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domingo, 16 de dezembro de 2012

O PODER POLÍTICO DO SUMO SACERDOTE

Por Sarai Basílio
Em Israel, como em outras nações que têm uma histórica religião sacerdotal, existia um sistema hierarquico de graduação de poderes e responsabilidades com um líder, ou sumo sacerdote, à frente da organização. Segundo estudiosos, mais de mil anos antes de Moisés, cada um dos maiores templos e centros religiosos do Egito tinha o seu próprio sumo sacerdote.
Conforme o Pentateuco, Moisés recebeu instrução de Deus para ordenar seu irmão Arão e seus filhos como sacerdotes. No livro de Levítico Arão é mencionado como o sacerdote ungido (Lv 4.3,5,16) bem como o sumo sacerdote. A posição de responsabilidade e as vestes dessa função, distinguiam Arão como o sacerdote maior ou superior. O salmista falou que o “Óleo da unção sobre a cabeça de Arão, ao escorrer até a barra de suas vestes, tornou-se um símbolo de união. (Sl 133.2).
Sumo Sacerdote Hebreu
O sumo sacerdote tinha responsabilidades específicas, pois só ele podia entrar no Santo dos Santos ou no Lugar Santíssimo, e somente durante a cerimônia do Dia da Expiação, que acontecia uma vez por ano para oferecer sacrifício por ele e pelo povo a Deus; bem como determinava a aplicação da lei em relação aos casos de homicídios não intencionais. O ofício de sacerdote era vitalício e hereditário.
As estimativas aproximadas sobre a instituição do sumo sacerdócio é de 1300 anos. Segundo Flávio Josefo, o historiador judeu, existiram 83 sumos sacerdotes desde Arão até Fanias, que foi ordenado sacerdote durante a guerra que culminou com a destruição de Jerusalém no ano de 70 d.C. No retorno do cativeiro babilônico, Josué (Jesua) filho de Jozadabe que havia sido levado cativo, deu sequência à sucessão dos sumos sacerdotes (Ed 3.2).
Durante o período intertestamentário, o sumo sacerdócio cresceu em poder e diminuiu em comportamento ético, espiritual e moral. Sob os Macabeus, os reis e o sumo sacerdote associaram-se durante algum tempo. Ocupando a mais elevada posição de governo entre os judeus, o sumo sacerdote era objeto de compra e intrigas. A partir do ano37 a.C, Herodes e depois os procuradores ou governantes romanos tinham o direito de nomear e depor os sumos sacerdotes, com isso o cargo deixou de ser hereditário e vitalicio, também consagravam ao sumo sacerdote mediante a entrega dos ornamentos sacerdotais (oito peças consideradas como sagradas). Esses ornamentos sagrados eram guardados na Torre Antonia, e usados somente nos dias de festa. O Novo Testamento menciona três sumos sacerdotes Anás, seu genro Caifás e Ananias.[1].
Concluindo, a história mostra as transformações ocorridas na função do sumo sacerdote a partir do período intertestamentário, quando passou a exercer um poder temporal, mas, esse sacerdócio terminou no ano de70 a.C com a destruição do estado hebraico e do Templo em Jerusalém.
[1] Anás, sumo sacerdote na época do ministério de João Batista (Lc 3.2), ele foi deposto pelos romanos sendo substituído pelo seu genro Caifás, que oficiava na época do julgamento e crucificação de Jesus, e deu carta para Paulo perseguir os cristãos em Damasco (Mt 26.57, At 9.1,2). Entretanto, Anás permaneceu como uma figura influente, pois o povo continuava a chamá-lo de sumo sacerdote, pois consideravam a vitalidade do cargo.(At 4.6) E Ananias, perante o qual Paulo foi posteriormente julgado (At 23.11-10).
Referências Bibliográficas:
PFEIFFER, Charles .F. Dicionário Bíblico Wycliff. RJ. CPAD. 2007.
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento. SP. Ed Atos. 2008.
pt.encypedia.com/palestina_em_tempos_de_Jesus.

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