Hoje é o aniversário da Reforma Protestante. Já vi tantos textos alusivos a este dia que cheguei a pensar não ter mais nada para falar. Mas se há 494 anos o tema da Reforma Protestante não esgotou o seu alcance, por que textos em um único dia o fariam? E em uma única língua apenas? Então vamos sim, falar sobre um aspecto da reforma, que na verdade é um de seus princípios basilares: “igreja reformada, sempre se reformando”. Para organizar as idéias e chegar ao fim proposto vamos trilhar por idéias da Reforma, o que elas atacavam e a consequência disso para nós.
1) A Reforma foi um processo de retorno aos princípios da Palavra de Deus. Homens como John Huss, Martinho Lutero, João Calvino, Zwinglio e muitos outros deram suas vidas à luta pela volta do povo de Deus aos ditames das santas escrituras, sua inerrância e suficiência.
2) Os pontos da Reforma: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria são os vértices do que vou chamar de pentágono da reforma, cujo centro é o próprio Deus. Só quem salva é Jesus, filho de Deus; a salvação é pela Graça (de Deus), por meio da Fé (em Deus), por meio da pregação da Palavra (de Deus) e a glória deve ser dada unicamente ao próprio Deus. Enfim, a Reforma é um processo de volta ao próprio Deus.
3) A Reforma não foi um evento inédito na história da igreja. Nas escrituras, vemos Deus reformando o seu povo através do mesmo chamado de Lutero e dos demais. Ou seja, a volta as escrituras. E o evento de 31 de outubro de 1517 retrata mais uma ação de Deus para com o seu povo e mostra sua soberania sobre todas as coisas através de sua santa providência.
Pois bem. Bastam estes três pontos. O primeiro ponto citado ocorreu pelo fato de a igreja da época estar envolvida em práticas totalmente contrárias às Santas Escrituras, como a venda de indulgências, a corrupção no clero, a manipulação do povo através de um poder de mediar a relação entre Deus e os homens centrado nos sacerdotes, entre outras coisas. Isto posto, pensemos agora em nossos dias. É diferente? Vivemos dias onde homens se apossam da alcunha de super ungidos para manipular o povo, mostrar que Deus se revela só a eles e pregam um evangelho diluído, onde o importante é o homem e os seus desejos a serem realizados por um “deus” que lhes é servo. A igreja deve estar em constante reforma e esta reforma só acontece por meio da Palavra de Deus. Por esta palavra, da qual a igreja é coluna e baluarte (1 Tm 3.15), devemos nos esforçar, lutar e vivermos pelos seus princípios, e apenas por eles. Isto é reforma. Isto é ser reformado.
Deus não divide sua glória com nada nem com ninguém. Soli Deo Glória. A idéia da salvação unicamente pela graça era um ataque direto a salvação do homem pelas suas obras ou por algo comprado aqui na terra. A pregação da ação do Espírito santo regenerando o homem, do relacionamento pessoal de Deus com cada crente e do sacerdócio universal destes não era nada novo, não foi inventado pelos reformadores. Estava na palavra. Entendamos bem este ponto. Quando o su povo se afasta de sua Palavra, o meio pelo qual Ele traz este povo de volta é pela própria Palavra. Estupendo. Maravilhoso. Como é bom ser cristão e compreender estas coisas. Deus reforma o seu povo desde Adão. E até hoje continua fazendo isto.
Deus cuida de seu povo. Isto vemos nas escrituras, de capa a capa. Muitas vezes este povo, destarte todas as maravilhas de Deus em seu meio, torna-se rebelde contra Deus e o desobedece. Um dos meios do Deus soberano tratar com seu povo para levá-lo de volta ao seu redil é aplicando uma séria e profunda reforma. Em momentos como este, Deus traz o seu povo ao arrependimento, a confissão de pecados e ao retorno a Santa Lei. Em nossos dias não é diferente. Deus continua tratando do seu povo através do princípio já citado: a igreja deve se reformar sempre. Reformar em que? Reformar a vida de oração, de estudo da Palavra de Deus, de Exposição das Escrituras e o evangelismo centrado em Deus. A igreja sou eu. A reforma começa em mim. E não deve terminar até o dia da vinda de Jesus (Fp 1.6).
Enfim, Igreja reformada, sempre reformando também nos traz um chamado e a isto faço um apelo, principalmente aos mais jovens e novos na fé. Conheça a história da Reforma Protestante, conheça a vida desses homens e mulheres de Deus que, conscientes de seu papel de Igreja, foram realmente colunas e baluartes da verdade. Compare a reforma com a palavra e veja sua relevância para os nossos dias, para a nossa vida.
Soli Deo Gloria
Castelo Forte, o hino da Reforma. Composição de Martinho Lutero.
Na versão do Hinário Presbiteriano
Em uma versão de outros hinários, na inigualável interpretação de Vencedores Por Cristo.
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