito. Os feridos são tratados da melhor maneira possível, ainda que tenham ferido os nossos soldados. Mas essa é uma realidade que ninguém vê, que nenhum jornal quer mostrar. Qual é a graça em mostrar uma guerra onde Israel cuida das vítimas dos inimigos?
Mas quem lê este texto pode dizer que sou parcial… E eu talvez seja mesmo. Mas o amor por um país não é cego. É algo que se constrói quando se vê, se aprende e se vive uma realidade que nos orgulhamos.
Dra. Ana (Tapia) Zigman

Um comentário:

  1. Olá, eu tenho uma dúvida: como todo exército, tem seus exames de admissão (saúde, teste físico, psicotécnico...)Quais são esses testes, no caso da pessoa a cima, se trata de uma médica, mas quem não tem nenhuma formação ou profissão e depende de aprender alguma dentro da força e estando acima dos 22 anos, como fica a situação de uma mulher nessa?
    aguardando a resposta.
    :)

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