O QUE É A DIDAQUÊ?
A
Didaquê é um catecismo cristão, segundo a tradição católica, escrito talvez até
antes da destruição do Templo de Jerusalém, provavelmente na Palestina ou na
Síria. Trata-se, certamente, do "documento mais importante da era
pós-apostólica, a mais antiga fonte de legislação eclesiástica que possuímos"
(Quasten). Ao que parece, é fruto da reunião de diversas fontes orais e escritas e que bem retratam a tradição das
primeiras comunidades cristãs. Essa antiguidade explica porque algumas Igrejas
chegaram a considerá-lo um escrito canônico.
Didaquê
(Διδαχń em grego clássico) ou Instrução dos Doze Apóstolos, é um escrito do
primeiro século que trata do catecismo cristão. Didaquê significa doutrina,
instrução. É constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra
pequena, é de grande valor histórico e
teológico.
O título
lembra a referência de Atos 2,42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos
...”.
Estudiosos estimam que são escritos anteriores a
destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que
foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos quanto a origem sendo
na Palestina ou Síria.
Quanto a
sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos
doze apóstolos, ainda que o título do escrito faça menção aos mesmos; mas
estudiosos acreditam na compilação de fontes orais tendo recebido tais ensinos
que resultaram na elaboração do mesmo. Também é senso comum que tenha sido
escrito por mais de uma pessoa.
O texto
foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesaréia que
viveu no século III, em seu
livro "História Eclesiástica", mas a descoberta desse manuscrito, na íntegra, em
grego, num códice do século XI ( ano 1056 ) ocorreu somente em 1873 num mosteiro
em Constantinopla.
Nos
escritos da Didaquê, além da catequese e liturgia cristã, o evangelho de Jesus é
recomendado. A Didaquê também cita a oração do “Pai Nosso” como sendo “ensinada
pelo Senhor” e finda com a afirmação em consonância com o livro Apocalipse, do
Novo Testamento, de que Jesus voltará:
“ ...
conforme foi dito: "O Senhor virá e todos os santos estarão com ele". Então o
mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu.” [Didaquê
16:7,8]
Nos
escritos da Didaquê também são reforçados o batismo no nome do Pai, Filho e
Espírito Santo [7:1,3], sendo argumento para os que aceitam o dogma da Trindade,
contrapondo-se a defesa dos não trinitários de que não existiam escritos
cristãos do primeiro século que defendessem o batismo no nome de
Jesus.
A
respeito de Jesus, ainda sobre o batismo, diz: “Que ninguém coma nem beba da
Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor, pois sobre isso o
Senhor [Jesus] disse: "Não dêem as coisas santas aos cães".”
[9,5]
Tais
escritos também sustentam argumentos de que existiam escritos do primeiro século
apoiando a defesa da tese teológica de que Jesus é
Deus.
Sobre
questões polêmicas como o batismo, adverte para o batismo em imersão; sendo
admitido por aspersão na inexistência de água corrente. A Didaquê também acentua
a disposição
ao jejum por parte do candidato ao batismo e daquele que o vai batizar por cerca
de três dias antes do batismo.
Nos
escritos da Didaquê há uma similaridade quando se referencia ora ao Pai como o
Senhor [Didaquê 10], ora a Jesus como o Senhor [Didaquê 16], o que é aceito por
alguns como a interposição entre as duas pessoas. Também fazendo a distinção de
pessoa chamando Jesus de servo do Pai.[9,3]
A
Didaquê faz registro da celebração da eucaristia no domingo (dia do
Senhor):
"Reuni-vos no dia do Senhor, para romperdes o pão e
dardes graças" [Didaquê 14,1].
A
Didaquê cita diretamente ou faz menção indireta a diversos livros do novo
testamento: sendo Mateus, Lucas, I Epístola aos Coríntios, Hebreus, I Epístola
da Pedro, Atos dos Apóstolos, Romanos, Efésios, Carta aos Tessalonicenses e
Apocalipse.
Apesar
de ter sido redigido nos primórdios do Cristianismo, sua mensagem é válida para
os dias de hoje. Entre os assuntos tratados, podemos destacar: a repetição das
palavras de Mt 5,26, que contribuíram para a suposta definição da doutrina sobre
o "Purgatório"(doutrina do Catolicismo Romano)(Did I,5); a proibição do aborto
(Did II,2) e do esoterismo e astrologia (Did III,4); a exortação pela unidade
dos cristãos (Did IV,3); os sacramentos do batismo (Did VII), confissão dos
pecados (Did IV,14; XIV,1) e eucaristia (Did IX-X); o batismo ministrado por
imersão (Did VII,1) ou infusão (Did VII,3) e na forma trinitária (Did VII,1.3);
a eucaristia vista como alimento espiritual para o cristão (Did X,3) e talvez
como sacrifício (Did XIV,2-3); os cuidados a serem tomados contra os falsos
profetas e mestres (Did XI-XII); a celebração eucarística realizada aos domingos
(XIV,1); e a existência de bispos e diáconos substituindo ou com a mesma
dignidade dos profetas e mestres (Did XV,1-2).
O
documento está dividido em 4 partes, totalizando 16 capítulos.
LEIA O
DOCUMENTO NA ÍNTEGRA:
DIDAQUÊ
A
Instrução dos Doze Apóstolos
O
CAMINHO DA VIDA E O CAMINHO DA MORTE
CAPÍTULO
I
1Existem
dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Há uma grande diferença
entre os dois. 2Este é o caminho da vida: primeiro, ame a Deus que o criou;
segundo, ame a seu próximo como a si mesmo. Não faça ao outro aquilo que você
não quer que façam a você.
3Este é
o ensinamento derivado dessas palavras: bendiga aqueles que o amaldiçoam, reze
por seus inimigos e jejue por aqueles que o perseguem. Ora, se você ama aqueles
que o amam, que graça você merece? Os pagãos também não fazem o mesmo? Quanto a
você, ame aqueles que o odeiam e assim você não terá nenhum inimigo.
4Não se
deixe levar pelo instinto. Se alguém lhe bofeteia na face direita, ofereça-lhe
também a outra face e assim você será perfeito. Se alguém o obriga a
acompanhá-lo por um quilometro, acompanhe-o por dois. Se alguém lhe tira o
manto, ofereça-lhe também a túnica. Se alguém toma alguma coisa que lhe
pertence, não a peça de volta porque não é direito.
5Dê a
quem lhe pede e não peças de volta pois o Pai quer que os seus bens sejam dados
a todos. Bem-aventurado aquele que dá conforme o mandamento pois será
considerado inocente. Ai daquele que recebe: se pede por estar necessitado, será
considerado inocente; mas se recebeu sem necessidade, prestará contas do motivo
e da finalidade. Será posto na prisão e será interrogado sobre o que fez... e
daí não sairá até que devolva o último centavo.
6Sobre
isso também foi dito: que a sua esmola fique suando nas suas mãos até que você
saiba para quem a está dando.
CAPÍTULO
II
1O
segundo mandamento da instrução é:
2Não
mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não fornique, não roube, não
pratique a magia nem a feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe e nem
depois que ela tenha nascido.
3Não
cobice os bens alheios, não cometa falso juramento, nem preste falso testemunho,
não seja maldoso, nem vingativo.
4Não
tenha duplo pensamento ou linguajar pois o duplo sentido é armadilha fatal.
5A sua
palavra não deve ser em vão, mas comprovada na prática.
6Não
seja avarento, nem ladrão, nem fingido, nem malicioso, nem soberbo. Não planeje
o mal contra o seu próximo.
7Não
odeie a ninguém, mas corrija alguns, reze por outros e ame ainda aos outros,
mais até do que a si mesmo.
CAPÍTULO
III
1Filho,
procure evitar tudo aquilo que é mau e tudo que se parece com o mal.
2Não
seja colérico porque a ira conduz à morte. Não seja ciumento também, nem
briguento ou violento, pois o homicídio nasce de todas essas coisas.
3Filho,
não cobice as mulheres pois a cobiça leva à fornicação. Evite falar palavras
obscenas e olhar maliciosamente já que os adultérios surgem dessas coisas.
4Filho,
não se aproxime da adivinhação porque ela leva à idolatria. Não pratique
encantamentos, astrologia ou purificações, nem queira ver ou ouvir sobre isso,
pois disso tudo nasce a idolatria.
5Filho,
não seja mentiroso pois a mentira leva ao roubo. Não persiga o dinheiro nem
cobice a fama porque os roubos nascem dessas coisas.
6Filho,
não fale demais pois falar muito leva à blasfêmia. Não seja insolente, nem tenha
mente perversa porque as blasfêmias nascem dessas coisas.
7Seja
manso pois os mansos herdarão a terra.
8Seja
paciente, misericordioso, sem maldade, tranqüilo e bondoso. Respeite sempre as
palavras que você escutou.
9Não
louve a si mesmo, nem se entregue à insolência. Não se junte com os poderosos,
mas aproxima dos justos e pobres.
10Aceite
tudo o que acontece contigo como coisa boa e saiba que nada acontece sem a
permissão de Deus.
CAPÍTULO
IV
1Filho,
lembre-se dia e noite daquele que prega a Palavra de Deus para você. Honre-o
como se fosse o próprio Senhor, pois Ele está presente onde a soberania do
Senhor é anunciada.
2Procure
estar todos os dias na companhia dos fiéis para encontrar forças em suas
palavras.
3Não
provoque divisão. Ao contrário, reconcilia aqueles que brigam entre si. Julgue
de forma justa e corrija as culpas sem distinguir as pessoas.
4Não
hesite sobre o que vai acontecer.
5Não te
pareças com aqueles que dão a mão quando precisam e a retiram quando devem dar.
6Se o
trabalho de suas mãos te rendem algo, as ofereça como reparação pelos seus
pecados.
7Não
hesite em dar, nem dê reclamando porque, na verdade, você sabe quem realmente
pagou sua recompensa. reverência, como à própria imagem de Deus.
12Deteste toda a hipocrisia e tudo aquilo que não agrada
o Senhor.
13Não
viole os mandamentos dos Senhor. Guarde tudo aquilo que você recebeu: não
acrescente ou retire nada.
14Confesse seus pecados na reunião dos fiéis e não
comece a orar estando com má consciência. Este é o caminho da vida.
CAPÍTULO
V
1Este é
o caminho da morte: primeiro, é mau e cheio de maldições - homicídios,
adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatria, magias, feitiçarias,
rapinas, falsos testemunhos, hipocrisias, coração com duplo sentido, fraudes,
orgulho, maldades, arrogância, avareza, palavras obscenas, ciúmes, insolência,
altivez, ostentação e falta de temor de Deus.
2Nesse
caminho trilham os perseguidores dos justos, os inimigos da verdade, os amantes
da mentira, os ignorantes da justiça, os que não desejam o bem nem o justo
julgamento, os que não praticam o bem mas o mal. A calma e a paciência estão
longe deles. Estes amam as coisas vãs, são ávidos por recompensas, não se
compadecem com os pobres, não se importam com os perseguidos, não reconhecem o
Criador. São também assassinos de crianças, corruptores da imagem de Deus,
desprezam os necessitados, oprimem os aflitos, defendem os ricos, julgam
injustamente os pobres e, finalmente, são pecadores consumados. Filho, afaste-se
disso tudo.
CAPÍTULO
VI
1Fique
atento para que ninguém o afaste do caminho da instrução, pois quem faz isso
ensina coisas que não pertencem a Deus.
2Você
será perfeito se conseguir carregar todo o jugo do Senhor. Se isso não for
possível, faça o que puder.
3A
respeito da comida, observe o que puder. Não coma nada do que é sacrificado aos
ídolos pois esse culto é destinado a deuses mortos.
A
CELEBRAÇÃO LITÚRGICA
CAPÍTULO
VII
1Quanto
ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize em água
corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
2Se você
não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder batizar com água
fria, faça com água quente.
3Na
falta de uma ou outra, derrame água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo.
4Antes
de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que
puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um
ou dois dias.
CAPÍTULO
VIII
1Os seus
jejuns não devem coincidir com os dos hipócritas. Eles jejuam no segundo e no
quinto dia da semana. Porém, você deve jejuar no quarto dia e no dia da
preparação.
2Não
reze como os hipócritas, mas como o Senhor ordenou em seu Evangelho. Reze assim:
"Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia
nos dai hoje, perdoai nossa dívida, assim como também perdoamos os nossos
devedores e não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal porque teu é
o poder e a glória para sempre".
3Rezem
assim três vezes ao dia.
CAPÍTULO
IX
1Celebre
a Eucaristia assim:
2Diga
primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa
vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti,
glória para sempre".
3Depois
diga sobre o pão partido: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do
conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para
sempre.
4Da
mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois
foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os
confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus
Cristo, para sempre".
5Que
ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do
Senhor pois sobre isso o Senhor disse: "Não dêem as coisas santas aos cães".
CAPÍTULO
X
1Após
ser saciado, agradeça assim:
2"Nós te
agradecemos, Pai santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos
corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através
do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
3Tu,
Senhor onipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos
homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém,
deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu
servo.
4Antes
de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre.
5Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o
mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja
santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória
para sempre.
6Que a
tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel,
converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém."
7Deixe
os profetas agradecerem à vontade.
A VIDA
EM COMUNIDADE
CAPÍTULO
XI
1Se vier
alguém até você e ensinar tudo o que foi dito anteriormente, deve ser acolhido.
2Mas se
aquele que ensina é perverso e ensinar outra doutrina para te destruir, não lhe
dê atenção. No entanto, se ele ensina para estabelecer a justiça e conhecimento
do Senhor, você deve acolhê-lo como se fosse o Senhor.
3Já
quanto aos apóstolos e profetas, faça conforme o princípio do Evangelho.
4Todo
apóstolo que vem até você deve ser recebido como o próprio Senhor.
5Ele não
deve ficar mais que um dia ou, se necessário, mais outro. Se ficar três dias é
um falso profeta.
6Ao
partir, o apóstolo não deve levar nada a não ser o pão necessário para chegar ao
lugar onde deve parar. Se pedir dinheiro é um falso profeta.
7Não
ponha à prova nem julgue um profeta que fala tudo sob inspiração, pois todo
pecado será perdoado, mas esse não será perdoado.
8Nem
todo aquele que fala inspirado é profeta, a não ser que viva como o Senhor. É
desse modo que você reconhece o falso e o verdadeiro profeta.
9Todo
profeta que, sob inspiração, manda preparar a mesa não deve comer dela. Caso
contrário, é um falso profeta.
10Todo
profeta que ensina a verdade mas não pratica o que ensina é um falso profeta.
11Todo
profeta comprovado e verdadeiro, que age pelo mistério terreno da Igreja, mas
que não ensina a fazer como ele faz não deverá ser julgado por você; ele será
julgado por Deus. Assim fizeram também os antigos profetas.
12Se
alguém disser sob inspiração: "Dê-me dinheiro" ou qualquer outra coisa, não o
escutem. Porém, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o
julgue.
CAPÍTULO
XII
1Acolha
toda aquele que vier em nome do Senhor. Depois, examine para conhecê-lo, pois
você tem discernimento para distinguir a esquerda da direita.
2Se o
hóspede estiver de passagem, dê-lhe ajuda no que puder. Entretanto, ele não deve
permanecer com você mais que dois ou três dias, se necessário.
3Se
quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se
sustentar.
4Porém,
se ele não tiver profissão, proceda de acordo com a prudência, para que um
cristão não viva ociosamente em seu meio.
5Se ele
não aceitar isso, trata-se de um comerciante de Cristo. Tenha cuidado com essa
gente!
CAPÍTULO
XIII
1Todo
verdadeiro profeta que queira estabelecer-se em seu meio é digno do alimento.
2Assim
também o verdadeiro mestre é digno do seu alimento, como qualquer operário.
3Assim,
tome os primeiros frutos de todos os produtos da vinha e da eira, dos bois e das
ovelhas, e os dê aos profetas, pois são eles os seus sumos-sacerdotes.
4Porém,
se você não tiver profetas, dê aos pobres.
5Se você
fizer pão, tome os primeiros e os dê conforme o preceito.
6Da
mesma maneira, ao abrir um recipiente de vinho ou óleo, tome a primeira parte e
a dê aos profetas.
7Tome
uma parte de seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, conforme lhe
parecer oportuno, e os dê de acordo com o preceito.
CAPÍTULO
XIV
1Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer
após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.
2Aquele
que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar,
para que o sacrifício oferecido não seja
profanado.
3Esse é
o sacrifício do qual o Senhor disse: "Em todo lugar e em todo tempo, seja
oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei - diz o Senhor - e o meu
nome é admirável entre as nações".
CAPÍTULO
XV
1Escolha
bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos
do dinheiro, verazes e provados pois também exercem para vocês o ministério dos
profetas e dos mestres.
2Não os
despreze porque eles têm a mesma dignidade que os profetas e os mestres.
3Corrija
uns aos outros, não com ódio, mas com paz, como você tem no
Evangelho. E ninguém fale com uma pessoa que tenha
ofendido o próximo; que essa pessoa não escute uma só palavra sua até que tenha
se arrependido.
4Faça
suas orações, esmolas e ações da forma que você tem no Evangelho de nosso
Senhor.
O FIM
DOS TEMPOS
CAPÍTULO
XVI
1Vigie
sobre a vida uns dos outros. Não deixe que sua lâmpada se apague, nem afrouxe o
cinto dos rins. Fique preparado porque você não sabe a que horas nosso Senhor
chegará.
2Reúna-se com freqüência para que, juntos, procurem o
que convém a vocês; porque de nada lhe servirá todo o tempo que viveu a fé se no
último instante não estiver perfeito.
3De
fato, nos últimos dias se multiplicarão os falsos profetas e os corruptores, as
ovelhas se transformarão em lobos e o amor se converterá em ódio.
4Aumentando a injustiça, os homens se odiarão, se
perseguirão e se trairão mutuamente. Então o sedutor do mundo aparecerá, como se
fosse o Filho de Deus, e fará sinais e prodígios. A terra será entregue em suas
mãos e cometerá crimes como jamais foram cometidos desde o começo do mundo.
5Então
toda criatura humana passará pela prova de fogo e muitos, escandalizados,
perecerão. No entanto, aqueles que permanecerem firmes na fé serão salvos por
aquele que os outros amaldiçoam.
6Então
aparecerão os sinais da verdade: primeiro, o sinal da abertura no céu; depois, o
sinal do toque da trombeta; e, em terceiro, a ressurreição dos mortos. 7Sim, a
ressurreição, mas não de todos, conforme foi dito: "O Senhor virá e todos os
santos estarão com ele". 8Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as
nuvens do céu.
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