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quarta-feira, 23 de abril de 2014



         
Me desculpem, mas é preciso dizer. (outra parte)
Entendo que crer é também pensar (Stott). Se tal premissa é verdadeira, pensar também não é pecado. Compreendo que no caldeirão dos movimentos pentecostais ainda existem pessoas que labutam por um evangelho cujo a centralidade é o Reino de Deus, mas também escuto a barulheira e percebo algo que entristece, estes que tendem a seriedade do evangelho.
Aos 85 anos de idade meu pai me perguntou: O que é teens e gospel? Para os desavisados, meu é um pastor jubilado (se é que existe isso) com pouco grau de escolarização. Calmamente lhe respondi: “Pai teens e gospel são duas palavras em inglês que traduzidas para o português é, adolescente ou adolescência (teens) e evangelho (gospel), se não estiver enganado”. Então com um simples; há sim, ele retrucou. Confesso, fiquei inquieto, entrei para meu quarto e resolvi escrever este texto.
Não é novo dizer que o movimento da “euforia pentecostal” vive de moda, as modas funcionam para dinamizar o povo, ou a regência para o quanto mais “Top” melhor, como dizia um sujeito; “somos crentes gospel”, como se não bastasse ser crente, agora precisa ser gospel. Pregadores adolescentes e jovens “borboletados” gritam nas ruas com cartazes, outros aqui mesmo nas redes sociais, dizem: “Gideoes tenns, congresso precisa ser tenns”. Porém, a maioria quase ou nada sabe de historia do Brasil, física, química, matemática, filosofia e etc., a maioria não gosta de estudar e consequentemente tiram notas ruins nas avaliações. Pergunto-me: O que adianta saber teens e gospel se na prova de inglês sobre o verbo to be na escola tiro zero? Se somos brasileiros e dialogamos com evangélicos brasileiros, por que falar em ingles? Seria melhor e simples dizer em português adolescente, adolescência e evangelho ou evangélicos. Por que essa “americanização do norte” do evangelho se a nossa realidade aqui no Brasil é outra? Enquanto, pastores estadunidenses joga golfe, comem bem, tomam os melhores vinhos, escrevem 7 passos para um vida com propósito, colhem exemplos de seus cotidianos, os ignorantes gospel transmitem sem nenhuma reflexão suas teorias aqui no Brasil. Fico pensando em meus irmãos da AD, Belem setor 14, Jardim Jacira acordando cinco horas para trabalhar, as vezes deixa a mulher doente em casa, o filho usuário de drogas querendo quebrar tudo, sabe que precisa sobreviver com oitocentos reias por mês, isto é, uma realidade difícil e típica do nosso Brasil, ouvindo essa desconexão de teens e gospel. È necessário com urgência pensar as brasilidades e o Reino de Deus (Jorge Pinheiro), não deixar transportar para esse mundo complexo do movimento pentecostal as teologias bizarras, teens e gospel dos EUA, vamos pensar uma teologia seria com a nossa realidade e conectada com o evangelho de Jesus Cristo. Pregadores parem de vomitar frases prontas de Max Lucado, Rick Warren, David Paul Yonggi Cho, Benny Hinn, Kenneth Hagin e etc., procure viver evangelho dos evangelhos e uma teologia de pés no cão e coração em Deus, sem modinhas gospel. Entendam que não precisamos de mais congressos teens, mas de pessoas comprometida com a causa do evangelho, vamos gritar menos e agir mais, qual a nossa critica ao pecado social, o que dizemos quando o transporte, educação, saúde e etc., da nossa cidade estão precários. A minha oração é que Deus nos salve dos “teens e gospel”, amem.

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