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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vida na Arábia





Bem vindos ao Reino da Arábia Saudita!

O islamismo é a religião do estado. A maioria de sauditas pertencem à seita sunnita, porém, a seita chiita tem mais seguidores na província oriental. O "haj", a peregrinação islâmica anual a Meca, atrai a mais de um milhão de muçulmanos e só há que dizer que antes da descoberta do petróleo, esta era a maior fonte de recursos.



O árabe é a língua nacional e o ensino é gratuito mas não obrigatório.
A vida na Arábia Saudita segue os costumes islâmicos mais restritos. O álcool e o porco são ilegais. Também os teatros e os cinemas. As mulheres não têm permição para dirigir automóveis, e se viajarem em transporte público devem ir acompanhadas do seu marido ou algum homem da família. Embora isto não aconteça se viajarem em avião. Nas horas das rezas fecham as lojas e os programas de TV são interrompidos. Nos grandes hotéis isto não acontece. A população é maioritariamente árabe maometana, praticante do culto sunnita. Não sabe-se com exatidão quanta gente vive no país, embora o governo estima em 15 milhões a população atual. Estimações privadas falam de 12 milhões, e há quem estabeleça por volta de 7 milhões. Dentro do país há diferentes tipos físicos, a população é menos homogênea do que pensa-se, e as marcas, e a cor da pele mudam consideravelmente, segundo a região.





SITUAÇÃO MUNDIAL

O mundo está vivendo momentos difíceis entre o Oriente muçulmano e Ocidente cristão. Enquanto do lado islâmico se fala em guerra santa contra o grande Satã (o Ocidente e os Estados Unidos em particular) dando a impressão que esta seria uma guerra de religião, o Ocidente quer distinguir a guerra contra o terrorismo – embora de matriz islâmica – da religião muçulmana. Fica difícil, porém, para o povo aceitar esses atos de terror e a guerra como atos comandados por Deus, quando sabemos que Ele é o mesmo e único Deus para cristãos e muçulmanos. O fanatismo religioso é um absurdo em religiões que pregam a paz e harmonia com Deus e, por conseguinte, com os homens, mas, na vida diária, a prática da religião mistura-se com a cultura de cada povo e essa cultura é formada de múltiplos fatores como nacionalismo, história, situações sociais, etc.

Quero mostrar aqui, baseado num estudo de Kalil Samil, jesuíta árabe, como funciona a mesquita e o que representa para os muçulmanos essa construção, às vezes muito rica, às vezes simples, mas de importância fundamental para as comunidades islâmicas. Geralmente, estamos acostumados a ver na mesquita uma igreja muçulmana como uma igreja católica, edifício dedicado somente ao culto de Alá. Mas a mesquita é uma construção mais complexa no conjunto do islã.


Na tradição árabe, existem dois termos para indicar a mesquita: masgid que em espanhol foi traduzido mezquita e entrou em todas as línguas européias e giami que é a denominação mais difundida no mundo árabe. O primeiro nome deriva da raiz sgd cujo significado é “ prostrar-se” e o segundo da raiz “gm” que significa “ reunir-se”. A mesquita (giâmi) é o lugar onde a comunidade muçulmana se reúne para tratar de todas as questões que lhe interessa, questões religiosas, sociais, políticas e locais e também para rezar; portanto, a mesquita tradicional é composta de dois espaços; aquele para rezar, masgid, e outro para tratar dos problemas da comunidade.



A sexta-feira é o dia em que a comunidade islâmica se reúne, na mesquita, ao meio-dia, para a oração pública e, em seguida, realiza-se o khutbah, isto é, o discurso que não é um simples sermão religioso. Nesse discurso, aprofundam-se as questões sociais, políticas, morais e tudo o que interessa à comu-nidade islâmica. A sexta-feira, portanto, mais que um dia de descanso, como é o sábado dos judeus ou o domingo dos cristãos, é o dia da comunidade islâmica que se reúne como comunidade. Dependendo do país onde os islâmicos se encontram, a sexta-feira pode ser até um dia de trabalho, mas todos fecham seus negócios pelo menos na hora do khutbah.
Na história muçulmana, quase todas as revoluções, os levantes populares começaram após esses discursos na mesquita.
A Jihâd que, normalmente é traduzida como “guerra santa contra os infiéis”, num sentido mais literal, significa “guerra no caminho de Alá”, e obriga todo islâmico a defender sua comunidade e o que ficou decidido e proclamado no khutbah.

Por causa desses possíveis envolvimentos políticos, nos países onde o governo não é muçulmano ou, embora muçulmano, não é fundamentalista, agentes especiais são enviados para observar e vigiar, nessa hora, as mais importantes mesquitas do país. Em outros lugares, onde a ligação do governo com islã é mais estrita, o testo do khutbah deve ser apresentado às autoridades civis, antes de ser lido e ter a sua aprovação. Nas mesquitas financiadas pela Arábia Saudita (que são maioria nos países europeus), os imãs ou chefes das mesmas são impostos pela monarquia saudita, razão pela qual ela tem total controle sobre essas mesquitas.



Uma vez inaugurada, a mesquita torna-se um espaço sagrado que supera o fato de ser simplesmente um lugar religioso porque, sendo sagrado, deve ser respeitado e venerado e, portanto, somente a comunidade decide quem pode ser admitido dentro desse espaço e quem não pode, porque sua presença o profanaria. Espalhados nas cidades grandes e pequenas onde há muçulmanos, existem outros lugares pequenos para oração, que podem conter umas cinqüenta pessoas. Eles podem ser quartos ou salões no térreo de um edifício, lugares mais discretos que servem especialmente para a oração do meio-dia, em lugar das estradas e calçadas.

MULHERES

No reino comandado pelo príncipe Abdullah, o maior produtor de petróleo do mundo, virou manchete de jornal. Motivo: as mulheres são proibidas por lei de dirigir. O episódio voltou a chamar a atenção para a difícil situação das mulheres na Arábia Saudita, uma monarquia regida pelo código medieval de uma seita puritana do Islã. Além de proibidas de dirigir, as sauditas devem andar com o corpo totalmente coberto e não podem sair de casa sem a companhia de um parente do sexo masculino. Homens e mulheres são impedidos de trabalhar juntos, exceto nos hospitais. A polícia religiosa está atenta ao mínimo deslize em público – o que pelo menos numa ocasião teve resultados trágicos.



Há dois anos, durante um incêndio numa escola feminina, os policiais impediram que as alunas deixassem o prédio em chamas por estarem sem o véu. Quinze adolescentes morreram carbonizadas. Como devem obediência absoluta ao marido, as mulheres se calam quando são espancadas por eles. Em raras vezes as agressões são denunciadas. Numa delas, há poucas semanas, Rania Al-Baz, de 29 anos, apresentadora de um noticiário de TV e figura popular no país, veio a público revelar que fora surrada pelo cônjuge, um cantor desempregado. Depois da sova, ele deixou Rania na porta de um hospital dizendo que ela havia sofrido um acidente de automóvel e estava morta. O caso comoveu setores da sociedade saudita e chamou a atenção da imprensa internacional quando Rania autorizou a publicação de fotos com seu rosto desfigurado. O mais surpreendente foi que a imprensa saudita publicou as imagens. "Fiz a denúncia porque queria que as mulheres soubessem que elas têm direitos sob a sharia (lei islâmica), que as protege da violência doméstica", disse Rania. Duas semanas depois, o marido agressor foi preso.



Embora tímida, a divulgação de casos como esses pelos jornais sauditas mostra que há uma pressão no país para que sejam concedidos mais direitos às mulheres. E até que elas possam dirigir num futuro próximo. Originalmente a proibição era apenas uma tradição tribal. Virou lei depois que 47 mulheres da elite saudita sentaram-se ao volante, em aberto desafio às autoridades religiosas, e levaram o marido para passear, em 1990. Agora, vários jornais argumentaram que é melhor permitir que elas dirijam, pois é caro manter motoristas só para levá-las. Mas o influente al-Watan seguiu outra linha de raciocínio: na opinião do jornal, as mulheres causam acidentes até no banco de trás, pois perturbam o motorista com palpites.





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