MATHEUS
SOARES JANEIRO 11,
2012 2
Primeiramente precisamos
definir o que é púlpito. Praticamente todas as igrejas protestantes
utilizam esse móvel chamado púlpito para que os preletores pastores
preguem. Ele encontra-se no centro da plataforma, geralmente elevada, dando
assim uma conotação de autoridade e centralidade.
O púlpito surgiu nos templos pagãos, sendo oficializado na Idade Média
pela Igreja Católica como, de fato, o local propício para a pregação.
Na Reforma Protestante o altar foi praticamente
removido, deixando toda a atenção dedicada ao púlpito, reforçando ainda mais a
centralidade da pregação. Portanto, isso tudo quer dizer que nem Jesus, nem os
apóstolos, muito menos os pais da Igreja pregaram em púlpitos.
A palavra púlpito vem do latim pulpitum,
traduzindo, palco.
Então, para que fique claro, o
púlpito em si não tem importância nenhuma no que diz respeito a pregação do
Evangelho, mesmo porque a Nova Aliança não é mais focada em templos,
altares, púlpitos ou plataformas, mas na ação do Espírito Santo nos crentes em
Cristo Jesus.
Portanto, o púlpito ao qual me refiro
não é aquele de madeira utilizado nos templos, mas qualquer
oportunidade em que compartilhamos das Boas Novas.
Sendo assim, comecemos pelo mais
fácil: Para que o púlpito não serve.
1.
Para
jogadas de poder, principalmente político: De fato, nenhuma barganha, nenhum privilégio e
nenhuma bandeira, por mais pura que seja, justifica a abertura do púlpito a
politicagem. A igreja precisa de uma vez por todas posicionar-se contra
qualquer manobra política que a envolva. Mas obviamente que um cristão maduro
nutrirá uma consciência política com relação à escolha de seus governantes.
2.
Para
seminários de auto-ajuda ou palestras motivacionais: Os pastores de hoje em dia,
mesmo que sem intenção acabam caindo nos discursos de auto-ajuda. Sete passos,
doze chaves, cinco pedras. Isso tudo é filosofia barata, que não serve para o
amadurecimento de um crente, apenas mais muletas e sonhos ilusórios. Preguem a
ajuda que vem do alto!
3.
Para
barganhas financeiras:
Assunto já muito batido por vários escritores e blogueiros, mas sempre válido.
Precisamos acabar de uma vez por todas com as pregações que ensinam o crente a
barganhar com Deus, entregar o dízimo ou dar oferta não é moeda de troca com o
Todo-Poderoso, que nunca mendigaria moeda nenhuma, e quando precisou tirou
dinheiro da boca de um peixe. Nesse balaio entram os seguidores de São
Malaquias, a deturpadíssima lei da semeadura, o medo de ser infiel com seu
dízimo, os desafios sobre ofertas. Ensinem o que a bíblia diz, ofertem com
liberalidade e plena consciência de que isso é um gesto de amor.
4.
Para
pastorear seu grande rebanho: Muitos e muitos pastores bem intencionados tem
caído no erro crasso de tentar resolver os problemas dos membros da sua
congregação através das pregações, podemos chamar de pastoreio à distância.
Palavras direcionadas e expectativas de reações das pessoas nos apelos acabam
levando pastores à loucura. Se um membro tem problema, chame-o e resolva, não
submeta a igreja toda aos problemas dos outros.
5.
Para
stand-up comedy: Essa é
nova, mas é velha ao mesmo tempo. Muitos pastores estão se achando os
comediantes da vez. Cheios de piadas, situações inusitadas, histórias ridículas
confidenciadas em seus gabinetes, ilustrações toscas. A platéia cai na
gargalhada, e sai do culto lembrando mais das anedotas do que da Palavra de
Deus. Amigos, deixem as piadas para os comediantes e procurem que a congregação
saia dos cultos lembrando apenas da maravilhosa palavra de Deus.
6.
Para sua
própria terapia: Por
mais tentador que seja, é ridículo o quanto nossos líderes usam do púlpito para
aliviar suas frustrações cotidianas. Travestem seus relatos com o manto da
“transparência” de vida e mais falam de si mesmos do que de Deus. Gente, eu
garanto, a bíblia já tem exemplos suficientes.
A lista poderia ser bem mais
extensa, mas acredito que esses são os pontos principais, que tem levado
nossos púlpitos a serem usados de maneira errônea, e até mesmo impedindo o agir
pleno de Deus pela nossa meninice.
Então, o que devemos falar, afinal,
nos púlpitos?
A Palavra de Deus, pura e simples, profunda e ao mesmo tempo feita
para as crianças. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus, não de
histórias, anedotas, piadas, lamúrias. Jesus usava parábolas pois ainda haviam
muitas coisas encobertas aos seus discípulos, que ainda careciam do Espírito
Santo. Mas nós, os que cremos, recebemos o dom de Deus, temos a unção para que
tudo nos seja claro como a luz do dia.
Parafraseando o apóstolo Pau
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