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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ocupação do tempo...

O ser humano, ao que parece e por instinto, ocupa demasiadamente seu tempo e não sem motivo razoável. Existem pessoas que fazem dos sete dias da semana uma corrida louca em múltiplas atividades, empreendimentos profissionais e sociais. Descansa no tempo que resta e sente-se feliz quando o sono vem de forma imediata.

Por quê?

A sociedade atual é ansiosa e, como muitos querem afirmar, é uma sociedade depressiva. A sobra do tempo sem atividade leva à reflexão e esse procedimento tende a angariar preocupações da alma. Como assim? A luta do dia-a-dia impede que a pessoa pare e pense e caia em si no que diz respeito à realidade fatal da vida. Notaram que muitas pessoas idosas quando param de trabalhar ficam depressivas? Isso é sem motivo? Claro que não! Aqueles idosos que ficam nos bancos das praças, nos internatos e afins fazem rememoração da vida e de forma efetiva passam a perguntar: “de onde vim e para onde vou?” Já tomaram tempo para conversar com esses idosos?

Tenho conversado com algumas pessoas que me dizem: “não posso parar para pensar na vida. Eu morreria antes do tempo, caso o fizesse...”

A angústia da alma é o grande medo do homem. É uma batalha que é travada no silêncio do quarto, quando o sono não vem, nas esquinas da vida quando a pessoa é forçada a ter tempo sobrando...

Notaram como algumas pessoas sempre estão com movimento em torno de suas vidas? No trabalho a agitação é grande. Chegam em casa e mantêm o corpo elétrico. Deixam para dormir quando o sono chega de forma insuportável! Nos finais de semana enchem o tempo com atividades sociais, religiosas e similares... Estão sempre ocupadas. Por quê?

Alguns dizem que a mente desocupada é recanto de mazelas e outros dizem que é “oficina de satanás”... Não seria (também) o grande medo da modernidade? Quem quer tempo para parar, pensar e continuar parado e pensando?

As pessoas correm tanto apenas por necessidade? Por amor ao trabalho? Não seria, também, por um estado permanente de fuga?

Em minha experiência notei que quanto mais tempo eu tenho para refletir, mais consciente me torno da vida, e mais tenho certeza de como ela é frágil. O tempo para pensar nos mostra o que somos e isso costuma ser desagradável...

Existe uma pequena vantagem nessa descoberta da vida, quando ainda se tem idade para correr: quanto antes a pessoa se torna consciente de sua realidade, mas cedo ela caminhará no rumo da aceitação.

Para quem aceita a vida, como ela é, tudo fica menos penoso...

Enéias Teles Borges - Autor

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