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domingo, 22 de setembro de 2013

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A Síria é um país árabe do Oriente Médio, situado no limite oriental do mar Mediterrâneo, com uma área de cerca de 185 mil km2 e com 18 milhões de habitantes. A composição da população é diversa, contando com sírios, curdos, circassianos, turcos, armênios e palestinos. De maioria islâmica a população ainda se divide entre sunitas e xiitas, mas também é possível encontrar cristãos no país.
 
Algumas das civilizações mais antigas desenvolveram-se na região. Os artistas e sábios sírios tiveram grande influência nas culturas da Grécia e da Roma antigas. Damasco é a capital e maior cidade.
 
A Síria é um país de grandes planícies e desertos áridos. Vales férteis encontram-se próximo ao rio Eufrates e seus afluentes. Como as chuvas são escassas em cerca de 90% do território, é necessário recorrer à irrigação na produção agrícola. O litoral, no leste do país, é uma das poucas áreas onde quase toda a terra é cultivada e onde as lavouras não precisam ser irrigadas. Além da agricultura, outra importante fonte de renda do país é o petróleo.
 
A Síria envolveu-se nas disputas entre palestinos e judeus e, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, as colinas do Golã foram ocupadas por Israel. Desde então, os sírios tentam recuperá-las.
 
HISTÓRIA
 
Povos não identificados viveram no norte da Síria antes de 4500 a.C. No entanto, os primeiros habitantes conhecidos do país foram os semitas, que chegaram por volta de 3500 a.C. Criaram cidades-estados independentes por toda a região. Uma delas, Ebla, floresceu no norte da Síria entre 2700 e 2200 a.C. Constituiu um reino poderoso, com uma civilização muito adiantada, que chegou a englobar o que hoje é a Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e a própria Síria.
 
Vários grupos semitas - entre eles os acádios, os canaanitas, os fenícios, os amoritas, os arameus e os hebreus - governaram partes da Síria até 538 a.C. Os navegantes fenícios, por exemplo, difundiram sua cultura por todo o mundo mediterrâneo. Já os hebreus entraram no sul da Síria em fins do séc. XIII a.C. e introduziram na cultura local o monoteísmo (crença em um só Deus).
 
Em 732 a.C., os assírios conquistaram a maior parte da Síria e a governaram até 572 a.C., quando os caldeus a dominaram.
 
Os persas derrotaram os caldeus em 538 a.C., e a Síria passou a fazer parte de seu império. Exércitos gregos e macedônios, sob o comando de Alexandre, o Grande, subjugaram os persas em 333 a.C. O comércio floresceu e houve grande desenvolvimento agrícola.
 
A partir de 64 a.C., os sírios viveram quase 700 anos sob o governo romano. Nesse período, o cristianismo se alastrou na parte da Grande Síria chamada Palestina, tornando-se a religião oficial da Síria no séc. IV d.C.
 
Os Árabes Muçulmanos invadiram a Síria e expulsaram as forças bizantinas em 636. Pouco a pouco, o islamismo substituiu o cristianismo, e o árabe tornou-se a língua comum. A partir de 661, um vasto império muçulmano tinha Damasco como capital. Em 750, a dinastia abássida governou o império, com capital em Bagdá.
 
Os cruzados cristãos da Europa invadiram a Síria em fins do séc. XI, tentando reconquistar a Palestina dos muçulmanos. Saladin, governante muçulmano do Egito, entrou na Síria para expulsar os cruzados e, no fim do séc. XII, governava quase todo o país. Depois de dominado pela dinastia mameluca, do Egito, o território foi conquistado pelos turcos em 1516.
 
Em fins do séc. XVI, os exploradores europeus descobriram rotas marítimas para a Índia. Então, a posição da Síria como centro de comércio declinou. No séc. XVIII, o poder do Império Otomano decaiu, e as idéias ocidentais começaram a influenciar os sírios. Por volta de 1900, iniciou-se o movimento pela independência.
 
Durante a Primeira Guerra Mundial, os sírios e outros árabes revoltaram-se e ajudaram o Reino Unido a lutar contra o Império Otomano, em troca de apoio à independência. Com o fim da guerra, no entanto, a Liga das Nações dividiu a Grande Síria em quatro regiões: Síria, Líbano, Palestina e Transjordânia. Por mandato, a França passou a dirigir a Síria.
 
O país tornou-se independente em 1946. Muitos sírios, então, desejaram reunificar a Grande Síria. No ano seguinte, porém, a ONU partilhou a Palestina: um Estado judeu (Israel) e um Estado árabe. Os sírios e outros povos árabes imediatamente invadiram Israel, mas a ONU impôs o cessar-fogo.
 
Em 1949, oficiais do Exército depuseram o governo, que culparam por não tentar impedir a divisão da Palestina. Em uma tentativa de estabelecer a unidade árabe, a Síria juntou-se ao Egito, em 1958, na chamada República Árabe Unida (RAU), que teve fim após um golpe militar na Síria, em 1961.
 
Em meados da década de 1960, o Partido Socialista Árabe (Baath) chegou ao poder. O governo encampou a maioria das indústrias e todo o comércio exterior do país. Em 1971, Hafez al-Assad, líder do partido, tornou-se presidente da Síria. Governou autoritariamente, sendo sucessivamente reeleito (1971, 1978, 1985, 1991) em disputas sem oposição organizada.
 
No início dos anos 1960, conflitos de fronteira entre tropas sírias e israelenses ocorreram com freqüência. Em 5 de junho de 1967, eclodiu uma guerra entre Israel e os países árabes (Síria, Jordânia e Egito). Depois de seis dias, Israel havia ocupado muitos territórios árabes, inclusive as colinas de Golã, no extremo sudoeste da Síria. Milhares de árabes fugiram dos territórios ocupados por Israel para os países árabes vizinhos.
 
Síria e Israel continuaram lutando ocasionalmente em Golã. A tensão entre os dois países era agravada pela presença de milhares de refugiados em território sírio. Em 1973, a Síria aliou-se a outros países árabes e atacou Israel no dia do feriado judaico do Yom Kipur. Um cessar-fogo colocou fim à maior parte dos conflitos, mas as forças sírias e israelenses combateram até maio de 1974.
 
Em 1976, a Síria enviou tropas para o Líbano para tentar resolver o conflito civil naquele país. Entretanto, a força de paz se transformou em força de ocupação, e a Síria continuou com suas tropas estacionadas no norte do Líbano até 1998.
 
O crescimento do fundamentalismo islâmico tornou-se uma ameaça à estabilidade e hegemonia do partido Baath. Em 1982, a repressão a fundamentalistas resultou em quase 20 mil mortes, levando os demais países árabes a se afastar da Síria, que se aproximou mais da União Soviética.
 
Com a crise do socialismo, o governo de Assad voltou-se para o Ocidente e, em 1991, apoiou os EUA na Guerra do Golfo. Em troca, passou a receber empréstimos e investimentos do Kuwait, dos EUA e da União Européia. Assad também foi obrigado a promover mudanças econômicas e políticas, diminuindo a participação do Estado na economia, privatizando companhias estatais e facilitando a entrada de empresas estrangeiras no país. Em 1993, o governo libertou vários presos políticos.
 
As negociações com Israel sobre a devolução das colinas de Golã foram retomadas em 1995, mas suspensas no ano seguinte porque Israel se recusava a devolver esse território. Ainda em 1996, a Síria deslocou 40 mil soldados para a fronteira com a Turquia, devido a uma série de atentados a bomba. O governo sírio suspeitou que os grupos responsáveis contassem com o apoio do governo daquele país, que estaria interessado em desestabilizar o governo de Assad.
 
As negociações de paz entre Israel e os palestinos, mediadas pelos EUA, retiraram da Síria o papel de principal interlocutor nessa questão.
 
No Plano Interno, o governo continuou a anistiar presos políticos. Em 1997, surgiu um novo grupo fundamentalista, o Movimento Islâmico pela Mudança, que promoveu uma série de atentados. No nordeste do país, os curdos, que lutam pela criação de um Estado, passaram a apoiar os curdos dos países vizinhos, tornando-se nova ameaça ao governo de Assad.
 
Com a saúde debilitada, Hafez al-Assad começou a se preocupar com sua sucessão, o que deu início a uma séria disputa interna no Partido Baath, principalmente após a morte do seu filho mais velho, em acidente de carro considerado suspeito pelo governo. No final de 1997, Bashar, filho mais novo de Assad, assumiu o cargo de comandante-em-chefe do Exército. Hafez al-Assad morreu em junho de 2000. A Assembléia do Povo reuniu-se e diminuiu de 40 para 34 anos a idade mínima para que uma pessoa possa se tornar presidente, de modo que o filho de Assad pudesse sucedê-lo. Na Síria e em outros países árabes, o sistema político é caracterizado pela República Dinástica.
 
Por pressão de intelectuais sírios, Bashar tentou implantar um regime mais liberal. Surgiram dois novos partidos políticos, dois jornais não controlados pelo governo foram abertos e 600 presos políticos foram libertados. No entanto, coagido pelo Baath, o presidente proibiu a realização de reuniões para debater reformas no governo.
 
Em junho de 2001, a Síria retirou suas últimas tropas de Beirute, capital do Líbano, após uma campanha promovida pelos cristãos libaneses.
 
Em maio de 2002, autoridades norte-americanas incluíram a Síria no "eixo do mal", grupo de países acusados de patrocinarem o terrorismo, e acusaram o governo sírio de possuir armas de destruição em massa. Em 2003, os EUA ameaçaram impor sanções diplomáticas e econômicas contra a Síria, que negou qualquer envolvimento com programas de armas químicas, nucleares e biológicas. Em setembro, Mohammad Naji al-Otari, membro do Baath, foi nomeado primeiro-ministro em substituição a Muhammad Mustafa Miru, que renunciou.
 
Em janeiro de 2004, o presidente Bashar fez a primeira visita de um chefe de Estado sírio à Turquia, marcando o fim de décadas de mau relacionamento. A Turquia se comprometeu a mediar a disputa entre Síria e Israel pelas colinas de Golã, tomadas dos sírios pelos israelenses em 1967 e anexadas em 1981. Além disso, Síria e Turquia mantêm interesses comuns na questão dos curdos do Iraque, especialmente após o fim do regime de Saddam Hussein, pois esse grupo étnico também ocupa territórios turcos e sírios, onde é bastante numeroso.
 

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