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sexta-feira, 28 de junho de 2013



quinta-feira, 27 de junho de 2013


As Assembleias de Deus e o esquecimento institucional

O último assunto tratado nesse blog foi sobre o esquecimento institucional promovido em algumas igrejas, com determinadas pessoas e ministérios, que de uma forma ou de outra, não se acharam dignas (para quem escreveu ou escreve a história) de serem lembrados. Érico Veríssimo ironizou essas ações institucionais chamando-as de "operação borracha".

O caso do pastor José Bezerra da Silva não é único. Sylvio Brito, primeiro pastor brasileiro da Assembleia de Deus em São Paulo é outro exemplo. Brito ficou alguns meses no pastorado e depois foi ajudar seu cunhado Paulo Macalão a abrir o trabalho de Madureira na capital paulista. Ele foi totalmente banido da história da igreja ligada a missão, não sendo contado nem mesmo como pastor da igreja. Porém textos do Mensageiro da Paz dessa época registram sua visita as oficinas do periódico assembleiano e o destacam como pastor da igreja paulistana.

Operação Borracha: quantos já foram vitímas?
Frida Vingren é outro notável exemplo. Quanto tempo sua atuação ficou esquecida? Basta ler as teses do sociólogo Gedeon Alencar e outros estudos, para se perceber quanto tempo se passou até que seu ministério, e as polêmicas envolvendo seu nome serem conhecidas.

Outros nomes poderiam se juntar a essa lista, a qual não seria pequena. Mas como bem lembrou o Evangelista Daladier Lima a "história é escrita pelos vencedores, pelos presentes, e pela conveniência". O historiador Maxwell Fajardo também comentou que "As memórias costumam ser seletivas e sujeitas às tramas das relações de poder do presente, gerando assim muitos personagens injustiçados... No entanto, há também os casos em que a operação borracha é colocada em prática contra pessoas vivas!"

Nessa perspectiva, pode-se até citar uma manobra ainda hoje muito comum e intencional  no esquecimento da memória de algum líder, que no meio do caminho não se acertou em algo. O recolhimento do seu retrato da galeria de pastores presidentes. Dessa forma, na linha do tempo da igreja criava-se um vácuo, um vazio, uma descontinuidade na gestão do ministério. É como se tal pastor não tivesse existido.

Outras alternativas são a adaptação da história e das biografias para de alguma forma esconder algo, ou explicar o inexplicável. Note o leitor: quando há reviravoltas extremas em alguma biografia (ex: mudanças de cidade, espaço de tempo muito longo entre a última igreja que presidiu até sua morte) de um líder, sempre é sinal de que alguma coisa estranha pode ter acontecido. Pode ter sido uma divisão (caso Brito), problemas morais ou financeiros, mas é quase certo que algo não foi bem. 

Em outro texto continuaremos o tema. Mas deixo a palavra com os leitores. Caso tenham outros exemplos (e devem saber de muitos), deixe seu comentário.

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