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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Neopentecostal? Como identificar se sua igreja é uma.


por Rafael de
Lima 
Penso que um dos grandes problemas da igreja
evangélica na atualidade está em torno da sua falta de identidade. O ser
evangélico tem se tornado algo extremamente vago em nossos dias.
Da mesma forma, se afunilarmos um pouco mais a
questão, perceberemos uma intensa falta de identidade denominacional entre as
igrejas protestantes e evangélicas.
 Em
décadas passadas a designação congregacional, presbiteriana, batista, assembleiana,
etc., expressava significados relativamente claros. O rótulo denominacional não
exprimia apenas um nome, mas um conjunto de crenças. Exemplificando temos que o
ser congregacional representava, basicamente, a aceitação dos 28 Artigos da
Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo, a compreensão do
batismo e da Santa Ceia como ordenanças que representavam símbolos da fé cristã,
a ministração do batismo por aspersão em pessoas que declarassem a fé cristã
(vedado, por exemplo, o batismo por imersão e o pedobatismo), o regime de
governo congregacional, entre outras questões.
         Em nossos dias há uma confusão patente
a este respeito. Com o desenfreado crescimento de igrejas e grupos, a cada dia
os rótulos denominacionais têm perdido o seu real significado. Hoje, uma igreja
que apresente em sua placa a expressão batista,
congregacional, presbiteriana, 
etc., não necessariamente possuirá uma
doutrina saudável e bíblica, nem terá qualquer relação com tais denominações
históricas. Um dos fatos que mais se tornam evidentes neste cenário está em
torno da mudança de nome da Igreja Cristã Nova Vida, que suprimiu a expressão “pentecostal”
de sua designação acrescendo a palavra “cristã”, pois a mesma não representava
mais a realidade da denominação, estando, atualmente, intimamente ligada às
igrejas neopentecostais[1].
Na verdade, muitas igrejas que têm um rótulo
de denominação histórica não passam de grupos neopentecostais transvestidos. Ainda
que muitos encarem esse fato como sendo algo fútil, o mesmo revela importantes
riscos para a saúde espiritual e doutrinal dos membros do Corpo de Cristo,
visto que muitos cristãos têm sido levados para tais congregações, sobretudo
por sua placa, deixando de lado o que realmente diferenciará uma igreja bíblica
de uma não bíblica, isto é, a doutrina.
Diante disto, destaco alguns pontos para que
você possa identificar se sua igreja, independente da placa que possui, é ou
não uma igreja que está inserida no fatídico e fétido cenário neopentecostal.
Primeiramente, qual o tipo de “sermão” que
tem sido pregado em sua igreja? Qual o objetivo do sermão? Ele tem um foco
cristocêntrico? Infelizmente, muitas igrejas ou grupos que trazem em sua placa o
nome de uma denominação história, têm abandonado as mensagens bíblicas e dado
ênfase a repugnante Teologia da
Prosperidade
. Mensagens que enfatizam o homem, o ego, a benção, a fé na fé,
a confissão positiva, a obrigatoriedade da cura, etc., são essas os tipos de
mensagens que têm sido apresentadas em sua igreja? Se a resposta for positiva,
receba minhas condolências.
A sua denominação é adepta da “visão celular dos 12”? Ela acredita
que essa é a visão de Deus para os nossos dias? Quem sabe ela não tenha passado
a militar em torno da ordenação
apostólica
, afinal o “apóstolo”, líder de sua igreja, é um grande homem de
Deus e não deve estar errado, independente de os critérios para se conhecer um
verdadeiro apóstolo sejam, entre outros, que ele tenha visto a Jesus (1Co 9:1;
1Co 15:8), tenha sido escolhido e enviado pelo Mestre (Lc 6:13; Jo 6:70; At
9:15), tenha sido testemunha de sua ressurreição (At 1:22; 1Co 15:8,15), etc.
A sua igreja, apesar possuir uma designação
histórica ou pentecostal clássica, tem dado ênfase à “unções” excêntricas? Unção do riso, dos quatro seres viventes,
unção da capa, do “shu profético”, etc.? Quem sabe, sua congregação tem dado um
destaque demasiado e equivocado à “batalha
espiritual”
, realizando demarcação de territórios ou comandado anjos nas regiões
celestiais.
Na sua congregação o mais importante são as experiências particulares, ou mesmo o momento dos cânticos em detrimento da
pregação e da doutrina? A sua igreja possui uma abordagem equivocada da “doutrina do Espírito Santo”, onde a
ênfase não é outra se não a de fomentar entre os membros o surgimento de
experiências particulares, estranhas e contrárias à Escritura?
  
E, por fim, sua igreja está centralizada em
torno de um líder carismático, o
ungido de Deus que não pode ser tocado, o “apóstolo” ou o “bispo” legítimo
possuidor da “visão de Deus”?
                     
         Caro
leitor, sinto-lhe informar que se na sua congregação esses pontos estão
presentes, a mesma tem perdido o foco do cristianismo bíblico e da sã doutrina,
abraçando ensinamentos contrários às Escrituras, que têm pretendido colocar o
homem no trono e de lá retirar o Único Rei, que têm objetivado promover um
inchaço desordenando nas congregações abrindo mão de toda a espiritualidade
sadia, tratando a igreja como um grupo de auto-ajuda e não como uma Casa de
Oração. “Se eu fosse o diabo, um de meus
primeiros alvos seria fazer as pessoas pararem de pesquisar a Bíblia”
 (J.
I. Packer)[2].
“Pregue
a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte
com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus
próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar
ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja sóbrio em tudo,
suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu
ministério”.

(2Tm 4:2-5 – NVI)[3]

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