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sábado, 24 de maio de 2014

As duas bênçãos, diferença do jardim para Éden, árvore do conhecimento, não citar próprios pecados, orar com janelas, Deus Pai e caridade



As duas bênçãos, diferença do jardim para Éden, árvore do conhecimento, não citar próprios pecados, orar com janelas, Deus Pai e caridade



“Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece”. (Sal. 94:1)
“Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu”. (Isa. 64:4)
“E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços”. (Gên. 2:10)
“O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é transgressão; esse é companheiro do destruidor”. (Prov. 28:24)
“Se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões” (I Reis 12:11)
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Sal. 32:1)
“Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava” (Dan. 6:10)


 

                A Bíblia carrega uma série de ensinamentos de sabedoria. Certas passagens passam batidas e parecem ser meras repetições sem sentido, ou outros detalhes parecem estar longe da vida do devoto. Por outro lado, ao se ater nos detalhes, o mesmo observa que sim, do texto bíblico se extrai grandes lições morais. Temas como onde orar, não mostrar pecados, o porquê de Deus ser pai e onde isso estar no texto do Antigo Testamento, o jardim e o Eden e outros temas, nos levam a ler os sábios da Mishna, no Talmud. A tradição oral assim nos alimenta daquelas dúvidas presentes na Bíblia (escrita). Pois Moisés teria recebido duas tábuas, uma da lei escrita e outra da lei oral. 

            Já no Salmo 94 se percebe as duas vinganças. Isso segundo sábios comentaristas se refere à necessidade de se abençoar as coisas boas e também as ruins, para assim evitar a vingança do Senhor. Leva-nos ao tema da gratidão para com o Criador, uma vez que usufruímos desse mundo e devemos antes de tudo agradecer ao Rei do Universo, contemplando Sua majestade celeste. Normalmente as pessoas apenas abençoam as coisas boas, e esquecem que pesa um jugo sobre elas, do Juízo do Senhor. Pois um pai castiga porque ama.
 


            Sobre o tema do pai, em muitas passagens bíblicas há a analogia de pai, e por fim vemos em Yehoshua (Jesus) várias menções ao Pai do céu, apesar de que o termo era já usado no antigo testamento. Assim em Provérbios 28, quando se fala em roubar do pai, está se falando em não oferecer a bênção ao que se recebe de Deus, que seria receber Sua criação e sustento, sendo assim ingrato, O roubando. A mãe é Israel (ou a Igreja), e assim também é assaltada ao se ter para com ela ingratidão. Sobre em Reis falar que o pai deu um jugo, e que outro castigará com escorpiões, é porque a morte é certa com os escorpiões, e nem seria tanto com víboras ou Leões, pois lembramos de Daniel que sobreviveu aos leões. 

 


            O que não se ouviu nem viu desde a antiguidade (Isaías 64), se refere ao vinho guardado desde os 6 dias da Criação. Ademais, sobre o tema de Éden, esse se diferencia do jardim, pois em Gênesis 2:10 se diz que saiu do Éden para regar o jardim, então são dois lugares diferentes, por lógica. Isso se não esquecermos a lição da Cabala (Zohar), onde se fala ainda em um Éden celestial, além do aqui na Terra. Já a árvore do conhecimento segundo sábios da Mishna e Gemara (Talmud), na verdade era a videira, uma vez que o vinho trouxe muitas desgraças, com o exemplo de Noé e sua embriaguês.
            Com relação ao Salmo 32, vemos que fala em pecado encoberto. Desse modo, a lição que fica é que não se deve fazer propaganda e notícia dos próprios pecados, divulgando eles como forma de fama. Vemos em nossa cultura essa moda de divulgar coisas erradas que se fez, e fazer disso um status de rebeldia. Também adolescentes gostam de fazer piadas de suas transgressões e pecados. Claro que é bem-aventurado quem assim não faz, e melhor, quem nem ao menos peca. 


            Sobre um local para orar, este não pode ser sem janelas, para que assim se possa ver o céu. Onde está essa lição? Em Daniel 6:10, uma vez que já diz que ele se ajoelhou e orou, e as janelas estavam ainda abertas. Orar três vezes ao dia é a regra comum ao judeu. E sobre a caridade? Há três modos de dízimo relatados em um quadro presente no Talmud, relatando uma colheita. Isso se destina a pobres, viúvas, órfãos etc (não a pastores que querem enriquecer...). Fala-se em Léket, Shisheshá e Peá. Assim, o que se deixa cair na colheita não se deve pegar, o que é esquecido (algum saco...) e ainda se deve reservar um canto na colheita para os pobres. Vemos assim que transpondo essa realidade para algo citadino ou industrial, vemos que parte do salário ou da produção deveria se destinar ao pobre. E que o que foi esquecido poderia ser livremente pegado (e não seria furto). Desta feita percebemos a lição dos sábios sobre temas que muitas vezes são esquecidos, ou que não foram ainda ensinados, haja vista o texto sem a tradição oral, ser incompleto de sentido.  

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