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domingo, 24 de janeiro de 2016








Por: Jânio Santos de Oliveira


Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara -



 Duque de Caxias - RJ





estudodemissoes.blogspot.com.br/

 





A idéia aqui é sugerir que igrejas, pastores, promotores de missões ou membros de igreja, que amam e entendem o significado bíblico de Missões, sejam desafiados a produzirem materiais motivacionais cujo tema central seja a obra missionária mundial.

Use sua criatividade e tenha idéias inovadoras para mobilizar, sensibilizar e motivar sua igreja.

• Deus foi o primeiro missionário

A missão vai ter sempre o seu início naquele que é o missionário por excelência, o próprio Deus. Neste caso, precisamos entender com clareza que “a missão é anterior ao povo de Israel e a Igreja; ela começou com Deus em sua interação de Criador e com o seu amor” .

A missão nasce então, do envolvimento de Deus com sua criação, trata-se de um envolvimento profundo, um envolvimento de amor cuja finalidade é a promoção do ser humano. O que deve mover o ardor missionário e com ele a evangelização, não é o desejo de encher a igreja de membros, mas o amor pelas almas associado ao desejo de promovê-las. Isto é, elevar seu nível e qualidade de vida.

Trata-se aqui de pensarmos em missão num sentido integral, cuja finalidade é a promoção total do ser humano, envolvendo-o e transformando-o no âmbito religioso, social, político, étnico e ético.

Quando analisamos a Palavra de Deus, nela nós percebemos que o primeiro gesto missionário de Deus aconteceu na criação.

Depois de ter criado todas as coisas através da Palavra. Deus decide criar o ser humano. Mas esta criação se dá de forma especial.

O texto bíblico nos diz: “façamos o homem...” (Gn 1. 27). Este ser humano foi feito. Não de qualquer forma, mas muito bem trabalhado... À imagem de Deus... Ao criar o ser humano, de forma única e especial, do barro, Deus estava envolvendo-se com ele no sentido de promovê-lo.

Na criação, Deus tem suas mãos envolvidas pela humanidade e a humanidade é envolvida pelas mãos de Deus. Paulo também utiliza uma expressão que é interessante no grego: “Pois somos feitura dele...” poiema (feitura) trata-se de uma palavra bem sugestiva, que nos remete a um tipo de criação realizada num momento de profundo amor ou inspiração, quase um poema.

Participar da missão significa participar ao lado de Deus de sua intenção de promover e amar o ser humano. Neste sentido, a missão da Igreja e ao seu lado a evangelização, vão ser sempre um movimento voltado para a promoção da vida e da dignidade do ser humano no seu mais alto nível.

Neste caso, a evangelização não acontece apenas no âmbito pessoal, individual, mas ela alcança:

• A cultura;
• A política;
• A ética e a moral.


A Igreja é conclamada por Jesus a ser sal a luz no “mundo”. Ela é desafiada a transformar não somente as pessoas, mas o meio em que a Igreja e cada pessoa está inserida.

• Participar da Missão Implica num Encontro com o Deus Missionário

Nós poderíamos dividir a vida de Moisés em três fases importantes:

1ª fase: seu nascimento e criação no Egito;

2ª fase: descoberta de sua identidade israelita, a morte do Egípcio e a fuga para o deserto de Midiã, ali ele vive por aproximadamente 40 anos;

3ª fase: o encontro com Javé e o envolvimento no projeto de libertação do povo (Êxodo)

Gostaria de chamar a atenção de todos para a 2ª e 3ª fase da vida de Moisés.

• A descoberta da identidade Israelita de Moisés

Moisés é o grande líder de Israel, e o movimento liderado por ele, o Êxodo, constitui-se na base de toda a formação teológica do povo de Israel.

Após uns 40 anos de vida, sob o cuidado da realeza egípcia, Moisés descobre que é um filho adotado, e que o seu verdadeiro povo era o povo que estava sendo oprimido ali no Egito. Os israelitas eram seus verdadeiros irmãos e irmãs, gente de sua gente... Esta descoberta o fez sentir algo diferente, a ponto dele levantar-se contra um dos soldados de faraó e mata-lo (Ex 2. 11-12) para defender um israelita.

O envolvimento missionário surge quando descobrimos que o outro é gente de nossa gente.

O relato diz que o feito foi descoberto, Moisés foge para Midiã e ali fica cerca de 40 anos. Durante todo esse tempo Moisés não se lembrou ou não se preocupou com a situação do seu povo.

Entretanto, tudo mudou em sua vida a partir do momento em que ele teve seu despertamento através do encontro com Javé.

Foi justamente a partir do seu encontro com Deus que Moisés aceita o desafio e se envolve plenamente com a Missão. Moisés nos ensina duas lições:

1. Envolvimento com a missão sem envolvimento com Deus não perdura: Acho que a grande dificuldade da Igreja e de muitos em diversos momentos reside nesta questão. Nós descobrimos que aqueles que estão oprimidos são nossos irmãos e irmãs, ficamos revoltados e interessados em ajudar, nos envolvemos por um breve momento. Mas em meio aos desafios fugimos nos acomodamos e nos esquecemos. Nesta fase de sua vida Moisés ainda não conhecia a Javé.

2. Participar plenamente da missão implica num encontro com Javé: Foi no encontro com Deus que Moisés se envolveu definitivamente com a missão. Foi no diálogo com Javé que Moisés redescobriu que o seu povo ficara no Egito. E que era preciso retornar e participar do movimento de libertação do povo.

• A Missão Exige Envolvimento Pleno

Não é possível fazer missão sem se envolver plenamente na missão. Moisés teve de voltar para o Egito. Ele não podia fazer missão em Midiã.

Nós nos enganamos quando pensamos que é possível fazer missão sem sair da Igreja. A missão, e associada a ela, a evangelização deve acontecer onde o povo oprimido está. A missão não acontece dentro da Igreja, mas no mundo. No lugar onde o povo oprimido levanta o seu clamor.

Este tipo de envolvimento pleno é-nos demonstrado pelo próprio Deus:

• No ato da criação: ao moldar o ser humano no barro: Deus se mistura à nossa humanidade e a nossa humanidade se mistura com Deus; Esta mistura ganha seu ápice na Encarnação do Verbo ( Jesus);

• Nos verbos apresentados a Moisés: Eu vi a aflição do meu povo; Eu ouvi o seu clamor; Eu desci pra livrá-lo da mão dos seus exatores.

Sem um envolvimento pleno não há possibilidade da realização da missão. E nós devemos ter em mente que, em primeiro lugar, este envolvimento pleno parte do próprio Deus. E o nosso envolvimento é motivado pela certeza que Deus já está envolvido no projeto de libertação do ser humano;

Ele desceu para promover o livramento, ou à luz do Evangelho de João: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo 1. 14). O Deus da Bíblia vai ser sempre conhecido como uma presença viva “Eu estou porque Estou” (Ex 3. 14).

A Igreja precisa redescobrir o Deus do Êxodo (Javé) e o Deus Encarnado (Jesus). Algo que tem me preocupado muito nos últimos dias, especialmente refletindo mais sobre a missão e a evangelização, é o fato de que uma boa parte da teologia que é pregada, ensinada e cantada em nossas comunidades de fé fala ou transmite a idéia de um Deus puramente transcendente.

Embora a transcendência seja sempre um elemento característico de Deus. O apóstolo Paulo canta esta inacessibilidade profunda em sua carta aos Romanos: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos”(Rm 11. 33).

É preciso termos em mente que este Deus inacessível em sua transcendência se fez carne e habitou entre nós. Ele assumiu nossa humanidade para nos revestir de sua divindade.

Ficar preso ou enfatizar apenas a transcendência de Deus em muitos casos significa tirar Deus do nosso meio e aprisioná-lo no céu. É muito bom cantarmos com a Ana Paula Valadão: “Quero subir, ao monte santo de Sião e entoar um novo cântico ao meu Deus”.

Mas também é preciso cantar: Quero descer do monte santo de Sião e encontrar o povo do Senhor... No Egito. Porque Javé ouviu o seu clamor e desceu do monte de Sião para livrá-lo da mão dos seus exatores.

Este tipo de teologia que nos tem sido ensinada é comodista e não reflete a vontade e o desejo de Deus. O encontro com o Senhor no monte é necessário, mas para nos revelar que Javé é aquele que desce, e nos chama para descermos com ele: “Vem, agora, e eu te enviarei a faraó... Eu serei contigo...” (Ex 3. 10a e 12b).

O Deus da Bíblia vai ser sempre uma presença viva. E esta presença vai sempre motivar o ser humano à missão.

A verdadeira missão/evangelização deve obedecer à dinâmica da ação instituída por Deus:

• Eu vi a aflição do meu povo: na experiência do Êxodo, Deus nos mostra como deve acontecer a missão. Ela nasce em primeiro lugar da percepção. “Eu vi a aflição...” Sem percepção não há missão. Se a igreja não ver as situações de sofrimento e se estas situações não incomodar seu coração, ela nunca irá fazer missão.

• Eu ouvi o seu clamor: a missão é desenvolvida não sobre os interesses da Igreja, mas em torno das necessidades do ser humano. “Eu ouvi o seu clamor...” acima de tudo, a igreja precisa entender qual é o clamor do mundo, do país, da cidade, do bairro.

 É em torno do clamor do ser humano que nós devemos levar a mensagem de libertação e salvação.

 No Egito, o povo clamava por libertação, por dignidade, e foi em torno desta necessidade que Moisés e Arão proclamaram as palavras de Javé. Não é à toa que Jesus ao proferir seu primeiro discurso na Galiléia disse: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça; bem-aventurados os que choram etc. Ele estava falando para um povo que necessitava de tudo isso.

 É em torno do clamor do ser humano que nós devemos desenvolver a nossa mensagem na missão, porque se a nossa mensagem não for de encontro com a necessidade deste povo, ele não nos ouvirá nem participará conosco do projeto/processo de libertação. “Aqueles(as) que se dispuseram a pregar e testificar ouviram não apenas o chamado de Deus, mas, também o clamor do povo”.

 Eu desci para livrá-lo: Este é o principal gesto, o mais significativo, Deus não vê de longe, nem tão pouco ouve ou fala de longe, Ele se aproxima e faz com que seus enviados (Moisés e Arão) se aproximem também.

A missão acontece no Egito, e não em Midiã. É preciso sair do comodismo e do aconchego de Midiã e ir para o Egito.

A Igreja só vai aprender a fazer missão quando ela sair de dentro de si e envolver-se na lama daqueles que amassam o barro dos tijolos do sofrimento e da dor impostos pelo sistema de Faraó.

Neste sentido, o projeto missionário da igreja deve nascer não dentro dela, mas dentro da realidade da comunidade que ela quer alcançar.

Vejam quais são os Motivacionais Missionários
Fonte: Junta de Missões Mundiais

1. Mapas

Nem todos conhecem bem a geografia mundial e, conseqüentemente, as fronteiras das nações. Muitas vezes pensam que quando se fala de Equador, por exemplo, imaginam ser como viajar para uma cidade no interior.

Demonstrando no mapa as distâncias e as características de cada nação, como religião e distribuição de renda por habitante, as chances de uma sensibilização pela obra missionária mundial crescem. Portanto, encha sua igreja de mapas!

2. Estatísticas

Use as estatísticas disponíveis em inúmeros veículos de comunicação das agências missionárias para coletar informações que impactem os irmãos de sua igreja, Por exemplo, você pode citar que a Turquia, sede das 7 igrejas do Apocalipse e outrora um referencial do cristianismo, conta hoje com menos de 0,1% de evangélicos em sua população.

Ou que no Afeganistão não se conhece publicamente nenhum crente. Tais informações despertam o interesse dos membros pelo apoio à obra missionária mundial.

3. Cartazes missionários

Crie cartazes com frases curtas e imagens com fotos grandes e marcantes. Procure não ofender ou ridicularizar uma religião, apenas demonstre as características dos povos que a seguem, como o paganismo, a idolatria e fanatismo sacrificial.

Aproveite os materiais da Campanha Missionária e afixe-os em locais estratégicos. Não se esqueça de colocar seus contatos nos cartazes. Ore e aguarde o retorno.

4. Fotos missionárias

Destaque um lugar para colocar fotos de missionários e dos campos para lembrar ou tornar conhecida do povo as necessidades dos países onde possui missionários.

Esta iniciativa é uma ferramenta poderosa para despertar a igreja para contribuir e orar pela obra missionária.

5. Frases missionárias

Imprima frases de missionários ou até mesmo citações de líderes evangélicos sobre a obra de evangelização dos povos. Essas frases, colocadas em locais estratégicos e com muita visibilidade (exemplo: hall de entrada, mural, entrada e interior dos banheiros etc.) despertarão na igreja um desejo de apoiar a obra missionária.

6. Testemunhos missionários

Sempre que possível, e de acordo com a agenda missionária feita pelo setor de promoção da missão, leve missionários para a sua igreja a fim de que, com seu testemunho de chamada e trabalho no campo, desperte outras pessoas para o ministério missionário ou para a intercessão e sustento financeiro.

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