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sábado, 23 de janeiro de 2016



"Refletindo:

A Carta de Jesus para uma Igreja Morna

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodiceia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no seu Senhor, Jesus Cristo. Consideremos a carta enviada por Jesus à congregação em Laodiceia, registrada em Apocalipse 3:14-22.

A igreja em Laodiceia é citada no Apocalipse (aqui e em 1:11) e na carta de Paulo aos colossenses (Colossenses 4:13-16). Laodiceia situava-se no local da cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da Ásia Menor. Antigamente, a água da cidade vinha, via aquedutos, das fontes termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodiceia, a água ficava morna. A qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus foi provocado a vomitar de sua boca a igreja de Laodiceia (3:15-16).

Outras características de Laodiceia esclarecem a linguagem dessa carta, na qual Jesus faz uma série de contrastes implícitos entre os produtos da região e as necessidades espirituais da igreja (3:18): Laodiceia foi conhecida como um centro bancário e a região produzia lã preta e um tipo de colírio para os olhos.

Jesus, o verdadeiro Criador de todos, viu as obras da igreja em Laodiceia e ficou revoltado. Não achou uma congregação fervorosa e dedicada, pois a igreja era morna e repugnante. O orgulho dos discípulos de Laodiceia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodiceia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de autossuficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou os cuidados do Grande Médico. Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Coríntios 5:3; Colossenses 3:9-10).

Jesus não elogiou a igreja em Laodiceia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:

1) Comprar de Cristo ouro refinado. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo.

2) Comprar do Senhor vestiduras brancas. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8).

3) Comprar de Jesus colírio para os olhos. Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mateus 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pedro 1:9).

Com certeza, foi difícil ouvir repreensões tão fortes, mas devemos lembrar que a correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor para o nosso bem (Hebreus 12:4-11). A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hebreus 12:12-13). Esta atitude deve guiar os pais que corrigem os seus filhos (Provérbios 13:24), e os cristãos que corrigem os seus irmãos na fé (Tiago 5:19-20; 2 Coríntios 2:5-8).

A solução ao problema dos discípulos em Laodiceia não seria meramente algumas mudanças externas. Precisavam do zelo para com Deus para se arrependerem. Jesus pôs uma porta aberta diante da igreja de Filadélfia (3:7), mas a igreja de Laodiceia colocou uma porta fechada diante de Jesus! Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta (3:20). Ele chama, mas depende dos ouvintes atenderem à voz dele. Este versículo reforça o entendimento do livre arbítrio do homem. Jesus oferece a salvação a todos, mas cada pessoa toma a sua própria decisão.

Como Jesus nos vê? Fervorosos, ou mornos e repugnantes?

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