A religião Judaica na época do Novo Testamento
1.
Escribas
Os
escribas que devem ser distinguidos dos sacerdotes e dos fariseus – que vemos no
Novo Testamento, e que se desenvolveram no período inter-bíblico, são uma classe
de peritos profissionais estudiosos na interpretação e aplicação da Lei e do
Velho Testamento, e não são os mesmos encontramos nas narrativas do Velho
Testamento, passando, agora, depois do exílio, a constituir uma ordem
especialmente distinta na Nação, devido a cinco
fatores:
1 – conversão
do povo, deixando a idolatria e abraçando a ardente fé na religião e
escrituras.
2 –
necessidade de professores pela separação de sua pátria, capital e
templo.
3 – mudança da
língua do hebraico para o aramaico.
4 –
aparecimento e difusão da SINAGOGA.
5 –
interrupções das profecias e interesse na palavra escrita – as
escrituras.
2. Sacerdotes
Suas funções estavam ligadas inteiramente com as
cerimônias oficiais e deveres da adoração do Templo, função esta que poderia ser
acumulada com a de escriba, fariseu, abrangendo áreas distintas de sua
vida.
3. Fariseus
Coletivamente tratava-se de uma SEITA poderosa e extraordinária, dito pelo
Senhor, e esta forte oposição teve conseqüências fatais, como a dissolução dos
casamentos efetuados durante o exílio babilônico, bem como pela importância e
prestígio que passou a ter o Sumo Sacerdote – autoridade sagrada e civil – o que
tornou o cargo ambicionado, pensando mais em suas vantagens políticas do que
espiritual, levando à falta de escrúpulos, criminalidade e degradação do cargo,
prejudicando o curso da história da nação. Os Fariseus (que significa
separatista) e os Saduceus surgiram em oposição.
Os
fariseus nos dias de João Hircano, como um movimento histórico, representando a
subdivisão dos líderes e povo, com dedicação aos primeiros ideais do judaísmo,
sendo oriundos dos Hasidim – os “PIEDOSOS” – agrupados trinta ou quarenta anos
secretamente, com o objetivo de preservar a fé judaica, porque
o enlouquecido Antíoco Epifânio procurava exterminá-la. Podemos dizer que os
escribas por vocação seriam fariseus por convicção, embora tendo como
“armadilha” a facilidade de cair na hipocrisia.
No
princípio se esforçavam para com os deveres escribas, fracassando, obedeciam
somente no exterior, ocultando-se na máscara da piedade, pecando e se
acostumando a pecar e a sua hipócrita prática.
Ressaltando que muitas obras eram sinceras e dedicadas apesar de má concentrada,
foram os fariseus responsáveis nas lutas para alcançar o poder, incitaram o povo
à guerra civil contra o rei e os saduceus obrigando Alexandre Janus a fugir,
lideraram insurreição no reinado de Aristóbulo II, e 80 anos de independência
sob dinastia hasmoneu (macabeus) somando aos ensinamentos dos fariseus,
provocaram a reação violenta dos judeus quando se tornou parte do Império
Romano.
Sua marca – a ritualística – que não se contenta com a palavra escrita de Deus e
a verdade do evangelho, sentindo necessidade de acrescentar suas principais
idéias, tornando a religião complexa, cujo peso tornava a religião um pesado
fardo para os homens carregarem.
4. Saduceus
Outro grupo divergente e inimigo dos sacerdotes e escribas desenvolveu quando os
profetas não operavam. Eles emergiram junto com os fariseus, como um “grupo
Social”, bem menor que os fariseus, pertencentes às ricas e poderosas famílias
dos sacerdotes, que formavam a aristocracia da nação judaica, embora não tinham
grande influência na massa do povo, e como acontece aos políticos, a lei de Deus
não se aplicava à política. A seita dos saduceus mantinha inimizade com os
fariseus, e foram responsáveis pela crucificação de Jesus, mas não podemos
generalizar, porque nem todos os sacerdotes eram necessariamente saduceus. Sua
marca – o racionalismo – não pode aceitar a Palavra escrita de Deus, nem a
verdade do Evangelho, onde precisa ser julgado no tribunal da razão humana,
cortando-se várias coisas para poder tornar a fé
mais racional
e convincente, por não querer acreditar em anjos ou demônios, ressurreição dos
mortos ou qualquer outro milagre.
5. Zelotes
Quarta seita, que concordava com os
conceitos judaicos, afirmando que Deus deve ser o único Rei e Senhor, não se
preocupam com a morte, e se revoltavam contra os romanos, pelo abuso de
autoridade. Representavam de maneira dinástica o partido nacionalista judeu, que
provocaram o choque furioso com Roma, resultando completa ruína e saque de
Jerusalém; movimento iniciado pelos Macabeus em 63 a.C., oposição esta a Roma
pela força das armas, que criou um pretexto para a violência.
6. Essênios
Seita que
reaparecera em três tipos: ortodoxo, heterodoxo e peculiares; que se satisfazia
em viver o espírito da lei, retiravam da sociedade humana comum, vivendo
isolados no campo; praticando um estilo monocrástico de vida e um tipo rústico
de judaísmo. Eram super judeus e Moisés sua principal autoridade. Eles se
desligaram dos sacrifícios no templo, por possuírem purificações próprias, eram
considerados infalíveis, isolados, só viviam em casa de sua propriedade,
rejeitavam o comércio e a cobiça; tomavam refeições com sacrifícios preparados
por seus sacerdotes, se opunham à guerra e alguns até renunciavam ao
casamento.
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