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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A diferença entre estar cheio do Espírito Santo e estar cheio da bebida





Seria impossível exagerar tamanha importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida. Paulo já falou que somos selados pelo Espírito (Ef 1.13,14) e que não devemos entristecer o Espírito (Ef 4.30). Agora, ele ordena que sejamos cheios do Espírito (Ef 5.18). É o Espírito quem nos convence de que pecamos. É ele quem opera em nós o novo nascimento. É ele quem ilumina o coração para entendermos as Escrituras. É ele que nos consola e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Ele testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus. É ele quem habita em nós.

Todavia, é possível ser nascido pelo Espírito, ser batizado com o Espírito, habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e, ainda assim, estar sem a plenitude do Espírito. A questão levantada pelo apóstolo é: embriaguez ou enchimento do Espírito? Ele faz uma comparação entre a embriaguez e a plenitude do Espírito.

Vejamos, em primeiro lugar, a semelhança superficial. Quando uma pessoa está bêbada, dizemos que está sob a influência do álcool; e, com certeza, um cristão cheio do Espírito está sob a influência e o poder do Espírito Santo. Em ambas as proposições, há uma mudança de comportamento: a personalidade da pessoa muda quando ela está bêbada. Ela se desinibe; não se importa com o que os outros pensam dela. Abandona-se aos efeitos da bebida. O cristão cheio do Espírito entrega-se ao controle do Espírito, e sua vida fica livre e desinibida.

Em segundo lugar, o contraste profundo. Na embriaguez, o homem perde o controle de si mesmo; no enchimento do Espírito, ele ganha controle de si, pois o domínio próprio é o fruto do Espírito. Dr. Martyn Lloyd Jones, médico e pastor, disse: “O vinho e o álcool, farmacologicamente falando, não são estimulantes, mas depressivos. O álcool sempre está classificado na farmacologia entre os depressivos. O álcool é um ladrão de cérebros. A embriaguez, deprimindo o cérebro, tira do homem o autocontrole, a sabedoria, o entendimento, o julgamento, o equilíbrio e o poder de avaliar as coisas. Em outras palavras, a embriaguez impede o homem de agir de maneira sensata. O que o Espírito faz é exatamente o oposto. Ele não pode ser posto num manual de farmacologia, mas ele é estimulante, antidepressivo. Ele estimula a mente, o coração e a vontade”.

Em terceiro lugar, o resultado oposto. O resultado da embriaguez é a dissolução (asotia). As pessoas que estão bêbadas entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor e a vergonha. Trazem desgraças, lágrimas, pobreza, separação. A palavra grega asotia envolve não apenas a ação descontrolada do homem bêbado, mas também a ideia de desperdício.

Os benefícios de ser cheio do Espírito Santo

O apóstolo Paulo fala sobre três benefícios da plenitude do Espírito:

a) Comunhão (Ef 5.19 a) – “[...] falando entre vós com salmos”. Isso nos fala da comunhão cristã. O cristão cheio do Espírito Santo não vive resmungando, reclamando da sorte, causando intrigas, cheio de amargura, inveja, ressentimento; sua comunicação é de elevo espiritual para a vida do irmão (Sl 95.1).

b) Adoração (Ef 5.19 b) – “Cantando hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no coração”. Note que aqui o cântico não é entre vós, mas, sim, ao Senhor. Não é uma adoração fria, formal e sem entusiasmo. O cristão cheio do Espírito Santo adora a Deus com entusiasmo e profunda alegria. Ele usa toda sua mente, emoção e vontade para adorar a Deus. Um culto vivo não é carnal e nem morto. O culto verdadeiro é em espírito e em verdade.

c) Gratidão (Ef 5.20) – “E sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. O cristão cheio do Espírito não está cheio de queixas e murmurações, mas de gratidão. Embora o texto diga que devemos sempre dar graças por tudo, é necessário interpretar corretamente esse versículo. Não podemos dar graça por tudo, como pelo mal moral. Por exemplo: a esposa deve louvar a Deus pelo adultério do esposo, ou louvar a Deus pela embriaguez do marido, ou louvar a Deus pela perda do filho nas drogas, ou mesmo na morte. Dr. John Stott, ilustre expositor bíblico, diz que o “tudo” pelo qual devemos dar graças a Deus deve ser qualificado pelo seu contexto, a saber, “a Deus, o Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo”. Nossas ações de graças devem ser por tudo que é consistente com a amorosa paternidade de Deus e com a revelação de si mesmo que nos concedeu em Jesus Cristo. Amém!


A-BD

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