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quarta-feira, 4 de junho de 2014

TERÇA-FEIRA, 25 DE DEZEMBRO DE 2007

Quem matou Jesus Cristo?

Quem matou Jesus Cristo ?



Durante dois milênios, os judeus são responsabilizados por grande parte dos cristãos, pela morte de Jesus. Mas será que, de fato, essa acusação tem coerência?



Jesus era judeu.
Ninguém tem dúvida de que Jesus era judeu. Sua mãe, Maria, era judia. Seu pai, José, era judeu. Não entrarei no mérito sobre a linguagem alegórica de que Maria concebeu virgem, sob a virtude do Espírito Santo. No oitavo dia de vida, Jesus foi circuncisado. Jesus foi apresentado no Templo por seu pai, José.

Jesus frequentava, todo os Shabbat, a sinagoga. Jesus era da seita dos fariseus pois sempre estava entre eles e compartilhava da mesma crença deles, na existência da ressurreição dos mortos e da existência dos anjos. Sua maneira de pregar era a dos rabbis (mestres) da época (os rabinos não ensinavam em casas, e sim ao ar livre, debaixo de árvores).

As parábolas e ensinamentos de Jesus são bem semelhantes, para não dizer idênticas, as que estão no Talmud e de grandes mestres fariseus. Exemplos: Rabbi Hillel, líder judeu, ensina: "Não faças a outrem aquilo que não queres que te façam: isto é a Lei, o resto é comentário." e Jesus disse:"Tudo aquilo, portanto,que que quereis que os homens façam, fazei-o vós a eles, porque isto é a Lei e os profetas. "(Mat. 7,12). E Jesus também disse “O Shabbat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabbat” enquanto no Talmud está escrito: “O Shabbat é servo do homem, e não o homem é servo do Shabbat.”
Seriam muitos os paralelos. Para ver os outros paralelos, veja no tópico “Jesus, o judeu.”



Os discípulos de Jesus eram judeus
Também não é preciso me alongar muito sobre isso. Pedro, Thiago, Thomé, Judas Iscariotes e todos os outros apóstolos eram judeus. Os outros discípulos mencionados nos evangelhos também o eram: José de Arimatéia e Nicodemos, que eram membros do Sinédrio, eram seguidores de Jesus. Posteriormente, Saulo, que depois passou a se chamar Paulo, que era fariseu, se juntou ao grupo dos seguidores de Jesus. Em Atos dos apóstolos, é citado outros membros da seita dos fariseus que abraçaram a fé em Jesus.(Atos 15,4: Chegando a Jerusalém, foram recebidos pela comunidade, pelos apóstolos e anciãos, a quem contaram tudo o que D'us tinha feito com eles. Mas levantaram-se alguns que antes de ter abraçado a fé eram da seita dos fariseus, dizendo que era necessário circuncidar os pagãos e imporlhes a observância da Lei de Moisés.)



Os debates de Jesus com fariseus e saduceus.
Quem lê os evangelhos sem um conhecimento histórica, é levado crer que os fariseus e saduceus odiavam Jesus e o queriam matar a qualquer custo. Primeiramente, temos que saber que os debates ideológicos entre os rabinos eram constantes e, às vezes, muito acalorados. E é importante realçar: os mestres judeus não debatem com qualquer um. Eles só debatem com alguém que é detentor do conhecimento da Torah. Por isso que os outros fariseus nunca debatiam com os discípulos de Jesus e apenas com o próprio Jesus. E se eles debatiam com ele, é porque eles o consideravam como alguém a altura. É claro que, entre os que discutiam com Jesus, existiam aqueles que tinham inveja e ódio pois, acima de tudo, são seres humanos, e estão sujeitos a esses sentimentos.



O “julgamento” de Jesus no Sinédrio
Como sabemos, Jesus foi morto no Pessach (Páscoa judaica). Jesus foi traído por um de seus discípulos (Judas Iscariotes). Jesus foi preso e levado até o Sinédrio, na presença dos membros deste. Aqui é que temos que tomar cuidado. No último filme lançado sobre Jesus (A paixão de Cristo, de Mel Gibson) é mostrado um Templo lotado, com toda a multidão chutando, escarrando em Jesus, como se todos o odiassem. Essa narração é ERRADA! Primeiramente, o Templo estava vazio, apenas com uma “meia-dúzia”, numa reunião clandestina, pois no Pessach não se realiza nenhum julgamento. No próprio evangelho é relatado isso. E mesmo entre os poucos membros do Sinédrio, havia os que eram contra o pseudo-julgamento de Jesus.



A sentença romana
Jesus foi levado à Poncio Pilatos, o qual teria “lavado as mãos” pois teria visto nenhum crime nele. O ato de Pilatos “lavar as mãos” não é uma atitude de um romano e se ele o fez, foi em forma de deboche, pois o ato de lavar as mãos é uma prática judaica. A maneira que Pilatos é colocado pelos evangelhos e realçado no filme de Mel Gibson não condiz com que ele foi de fato. Pilatos era cruel, governou a Judéia com “mãos de ferro”. Reprimia com muita violência qualquer movimento contrário a seu governo.

Sob um clima de tanta repressão a seu povo, Jesus foi apenas um de vários profetas. Mas ele foi o que teve maior repercussão. E é bom salientar que os saduceus, que era seita que tinha privilégios, gostava de viver no luxo, bajulavam Pilatos e foram estes (alguns saduceus) que levaram Jesus a Pilatos, sob o argumento que ele poderia incitar o povo contra o governo romano.

Roma condenava violentamente todos os seus inimigos. E a condenação era a morte na cruz. Antes de ser pregado na cruz, o condenado era açoitado, espancado, humilhado, escarrado, sem dó nem piedade, pelos soldados romanos, que mais pareciam animais. Milhares de pessoas morreram na cruz sob a acusação de serem inimigos de Roma e Jesus foi a vítima mais famosa.



Quem matou Jesus?
Pelo que tudo foi exposto, quem matou Jesus? Foram os ROMANOS! Sim, foram os ROMANOS! Se fosse uma condenação judaica, teria sido por apedrejamento. E Jesus em momento algum foi excomungado nem apedrejado.

Ao longo da história, os judeus foram acusados de ter matado o Cristo. Foram acusados, perseguidos, violentados. Obrigados a se converterem, abandonarem muitas vezes sua fé para proteger suas vidas. Dois milênios de violência.
Como constatamos, foram os romanos que mataram o judeu chamado Jesus. Se fosse por isso, deveríamos perseguir e matar os romanos (italianos hoje em dia) por terem matado Jesus? Claro que não. As pessoas posteriores não podem ser punidas pelos seus antepassados.

Temos que repertir, mostrar, informar o povo sobre o que de fato ocorreu. Uma versão errônea sobre a história que foi contada ao longo da história, impregnou o subconsciente dos povos durante todo esse tempo e que, para tirar isso, só depois de um tempo tão longo que se passou até aqui.

O sujeito que se diz cristão e anti-semita é incoerente. Como ele pode ser anti-semita acreditando que seu supremo mestre e seus apóstolos eram judeus?

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