Pecado: brincou, caiu
O caminho da águia é no céu (Pv
30.19). Ela não foi criada para viver se arrastando nos vales da vida e nas
depressões da terra. Deus a criou para as alturas.
A águia tem
vocação para as alturas. Ela é a rainha do espaço, a campeã dos voos altaneiros.
Ela galga as alturas excelsas com suas possantes asas e voa com segurança e
prodigiosa desenvoltura sobre o pico dos mais altos montes. Ela não é como o
inhambu, que vive tomando tiro na asa, presa fácil dos caçadores, porque só voa
baixo.
Há muitas
pessoas que vivem também num plano muito inferior, voando baixo demais, sofrendo
ataque de todos os lados, porque não saem das zonas de perigo, vivem pisando em
terreno minado, vivem com os pés no território do adversário. Por isso,
constantemente estão feridas, machucadas, porque não alçaram voo um pouco mais
para cima.
Há crentes
que vivem arraigados no mundo, estão na igreja, mas não se libertaram do mundo.
São crentes que se conformam com o presente século. Adaptam-se aos esquemas e
valores do mundo, seguem o curso do mundo e são amigos do mundo. São pessoas de
coração dividido, que querem servir a Deus, mas não estão dispostas a renunciar
o mundo. Amam os prazeres do mundo, vivem para agradar os ditames da carne e
satisfazer seus desejos imediatos.
Como é
triste perceber que muitos crentes têm sido seduzidos pelas atrações e prazeres
efêmeros do mundo! Como Esaú, vendem o seu direito de primogenitura por um prato
de lentilhas. Trocam a paz de uma consciência pura por um momento de prazer.
Trocam a alegria da salvação por um minuto de pecado.
Há crentes,
hoje, que estão em amargura de espírito, no laço do passarinheiro, debaixo de
opróbrio e vergonha, porque brincaram com a graça de Deus, foram profanos e
zombaram do pecado. A Bíblia diz que quem zomba do pecado é louco (Pv
14.9).
Sansão era
um homem consagrado a Deus. Era um nazireu. Como tal não podia tocar em cadáver,
beber vinho nem cortar o cabelo (Nm 6.1-4). Estes eram os seus votos de
consagração ao Senhor. Sansão cresceu num lar piedoso. Seus pais andavam com
Deus. Ele era um jovem forte, poderoso, muitas vezes possuído e usado pelo
Espírito Santo.
Mas Sansão
não perseverou na santidade, Ele brincou com o pecado. Ele não levou Deus a
sério. Ele fez pouco caso de seus votos de consagração. Por isso, foi afrouxando
seus compromissos, foi transigindo com o pecado, foi anestesiando sua
consciência, foi caminhando em direção ao abismo, foi descendo para os lugares
baixos e tenebrosos, afogando sua alma no lodaçal pestilento da desobediência.
Sansão quebrou o seu primeiro voto de consagração ao procurar mel na caveira de
um leão morto (Jz 14.8,9).
Há muitos
crentes, hoje, também, procurando doçura e prazer no pecado. Sansão quebrou seu
segundo voto de consagração ao dar um banquete de sete dias, regado a vinho,
para seguir a moda dos jovens de sua época (Jz 14.10). Sansão
caiu quando quis seguir a moda.
Sansão não teve coragem para ser diferente. Ele cedeu à pressão do grupo. Ele
tornou-se massa de manobra. Em vez de influenciar, foi influenciado.
O povo de Deus precisa ter fibra. O
cristianismo não serve para gente covarde (Ap 21.8). Não vivemos para agradar a
homens (Gl 1.10). Há muitos pais cristãos que, ao celebrarem a festa dos 15 anos
de suas filhas ou as bodas de casamento, regam a festa com cerveja e
wisky, porque têm
medo de quebrar as etiquetas sociais. Não têm mente de Cristo. Vivem, não pelas
leis do céu, mas pelas imposições do mundo.
Sansão quebrou o seu terceiro voto de
consagração, depois de macular sua honra, deitando-se com uma prostituta em
Gaza (Jz 16.1). Dali saiu e deitou no colo de uma mulher ímpia e traidora.
Sansão era um gigante. Sua força era descomunal, colossal, hercúlea. Sozinho
vencia exércitos. Ninguém podia subjugá-lo. Ele era invencível. Mas o pecado o
derrubou.
Ele ficou preso pelas próprias cordas
do seu pecado. Ele tornou-se cativo de suas paixões. Ele dominava exércitos, mas
não conseguiu dominar seu próprio coração. Ele venceu com uma queixada de
jumento mil filisteus (Jz 15.15), mas foi vencido pelas suas paixões sexuais.
Seu cabelo foi cortado, seu voto foi quebrado. O Espírito de Deus retirou-se
dele (Jz 16.19 e 20). Tornou-se, então, um homem comum, fraco, impotente. Os
inimigos o subjugaram, vazaram-lhe os olhos.
Seu nome significa sol, mas ele ficou
em profunda escuridão. Foi vencido porque, em vez de voar nas alturas como a
águia, ficou ciscando lixo e entulho, como uma galinha, com os pés na
lama.
Deus nos chamou para voar como a
águia. Diz o apóstolo Paulo: "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com
Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive assentado à direita de
Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1,2).
Retirado do livro
“Voando nas Alturas”, de Hernandes Dias
Lopes
A-BD
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