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terça-feira, 18 de junho de 2013

Pastores ou Ditadores?

Por James Pereira


Há mais ou menos dezoito anos eu presenciei uma situação que ficou marcada em minha memória por todo esse tempo. Trata-se de uma sórdida atitude de certo pastor da Assembleia de Deus que de forma autoritária repreendeu um irmão diante de várias pessoas. O fato ocorreu em um aniversário de "Círculo de Oração" no bairro de Cruz das Almas, Maceió-AL. Falando de forma estúpida e altissonante, o pastor, que hoje dirige uma igreja num município localizado no litoral norte alagoano, proferiu as seguintes palavras: 

        "Para trabalhar você não aparece, mas, para comer, num instante você dá as caras, não é?!"

Vale destacar, ainda, que o "líder" da igreja disse exatamente essas palavras no horário do almoço, logo após à realização do culto pela manhã no prédio da Antiga Rodoviária localizado no bairro do Poço. Depois de uma manhã abençoadíssima, com um momento de total comunhão com o Senhor Jesus, o pastor perdeu as estribeiras e gritou com o irmão como se um ditador estivesse falando com um soldado. 

Como eu estava a pouco mais de um metro dos dois, tive a desagradável oportunidade de testemunhar tudo. Infelizmente! Mas, isso serviu para que eu pudesse enxergar os pastores como homens, e não como seres transcendentais. Vê-los como mortais e passíveis a erros como qualquer outro mortal. Enfim, perceber que eles cometem falhas que muitas vezes poderiam ser evitadas como qualquer outro homem comete. 

O desfecho desse incidente não tive como acompanhar, pois o irmão saiu desolado do ginásio e eu não voltei mais à congregação em Cruz das Almas. Porém, creio eu que tudo ficou bem, pois o que se pode esperar do pastor depois de uma atitude como essa é uma retratação, não é mesmo? 

Infelizmente, esse não é um caso isolado. Tenho observado durante meus vinte anos de caminhadana fé que isso é mais comum do que se imagina. Muitos outros pastores têm adotado uma postura que vai além de simples "cuidadores do rebanho de Cristo" (1 Pe. 5:2-4). Muitos agem como verdadeiros déspotas e oprimem o rebanho ou algumas ovelhas como se elas fossem suas propriedades. Esses pastores gritam nos púlpitos, se consideram "chatos" para intimidar os fiéis, repreendem coordenadores de órgãos em público e, para completar a lista, hostilizam qualquer pessoa que se mostra contrária a suas atitudes. 

Comportamentos assim só me fazem lembrar das figuras dos ditadores da História Mundial (não que eu esteja afirmando que os pastores são ditadores, longe de mim tal pretensão, pois muitos são homens de Deus) que utilizavam a força física, o grito, o medo, etc., para impor suas ideias e seus desejos. Homens que não abriam mão do poder por nada nesse mundo e que estavam dispostos a tudo para não caírem de seus pedestais. Homens que agrediam, feriam e matavam. Eram o oposto de Jesus que é um ser que ama, cuida e dá vida (Jo. 10:10b). Além disso, Jesus é um grande exemplo de mansidão e humildade (Mt. 11:29-30).

Há bem pouco tempo, um pastor resolveu agir com arbitrariedade ao constranger o secretário da igreja por não ter sido convidado para um jantar em comemoração ao aniversário da mãe deste secretário. Detalhe: o pastor-presidente da Convenção Estadual estava presente no aniversário. Imagine você, caro leitor, a insatisfação que gerou no pastor local por não ter recebido o convite. 

Alguém pode até afirmar que foi falta de consideração do secretário, mas vale salientar que tudo foi feito às pressas e que a ida do pastor-presidente ao evento foi um iniciativa do próprio e não um convite da família. Na verdade, o homem de Deus quis simplesmente fazer uma agradável surpresa à irmã que estava a completar mais um ano de vida. Pelo que se sabe, o filho da aniversariante não acreditava que o encontro do presidente com a homenageada pudesse ocorrer devido aos muitos compromissos do pastor-presidente. Porém, quando a filha do líder geral da Assembleia de Deus em Alagoas ligou para o irmão-secretário para confirmar que iria ao aniversário, este teve um grande susto acompanhado de muita alegria pelo privilégio de receber uma pessoa tão ilustre e bastante querida.

Mas, ao que parece, o anjo do Senhor que está na igreja local deve não ter entendido isso e preferiu agir como um tirano, repreendendo o secretário na frente de pessoas em vez de conversar como um apascentador do rebanho de Jesus. Que lamentável atitude!

Infelizmente, muitos se dizem "seguidores de Jesus" ou "parecidos com Cristo", contudo, preferem agir com despotismo a ter que seguir os passos do Mestre. Além, é claro, de destinar parte de seu tempo para gerir as pessoas em vez cuidar do rebanho de Deus (1 Pe. 5:2).  E como consequência disso, forma-se a cada dia uma igreja dispersa, um povo com mais características de um clube social do que um povo unido e formador de um só corpo (At. 2:46; Rm. 12:5). Que Deus nos ajude!

Um comentário:

  1. Na Assembléia de Deus ministério de Madureira temos alguns pastores ditadores que vivem auto-afirmando : quem manda nesta casa sou eu (como se a igreja fosse a casa dele ) Deus não aprova este tipo de obreiro, fato é que a maioria dos obreiros e dos membros antigos já foram embora da igreja, é dificil deixar a igreja que a gente gosta de congregar por causa desse tipo de pessoa que está a frente da igreja como "pastor" todavia não tem chamada para tal. A Igreja tinha 1000 pessoas agora deve ter umas 300, Misericórdia !

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