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sexta-feira, 29 de março de 2013

03
fev

Uma breve crítica sobre a música de Thalles Roberto

por: Antognoni Misael


Um dos atuais destaques do pop evangélico, Thalles Roberto tem sido uma das mais novas febres no repertório do público gospel. Ao perceber o espaço que sua música tem ocupado e a velocidade pela qual tem se propagado, resolvi destacar alguns itens relacionados à musicalidade desse novo ícone.
Minha crítica não será redundante no que tange a pobreza da atual música gospel no Brasil. Mas alternará em aspectos relevantes, interessantes, mas preocupantes ligados a música de Thalles.
Apesar de alguns pontos em comum que ele traz entre os cantores do mercado Gospel, queria também apresentar alguns pontos diferenciados que talvez nos provoque a pensar que a coisa pode ser “menos mau” ou até um dia, quem sabe, melhorar.
Quem assiste a uma apresentação de Thalles logo percebe que ele é emotivo, improvisador, frenético e intenso. Pra quem não sabe, sua arte e habilidade o levou a trabalhar com grandes nomes da Música Brasileira, como por exemplo, o grupo de Pop Rock Jota Quest. Em seu testemunho ele diz que após um período trabalhando no meio secular, e tendo se desviado de uma vida cristã autêntica, preferiu abandonar os contratos do meio musical onde trabalhava e retornou para o convívio da Igreja (não resistindo ao chamado de Deus), onde gravou seu 1º CD Na sala do Pai (2009). As canções como Arde Outra Vez, Ele é Contigo, Deus do Impossível, etc., são destaques tanto pela autenticidade e testemunho pelo qual foram escritas. O CD é bem trabalhado musicalmente, com letras interessantes e que fogem do mantra americanizado protagonizado nos últimos anos por cantores como Aline Barros, DT, etc.
Quando ouvi a primeira vez a canção Arde Outra Vez, tive a impressão de estar ouvindo as curvas melódicas, dicções e entonações de Guilherme Arantes, seguidos num segundo momento de uma batida bem Black Music, que me conectou ao Gospel americano. Só impressão! Ele era mais versátil do que eu imaginava.
Pra minha surpresa, quando achei que Thalles viria com uma fórmula explosiva para emplacar de vez nas paradas do sucesso, adotando a apelação do momento (Milagres, Milagres e Milagres) ele lança seu 2º disco Raízes (2011) onde recoloca canções tradicionais e dos Salmos e Hinos no seu repertório, compartilhando um pouco dos sons que marcaram o seu passado na igreja: “Deus está Aqui”, “Porque Ele vive”,Vaso Novo”, “Quão grande és Tu”, etc.
Seu último trabalho “Uma História escrita pelo dedo de Deus” (2011), CD e DVD, está atualmente legitimando e o sagrando como mais novo cantor em evidência no mercado gospel. Tive acesso ao disco e DVD e logo pude fazer algumas observações tanto no âmbito técnico-musical quanto na vida cristã.
1) Apesar de ele ser membro da Igreja de Lagoinha, não sei se concorda com as esquisitices teológicas do lugar, contudo as suas letras parecem dizer que não. (???)
2) O título do seu novo DVD (Uma História escrita pelo dedo de Deus) faz alusão a uma canção que fez em parceria com o Missionário R.R. Soares - isso me dá uma sensação super estranha….em que teologia Thalles crê afinal?
3) A maioria de suas canções foi composta em um momento de crise quando estava longe da comunhão com o Pai, no entanto nos mostram uma relação de veracidade relevante entre letra e intérprete. (Diferente do muito que se vê hoje na maioria dos cantores gospel que são viciados em traduzir canções e/ou encomendá-las)
4) Canções como Deus do Impossível, que compôs no momento de desespero quando sua mãe estava na UTI em estado grave, nos mostram certa veracidade e nos ensina a viver a fé e confiança em Deus em todas as situações.
5) Outra que tanto me chamou atenção é O que queres de mim, cujo diálogo entre ele e Deus nos remete a uma exortação veemente da parte de Deus tanto para ele quanto para nós.
6) ”Thalles em estúdio é ótimo, Thalles ao vivo é um barril de pólvora”. Nunca vi alguém que canta tão bem ter tanto prejuízo vocal quando se empolga. Nas músicas de “pula pula” onde diz “tira o pé do chão” a perda é notável e chega a ficar chato ouvi-lo.
7) Seu timbre de voz é muito bom, porém o exagero no ofegante me irrita um pouco (não sei se a você). Ouça a canção “Deus da minha vida” e confira as frases: “Deus (Ttttérrr..uuusss) meu (méeeerrr..u), Pai (parrrr…i) meu…”
8) A maioria de suas músicas são muito boas, curti, e certamente vou reter tudo de bom nelas. Tanto no cancioneiro secular quanto cristão uso da mesma lógica: se a música é boa e me edifica, compartilho; quanto ao cantor, é com ele e Deus. Mas vou logo dizendo, se cair por lado mercenário ou imitar urso, leão, não dá pra ficar calado!
9) Sua agenda está se caminhando para os mega shows pelo Brasil. O mercado o espera!
10) Oro pra que ele não aprenda os maus costumes dos seus parceiros do mundo gospel, não se perca em suas convicções e como ele mesmo canta em ‘O que queres de mim’: “humildade sempre, a soberba não”!
Críticas ao texto? A Thalles? A mim? Aguardo nos comentários abaixo.

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