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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

ESTUDO DOS LIVROS DE ESDRAS E NEEMIAS








J. DIAS








O AUTOR

Não se sabe quem juntou na presente forma os documentos reunidos em Esdras e Neemias. Apesar de uma antiga tradição afirmar que um único autor escreveu os livros de Crônicas, Esdras e Neemias, é consenso entre os estudiosos de que o historiador que escreveu as Crônicas provavelmente não tenha sido o autor de Esdras e Neemias. Mas conforme as tradições judaicas, Esdras é o compilador dos livros de Esdras e Neemias.


UM ÚNICO LIVRO

Esdras e Neemias formavam originalmente um único livro composto por uma variedade de fontes históricas, inclusive pelas memórias pessoais dos dois livros. O historiador do 1º século d.C. Flávio Josefo e o Talmude judaico referem-se ao livro de Esdras, mas não a um livro de Neemias à parte. Os manuscritos mais antigos da Septuaginta também apresentam Esdras e Neemias num só livro.


Na Vulgata Latina, Jerônimo - seu tradutor, chamou Neemias de Segundo livro de Esdras. As traduções em inglês empreendidas por Wycliffe (1382) e por Coverdale (1535), também chamavam Esdras de 1Esdras e Neemias de 2Esdras. A mesma divisão apareceu pela primeira vez num manuscrito hebraico de 1445.


QUEM FORAM ESDRAS E NEEMIAS


ESDRAS – Sacerdote e escriba judeu. A história dele começa quando o rei persa Artaxerxes, no ano de 458, resolve enviá-lo para Jerusalém com o fim de instalar administradores e juízes por toda Judá (Ed 7). Assim que chega em Jerusalém ele tem de resolver uma questão sobre casamentos mistos que havia entre o povo (Ed 9 e 10). Esdras como sacerdote e escriba perito na Lei de Moisés, é mais conhecido pela leitura da Torá para a comunidade judaica e pelo reavivamento consequente (Ne 8.1-12). Em virtude de sua linhagem levítica, acredita-se que Esdras fosse um tipo de secretário ou conselheiro de assuntos judaicos no gabinete real (Ed 7.1-6). Diz a tradição que Esdras foi o fundador da sinagoga, que surgiu durante a permanência dos judeus no cativeiro. Visto que o templo fora destruído e o povo espalhado, precisavam de um lugar para a adoração ao Senhor.


A tradição o aponta como presidente de um conselho de 120 homens que estabeleceram o cânon do Antigo Testamento.


NEEMIAS – Filho de Hacalias, da tribo de Judá, e provavelmente da casa de Davi. É provável que Neemias tenha nascido no cativeiro. Aparece pela primeira vez em Susã, o principal palácio dos reis da Pérsia, onde exercia o cargo de copeiro do rei Artaxerxes Longímano (455 a.C.). Hanani, seu parente, havia chefiado uma caravana de judeus libertos da Babilônia de volta a Jerusalém; ao retornar do antigo território de Judá, descreveu a Neemias a deplorável condição dos seus compatriotas. Ele ficou muito consternado. Neemias é lembrado pela habilidade administrativa demonstrada em organizar a comunidade para reparar e reconstruir grande parte do muro de Jerusalém destruído pelos babilônios em 587 a.C.


Esdras e Neemias foram reformadores contemporâneos do período pós-exílico. Como seus antecessores, Ageu e Zacarias, eles tiveram ministérios complementares em Jerusalém de natureza física e espiritual. Ambos foram de Susã, na Pérsia, para Jerusalém durante o reinado de Artaxerxes I (464-424 a.C.), e eram membros respeitados da corte persa.


DATA E OCASIÃO

Os dois livros podem ser datados no período entre 430-400 a.C. As narrativas foram escritas para encorajar os judeus que haviam retornado do exílio, revelando-lhes que, embora Israel ainda estivesse sob o domínio persa, o seu Deus soberano estava dando prosseguimento à sua obra redentora e restabelecendo o culto verdadeiro entre eles.


TEMA

Os livros registram que Deus cumpriu as promessas feitas aos profetas, ao fazer regressar seu povo do cativeiro. Relata a restauração material, moral e religiosa da nação depois do cativeiro. A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Pouco tempo depois de terem regressado à sua pátria, cercados de várias promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos inimigos e interromperam temporariamente a reconstrução da Casa de Deus (Ed 4.24). Para animar o povo, Deus levantou Ageu e Zacarias (520-518 a.C.) com a promessa que: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 2.9). Mesmo assim a obra é embargada e só retomada a construção com a vinda de Esdras em 458.


ESFERA DE AÇÃO

O livro de Esdras registra dois períodos distintos: do capítulo 1 ao 6 transcorrem cerca de 23 anos, iniciando pelo decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C) permitindo o retorno do primeiro grupo de exilados à Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel para a reedificação do Templo. Há um intervalo de quase 60 anos entre os fatos narrados nos capítulos 6 e 7. Em 458, outro grupo de exilados, liderados pelo escriba Esdras retorna a Jerusalém. Em linhas gerais, os livros relatam a história pós-exílica desde aproximadamente 538 a.C, até depois de 433 a.C. Um período de cerca de 100 anos.


CONTEXTO HISTÓRICO

A Jerusalém de Esdras e Neemias não era muito diferente da Jerusalém para a qual Ageu e Zacarias profetizaram setenta anos antes (520-518 a.C. (Ed 5.1,2). O segundo templo era muito inferior ao prédio magnífico erguido por Salomão (Ed 3.12). Em vez de inspirar a esperança da restauração na comunidade, ele servia apenas de monumento das expectativas messiânicas frustradas pela realidade do domínio medo-persa. De fato, a promessa de Jeová de tornar Jerusalém emblema entre as nações fora praticamente esquecida, enquanto Judá subsistia sob um império pagão que na época controlava a maior parte do mundo (Ag 2.20-23).


A situação não mudou quando Esdras e Neemias chegaram em meados do século V a.C. A iniciativa de restaurar os muros de Jerusalém foi realizada sob grande resistência da coligação de estrangeiros locais, dos quais se destacam Sambalate (governador de Samaria); Tobias, o amonita (membro influente da aristocracia de Jerusalém); Gesém (oficial árabe) e os árabes, amonitas e cidadãos de Asdobe (Ne 4.1-9).


A reforma religiosa e social de Ageu e Zacarias aparentemente não teve grande efeito. Apenas uma geração mais tarde, o profeta Malaquias (500-475 a.C.) repreendeu o povo por deslealdade ao Senhor Deus, e os chamou ao arrependimento e à renovação da aliança. Agora duas gerações após a pregação de Malaquias, Esdras e Neemias enfrentavam apatia religiosa e decadência social semelhante. Na realidade as reformas instituídas por eles, foram dirigidas contra muitas das mesmas violações censuradas pelos profetas pós-exílicos. Elas incluíam o desânimo espiritual e a adoração imprópria, a injustiça social, o divórcio, o casamento com mulheres estrangeiras, a negligência para com o dízimo, a devassidão e o abuso de autoridade por parte dos sacerdotes.


O período exato da chegada de Esdras a Jerusalém ainda é tema de debate entre os estudiosos, mas três hipóteses já foram levantadas:


1- De acordo com a posição tradicional, Esdras chegou em Jerusalém no sétimo ano de Artaxerxes I, ou seja, em 458 a.C. (Ed 7.8).


2- A segunda teoria se baseia na suposição de que o texto de Esdras 7.8, foi corrompido no decorrer da transmissão manuscrita e deveria dizer “trigésimo sétimo” ano ao invés de Sétimo. Isso situaria Esdras na cidade em 428 durante o segundo mandato de Neemias, como governador da comunidade de Jerusalém. Essa posição é a mais fraca das três porque a hipótese de erro textual em Esdras 7.8 não possui comprovação da crítica textual.


3- A terceira posição argumenta que Esdras ministrou em Jerusalém durante o sétimo ano do reinado de Artaxerxes II, ou seja, em 398 a.C. Essa cronologia da chegada de Esdras presume que o sacerdote Joanã mencionado em Neemias 12.22, e o sumo sacerdote Joanã mencionado em papiros de Elefantina do final do século V, devam ser considerados a mesma pessoa.


Apesar dos problemas enfrentados na relação de Esdras e Neemias como co-reformadores em Jerusalém, a posição tradicional continua a dar a explicação mais satisfatória com base nas evidências. A data de 458 a.C. para a chegada de Esdras em Jerusalém é a preferida. A data da chegada de Neemias está fixada no vigésimo ano do reinado de Artaxerxes I, ou 445 a.C.


CRONOLOGIA DO PERPIODO PÓS-EXÍLICO

Xerxes, rei da Pérsia – 485-465.

Artaxerxes I, rei da Pérsia – 464-424.

Retorno de Esdras à Jerusalém – 458.

Retorno de Neemias à Jerusalém – 445.

Neemias, governador de Judá por 12 anos – 445-433.

Neemias, segundo mandato de governador – depois de 433.

Dario II, rei da Pérsia – 423-405.

Artaxerxes II Mnemon, rei da Pérsia – 404-359.

(Todas as data são a.C.).


GÊNERO LITERÁRIO

Assim como nos livros de 1 e 2 Crônicas, estreitamente relacionados, nata-se como se destacam em Esdras e Neemias várias listas, que parecem ter sido obtidas de fontes oficiais. Estão incluídas listas:


- dos artigos do Templo (Ed 1.9-11);

- dos exilados que voltaram (Ed 2 e Ne 7.6-73);

- dos chefes dos clãs (Ed 8.1-14);

- dos que entraram em casamentos mistos (Ed 7.1-5);

- dos que ajudaram a construir os muros (Ne 3);

- dos que selaram a aliança (Ne 10.1-27);

- dos sacerdotes e levitas (Ne 12.1-26).


Há em Esdras, sete documentos ou cartas oficiais:

- o decreto de Ciro (1.2-4);

- a acusação de Reum contra os judeus (4.11-16);

- a resposta de Artaxerxes (4.17-22);

- o relatório de Tatenai (5.1-17);

- o memorando com o decreto de Ciro (6.2-5);

- a resposta de Dario a Tatenai (5.7-17);

- a autorização que Artaxerxes I deu a Esdras (7.12-26).


Muitos desses documentos foram escritos em aramaico, a língua da diplomacia internacional da época, e não contrariam os documentos seculares do período persa.


É possível perceber a importância da palavra escrita, pois como foi exposto o decreto escrito de Ciro foi o instrumento humano que gerou a ação de Esdras e Neemias, outros documentos escritos também desempenharam papel importante em relação a ações secundárias, cartas fizeram parar e recomeçar o trabalho no templo (Ed 4.23; 6.6-7).


A SOBERANIA DE DEUS

O propósito geral de Esdras e Neemias é afirmar que Deus age soberanamente por meio de agentes humanos responsáveis para realizar seu objetivo redentor:


- Ciro promulga o decreto porque o Senhor moveu seu espírito (Ed 1.1);

- Os que retornaram para Jerusalém o fizeram porque o Senhor moveu seus corações (Ed 1.5);

- Esdras obteve sucesso porque a boa mão de Deus estava sobre ele (Ed 7.9);

- Artaxerxes patrocinou a obra da reconstrução porque o Senhor havia colocado esse propósito em seu coração (Ed 7.27).


Seres humanos agiram livre e responsavelmente sob a providência de Deus a fim de que seus planos se cumprissem.


COMPOSIÇÃO DOS LIVROS

A composição propriamente dita dos livros de Esdras e Neemias se deu em fases distintas e, provavelmente foi concluída por volta de 400 a.C. A sequência de composição e compilação pode ser resumida da seguinte forma:


1 – Esdras e Neemias esboçam memórias individuais;

2 – O cronista combina as memórias, entrelaçando intencionalmente as informações;

3 – O cronista acrescenta a narrativa de Sesbazar e Zorobabel, às memórias para formar o prólogo ou introdução das autobiografias de Esdras e Neemias.


A mistura intencional de memórias de Esdras e Neemias levantou suspeitas entre certos eruditos quanto à integridade do compilador e da exatidão histórica das narrativas. Mas é bem claro nos livros que tudo foi documentado com grande exatidão e habilidade técnica, uma história muito pragmática do período da restauração hebraica, enfatizando temas religiosos como: obediência a Lei, pureza da religião, separação dos estrangeiros e etc. A prática de transmitir a mensagem religiosa no contexto das narrativas é tendência comum nos livros do Antigo Testamento.


Esdras e Daniel são os livros do Antigo Testamento que contém grandes trechos escritos em aramaico em vez de hebraico. No Período Persa o aramaico era a língua do comércio internacional, o que dificulta a determinação do local da composição das autobiografias. Quer tenha completado a obra na Pérsia, quer tenha sido na Palestina, é certo que o cronista teve acesso aos arquivos do Estado Persa, já que passagens aramaicas de Esdras parecem ser citações literais de cartas oficiais e documentos relacionados ao governo.


Portanto é possível que, ou Esdras ou Neemias tenha escrito a narrativa de Sesbazar e Zorobabel, ou ainda auxiliado o cronista graças à influência junto ao rei Artaxerxes (Ed 7.1-10; Ne 1.1-11). A adaptação hebraica do edito de Ciro (Ed 1.2-4) e da carta de Artaxerxes (Ed 7.12-26) sugere que a compilação final de Esdras e Neemias ocorreu na Palestina.


MENSAGEM

Esdras e Neemias descrevem parte significativa da história de Israel no período persa ou pós-exílico. O registro altamente estilizado documenta os principais fatos desde o edito de Ciro em 538 a.C. até o segundo mandato de Neemias no governo de Jerusalém (algum tempo depois de 433 a.C.). O conteúdo básico pode ser resumido da seguinte forma:


1- O retorno dos judeus a Jerusalém após o exílio babilônico, incluindo a reconstrução do altar e do templo;

2- A chegada e o ministério de Esdras, incluindo a Reforma religiosa da comunidade com base na Lei de Moisés;

3- A chegada e o ministério de Neemias, com a reconstrução dos muros de Jerusalém e a nova reforma social e econômica da comunidade.


A finalidade dos livros é contar e conservar a história da volta dos hebreus exilados a Jerusalém após o exílio na Babilônia. Por isso os registros destacaram a fidelidade do Senhor Deus, oferecendo esperança a Israel pela demonstração da ação divina entre reis e governos humanos. Teologicamente, as narrativas dos ministérios de Esdras e Neemias na restauração física e espiritual de Jerusalém, confirmaram as promessas de Javé renovar o remanescente de Israel.


A principal ideia teológica do material biográfico de Esdras e Neemias é a renovação da aliança na comunidade pós-exílica. O convite a renovação espiritual e à justiça social pelos reformadores tinha o propósito de corrigir os abusos e a conduta imprópria do remanescente e de dar ao povo esperança e ânimo. Era importante que a comunidade desesperada pelo visível descaso de Deus, reconhecesse que a obediência aos mandamentos contidos na aliança, era pré-requisito para a benção e a restauração de Deus para com Israel, sua possessão pessoal.


CONFIRMAÇÃO ARQUEOLÓGICA

A confiabilidade histórica de Esdras e Neemias tem sido confirmada por constantes descobertas arqueológicas. As evidências extra-bíblicas reunidas em inscrições de papiro, selos oficiais e utensílios comemorativos comprovam o relato bíblico em vários aspectos, incluindo os nomes de personagens importantes da narrativa bíblica.


ESBOÇO DE ESDRAS

I. O retorno sob a liderança de Zorobabel 1.1-2.70

Ciro proclama o retorno de Israel 1.1-4
O povo se prepara para o retorno 1.5-11
Os nomes e a numeração dos primeiros que voltaram 2.1-67
Ofertas voluntárias dos que retornaram 2.68-70

II. O processo de reconstrução do templo 3.1 –6.22

A reconstrução do altar e o começo dos sacrifícios 3.1-7
Os alicerces são colocados em meio a choro e louvor 3.8-13
Os inimigos desencorajam o projeto do templo 4.1-5
Bislão e seus companheiros se queixam a rei Artaxerxes 4.6-16.
Artaxerxes ordena a interrupção da obra 4.17-24
Tetenai tenta para a construção do templo 5.1-17
Dario assegura a Tatenai que o projeto é legal 6.1-12
Conclusão e dedicação do templo 6.13-18
Celebração da Páscoa 6.19-22

III. O retorno sob a liderança de Esdras 7.1-8.36

Esdras parte da Babilônia com outro grupo de exilados 7.1-10
Artaxerxes escreve uma carta de apoio a Esdras 7.11-28
Os nomes e a numeração do segundo grupo que retornou 8.1-20
Retorno dos exilados para Jerusalém 8.21-36

IV. A reforma de Esdras 9.1-10.44

Esdras confessa as transgressões de Israel 9.1-15
Os líderes de Israel concordam com a reforma 10.1-44
ESBOÇO DE NEEMIAS
I. Neemias: do exílio à reconstrução das muralhas de Jerusalém 1.1-7.73
Autorização de Artaxerxes para reconstruir as muralhas 1.1-2.8
Planejando o trabalho, motivando e organizando os trabalhos 2.9-3.32
Oposição e defesa 4.1-23
Rechaço contra a extorsão e usura pelo exemplo piedoso de Neemias 5.1-9
As muralhas são completadas apesar das intrigas maldosas 6.1-7.3
Restabelecimento dos cidadãos de Jerusalém 7.3-73
II. Esdras e Neemias trabalham juntos para estabelecer o povo 8.1-10.39
Lendo a Bíblia 8.1-12
Celebração da Festa dos Tabernáculos 8.13-18
Confissão de pecado pessoal e coletivo 9.1-37
Compromisso de guardar a lei e manter o templo 9.38– 10.39
III. Verdadeiro arrependimento produz justificação 11.1 –12.26
Censo de Jerusalém e vilas vizinhas 11.1 –12.26
Dedicação das muralhas e provisão para as finanças do templo 12.27-13.3
Segundo período de governo de Neemias, incluindo reformas posteriores e uma oração final 13.4-31











FONTES:

Panorama do Antigo Testamento – Ed Vida

Dicionário Bíblico – Ed Didática paulista

Bíblia de Estudos NVI

Bíblia de Estudos de Genebra

Módulo de Teologia FTB – Panorama do Antigo Testamento

Panorama Bíblico Avançado – ITQ

Neemias e a Dinâmica da Liderança Eficaz – Cyril Barber – Ed Vida

Estudo Panorâmico da Bíblia – Ed Vida

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