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domingo, 10 de fevereiro de 2013



OS JUDEUS, O MUNDO E O DINHEIRO
O Brasil expulsou os judeus e, por isso, os judeus não puderam ajudar o nosso desenvolvimento capitalista. Os judeus vieram para o Brasil com os holandeses, sob o comando de Maurício de Nassau. Em 1648, dos 12 mil habitantes europeus em solo brasileiro, cerca de 1,4 mil eram judeus, a maioria deles instalada em Recife, onde se dedicavam à refinação do açúcar e dispensavam melhor tratamento aos escravos. Esses judeus partiram em navios holandeses para Manhattan com a expulsão dos holandeses, afirma Jacques Attali, autor de "Les Juifs, le Monde et l'Argent".
Os judeus tiveram um papel importante no mundo das finanças, principalmente no século XII. Na Idade Média, a começar do ano mil e durante três séculos, associava-se todo judeu a um credor, e todo cristão a de um devedor. Os judeus funcionaram como os únicos emprestadores de dinheiro na Europa. Eles deflagaram o capitalismo europeu.
O "Talmud" permite os empréstimos a juros, proibidos pelas outras religiões. O cristianismo interditou os empréstimos com juros, e a idéia de vinculação de emprestadores de dinheiro ao diabo partiu de cristãos em falta com os credores.
O protestantismo reencontrou valores judeus: redescobriu o valor do dinheiro, e esse valor não é maléfico; liberou os empréstimos com juros. O protestantismo teria sido a origem capitalismo, mas Attali considera esse tese absurda: o capitalismo começou muito antes do protestantismo, surgido, no mínimo, no século XII.
No século XIV, os cristãos começaram a ter o direito de atuar como emprestadores, e foi desaparecendo, a partir daí, a importância dos judeus. Essa importância reapareceu um pouco com a forte presença dos bancos judeus nos EUA, onde concorriam judeus e protestantes. Mas essa forte presença durou cinquenta anos, entre 1860 e 1910. Os judeus passaram a investir no setor de espetáculos, e graças aos empresários judeus nasceram os grandes estúdios, como Fox, MGM, Universal, Warner Brothers.
A grande idéia judia, segundo Attali, é a de propor o fim do ciclo da violência: não opor a vingança à violência, ou seja, a negação da Lei do Talião. O judaísmo substitui a vingança por uma indenização monetária. O dinheiro se torna um modo de pacificação.
O "tsedaka" é um tipo de imposto de renda: toda pessoa deve destinar, voluntariamente, 20% de seus ganhos aos pobres. Mas o grau mais elevado da caridade consiste não em dar dinheiro a alguém, mas em emprestar o bastante para a pessoa nunca mais ter necessidade de pedir novamente, ensinou Maimonide.
O dinheiro só tem sentido se é colocado a serviço de um projeto maior, e se é um instrumento a serviço do bem-estar coletivo, e não do bem-estar individual, interpreta Attali sobre a ética do capitalismo judeu. A riqueza não é um fim, mas um meio de servir a Deus.
Os judeus não financiaram guerras. Na guerra das potências européias contra Napoleão, os Rotschild financiaram a defesa contra invasores, esclarece Attali. Ele reconhece: os Rotschild fizeram fortuna com esse financiamento.
O caráter nômade do povo judeu justifica o seu apego às formas líquidas de riquezas. A existência de Israel não representa o fim do nomadismo. O povo judeu sempre se verá, por muito tempo, na dualidade entre Israel e a Diáspora. O povo judeu deverá desaparecer, matematicamente, num século, por fusão com outros povos. Mais de 52% dos casamentos judeus são uniões mistas, conclui Attali, fundador do "Planet Finance", projeto de microcréditos, destinado a ajudar as pessoas a ter o suficiente para não ter de depender mais da caridade.
RELIGIÃO & NEGÓCIOS - No judaísmo (os judeus representam 0,2% da população mundial), negócios e comércio não são considerados pecaminosos ou indecorosos, se forem conduzidos moralmente. Dos 613 preceitos do Torá (os cinco livros bíblicos de Moisés), 100 se relacionam a dinheiro e a negócios. O princípio central da ética judaica é: "Não faça aos outros aquilo que você abomina".
No islamismo (os muçulmanos representam 19,6% da população mundial), Alá permitiu o comércio e proibiu os juros. O Alcorão, livro sagrado, revelado ao profeta Maomé há de mais 1.400 anos, fala claramente contra o "riba" (o juro pré-fixado). Conciliar as normas religiosas com o sistema financeiro mundial é um duro desafio para milhões de muçulmanos do mundo moderno. No Paquistão, os empresários têm sido ajudados pelo crescimento do "leasing" (a taxa mensal é realmente o pagamento de aluguel de ativo, consideram os estudiosos islâmicos).
BODE EXPIATÓRIO - O Poder Judiciário nem agora, nem jamais haverá de se prestar ao papel de bode expiatório para a pantomima nacional, afirmou em 09.mai.2003 o ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Há falhas, reconhece ele, mas longe de uma situação aguda ou emergencial a demandar intervenções de qualquer espécie.
O controle externo do Judiciário já existe e é exercido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelo Ministério Público, na qualidade de fiscal da lei e titular da ação penal, e pelos advogados.
As decisões do Poder Judiciário têm a transparência determinada pelo princípio da publicidade, e a possibilidade de revisão por duas instâncias - e às vezes até por três - representa garantia de controle das sentenças. A organização do Judiciário em instâncias visa essencialmente à revisão das sentenças por colegiados superiores, com base em critérios legais, observa o ministro Marco Aurélio.
Os poderes constituídos, os alicerces do Estado democrático de Direito, devem merecer nossa reverência ou, quando menos, a presunção de honorabilidade, pontifica o ministro Marco Aurélio.
Os judeus, para expurgar as culpas individuais e coletivas, depois de ouvidas as confissões de cada um dos habitantes da comunidade, sagravam dois animais: um viria a ser imolado; ao outro segredavam-se as vergonhas confessadas e, depois, o abandonavam em pleno deserto para perambular até morrer, a fim de expiar os pecados de todos, explicou o ministro Marco Aurélio.

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