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sábado, 27 de outubro de 2012

DENÚNCIA APONTA: IGREJA AD-ES DEVE R$ 350 MIL A FORNECEDORES




Rádio CBN Vitória (93,5 FM)



foto: Divulgação

 Pastor Delio Nascimento (centro) da Assembleia de Deus na Serra

Pastor Délio
Letícia Cardoso
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes

vfernandes@redegazeta.com.br



A Assembleia de Deus localizada em Serra-Sede acumula dívidas junto a vários fornecedores. Só no Cartório do 1º Ofício do município há uma relação de 20 títulos que foram a protesto e que juntos totalizam R$ 7,3 mil. As denúncias feitas ao Ministério Público Estadual apontam, no entanto, que o montante dos débitos, incluindo outros cartórios, chega a R$ 350 mil.




Os fatos foram denunciados por um pastor da própria Assembleia: Fernando Pissarra, que comanda uma congregação localizada no bairro São Marcos, também na Serra. “A igreja não possui uma conta bancária, porque está endividada”, assinalou.



Assembleia de Deus: dízimo vai parar na conta de pastores


Além das dívidas, ele denunciou que recursos do dízimo doado por fiéis estavam sendo depositados nas contas particulares de pastores da igreja, entre eles o tesoureiro Amazildo Gonçalves dos Santos e o pastor-presidente, Délio Nascimento.




Aluguel



Pissarra diz ter descoberto as supostas irregularidades quando alugou um espaço na sede da igreja. Lá funcionava uma organização não governamental (ONG) que ele criou e que oferecia cursos para crianças em risco social. Foi nesse período que teria percebido a presença constante de fornecedores cobrando dívidas. “O fato chamou minha atenção e comecei a investigar. Foi quando levaram o caixa da igreja para a casa do Amazildo”, pontua.



foto: Divulgação

 Pastor Delio Nascimento (centro) da Assembleia de Deus na Serra

Pastor Amazildo


Segundo as denúncias feitas oficialmente por Pissarra, ocorreram vendas de imóveis e de carros de terceiros envolvendo o nome da igreja. Ele também acusou a instituição de irregularidades que vão da falta de Habite-se para o funcionamento do templo central até condições higiênicas inadequadas, como a presença de animais mortos na caixa de água que alimenta os bebedouros da igreja. Esses fatos foram denunciados também à Vigilância Sanitária Municipal.




O pastor Délio classifica como “desequilibrada” a atitude de Pissarra. Afirma ainda que a ONG ficou inadimplente com o aluguel. “Mesmo assim, em momento nenhum pedimos para ele sair.”



Denunciante diz ter sido ameaçado


O pastor-presidente da Assembleia de Deus da Serra-Sede, Délio Nascimento, está sendo acusado de ameaçar de morte o seu colega de ministério, Fernando Pissarra, que fez as denúncias aos órgãos de investigação.


Pissarra, que é pastor de uma congregação em São Marcos, registrou no início deste ano um boletim de ocorrência na delegacia do município. “O pastor Délio desferiu palavras de ameaça de morte, falando que eu não merecia uma surra, mas a morte”, disse ele, em depoimento.




Fernando Pissarra disse ainda que por conta das denúncias que fez acabou sendo excluído da igreja. Ele apresentou um recurso, pedindo o cancelamento do ato à Convenção das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso).



A expulsão foi confirmada pelo pastor Délio. Ele afirma que Pissarra foi excluído por ter agredido um membro da igreja e ameaçado outro com uma barra de ferro.




O primeiro vice-presidente da Cadeeso, Arnaldo Candeias, informou que as exclusões de pastores precisam ser avaliadas pela Convenção. O caso de Pissarra deve ser apreciado nesta quinta-feira.



ONG que atendia a crianças é fechada




Em decorrência das brigas ocorridas na Assembleia de Deus, a ONG Associação Cultural e Educacional Cristã Pissarra (Acec Pissarra) acabou sendo fechada. A entidade atendia a mais de 122 crianças, oferecendo cursos de violão, informática, canto, música e reforço escolar.





“Cuidávamos até de duas crianças especiais”, disse Fernando Pissarra, pastor e presidente da ONG. Além disso, a instituição tinha 350 famílias cadastradas para o recebimento de cestas básicas.





Os trabalhos eram oferecidos em um salão anexo à igreja, alugado pela organização não governamental. Mas as atividades foram suspensas depois que ela teve seu contrato de aluguel com a igreja cancelado, com o argumento de que o acordo havia vencido. “Mas vale até março deste ano”, diz Pissarra.





A igreja contrapõe a informação, dizendo que isso ocorreu porque a instituição estava utilizando recursos como água e luz e ainda estava com o aluguel em atraso. Pissarra diz que só pagaria quando recebesse doações. O caso foi parar na Justiça, onde a dívida de R$ 4,5 mil vem sendo cobrada.



Para o bolso dos pastores envolvidos



A polícia está investigando um possível desvio dos recursos provenientes do dízimo da Assembleia de Deus da Serra-Sede. A unidade, que é responsável por 82 templos, chega a arrecadar R$ 115 mil por mês. Até agora, segundo a polícia, já foi comprovado que os valores estavam sendo depositados nas contas pessoais de pastores. As denúncias apontam ainda para o enriquecimento ilícito do pastor-presidente da igreja, Délio Nascimento, que teria patrimônio superior a R$ 6 milhões.



Fachada da igreja Assembléia de Deus, na rua Major Pissarra, em Serra Sede - Editoria: Cidade - Foto: Edson Chagas

Fachada da igreja AD, na rua Major Pissarra, em Serra-Sede





A denúncia, também protocolada no Ministério Público Estadual, aponta para outras irregularidades. Entre elas, a compra de carros e a venda de imóveis envolvendo o nome da igreja. Revela também um volume de dívidas, no nome da igreja, que gira em torno de R$ 350 mil.


Depoimentos


Nesta segunda-feira (27), três pastores prestaram depoimento na delegacia. Um deles é o tesoureiro da igreja, Amazildo Gonçalves dos Santos, que confirma ter recebido, nos últimos seis anos, depósitos de dízimos em sua conta. O valor, segundo ele, totalizaria R$ 800 mil. Seu argumento é de que os recursos serviram para cobrir despesas que fazia em nome da instituição. “Como a conta da igreja estava inativa, acabava pagando as despesas com meu cheque”, argumenta.




O segundo tesoureiro, o pastor Henrique Gonçalves, confirmou ter feito depósitos na conta de Amazildo. Segundo o texto do seu depoimento, isso aconteceu após “receber uma ligação em que ele alegava ter emitido alguns cheques que precisavam ser cobertos”.





Gonçalves acrescentou que tudo foi feito com anuência do pastor-presidente da igreja, Délio Nascimento. “Fiz tudo cumprindo ordens quando assumia a primeira tesouraria na ausência do Amazildo”, afirmou.



Já o pastor Francisco Alves Feitoza diz que, durante um ano e dois meses, fez vários depósitos na conta de Délio Nascimento e na de Amazildo. “Foram vários depósitos, mas não me recordo do montante”, assinalou ele, em depoimento.

Preocupado com a denúncia, que classificou como infundada, o pastor Délio Nascimento, se defendeu, citando o caso de desvio de dízimos ocorrido na Igreja Maranata e denunciado com exclusividade pela Rádio CBN e A GAZETA : “A igreja tem uma gestão nada parecida com a da Maranata. Abro todo o sigilo financeiro”, disse.

Nascimento foi categórico ao descartar qualquer irregularidade na Assembleia que administra. Afirma que as contas particulares eram emprestadas para cobrir as despesas da igreja. “Não trabalhamos com gestão centralizada. Cada pastor é responsável por sua igreja”, frisa Délio, que deve prestar depoimento nos próximos dias.

O assunto também será avaliado pela Convenção das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso), que dá as diretrizes a todas as unidades no Estado. O primeiro vice-presidente da Cadeeso, pastor Arnaldo Candeias, adiantou que não há orientação para que o depósito de dízimo seja feito em contas particulares. “Nunca vi isso em lugar nenhum. Todas as igrejas devem ter suas próprias contas”, ressalta.





Publicado em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/02/noticias/cbn_vitoria/reportagem/1125921-denuncia-aponta-igreja-deve-r-350-mil-a-fornecedores.html


Evaldo Wolkers.





Comentário de Wáldson: Mais uma vêz, estamos diante de mais um escândalo, promovido por supostos 'homens de Deus', tidos como pastores evangélicos na AD - Serra - ES.


É uma vergonha saber que fatos como esses venham acontecendo dentro de uma Instituição centenária e que já gozou de tanto privilégio diante da sociedade brasileira.

A AD hoje, já não é a mesma igreja que um dia zelou por seu nome e consequentemente, pelo de seus líderes. Hoje, a maioria dos líderes faz o que quer e isso está acontecendo progressivamente sem que se veja 'uma luz no fim do túnel' para se sanar tão grande problema.

"A crise de caráter! O processo de liderança e como ela influencia o nosso caráter corporativo"(R.Bruce Bickel). Essa célebre frase diz tudo sobre a questão do homem quando influenciado pelo poder que tem nas mãos.

Um homem pode não ter fama, nem dinheiro, nem bens, nem família, nem coisa alguma, mas tem que ter caráter. É isso que o distingue dos demais.

Infelizmente, dentro das ADs, têm surgido homens que não têm caráter algum; que são indignos de serem chamados de pastores.

Quando fico sabendo destas guerras entre pastores por causa de dinheiro e posições, sinto nojo. Ás vezes, sinto vergonha em ser pastor. Isso dói demais!!

Saber que um líder tem a intenção de matar o outro colega, é totalmente absurdo.

Tomara que a Convenção CADEESO, a qual prezo muito e que tanto me trouxe alegria, resolva esse impasse vergonhoso o mais breve possível e expulse de suas fileiras aqueles que são os 'pastores bandidos'.

Grande abraço a todos leitores.

Vivam vencendo a isso também!!!

Seu irmão menor

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