DENÚNCIA APONTA: IGREJA AD-ES DEVE R$ 350 MIL A FORNECEDORES
Rádio CBN
Vitória (93,5 FM)
Letícia
Cardoso
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes
vfernandes@redegazeta.com.br
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A Assembleia de Deus localizada em Serra-Sede
acumula dívidas junto a vários fornecedores. Só no Cartório do 1º Ofício do município há uma relação de 20 títulos que foram a protesto
e que juntos totalizam R$ 7,3 mil. As denúncias feitas ao Ministério Público
Estadual apontam, no entanto, que o montante dos débitos, incluindo outros
cartórios, chega a R$ 350 mil.
Os fatos foram
denunciados por um pastor da própria Assembleia: Fernando Pissarra, que comanda
uma congregação localizada no bairro São Marcos, também na Serra. “A igreja não
possui uma conta bancária, porque está endividada”,
assinalou.
Assembleia
de Deus: dízimo vai parar na conta de pastores
Além das dívidas, ele denunciou
que recursos do dízimo doado por fiéis estavam sendo depositados nas contas particulares de pastores da igreja, entre eles o tesoureiro
Amazildo Gonçalves dos Santos e o pastor-presidente, Délio
Nascimento.
Aluguel
Pissarra diz ter descoberto as
supostas irregularidades quando alugou um espaço na sede da igreja. Lá
funcionava uma organização não governamental (ONG) que ele criou e que oferecia
cursos
para crianças em risco social. Foi nesse período que teria percebido a presença
constante de fornecedores cobrando dívidas. “O fato chamou minha atenção e
comecei a investigar. Foi quando levaram o caixa da igreja para a casa do
Amazildo”, pontua.
Segundo as denúncias feitas oficialmente por
Pissarra, ocorreram vendas
de imóveis e de carros de terceiros envolvendo o nome da igreja. Ele também
acusou a instituição de irregularidades que vão da falta de Habite-se para o
funcionamento do templo central até condições higiênicas inadequadas, como a
presença de animais mortos na caixa de água que alimenta os bebedouros da
igreja. Esses fatos foram denunciados também à Vigilância Sanitária
Municipal.
O pastor Délio classifica como
“desequilibrada” a atitude de Pissarra. Afirma ainda que a ONG ficou
inadimplente com o aluguel. “Mesmo assim, em momento nenhum pedimos para ele
sair.”
Denunciante
diz ter sido ameaçado
O pastor-presidente da Assembleia de Deus da
Serra-Sede, Délio Nascimento, está sendo acusado de ameaçar de morte o seu
colega de ministério, Fernando Pissarra, que fez as denúncias aos órgãos de
investigação.
Pissarra, que é
pastor de uma congregação em São Marcos, registrou no início deste ano um
boletim de ocorrência na delegacia do município. “O pastor Délio desferiu
palavras de ameaça de morte, falando que eu não merecia uma surra, mas a morte”,
disse ele, em depoimento.
Fernando Pissarra
disse ainda que por conta das denúncias que fez acabou sendo excluído da
igreja. Ele apresentou um recurso, pedindo o cancelamento do ato à Convenção
das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso).
A expulsão foi
confirmada pelo pastor Délio. Ele afirma que Pissarra foi excluído por ter
agredido um membro da igreja e ameaçado outro com uma barra de
ferro.
O primeiro vice-presidente da
Cadeeso, Arnaldo Candeias, informou que as exclusões de pastores precisam ser
avaliadas pela Convenção. O caso de Pissarra deve ser apreciado nesta
quinta-feira.
ONG que
atendia a crianças é fechada
Em decorrência das brigas
ocorridas na Assembleia de Deus, a ONG Associação Cultural e Educacional Cristã
Pissarra (Acec Pissarra) acabou sendo fechada. A entidade atendia a mais de 122
crianças, oferecendo cursos de violão, informática, canto, música e reforço
escolar.
“Cuidávamos até de duas crianças
especiais”, disse Fernando Pissarra, pastor e presidente da ONG. Além disso, a
instituição tinha 350 famílias cadastradas para o recebimento de cestas
básicas.
Os trabalhos eram oferecidos em
um salão anexo à igreja, alugado pela organização não governamental. Mas as
atividades foram suspensas depois que ela teve seu contrato de aluguel com a
igreja cancelado, com o argumento de que o acordo havia vencido. “Mas vale até
março deste ano”, diz Pissarra.
A igreja contrapõe a informação,
dizendo que isso ocorreu porque a instituição estava utilizando recursos como
água e luz e ainda estava com o aluguel em atraso. Pissarra diz que só pagaria
quando recebesse doações. O caso foi parar na Justiça, onde a dívida de R$ 4,5
mil vem sendo cobrada.
Para o
bolso dos pastores envolvidos
A polícia está investigando um
possível desvio dos recursos provenientes do dízimo da Assembleia de Deus da
Serra-Sede. A unidade, que é responsável por 82 templos, chega a arrecadar R$
115 mil por mês. Até agora, segundo a polícia, já foi comprovado que os valores
estavam sendo depositados nas contas pessoais de pastores. As denúncias apontam
ainda para o enriquecimento ilícito do pastor-presidente da igreja, Délio
Nascimento, que teria patrimônio superior a R$ 6
milhões.
Fachada
da igreja AD, na rua Major Pissarra, em Serra-Sede
A denúncia, também protocolada
no Ministério Público Estadual, aponta para outras irregularidades. Entre elas,
a compra de carros e a venda de imóveis envolvendo o nome da igreja. Revela
também um volume de dívidas, no nome da igreja, que gira em torno de R$ 350
mil.
Nesta segunda-feira (27), três
pastores prestaram depoimento na delegacia. Um deles é o tesoureiro da igreja,
Amazildo Gonçalves dos Santos, que confirma ter recebido, nos últimos seis
anos, depósitos de dízimos em sua conta. O valor, segundo ele, totalizaria R$
800 mil. Seu argumento é de que os recursos serviram para cobrir despesas que
fazia em nome da instituição. “Como a conta da igreja estava inativa, acabava
pagando as despesas com meu cheque”, argumenta.
O segundo tesoureiro, o pastor
Henrique Gonçalves, confirmou ter feito depósitos na conta de Amazildo. Segundo
o texto do seu depoimento, isso aconteceu após “receber uma ligação em que ele
alegava ter emitido alguns cheques que precisavam ser
cobertos”.
Gonçalves acrescentou que tudo
foi feito com anuência do pastor-presidente da igreja, Délio Nascimento. “Fiz
tudo cumprindo ordens quando assumia a primeira tesouraria na ausência do
Amazildo”, afirmou.
Já o pastor Francisco Alves
Feitoza diz que, durante um ano e dois meses, fez vários depósitos na conta de
Délio Nascimento e na de Amazildo. “Foram vários depósitos, mas não me recordo
do montante”, assinalou ele, em depoimento.
Preocupado com a denúncia, que classificou como infundada, o pastor Délio Nascimento, se defendeu, citando o caso de desvio de dízimos ocorrido na Igreja Maranata e denunciado com exclusividade pela Rádio CBN e A GAZETA : “A igreja tem uma gestão nada parecida com a da Maranata. Abro todo o sigilo financeiro”, disse.
Nascimento foi categórico ao descartar qualquer irregularidade na Assembleia que administra. Afirma que as contas particulares eram emprestadas para cobrir as despesas da igreja. “Não trabalhamos com gestão centralizada. Cada pastor é responsável por sua igreja”, frisa Délio, que deve prestar depoimento nos próximos dias.
O assunto também será avaliado pela Convenção das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso), que dá as diretrizes a todas as unidades no Estado. O primeiro vice-presidente da Cadeeso, pastor Arnaldo Candeias, adiantou que não há orientação para que o depósito de dízimo seja feito em contas particulares. “Nunca vi isso em lugar nenhum. Todas as igrejas devem ter suas próprias contas”, ressalta.
Preocupado com a denúncia, que classificou como infundada, o pastor Délio Nascimento, se defendeu, citando o caso de desvio de dízimos ocorrido na Igreja Maranata e denunciado com exclusividade pela Rádio CBN e A GAZETA : “A igreja tem uma gestão nada parecida com a da Maranata. Abro todo o sigilo financeiro”, disse.
Nascimento foi categórico ao descartar qualquer irregularidade na Assembleia que administra. Afirma que as contas particulares eram emprestadas para cobrir as despesas da igreja. “Não trabalhamos com gestão centralizada. Cada pastor é responsável por sua igreja”, frisa Délio, que deve prestar depoimento nos próximos dias.
O assunto também será avaliado pela Convenção das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso), que dá as diretrizes a todas as unidades no Estado. O primeiro vice-presidente da Cadeeso, pastor Arnaldo Candeias, adiantou que não há orientação para que o depósito de dízimo seja feito em contas particulares. “Nunca vi isso em lugar nenhum. Todas as igrejas devem ter suas próprias contas”, ressalta.
Evaldo Wolkers.
Comentário de Wáldson: Mais uma vêz, estamos diante de mais um escândalo, promovido por supostos 'homens de Deus', tidos como pastores evangélicos na AD - Serra - ES.
É uma vergonha saber que fatos
como esses venham acontecendo dentro de uma Instituição centenária e que já
gozou de tanto privilégio diante da sociedade brasileira.
A AD hoje, já não é a mesma
igreja que um dia zelou por seu nome e consequentemente, pelo de seus líderes.
Hoje, a maioria dos líderes faz o que quer e isso
está acontecendo progressivamente sem que se veja 'uma luz no fim do túnel' para
se sanar tão grande problema.
"A crise de caráter! O processo de liderança e como ela
influencia o nosso caráter corporativo"(R.Bruce Bickel). Essa
célebre frase diz tudo sobre a questão do homem quando influenciado pelo poder
que tem nas mãos.
Um homem pode não ter fama,
nem dinheiro, nem bens, nem família, nem coisa alguma, mas tem que ter caráter.
É isso que o distingue dos demais.
Infelizmente, dentro das ADs,
têm surgido homens que não têm caráter algum; que são indignos de serem chamados
de pastores.
Quando fico sabendo destas
guerras entre pastores por causa de dinheiro e posições, sinto nojo. Ás vezes,
sinto vergonha em ser pastor. Isso dói demais!!
Saber que um líder tem a
intenção de matar o outro colega, é totalmente absurdo.
Tomara que a Convenção CADEESO,
a qual prezo muito e que tanto me trouxe alegria, resolva esse impasse
vergonhoso o mais breve possível e expulse de suas fileiras aqueles que são os
'pastores bandidos'.
Grande abraço a todos
leitores.
Vivam vencendo a isso
também!!!
Seu irmão menor
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