Visitantes

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A mania de alguns crentes de usar expressões como “tá repreendido” pra qualquer coisa



Existe algo que acontece regularmente hoje em dia que me preocupa profundamente. É uma prática que rouba as pessoas das bênçãos completas de Deus em suas vidas e entristece o Espírito Santo. E se torna mais assustador ainda porque é cometido diariamente, geralmente várias vezes no mesmo dia. De que estou falando?


Sempre tive dificuldade para entender um dos dez mandamentos, até que o Espírito Santo me deu maior compreensão sobre o assunto. Trata-se do mandamento que diz: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão" (Ex 20.7). O problema maior, na minha tentativa de entender esse mandamento, era o termo "em vão". O que significa em vão? Procurava alguma explicação misteriosa ou emblemática, sem saber que a resposta era muito simples.


Tomar o nome do Senhor em vão significa exatamente o que parece: usar o nome do Senhor desnecessariamente, gratuitamente, sem razão. E é o que o cristão mais faz na atualidade! Usamos constantemente o santo nome do Senhor nosso Deus em vão. O que sai das nossas bocas sem parar? Exclamações como as seguintes:


- Casar com essa pessoa? Tá repreendido em nome de Jesus!
- Nosso Deus, eu não acredito no que o governo fez!
- Pelo amor de Deus, para de gritar, meu filho!
- Nosso Deus do céu, eu não pago esse valor de jeito nenhum!




No Antigo Testamento, há uma história fascinante sobre o que acontece quando o nome do Senhor é usado em vão, abusado, ridicularizado, e qual é a reação de Deus. No livro de 2 Reis, capítulos 18 e 19, encontramos a história do rei Ezequias sendo ameaçado por Senaqueribe, rei da Assíria.


Senaqueribe marchou com seu enorme exército, e acampou em volta de Jerusalém. Seu coração estava cheio de arrogância e soberba.


Ao chegar, ele manda dizer ao rei Ezequias para render-se com toda a cidade e tornarem-se seus escravos. Então, comete um erro gravíssimo, pois afronta e blasfema contra o nome do Senhor, dizendo: "Em quem é que vocês pensam estar confiando? Seu Deus não tem poder para salvá-los, pois não é melhor do que os deuses de todos os outros países que já conquistei. Ezequias está enganando vocês quando os exorta a confiar no seu Deus, pois Ele não é um deus".


Senaqueribe continua a insultar o nome santo do Senhor, mandando uma carta ao rei de Judá proferindo mais das suas injúrias, dessa vez por escrito!


Gosto muito da reação de Ezequias. Ele era um rei justo, que temia a Deus, e tinha trazido Judá de volta ao serviço do Senhor. Estava assustado e intimidado - com toda razão - por causa do tamanho do exército acampado na frente de Jerusalém, e com o perigo letal que corriam.


Então, pegou a carta de Senaqueribe na mão, entrou no templo, prostrou-se diante de Deus e mostrou a carta ao Senhor, dizendo: "Veja como este blasfemador está afrontando o seu santo nome! Faça algo, ó Deus, e mostre que é o verdadeiro Deus, porque sei que o Senhor pode nos livrar". Praticamente consigo fechar meus olhos e enxergar essa cena impactante.


Ezequias estava desesperado, trêmulo de medo, sabendo que sua vida e reinado estavam por um fio. Mas ao invés de focar no seu problema, estava indignado com o abuso do nome do Senhor perpetrado por esse rei perverso. Se existe algo que enfurece o Senhor é ver Seu Santo nome sendo usado em vão. O bom rei de Judá entendia esse princípio.


Deus imediatamente manda Sua resposta pelo profeta Isaías. Através dele, disse que a oração do rei tinha subido até o céu, pois não tolera que seu nome seja abusado. Diz que Senaqueribe voltaria frustrado e derrotado pelo mesmo caminho por onde veio, sem sequer entrar em Jerusalém, e que, por ter escarnecido o seu nome, iria falecer logo.


Naquela mesma noite, sem hesitação, o Senhor Deus mandou o seu anjo de morte, que caminhou no meio do inimigo e matou os 185 mil homens! O rei assírio escapou para cumprir a palavra de Deus. Posteriormente, depois de habitar em Nínive, estava no templo do seu deus e foi assassinado por dois de seus próprios filhos.


Com o nome do Senhor não se brinca! Controle-se ao usar termos que se referem ao Santo Deus.


Trecho do livro O Poder da Língua, de Gary Haynes

A-BD
Nós estamos usando o nome de Deus na nossa conversa diária como expletivo, ou seja, para puro realce, algo para completar. E isso é usar o nome do Senhor em vão. Outras vezes, até parece que estamos substituindo palavrões pelo nome do Senhor! Ao invés de soltar uma imprecação falamos o nome de Deus, como se fosse melhor. Isso entristece profundamente o Espírito Santo em nós.

Os antigos escribas tinham um respeito e zelo tremendo pelo nome do Senhor. A reverência deles era tanta que ao copiar os antigos manuscritos das Escrituras Sagradas, quando chegavam na hora de reproduzir o nome de Deus, passavam por um rito de purificação para estarem preparados para escrever o nome de Jeová.
história do canto coral
 

O Coro é o mais antigo entre os grandes agentes sonoros coletivos. Antigos documentos do Egito e Mesopotâmia revelam-nos a existência de uma prática coral ligada aos cultos religiosos e às danças sagradas. O termo Chóros possui um sentido bastante amplo e com o decorrer da história passou por diversos significados. Em sua origem grega, Chóros, representava um conjunto de aspectos que, somados, iam ao encontro do ideal do antigo drama grego de Ésquilo, Sófocles, e Eurípedes. O conjunto consistia em Poesia, Canto e Dança. O Cristianismo antigo o adotou com outros sentidos, passando para o termo latino Chorus que significava o grupo da comunidade que canta ou a abside (recinto poligonal em que termina o Coro da igreja) junto ao altar, separada da comunidade pelas cancelas e mais tarde também denominada o lugar onde se coloca o órgão.
A estrutura a mais vozes, porém deve ser distinguida sob dois diferentes aspectos, isto é, sob o ponto de vista de procedência e sob o ponto de vista de objetivo. O Cantus-Planus, como representante do canto monódico, mesmo sendo executado por um Coro e a música Figuralis, como representante do canto a mais vozes que mais tarde, assume uma técnica mais rebuscada e artística. O elo que une os dois é que o primeiro serviu de ponto de partida, de fundamento para o segundo, isto mais ou menos pelos séculos VII e VIII, quando surgiu uma polifonia “aparente” com o organum, executado em quintas paralelas, tendo por base o Choral que se impôs como Cantus Firmus. Somente no século XI é que o sentido polifônico assumiu uma característica mais independente, mais polifonia real, que apesar de dos ritmos semelhantes ousava enfeitar o Cantus Firmus. Surge então o Cantus Floridus, que quebrou a monotonia, assumindo papel mais independente, inclusive ritmicamente. Iniciava-se o Contraponto.
Desse modo, realizou-se no século XII a primeira reforma coral. Com uma estrutura a três vozes o coral atingiu seu apogeu no século XIII principalmente na Escola Parisiense de Notre-Dame. Com o desenvolvimento da técnica coral novas formas apareceram, onde se estabeleceu a tão comum estrutura a quatro vozes.
Apareceram três formas corais distintas: O Conductus, que possuía forma mais festiva; o Rondellus, uma espécie de cantiga de roda; e o Motetus, que das três era que possuía maior originalidade e consequentemente foi a que mais se desenvolveu. Mais tarde, já no século XIV com Guilaume de Machaut, aparece a Missa, onde eram catadas as principais partes da missa católica - Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus com Benedictus, Agnus Dei.
na grécia
Na antiga Grécia o coral já é uma organização perfeitamente estabelecida e a ele é dado a maior importância em todas as funções sociais. Deixa de ter caráter exclusivamente religioso e passa a fazer parte de festas populares e orgias pomposas. Tem vida própria e passa a ser considerado como uma das mais elevadas expressões do ser humano. Segundo os historiadores, a lírica coral recebeu um grande impulso de Stesicoro, de Meauro, também conhecido como Tisias e a ele se deve a origem do coro. A Arion se atribui a criação do dethyrambo coral artístico, do qual se originou a tragédia. O coro era chamado de circular porque evoluía em torno da estátua de Dioniso. Em Athenas o recrutamento, vestuário e instrução de um coro era um serviço público imposto pelo estado a todos os cidadãos que tivessem condições para mantê-lo. A música cantada ocidental, foi primeiramente sistematizada pelo Papa Gregório I (590 - 604) e batizada com o nome de "Canto Gregoriano". A característica do canto gregoriano ou cantochão é a sua riqueza melódica e a ausência de polifonia. É cantado uma única melodia em uníssono e tem o ritmo livre, adaptando-se fielmente aos textos litúrgicos.
em roma
Os romanos eram um povo que estava ligado diretamente às guerras e as conquistas. Não inventaram nenhum instrumento, limitando-se a copiar tudo o que havia encontrado em suas conquistas. Tinham preferência pela flauta utilizada em solenes tiros divinos, bem como nas suas orgias - longínquos precursores do Carnaval. Sua cultura artística foi introduzida pelos escravos trazidos de suas inúmeras batalhas. Foram instruídos pelos gregos e adotaram os princípios da estética. Em 336 a.C. apareceu pela primeira vez em Roma as Pantominas Etruscas, sucessoras do teatro grego nos quais comum era a música. Aos poucos o teatro romano adquiriu um caráter mais satírico e popular. O Coro era de grande importância na tragédia latina.
o coro cristão
Nasceu nas catacumbas de Roma sob o nome de "Cantochão" (cantus planus). Como sempre da necessidade de unir esforços, que os partidários da nova doutrina entoavam à divindade, pedindo auxílio para a sua causa, e coragem para a luta sem tréguas onde o ideal cristão haveria de vencer. Os primeiros cristãos não conheciam uma melodia capaz de expressar a pureza de seus sentimentos, nem tão pouco um som que se prestasse às suas preces. Em 54 d.C., o apóstolo Pedro chegou a Roma, trazendo do Extremo Oriente estranhas melodias de triste beleza e casto entusiasmo. Essas melodias estavam estritamente ligadas aos cânticos sagrados dos judeus e seu espírito penetrou de vez nas antigas melodias. Somente quando o Imperador Romano Constantino se converteu ao catolicismo, a música cristã conquistou sua liberdade.
coral protestante
Lutero (1483 - 1545), era frade agostiniano devoto de Santa Ana. Rebelou-se contra a ostentação do luxo e as indulgências na igreja católica . Em seu livro “Liberdade Cristã” publicou suas 95 teses que provocou a revolução religiosa. Lutero era músico e percebeu que através dela poderia organizar e propagar em toda Alemanha melodias populares e o canto gregoriano com o repertório da língua alemã, com o objetivo de que os fiéis entendessem o que estava sendo cantado e compreender bem o que dizia. Sua primeira coletânea apareceu em 1524 "Enchiridion" correu o mundo criando novos adeptos a sua doutrina.
o concílio de trento (1545 - 1563)
O Concílio de Trento foi convocado pelo Papa Paulo III. Era uma reunião de legados papais, bispos e teólogos realizada pela Igreja Católica. Dentre as diversas medidas e posturas tomadas para combater o protestantismo, o Concílio inicialmente proibia a música polifônica na igreja, pois a polifonia confundia os fiéis e os textos litúrgicos estavam passando para segundo plano. Mas graças a genialidade de Giovanni Pierluigi da Palestrina na sua composição "Missa Papae Marcelli", dedicada à sua Santidade, seu protetor. Somente a música profana que foi banida da igreja católica. Conta a lenda que numa noite os anjos desceram do céu ao seu quarto, situado no sótão de um dos prédios mais altos de Roma, perto da Catedral de São Pedro, e entoaram uma maravilhosa polifonia. Palestrina, com as mãos trêmulas, simplesmente se limitou em transcrever o que escutava.
Somente a partir do Séc. XV é que o Coro começa assumir a estrutura que é adotada atualmente. Evidentemente, esta estrutura tem suas raízes e práticas nos tempos que a precederam. A prática antiga já estabelecia que qualquer agrupamento, por menor que fosse, tinha que ser conduzido em unidade por alguém que mantivesse e guardasse essa unidade. Isso já era constatado desde o “Chóregos” grego com sua responsabilidade de condução, passando pelo “Magister” na igreja da baixa Idade Média. O desenvolvimento processa-se com uma série de mudanças e reformas. Em 1324 aparece o cânone “Summer is incumen in” na Inglaterra. Era uma sonoridade estranha para os padrões da época, mas que contribuiu de maneira decisiva para o desenvolvimento posterior do coro. Em 1330 aparece pela primeira vez uma missa completa a mais vozes - “Missa de Tournais” e a missa de Machaut de 1364.
A prática coral foi cada vez mais se desenvolvendo e se desligando do Clero. Irmandades foram surgindo no sentindo de dedicar-se a música. Inicialmente, somente a música sacra era permitida, mas aos poucos a música profana começou a fazer parte. Para essas irmandades, o importante não era somente cantar, mas também de estudar. Estabeleceram-se escolas de canto e os grupos eram formados por “Dormitoriales” - que dormiam nas escolas e que também eram responsáveis pelos serviços da igreja, e por grupos externos de amadores.
Os Coros de escolas também assumiam compromissos com o canto coral e figural. A expressão máxima da forma coral é atingida no alto Barroco com J.S.Bach e Haendel. A “Paixão” e a “Cantata”, são juntamente com o “Oratório”, os gêneros mais cultivados. A função do coro não era mais exclusivamente litúrgica, encontrando-se bem afastada de sua origem. A partir dessa época criam-se associações de canto e outras agremiações congêneres que visavam a prática do canto coral, agoira no terreno profano. A partir daí inúmeras escolas, fundações, conservatórios, são fundados visando a restauração e renovação da prática coral.
No Séc. XIX, o canto coral passa a ser disciplina obrigatória nas escolas de Paris. Nessa mesma época surge a idéia dos Festivais de Música. A prática coral assumia agora, um caráter e compromisso mais social. O Séc. XX aprimora certas práticas e tenta voltar às origens de cada estilo, procurando através da pesquisa, não falsear o espírito da época em que a obra foi criada. Cada obra de arte é um espelho de sua época.
Antes de encerrarmos o capítulo sobre a história do canto coral, é importante ressaltar que em épocas passadas os Coros eram mantidos e estimulados pelos Reis, pelo Clero e pelas pessoas mais abastadas. Este apoio visava manter os grupos de música para as festividades locais e para disseminar a doutrina religiosa, atrair e integrar os fiéis às igrejas. Também foi o elemento principal do acervo musical presente em nossos dias. A Igreja foi responsável pela conservação e divulgação da música erudita através dos tempos.

Texto: Eduardo Fonseca