NEPOTISMO NO MEIO EVANGÉLICO - Parte II
Numa época de extrema crise moral, em que o
Nepotismo praticado no meio político tem sido alvo de severas críticas por parte
da mídia e da sociedade em geral, é possível detectarmos tal prática em alguns
"arraiais" evangélicos desse país. Lideranças eclesiásticas que governam sobre
grandes rebanhos decidiram compartilhar a "gordura das ovelhas" com seus
queridos familiares, adotando um modelo administrativo do tipo "mordomia familiar", sendo assim,
nomeando parentes e agregados para os principais cargos da igreja, vale
salientar que tais nomeações são acompanhadas de generosas remunerações. Tais
procedimentos são fundamentados por meio de atos supostamente democráticos com o
intuito de legitimar o Nepotismo. Tais lideranças se empenham em projetar uma
imagem de ortodoxos e conservadores para justificar o seu autoritarismo e
intimidar o rebanho e amordaçar os indivíduos para evitar qualquer
questionamento dos seus atos, pois, nesses sistemas não existe espaço para
críticas, porque implicitamente se proclama um tipo de "infalibilidade
pastoral". É lamentável admitirmos que no Brasil existem grandes ministérios,
cujo o Nepotismo é uma prática tão evidente. Infelizmente ainda existe muita
ingenuidade e alienação no meio evangélico, pois, basta alguém dizer "Deus me
revelou" , " O Senhor me falou", é suficiente para que uma grande maioria aceite
qualquer imposição sem nenhuma reflexão, nem se quer procuram analisar a partir
das Escrituras Sagradas. Uma minoria consciente nesses contextos fica sem poder
de reação diante de uma maioria alienada, vale lembrar aqui o "mito da caverna"
do filósofo grego Platão.
Apesar dos argumentos desenvolvidos até agora,
entendo que pode ser apropriado, coerente e até mesmo da vontade de Deus, que
alguns líderes utilizem parentes, nomeando para cargos administrativos ou
consagrando-os ao sacro ministério, todavia, isso deve ser feito de forma
equilibrada e transparente, com o conhecimento e aprovação geral do grupo.
Infelizmente, alguns líderes encontraram no ministério ou na administração
eclesiástica uma solução para os seus filhos e parentes em geral, que não
conseguiram nenhum êxito na vida secular, isto é, não são aptos para nada, só
para o ministério eclesiástico. Vivemos em um país com altos níveis de
desemprego, onde as pessoas que têm uma formação profissional ou acadêmica,
conseguiram tal feito com muita luta e sacrifício. Não é justo justo nem honesto
que profissionais habilitados fiquem de fora do mercado de trabalho,
enquanto alguns setores da sociedade praticam essas políticas parternalistas que
beneficiam um "bando" de incompetentes e excluem os verdadeiramente habilitados.
É tremendamente contraditório quando tal atitude é praticada no contexto
cristão-evangélico, o que é totalmente contrário a doutrina da mordomia cristã
ensinada na Palavra de Deus, nesse contexto, o apóstolo Paulo diz "Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e
despenseiros dos mistérios de Deus" I Co 4.1. Despenseiro não combina com
Nepotista. Como profetas do Senhor e arautos da verdade não podemos nos omitir
diante de tais abusos, não podemos ser indiferentes a esse desvio de finalidade
praticado por algumas lideranças evangélicas nessa nação. Esses tais precisam
saber que não são donos da igreja, não podem manipular o patrimônio do povo Deus
da maneira que bem entenderem. Essa reflexão se baseia em situações que
presencie de perto
Nenhum comentário:
Postar um comentário