Visitantes

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

NA POLÔNIA UM CASAL CATÓLICO DIVULGA A PAIXÃO PELA COZINHA JUDAICA


 



Os donos de restaurante Izabela e Kamil Kozlowska servem uma variedade de especialidades judaicas em seu extraordinário restaurante – e exigem que os garçons recebam os visitantes com um cordial “shalom”
O leste da Polônia pode não ser um lugar óbvio para o hummus–nem para o “Shalom” ou o falafel. Mas no restaurante Mandragora em Lublin, os visitantes irão encontrar tudo isso e muito mais, incluindo pratos estritamente judaicos como gefiltefish e uma série de outras especialidades. Talvez a maior surpresa, no entanto, não está no cardápio, mas na identidade dos proprietários do restaurante.
Em vez de imigrantes israelenses ou judeus poloneses remanescentes de antes da guerra, o restaurante é a criação de Izabela Kozlowska, de 41 anos, católica polonesa que diz que o Mandragora é o “sonho da sua vida”. Uma década após a abertura, o restaurante já se tornou um destino popular para turistas e moradores locais, um lugar onde os que lá trabalham são instruídos a responder até mesmo o telefone com uma saudação hebraica.
Ao entrar, a primeira coisa que a maioria dos visitantes percebe é a semelhança do restaurante com um museu dedicado a Israel e ao judaísmo. Fotos do Muro das Lamentações, rabinos e soldados israelenses adornam as paredes, enquanto menorahs e cópias de rolos da Torá adicionam um toque decorativo adicional. Embora Kozlowska mantenha fortes laços com Israel, a inspiração da proprietária veio do período que passou em Nova York depois de se formar na faculdade. “Depois que eu voltei”, diz ela, “eu decidi abrir um restaurante. Ficou claro para mim que ia ser um restaurante em estilo judaico, porque eu sempre me senti muito próxima ao judaísmo”. A ‘Mandrágora’, explica a coproprietária polonesa católica, ‘não é apenas um restaurante, mas também uma instituição cultural judaica’.
Em parte com a ajuda de amigos judeus, Kozlowska encontrou o local para seu restaurante, reformando-o no que ela chama de “estilo israelense e judaico”. O restaurante serve como um eco improvável da cidade de Lublin de antes da guerra, que era conhecida antes do Holocausto como a Jerusalém de Polônia “por causa dos seus 40.000 moradores judeus”.
O restaurante tem o seu nome por causa do bíblico”Cântico dos Cânticos”, Kozlowska diz, puxando uma Bíblia de uma prateleira próxima ao apontar o versículo relevante. (“E as mandrágoras desprendem a sua fragrância, e os melhores frutos estão à nossa porta”).
Durante a conversa, o marido Kamil Kozlowska, orgulhosamente revela o seu próprio plano de fundo “israelense” também explicando: “Eu me apaixonei por Israel e fiquei lá por 15 anos”, ele diz em hebraico fluente, lembrando o período que passou trabalhando na Bolsa de Valores em Ramat Aviv. “Cinco anos atrás, eu conheci Izabela, que veio como turista. Quando decidimos nos casar, ficou claro que um de nós teria que desistir da sua carreira. Izabela investiu muito esforço na abertura do restaurante, que se tornou quase como um filho para ela, e portanto eu decidi deixar a Bolsa e Israel e voltar para Lublin”.
Descrito por Kamil como uma “enciclopédia ambulante” do judaísmo, Izabela diz que em Israel se sentiu “em casa” – o suficiente para que trouxesse o seu cozinheiro chefe para aprender receitas do Oriente Médio. E também lá aprendeu como preparar receitas de Israel e do Mediterrâneo, “bem como os pratos tradicionais dos feriados judaicos”, explica Kozlowska, que complementa a educação da sua equipe com livros de receitas israelenses.
Os pratos considerados exóticos do restaurante demoraram um pouco para caírem no gosto dos nativos de Lublin. “No começo, as pessoas não sabiam o que era o hummus, falalfel e o cholent [um ensopado tradicional para o Shabat], mas lentamente, o número de clientes curiosos aumentou”, Kozlowska recorda, “e hoje alguns deles são simplesmente viciados nestas comidas”.
“A Mandrágora” ela continua, “não é apenas um restaurante, mas também uma instituição cultural judaica. Você vem aqui, e em um instante você se sente como se estivesse no coração do judaísmo. E também muitos turistas israelenses veem aqui, e com alguns ainda mantemos contato. . . Nós explicamos a tradição judaica para os poloneses que vêm comer aqui. Nós ensinamos o significado de “shalom” e “lailatov” (boa noite)”. Mas também dependem de amigos em Israel, para receberem ingredientes difíceis de encontrar, para que apresentem um húmus que um visitante israelense considere como perfeitamente aceitável. A carta de vinhos é totalmente israelense, embora culinária local também tenha o seu lugar na forma de pierogies – que, obviamente, é considerado o melhor prato do restaurante.
Embora o restaurante permaneça aberto no Shabat, o mesmo presta homenagem aos feriados judaicos oferecendo maçãs e mel no Rosh Hashaná e iluminação de velas no Hanukkah. Mesmo o Shavuot inspira pratos especiais no cardápio, e Yom Kipur é o único dia do ano que o restaurante não funciona. Para evitar erros e manter a atmosfera do restaurante, seus empregados passam por um curto processo de “conversão”, quando aprendem o básico do judaísmo. “Nós ensinamos sobre as festas, as tradições e a comida judaica”, Kamil diz, “e, em seguida, Izabela prepara um pequeno teste que eles devem passar se quiserem trabalhar aqui. Você pode fazer um teste: faça ao garçom qualquer pergunta sobre os feriados judaicos, ou porque você não pode pedir schnitzel com café e leite”.
Em 10 anos de atividade, os Kozlowskas dizem que nunca enfrentaram o antissemitismo, apesar da bem conhecida associação do restaurante com o judaísmo. “O restaurante tornou-se um lugar muito famoso em Lublin …Quem vem aqui é para desfrutar de uma atmosfera especial e descobrir novas comidas e novas tradições”, diz Izabela. “Lublin tem uma longa história judaica, e estamos tentando manter essa tradição”. Já com sonhos de abrir um hotel dirigido aos visitantes israelenses e um segundo restaurante de comida judaica, os Kozlowskas esperam corrigir uma percepção falha, porém compreensível, sobre o seu país. “Nós sabemos que a Polônia tem um estereótipo de ser um país cinzento e antissemita”, diz Izabela. “E queremos dizer a todos que leem este artigo que a Polônia não é o que muitas pessoas pensam. É um país bonito. Nós amamos muito os israelenses, e queremos que eles venham aqui e se sintam em casa”.
fonte: RUA JUDAICA – 15-10-2012 – *JUDAISMO*SIONISMO*HUMANISMO* via e-mail.

Nenhum comentário:

Postar um comentário