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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Apelo nos cultos de algumas igrejas: antes, era por almas; hoje, é por dinheiro





O apelo que se faz hoje em algumas igrejas é muito diferente do que se fazia algum tempo atrás. Quando o convite era feito, as pessoas entregavam sua vida ao Senhor Jesus e recebiam-no como Senhor e Salvador. Hoje, o apelo é feito (e a mídia está cheia disso) para deixarmos de morar na favela e virmos para a área mais nobre da cidade; é para deixar de andar a pé ou de ônibus e vir buscar o seu carro do último modelo e do ano.

É deixar de ser empregado para ser patrão, é conquistar, é passar por cima, é destruir o inimigo. Não nego que seja a vontade de Deus que venhamos ter o melhor, pois Sua Palavra diz: “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor dessa terra” (Is1 19).

O que não é certo é colocar essas coisas como prioridade de vida, uma vez que a Palavra de Deus diz: “buscai, pois, em primeiro lugar o Seu Reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentada” (Mt 6.33). No entanto, o apelo que é feito passa também pelo ir ao lugar de culto e buscar o “cajado de Moisés”, “a água do poço de Jacó”, a trombeta de Josué, e por aí vai.

Esse é o apelo do espiritual, do linkar o desejo do material à força do espiritual, fazendo com que se realize e se concretizem o desejo e o sonho de crescer cada vez mais, para poder ostentar o poder e mostrar que, assim sendo, somos filhos de Deus.

No entanto, existe o apelo místico, com certo tom de mistério e de sagrado, quando se é convidado para ir a algum lugar e ali participar de uma corrente de descarrego, de receber passe evangélico, regado a arruda, a sal grosso, a enxofre e a tudo que tem direito.

Há o apelo para se participar das vigílias horoscópica-zoodiacaevangélica, ou seja, é o lugar onde sempre tem alguém que lhe revela tudo: O seu passado, diz o que você está vivendo no presente e lhe prevê o futuro. E você precisa ver como tem gente nesses lugares, como elas correm pra lá e como elas propagam para outras pessoas para que também possam ir e lá receber o seu quinhão de bênção.

O apóstolo Paulo, escrevendo para Timóteo, disse que isso aconteceria nos últimos tempos, pois as pessoas se cercariam de falsos mestres, que lhes falariam o que elas querem ouvir, deixariam à sã doutrina e correriam atrás dessas coisas como que sentindo coceira nos ouvidos. (2 Tm 4.3-4). Isso não é o Evangelho de Jesus. Sem medo de estar blasfemando ou de estar cometendo um pecado eu lhe afirmo: esse é o evangelho do diabo! Foi o diabo quem inventou isso.

Esse evangelho que é falso e mentiroso, foi projetado no inferno e tem sido usado aqui na terra, no mundo físico, por pessoas inescrupulosas, que se utilizam do nome e do título de pastor, quando, na realidade, são falsos pastores e, quando muito, o são de si mesmos (Ez 34.1-3).

Agora, seja lá qual for a agremiação que se intitula igreja e seja lá qual for o tipo de apelo que é formulado, em todas elas, indiscutivelmente, há algo em comum: você tem que pagar pela bênção. E o preço é alto, afinal de contas, segundo os propagadores desse evangelho, Deus abençoa primeiro aquele que dá e que paga mais.

O apelo excessivo à riqueza, à busca desenfreada pra ficar rico, para amealhar bens e para acumular tesouros, que é ensinado em nossos dias no meio dito “evangélico”, é um gritante contraste com o que diz o Evangelho, através de Jesus, que não é para ajuntar tesouros aqui, mas sim no céu (Mt 6. 19-21).

Não é esse falso evangelho que Deus quer pra nós. Não é esse o plano original de Deus. Deus quer que vivamos como autênticos filhos do Rei, não na ostentação externa, mas na prosperidade da alma daquele que sabe para quem viver e para quem se entregou (3 Jo1.2).

Quando nós somos impactados pelo Evangelho, o contraevangelho deixa de ter poder ou qualquer ação em nós, uma vez que o Evangelho, por si só, opera o poder de Deus em nossa vida. O que as pessoas estão sendo estimuladas a procurar é o que pode lhes satisfazer a alma, lhes dá conforto e comodidade ao coração, não no sentido do ser, mas no sentido do ter, e de somente ter, e chamam isso de bênção de Deus. Essa é a essência do evangelho da prosperidade.

No entanto, a essência do verdadeiro Evangelho nos leva a ser para podermos ter. E nós só somos quando nossa vida está em Deus e a Sua Palavra é verdade em nossa vida.

Trecho do livro “Quem me roubou do Evangelho?”, de Adry Araújo

A-BD

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